‘Articulação política para Previdência começou a entrar nos trilhos após CCJ’
Na avaliação do presidente do Bradesco, Octavio Lazari, “escorregada” no início da tramitação da proposta vai custar parte do crescimento da economia brasileira esperado para 2019; ele acredita que PIB do primeiro trimestre pode até ficar negativo

A articulação política do governo de Jair Bolsonaro para emplacar a reforma da Previdência demorou mais do que o esperado, mas começou a entrar nos trilhos com a aprovação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A avaliação é do presidente do Bradesco, Octavio Lazari. Essa "escorregada" na tramitação vai custar parte do crescimento da economia brasileira esperado para 2019 e, para ele, o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre pode até ficar negativo.
Para recuperar o tempo perdido, a saída, segundo Lazari, é buscar uma reforma da Previdência que não seja "desidratada". Uma mudança com impacto fiscal próximo de R$ 600 bilhões não atende a necessidade do País, avalia Lazari, em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast. A seguir, os principais trechos da conversa.
O presidente Jair Bolsonaro já admite R$ 800 bilhões e há quem fale em até R$ 400 bilhões. Quais os reflexos a economia pode sentir caso a reforma caia para este patamar?
O valor (da reforma) era R$ 1,3 trilhão. O mínimo aceitável é R$ 1 trilhão nos próximos dez anos para que a gente possa no médio e longo prazo colocar o País numa rota de crescimento que seja sustentável por décadas e não um crescimento para dois, três anos e depois voltarmos para todo esse problema de novo.
Os R$ 800 bilhões de Bolsonaro é um número aceitável?
Não sei dizer qual é a base que ele está mencionando. Pelos estudos que a gente viu, o ideal para o País é R$ 1 trilhão.
Essa contundência do ministro Paulo Guedes encontra respaldo em outras áreas? A articulação está a contento?
Ela começou a entrar nos trilhos agora, a partir da aprovação (da reforma) da CCJ. Nós gostaríamos que ela tivesse acontecido antes, dentro do primeiro trimestre, para que a gente tivesse mais três meses e até o final de junho já tivesse resolvido no Congresso. Mas isso escorregou e estamos no fim de abril. Deve se estender até o final de agosto, começo de setembro. Observe que são quase três meses a mais que a gente perde de benefícios fiscais que isso nos traria, mas acho que agora entrou numa rota de solução.
Leia Também
O crescimento econômico deste ano pode ser comprometido ainda mais por esse atraso na reforma?
Será. Não tenho dúvida nenhuma. Todas as casas no Brasil ou no exterior previam algo em torno de 3,5% em outubro e novembro (do ano passado) porque estava se imaginando que a reforma iria acontecer e que as outras reformas viriam no seu bojo. Quanto será o PIB do primeiro trimestre? Será 0%, no máximo meio ou até negativo. O segundo pode ser que tenha uma recuperação. Vai depender do que a gente conseguir encaminhar da reforma, porque o País tem capacidade de crescimento.
Qual a estratégia do Bradesco no setor de maquininhas e de investimentos, citados pelo senhor como os de maior concorrência? É abrir mão de margem em troca de escala?
Abrir mão de margem já está acontecendo. Quando olhamos no balanço da Cielo, a gente viu que já abriu mão de margem, como as outras adquirentes. O setor mudou por conta de regulação, por pressão dos consumidores. Quem quiser competir, vai ter de reduzir margens para ganhar escala.
E investimentos?
O segundo mercado mais aguerrido é o de investimentos. Os novos entrantes, sejam eles bancos digitais ou casas de investimento, adotaram uma estratégia, mas você acha que não cortaram margem? Lógico que cortaram. Ninguém hoje mais está cobrando taxa de corretagem em Tesouro Direto. Se não tem taxa de corretagem, tem que ganhar em escala. Com juro de 6,5% não dá para praticar taxas de administração de 3% ou 4%. Tem de ser 0,5% ou 1%, dependendo da performance do fundo. É um mercado que está bastante reduzido. Contra a redução de margem, qual é o remédio? É ganhar escala também. A gente teve até por exigência dos próprios clientes de abrir nossas carteiras no private e alta renda para que possam fazer investimentos em outras casas da preferência deles.
Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Guido Mantega vai ficar de fora do conselho da Eletrobras (ELET3) e governo busca novo nome, diz jornal
Há cinco dias da assembleia que elegerá os membros do conselho da empresa, começa a circular a informação de que o governo procura outra opção para indicar para o posto
Bradesco dispara em ranking do Banco Central de reclamações contra bancos; Inter e PagSeguro fecham o pódio. Veja as principais queixas
O Bradesco saiu da sétima posição ao fim de 2024 para o primeiro colocado no começo deste ano, ao somar 7.647 reclamações procedentes. Já Inter e PagSeguro figuram no pódio há muitos trimestres
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Eletrobras (ELET3) mantém presidente e diretoria executiva até 2027 em meio a disputa judicial
O processo de renovação do Conselho de Administração da Eletrobras faz parte do acordo que está em andamento com a União, devido a uma disputa judicial que corre desde 2023
Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo
No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard
O mundo vai pagar um preço pela guerra de Trump — a bolsa já dá sinais de quando e como isso pode acontecer
Cálculos feitos pela equipe do Bradesco mostram o tamanho do tombo da economia global caso o presidente norte-americano não recue em definitivo das tarifas
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Tabela progressiva do IR é atualizada para manter isento quem ganha até 2 salários mínimos; veja como fica e quando passa a valer
Governo editou Medida Provisória que aumenta limite de isenção para R$ 2.428,80 a partir de maio deste ano
Smartphones e chips na berlinda de Trump: o que esperar dos mercados para hoje
Com indefinição sobre tarifas para smartphones, chips e eletrônicos, bolsas esboçam reação positiva nesta segunda-feira; veja outros destaques
Agenda econômica: PIB da China, política monetária na Europa e IGP-10 são destaques em semana de balanços nos EUA
Após dias marcados pelo aumento das tensões entre China e Estados Unidos, indicadores econômicos e os balanços do 1T25 de gigantes como Goldman Sachs, Citigroup e Netflix devem movimentar a agenda desta semana
Eletrobras (ELET3) convoca acionistas para aprovar acordo com governo federal e encerrar disputa
A União ingressou em 2023 com ação questionando dispositivo do estatuto da Eletrobras que limitou a 10% o poder de voto de qualquer acionista
JP Morgan reduz projeção para o PIB brasileiro e vê leve recessão no segundo semestre; cortes de juros devem começar no fim do ano
Diante dos riscos externos com a guerra tarifária de Trump, economia brasileira deve retrair na segunda metade do ano; JP agora vê Selic em 1 dígito no fim de 2026
As melhores empresas para crescer na carreira em 2025, segundo o LinkedIn
Setor bancário lidera a seleção do LinkedIn Top Companies 2025, que mede o desenvolvimento profissional dentro das empresas
Sai Durigan, entra Anelize: Banco do Brasil (BBAS3) convoca assembleia de acionistas para trocar 5 dos 8 membros do conselho; veja as indicações
Colegiado passará por mudanças depois de governo Lula ter manifestado a intenção de trocar liderança do conselho; reunião está marcada para 30 de abril do Banco do Brasil
Agenda econômica: IPCA, ata do Fomc e temporada de balanços nos EUA agitam semana pós-tarifaço de Trump
Além de lidar com o novo cenário macroeconômico, investidores devem acompanhar uma série de novos indicadores, incluindo o balanço orçamentário brasileiro, o IBC-Br e o PIB do Reino Unido