Em evento em SP, Campos Neto deixa claro que missão do BC é combater a inflação e não promover o crescimento econômico
Presidente do banco participou de um evento organizado pela B3 e por lá falou de diversos assuntos, de macroeconomia a projetos futuros do BC

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ressaltou na manhã desta sexta-feira, 26, que a missão da instituição não é o crescimento econômico, mas sim o controle da inflação.
"Em relação ao crescimento, o importante é como isso afeta a inflação", disse, durante evento da B3 realizado em parceria com a consultoria de risco político Eurasia, na sessão de perguntas e respostas que ocorreu após sua apresentação.
Questionado sobre possíveis contágios da crise da Argentina no Brasil, Campos Neto disse que tentou quantificar o efeito nas exportações brasileiras, em especial para o segmento de automóveis.
No entanto, disse que, ao contrário do ano passado, quando houve saída de fluxos globais, neste ano está havendo entrada.
"O caso da Argentina e o caso da Turquia são isolados. Torcemos pela Argentina, mas lá haverá eleições próximas e nós aqui aprendemos que, quando há processo eleitoral junto com processo de retomada, fica um pouco mais volátil", afirmou.
Sobre o movimento de aumentos de tarifas comerciais em várias partes do mundo, Campos Neto afirmou que as inflações futuras em vários países não espalham isso.
Leia Também
"(O movimento) deixou de ser uma coisa mais generalizada para uma coisa mais localizada e eu acho que o impacto tem sido reduzido", disse.
Sobre o fluxo de recursos para os mercados emergentes, Campos Neto disse que a tendência é de crescimento.
"A consolidação de medidas micro no Brasil junto com o entendimento de que as reformas serão aprovadas, vai trazer fluxo, e acho também que decisões de investimento local que foram postergadas começam a acontecer", disse.
Crescimento global
Durante sua participação no evento, o presidente do Banco Central afirmou que o mundo está mais uma vez reprecificando um crescimento econômico global mais baixo.
"Para o mercado, o mais provável é que haja desaceleração gradual, com pequena recuperação no segundo semestre, na Europa e em grande parte do mundo, e com desaceleração bastante contida na China", disse.
Para ele, o risco é menor de uma desaceleração mais profunda. "Nosso cenário é de desaceleração mais saudável, especialmente para os mercados emergentes, e isso tem se mostrado com os fluxos, que no começo do ano foram bastante intensos para mercados emergentes", comentou.
Juro baixo e reformas
No evento, o presidente do Banco Central afirmou que "não existe juro baixo com inflação baixa e ancorada, com fiscal desarrumado por muito tempo", em referência à agenda de reformas que busca equilibrar as contas públicas do governo, em especial a da Previdência.
"Estamos vendo o fiscal em três grandes blocos: a Previdência, o juro sobre a dívida, e aqui a solução é patrimonial, que envolve privatizações, e uma parte do funcionalismo, que o ministro da Economia, Paulo Guedes já explicitou várias vezes", disse ele.
Campos Neto evitou comentar a proposta para a Previdência e o tempo de tramitação da reforma no Congresso, mas disse que o "cenário central" do BC é de aprovação.
"Não cabe ao BC quantificar o efeito financeiro nem o timing de aprovação, vamos observar e discutir quando as decisões forem tomadas", disse. "O que interessa para o BC é como isso afeta os canais de transmissão em termos de expectativa na inflação corrente, expectativa futura de inflação e restante de variáveis macro", afirmou.
Inflação
Ainda segundo Campos Neto, a inflação tem convergido para a meta em função de três fatores: o início de um governo reformista, em referência à gestão do ex-presidente Michel Temer, à credibilidade do Banco Central na gestão do ex-presidente do BC Ilan Goldfajn e ao hiato do produto.
Ele lamentou que o spread seja muito alto no Brasil e disse que isso "polui" o canal de transmissão da política monetária para o custo do dinheiro na ponta. "Quando comparamos com outros emergentes, tirando Argentina e Turquia, por motivos óbvios, percebemos que a as taxas de juros, inflação e inadimplência não são muito diferentes, mas o spread no Brasil é muito mais alto, de 17 p.p no Brasil, contra 4,6 p.p na média dos emergentes", disse.
O presidente do BC pontuou também que há um gap muito grande entre a confiança dos empresários no Brasil e o nível de investimentos. Ao destacar que essa magnitude atual do gap é rara, acredita que a tendência é que ou a confiança caia ou os investimentos se recuperem.
Falando em projetos
Campos Neto também pontuou que é importante formular políticas em parceria com o Congresso e disse que a agenda do BC que depende do Legislativo tem pouca resistência entre os parlamentares, porque é uma agenda inclusiva.
O líder do BC disse ainda que é importante ter um alinhamento de ideias com a equipe econômica do governo federal, mas ressaltou que, embora tenha ajudado na campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro, junto com o ministro Paulo Guedes (Economia), os dois desempenham funções diferentes.
E a autonomia?
Comentou também o projeto do governo de dar mais autonomia ao BC e disse que, em razão de experiências recentes em que a credibilidade da instituição foi testada, a lei removeria um prêmio de risco que existe hoje. "E a taxa de juros estrutural ficaria mais baixa", disse.
Em relação a qual das agendas seria mais importante, a de reformas fiscais ou a de autonomia do BC, Campos Neto disse que a ordem dos fatores não altera o produto.
Diretores
O presidente do Banco Central elogiou o trabalho da gestão de Ilan Goldfajn à frente da instituição, tanto na condução da política monetária quanto na comunicação, e disse que seu mandato teve a preocupação de manter a mesma narrativa dos últimos comunicados.
"Trabalho anterior foi excelente e não queríamos mudar nada", disse. "Entre nós, diretores, há opiniões diferentes sobre todos os fatores (de risco), mas vimos que a coisa certa é esperar para elaborar um pouco mais", acrescentou o presidente do BC, ressaltando que a instituição está de olho principalmente na parte externa, no hiato do produto no Brasil e no avanço da agenda de reformas.
*Com Estadão Conteúdo.
Existe vida após o massacre dos IPOs na bolsa? Confira as ações das novatas da B3 que podem ressurgir das cinzas
Enquanto boa parte das ações das novatas amarga perdas pesadas, gestores e analistas avaliam que é possível separar o joio do trigo e encontrar ativos de qualidade por um preço baixo; confira as principais apostas
B3 lança programa de formação em tecnologia para mulheres; veja como se inscrever
A instituição financeira oferece 50 vagas, com possibilidade de contratação no final dos cursos; as inscrições vão até 2 de agosto
Bradesco abre inscrições para o programa de estágio; confira outras vagas com bolsas-auxílio de até R$ 7 mil
Além do banco, Getnet e B3 também abriram inscrições para os programas de estágio; a maioria dos processos seletivos aceitam inscrições até o final de julho
Itaú BBA rebaixa recomendação para B3 (B3SA3) e escolhe a ação de banco favorita para comprar
A dona da bolsa brasileira deve encarar um período de baixa lucratividade, por isso teve a indicação reduzida para neutra e preço-alvo fixado em R$ 13
Oportunidade de lucros de aproximadamente 5% em swing trade com a B3 (B3SA3); confira a recomendação
Identifiquei uma oportunidade de swing trade – compra dos papéis da B3 (B3SA3). Veja a análise
New York, New York! Inter (BIDI11) se despede da B3 hoje rumo à Nasdaq; confira como estão as units no último dia de negociação
A conversão para a bolsa norte-americana deve acontecer na segunda-feira (20), para que as ações sejam listadas e comecem a ser negociadas nos EUA a partir do dia 23 de junho
A B3 (B3SA3) vai ganhar uma rival? CVM abre brecha para competição entre as bolsas; entenda
Após longa discussão, CVM atualizou regulação sobre o funcionamento das bolsas e abre brecha para concorrência com a B3
XP (XPBR31), PagSeguro (PAGS34), Stone (STOC31) ou B3 (B3SA3)? Saiba qual a ação preferida do UBS no setor — e por quê
Todas elas sentem os efeitos das altas taxas de juros no Brasil — o que deve aumentar a inércia entre os investidores tradicionais de varejo —, mas uma se sobressai entre as demais
Estágio: C6 Bank, Basf e XP encerram inscrições nesta semana; confira vagas com bolsas-auxílio de até R$ 2 mil
As empresas oferecem também benefícios como vale-refeição e assistência médica; algumas vagas estão com inscrições abertas até junho
Vivo, Via e B3 abrem mais de 400 vagas para mulheres e PCDs; veja como se inscrever
No formato híbrido, presencial e home office, as vagas da Via, Vivo e B3 são voltadas para as áreas operacionais e corporativas
B3 (B3SA3) volta a corrigir erro nos dados e revela que 2021 terminou com fluxo estrangeiro negativo após R$ 77,9 bilhões em dinheiro gringo “sumirem” da conta
Vale lembrar que a entrada de capital estrangeiro ajuda na performance do mercado acionário e de câmbio. Por isso, a nova cifra não pinta um quadro positivo para o país
Getnet (GETT11) surpreende com intenção de cancelar registro na B3 e na Nasdaq sete meses após a estreia; veja quanto a empresa pagará por ação
A empresa não revelou os motivos por trás da retirada, mas uma breve análise do contexto macroeconômico e setorial pode fornecer várias pistas
Além da bolsa: B3 lança fundo de R$ 600 milhões para investir em startups
O fundo independente da B3, L4 Ventures Builder, vai investir em startups dos setores de energia, carbono e solução para fintechs
Lucro líquido da B3 (B3SA3) recua para R$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre; confira os destaques financeiros da operadora da bolsa brasileira
O lucro societário, que é usado como referência para o pagamento de dividendos, apresentou queda maior e somou R$ 1,1 bilhão
Problemas para declarar o Imposto de Renda? Conheça 3 aplicativos que podem te ajudar
Conheça três ferramentas que agilizam o processo de declaração ou ajudam os investidores a calcular e recolher o IR
Ação da WEG (WEGE3) segue atrativa na bolsa e tem potencial de alta de quase 40%, diz XP
Queda do dólar pode afetar a WEG, mas expansão da energia solar no Brasil e mercado internacional se mostram favoráveis à empresa, segundo os analistas
Kora Saúde (KRSA3) anuncia programa de recompra de ações depois de queda de mais de 50% desde o IPO
Ideia do conselho de administração da empresa de hospitais que estreou na B3 em agosto é recomprar até 10% das ações em circulação até 11 de outubro de 2023
Fluxo secou? B3 corrige erro nos dados e R$ 27 bilhões em dinheiro estrangeiro “somem” da bolsa em 2022
A operadora da bolsa no país anunciou hoje que fará uma “revisão metodológica” dos dados sobre renda variável dos últimos três anos
Bolsa brasileira muda de horário na próxima segunda-feira com início do horário de verão dos EUA; confira
Mudança vai acontecer no dia 14 de março e serve para ajustar o horário do mercado local ao dos EUA
A Oi pediu e a B3 atendeu: OIBR3 vai poder continuar operando como ‘penny stock’ por mais algum tempo, mas não para sempre
Oi conseguiu junto à B3 um pouco mais de tempo para reverter a situação de penny stock sem ter que promover um agrupamento de ações