De office boy a gestor de R$ 36 bilhões na badalada SPX: a história de Rogério Xavier que você não conhece
À frente de um dos multimercados mais cobiçados do Brasil, com retorno histórico de 276% do CDI, ele resolveu ser gestor depois de ler uma entrevista na Playboy

No começo da década de 80, Rogério Xavier era um jovem apaixonado por Química. Ele se saía bem na disciplina e os professores começaram a indicá-lo para aulas particulares. A carreira já estava traçada: engenheiro químico. Até que uma revista mudou o seu destino (e o dos investidores de fundos). Não era uma revista qualquer: uma Playboy, tomada emprestada de um amigo na escola.
Foi uma matéria daquela revista – sim, ao menos algum jovem de 16 anos conseguiu se concentrar nas entrevistas da Playboy – que inspirou Rogério a construir o caminho que o levou nos anos seguintes ao que é hoje: o homem à frente da SPX, a tão admirada gestora brasileira, com R$ 36 bilhões em multimercados e fundos de ações.
O Raptor, estrela da casa, rende desde sua criação, em 2010, 276% do CDI. O Nimitz, fundo de mais baixa volatilidade, provoca correria no varejo a cada rara abertura para novas aplicações (no momento é possível encontrá-lo somente na Ágora, mas vale avisar que está na fila seja qual for sua corretora).
Em uma palestra para alunos da PUC-RJ, à qual tive acesso, o gestor, avesso a entrevistas e à exposição, contou sua história. Ali naquela revista estava sua inspiração: um executivo que operava moedas no Bankers Trust, um banco de investimentos.
Rogério gostou da rotina, da forma como o entrevistado operava... mas os olhos do jovem de vida financeira apertada brilhou mesmo foi para a remuneração. Em 1982, o executivo do Bankers Trust tinha faturado, em bônus, algo equivalente a US$ 3 milhões.
"Eu terminei o texto e pensei: Eu quero fazer isso, quero ser esse cara", disse o gestor para a platéia da PUC. Rogério passou a desejar fazer parte do ambiente desafiador e competitivo do mercado financeiro, que parecia semelhante ao dos esportes, que àquela época tanto lhe seduziam.
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Já no dia seguinte, ele pediu para trocar de turma na escola: saiu do preparatório para Tecnologia e foi para o de Humanas. A intenção inicial era estudar Economia na PUC, mas a versão noturna do curso não existia. E ele precisava trabalhar.
Um currículo ou um cartão de visitas?
Dada a fama da gestora carioca e o sotaque, ninguém jamais desconfiaria, mas Rogério é paulista. Os pais dele, imigrantes portugueses, vieram para o Brasil em busca de uma vida melhor. O gestor veio dentro da barriga da mãe e nasceu em setembro de 1966. Somente aos seis anos foi morar no Rio. O dinheiro da família dava para o essencial. Os trocados garantidos com as aulas de Química eram desviados para curtir uma música, uma das paixões dele.
Dada a necessidade de trabalhar, o jeito foi estudar Administração, aproveitando algumas matérias da Economia. Rogério foi aprovado. A próxima etapa do plano era um pouco mais complexa: conseguir um emprego em um banco de investimentos. Na falta de um Google à época, o jeito foi sair perguntando.
Logo ele descobriu que o melhor banco de investimentos brasileiro era o Garantia – sim, aquele fundado por Jorge Paulo Lemann, dono da Inbev, Heinz, Lojas Americanas...
O jovem não hesitou: com o currículo embaixo do braço, tomou um ônibus para o centro da cidade. Avenida Almirante Barroso, 52, 33º andar – Rogério Xavier se lembra do endereço de cor até hoje.
O retorno veio em pouco tempo na forma de uma ligação do Garantia. A pergunta é o que ele tinha deixado lá. "É o meu currículo!" – respondeu o jovem. Ao que a pessoa do outro lado rebateu: "Como assim? Aqui só tem seu nome, endereço e telefone. Isso aqui parece um cartão de visitas!".
Rogério não recuou. Ele explicou que tinha acabado de passar no vestibular. E, surpresa: ouviu um convite para ir até o escritório. A equipe do Garantia queria conhecê-lo. Sorte do Garantia.
O jovem foi aprovado na conversa, mas ainda nem tinha começado a faculdade. Saiu do Garantia com a promessa de uma ligação dentro de um ano. Até lá, conseguiu um estágio na Caixa Econômica Federal. E a ligação de fato veio – com um aceite imediato.
De office-boy a Steve Jobs
A vaga era de liquidante – a função era como a de um office-boy. Naquela época, sem home broker, informações na nuvem e tudo mais, as operações eram liquidadas presencialmente e Rogério Xavier cuidava de garantir que os cheques fossem descontados.
Obviamente as empresas não eram próximas dos bancos e das financeiras. Era uma correria, literalmente. Para participar de um leilão de títulos públicos, era preciso entregar o envelope com a proposta. Como perder um leilão era motivo certo para demissão, o jeito era sair correndo com a proposta na mão.
Rogério não somente sobreviveu à rotina, como, no ano seguinte, foi chamado para trabalhar na mesa de operações. Ele faria parte do Controle, que lastreava todas as operações que eram fechadas. Primeiro dia de trabalho: lançamento do Plano Cruzado! O gestor respira até hoje a tensão daquele dia, quando teve medo de ser demitido, perdido em meio às ordens.
O trabalho começava às 7 da manhã e terminava às 2 da madrugada. O estudo ficou de lado, a faculdade trancada, mas o sonho mais vívido do que nunca – o jovem observava de perto os grandes bônus dos executivos admirado.
Azar do Garantia
A recompensa começou a vir de fato em 1988, quando o atual gestor da SPX se tornou operador do Garantia. O banco estava montando a área de gestão de fortunas e ele ganhou o posto de gestor júnior de renda fixa. Logo, entretanto, o Garantia mudou de cidade, para se instalar em São Paulo, e Rogério não foi convidado para a viagem, mas sim desligado. Que decepção... Azar do Garantia.
Em 1989, o sonho ressuscitou – Rogério foi chamado para trabalhar no Banco da Bahia, da família Mariani (que posteriormente mudou de nome para BBM). Ele foi ser operador de renda fixa. Paralelamente, voltou à faculdade, com o objetivo de concluí-la enfim. Em 1991, veio o convite para ir trabalhar em São Paulo. Com o curso em conclusão, Rogério pediu a namorada em casamento e partiram os dois: ele com 24 anos, ela com 21.
Em São Paulo, Rogério era rei, graças à tecnologia. Enquanto na matriz, no Rio, já se usavam computadores, no escritório paulista todas as contas eram feitas na calculadora HP12C. Quando fez os links para que os preços da Bolsa aparecessem em sua planilha – algo que qualquer estagiário do mercado financeiro hoje sabe fazer – o escritório todo parou atrás da mesa dele maravilhado.
Foi seu momento Steve Jobs, sinal de escolha certa: àquela altura, a competição em São Paulo era muito menos acirrada.
De ás da tecnologia a gestor renomado
Em São Paulo, Rogério cresceu rapidamente. Em 1995, ele já era sócio do banco e responsável pela filial de São Paulo. O bom desempenho em momentos de vento contrário, como as crises do México, em 1994, e da Ásia, em 1997, levaram-no ao cargo de diretor do banco. Também na nossa própria crise, em 1999, ele conseguiu bons resultados com a decisão do BC de deixar o câmbio flutuar.
Com seus resultados excepcionais, o jovem foi chamado de volta ao Rio. E assim passou a dividir a mesa de operações com outro diretor. Daí a tesoureiro do banco, à frente de todas as mesas de operações, foi um pulo. E, em 2008, ele passou a cuidar da área de gestão de recursos do banco. Era o embrião da gigante dos multimercados brasileira, a SPX.
Sob as mãos de Rogério, o valor investido nos fundos do Banco da Bahia saiu de R$ 40 milhões para R$ 4 bilhões.
E nasce a SPX
Depois de completar 21 anos de banco, em abril de 2010, Rogério Xavier decidiu sair do BBM. Ele conta que, a essa altura, não fazia ideia do que ia fazer da vida. E que só tinha uma certeza: não seria uma empresa de gestão de recursos.
Criar uma sociedade, em especial, era motivo de preocupação. Sociedade é como casamento, pensava: você precisa conhecer a pessoa, noivar, se casar e depois alimentar todos os dias para fazer durar. E como conhecer uma noiva tão rápido?
Em meados do ano, várias pessoas que trabalharam com Rogério no BBM por mais de dez anos decidiram também deixar a instituição. Ele conta que foi a deixa para criar a SPX. O plano era modesto, só que não: ser a maior e melhor gestora de recursos do Brasil.
Deu certo. Hoje a SPX é a única gestora independente brasileira com presença internacional relevante – o próprio Rogério se divide entre os escritórios brasileiros e estrangeiros. A casa tem sede em Londres há dois anos e está montando escritório em Washington. São ao todo 125 colaboradores e 30 sócios.
A gestora é reconhecida por ser uma das poucas casas brasileiras estruturadas de fato como uma empresa, com perenidade. Ainda que Rogério seja o principal nome, há outros sócios reconhecidos, como Leonardo Linhares, que seleciona ações para os fundos da casa e Beny Parnes, o economista-chefe.
Para os estudantes da PUC, Rogério Xavier fez questão de enfatizar o fato de que faz a SPX para perpetuá-la, não para vendê-la ou qualquer coisa do tipo. Ele incentivou os jovens a encontrar uma carreira que realmente os motivasse. E fechou com sua frase favorita: "A montanha é muito alta e a subida é muito dura, mas a vista lá em cima é muito linda". E rentável!
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