Para Mobius, o mundo que se desenha favorece consumo nos emergentes: “As pessoas olham os Kardashians e querem fazer o que eles estão fazendo”
Estudos mostram que elevação de taxa de juros nos Estados Unidos não é necessariamente ruim para bolsas de países emergentes, diz especialista
Para aproveitar oportunidades nos mercados emergentes, um investidor carece de duas habilidades: avaliar o time que gere a empresa e ser um otimista. É o que diz o maior especialista global nesse tipo de país quando se trata de investimento em ações, Mark Mobius.
Em uma conversa com o Seu Dinheiro, o guru diz que a conjuntura global do momento, que tanto preocupa investidores, não é necessariamente ruim para emergentes.
Hoje estamos discutindo se a economia dos Estados Unidos está no fim do ciclo, o Federal Reserve está em processo de aperto monetário... Esse novo cenário não tende a penalizar os mercados emergentes?
Antecipou-se muito que esse eventual efeito negativo de uma taxa de juros mais alta nos Estados Unidos sobre os mercados emergentes. Mas descobrimos em estudos que fizemos que não há uma correlação clara entre uma alta dos Fed Funds e uma alta de juros dos países emergentes por tabela. Há tantos outros fatores que precisam estar presentes…
Mas não é de se esperar uma fuga para ativos norte-americanos, puxada por essa elevação dos juros por lá?
Você tem uma situação no Brasil em que a economia está crescendo, os juros estão caindo, o mercado acionário está subindo... As pessoas vão querer colocar dinheiro no Brasil, mesmo com a taxa de juros mais baixa, porque é mais seguro. As pessoas olham para risco potencial. Vou te dar um exemplo: Por que para o euro a taxa de juros é negativa? Outro dia, eu tinha um pouco de euro numa conta de banco, eu olhei para o extrato e tinha um sinal de menos! “O quê?! Eu mal mexi nisso!” E porque isso? Pela confiança. As pessoas querem colocar o dinheiro no euro. É o mesmo com o franco suíço.
Mas a liquidez mais escassa no mundo não será um desafio em 2019?
Eu não acho, o investimento continuará vindo para o Brasil. Quando a confiança voltar, não haverá falta de dinheiro. Só para dar um exemplo, o maior fundo de pensão do mundo fica na Noruega, aquele país tão pequeno. Eles têm quase US$ 1 trilhão e precisam colocar esse dinheiro em algum lugar. Que lugar do mundo não tem investimento deles? Quando ainda estava na Franklin Templeton tinha US$ 1 bilhão do dinheiro norueguês na Turquia. Tenho certeza que eles têm mais do que isso no Brasil.
Então não há falta de dinheiro no mundo, pode haver falta de confiança. Essa é a chave. Isso é muito interessante, veja o exemplo do bitcoin...
Leia Também
O senhor disse em entrevista recente à CNBC que a guerra comercial entre EUA e China ainda não acabou. Por quê ? E quais devem ser as implicações para os mercados emergentes?
Quando Trump está sentado em seu escritório ele se pergunta “Qual é o déficit comercial com o México?” US$ 60 bilhões. “Qual é o déficit comercial com o Canadá?” US$ 70 bilhões. “Qual é o déficit comercial com a China?” US$ 300 bilhões a US$ 400 bilhões. É nisso que ele está focado, ele é um homem de negócios. Ele se pergunta “Onde temos perdas? Vamos em cima dos chineses”. Então ele pega um livro chamado “A Hundred Year Marathon” [bestseller do especialista em questões chinesas e conselheiro de Trump Michael Pillsbury, publicado em 2016, que conta sobre um suposto plano secreto de Pequim em curso para superar os Estados Unidos como maior potência global]. Então ele se dá conta que não é só uma guerra comercial, é uma disputa militar, tecnológica... Por isso esse conflito não chegará ao fim rapidamente. Mas será um conflito pacífico.
E o interessante é que outros países estão começando a concordar com o discurso dos Estados Unidos, já que eles têm déficits comerciais com a China. Estão começando a acordar. Engraçado, estava lendo o comentário de um jornalista que esteve na cobertura do G-20 [em Buenos Aires, no fim de semana passado] e ele entrevistou um dos líderes do governo em um encontro confidencial. A autoridade dizia “Eu concordo com tudo o que o Trump está dizendo. Mas eu odeio ele” (risos).
Há uma série de mudanças em curso no mundo. Vejamos o Brexit, muita gente na Europa estava farta com as regras e imposições estabelecidas pela União Europeia. Você vê o Bolsonaro aqui no Brasil... São mudanças políticas importantes .
E qual deve ser a influência desses movimentos políticos sobre os mercados emergentes?
Isso é importante, porque há essa tendência populista, que vem como resultado da Internet. Antes, você pegava um jornal local e tinha a história que eles queriam te contar. Agora, a Internet te traz todo tipo de ideia, e todo tipo de lixo. E você tem o poder de selecionar diferentes pontos dos quais que você nunca se deu conta que existiam. Isso é uma grande mudança. Por exemplo, o The New York Times é contra o Trump, a CNN é contra o Trump, a CNBC... Como esse cara consegue ganhar uma eleição?
O mesmo aconteceu aqui no Brasil, com a maior parte da mídia anti-Bolsonaro...
Sim! A Internet representa essa grande mudança. E esse movimento pode até ser perigoso, porque alguns movimentos populistas são loucos, têm ideias malucas...
Mas qual o impacto real dessa mudança nas economias emergentes?
Mais consumismo. As pessoas olham os Kardashians e querem fazer o que eles estão fazendo. Quem diabos são os Kardashians? (Risos) Tem alguém no Zimbábue agora na Internet pensando “Os Estados Unidos são legais, quero ir para lá. Olha como vivem na Itália, quero conhecer...” E começam a se mover.
Veja os movimentos migratórios no mundo. A caravana de migrantes da América Central atravessando o México rumo aos Estados Unidos. Eles carregam bandeiras. É porque eles veem isso na Internet. São grandes movimentos de pessoas ao redor do mundo. Havia um movimento agora neste fim de semana na Avenida Paulista, de venezuelanos reivindicando melhor tratamento...
Seu foco é em emergentes há mais de 40 anos, mas olhados de fora, esses países parecem muito diferentes entre si. Quais seriam então os pré-requisitos para um investidor apostar nos mercados emergentes e ser bem-sucedido?
Em primeiro lugar, é preciso ter muita convicção no potencial de crescimento. É preciso saber disso. Outra coisa é que é preciso olhar para as pessoas que estão atrás das empresas. Lucros são importantes, mas talvez seja até mais importante quem está conduzindo a empresa e como os acionistas estão sendo tratados. Muitas das companhias não se dão conta de que elas são abertas, os executivos as dirigem como se fossem privadas, é preciso tratar os acionistas corretamente.
Resumindo, você precisa ter otimismo, querer investir mesmo quando as coisas parecem ruins, e, uma vez que tenha decidido investir, precisa olhar para o time que gere a empresa.
Banco do Brasil (BBAS3) oferece até 70% de desconto na compra de imóveis em todo o país
A nova campanha reúne mais de 150 imóveis urbanos disponíveis para leilão e venda direta, com condições especiais até 15 de dezembro
Curiosos ou compradores? Mansão de Robinho, à venda por R$ 11 milhões, ‘viraliza’ em site de imobiliária; confira a cobertura
No mercado há pelo menos seis meses, o imóvel é negociado por um valor acima da média, mas tem um motivo
Este banco pode devolver R$ 7 milhões a 100 mil aposentados por erros no empréstimo consignado do INSS
Depois de identificar falhas e cobranças irregulares em operações de consignado, o INSS apertou o cerco contra as instituições financeiras; entenda
A decisão da Aneel que vai manter sua conta de luz mais cara em novembro
Com o nível dos reservatórios das hidrelétricas abaixo da média, a Aneel decidiu manter o custo extra de R$ 4,46 por 100 kWh, mas pequenas mudanças de hábito podem aliviar o impacto no bolso
Cosan (CSAN3) levanta R$ 9 bilhões em 1ª oferta de ações e já tem nova emissão no radar
Em paralelo, a companhia anunciou que fará uma segunda oferta de ações, com potencial de captar até R$ 1,44 bilhão
Lotofácil 3529 tem 16 ganhadores, mas só um deles fica mais perto do primeiro milhão
A Lotofácil tem sorteios diários e volta à cena nesta terça-feira (4) com um prêmio maior do que de costume. Isso porque o sorteio de hoje tem final zero, para o qual é feita uma reserva especial.
Laika vai para o espaço: a verdadeira história da ‘astronauta caramelo’
Há exatos 68 anos, a cadela Laika fazia história ao ser o primeiro ser vivo a deixar a órbita do planeta Terra rumo ao espaço
Serasa inicia o Feirão Limpa Nome 2025 com descontos de até 99% e dívidas parceladas por menos de R$ 10
Mutirão do Serasa reúne mais de 1.600 empresas e oferece condições especiais para quem quer encerrar o ano com o nome limpo
Convocação da seleção brasileira: última lista de Ancelotti em 2025 derruba valor da equipe canarinho
A última convocação da seleção brasileira de Ancelotti em 2025 trouxe novidades como Luciano Juba e Vitor Roque, mas fez o valor de mercado da equipe cair
Convocação da Seleção Brasileira: veja onde assistir ao vivo à última lista de Ancelotti em 2025
A última convocação de Carlo Ancelotti à frente da Seleção Brasileira acontece nesta segunda (3); veja o horário e onde assistir ao anúncio ao vivo
Receita coloca organizações criminosas na mira e passará a exigir o CPF de todos os cotistas de fundos de investimentos; entenda o que você precisa fazer
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a iniciativa foi inspirada na Operação Carbono Oculto, que investiga suspeitas de lavagem de dinheiro do PCC por meio de fundos de investimento
Sorteios das Loterias Caixa têm novo horário a partir de hoje (3); veja como ficam os sorteios da Mega-Sena e outros jogos
Mudança em horário de sorteio das loterias começa a valer nesta segunda-feira (3); prazos para apostas também foram atualizados
Maré baixa para fundos de infraestrutura isentos de IR, dados de PMI, e o que mais o investidor precisa saber hoje
Rentabilidade das debêntures incentivadas, isentas de IR, caiu levemente mês passado, mas gestores se preocupam com ondas de resgates antecipados; investidores também estão de olho em dados econômicos internacionais e na fala de dirigente do Fed
Decisão do Copom, balanço da Petrobras (PETR4) e mudança de horário das bolsas — confira a agenda econômica da semana
A temporada de resultados pega fogo aqui e lá fora, enquanto a política monetária também dá o tom dos mercados no exterior, com decisão na Inglaterra, discursos do BCE e ata do BoJ
Horário de verão na bolsa? B3 vai funcionar por uma hora a mais a partir desta segunda-feira (3); entenda a mudança
A Bolsa de Valores brasileira ajusta o pregão para manter sincronia com os mercados de Nova York, Londres e Frankfurt. Veja o novo horário completo
Mega-Sena começa novembro encalhada e prêmio acumulado já passa dos R$ 40 milhões
Se a Lotofácil e a Quina entraram em novembro com o pé direito, o mesmo não pode ser dito sobre a Mega-Sena, que acumulou pelo terceiro sorteio seguido
Quina desencanta e faz 19 milionários de uma vez só, mas um deles vai ficar bem mais rico que os outros
Depois de acumular por 14 sorteios seguidos, a Quina pagou o maior prêmio das loterias sorteadas pela Caixa na noite de sábado, 1º de novembro
Lotofácil entra em novembro com o pé direito a faz um novo milionário no Nordeste
Ganhador ou ganhadora Lotofácil 3528 poderá sacar o prêmio a partir de amanhã, quando vai mudar o horário dos sorteios das loterias da Caixa
De hacker a bilionário: o único não herdeiro na lista de ricaços brasileiro antes dos 30 da Forbes construiu seu patrimônio do zero
Aos 28 anos, Pedro Franceschi é o único bilionário brasileiro abaixo dos 30 que construiu sua fortuna do zero — e transformou linhas de código em um império avaliado em bilhões
Caixa abre apostas para a Mega da Virada 2025 — e não estranhe se o prêmio chegar a R$ 1 bilhão
Premiação histórica da Mega da Virada 2025 é estimada inicialmente em R$ 850 milhões, mas pode se aproximar de R$ 1 bilhão com mudanças nas regras e aumento na arrecadação
