Após fim da disputa entre sócios, Pernambucanas tenta recuperar lugar no varejo
Presidente da empresa, Sérgio Borriello, disse que planeja colocar o pé no acelerador após um período de reorganização corporativa e abrir 32 lojas em 2019

Após briga entre herdeiros e diversos dificuldades operacionais, a Pernambucanas deve começar o próximo ano em expansão. A companhia vai fechar 2018 com a abertura de 28 novas lojas e prevê elevar o total de inaugurações para 32 no ano que vem. Para 2020 e 2021, a proposta é ainda mais ousada, com um total de 90 unidades. A informação é do "Broadcast", do Estadão desta segunda-feira, 17.
O presidente da empresa, Sérgio Borriello, disse que planeja colocar o pé no acelerador após um período de reorganização corporativa, que incluiu a decisão de encerrar a venda de eletrodomésticos, há dois anos.
Mas mesmo com planos tão ambiciosos, a companhia ainda ficará longe do domínio que já teve do varejo brasileiro, segundo especialistas ouvidos pelo jornal "Estado de S. Paulo".
Em seu auge, a Pernambucanas chegou a ter mais de 700 lojas no País - e era conhecida por sua forte presença em cidades do interior. Mesmo com a recente retomada do crescimento, a empresa fechará 2018 com 336 lojas em nove Estados. Caso consiga entregar o crescimento estimado para os próximos anos, a companhia chegará a 458 unidades ao fim de 2021.
Embora os problemas da companhia tenham ficado mais evidentes nos últimos anos - entre 2014 e 2017, viu sua receita cair 25% -, a verdade é que as disputas internas da Pernambucanas se arrastam há décadas. O maior dos imbróglios, resolvido há pouco mais de um ano, começou em 1990, quando faleceu Helena Lundgren, neta do fundador da companhia, que à época era dona de 50% do negócio.
Na divisão dos bens, Helena priorizou a filha Anita Harley - ela ficou com metade de suas ações, enquanto o restante foi dividido entre os outros filhos, Anna Christina e Robert. Mas o testamento condicionava que a participação de ambos na empresa deveria ser administrada por Anita. Com a morte de Anna Christina e Robert - em 1999 e 2001, respectivamente -, iniciou-se uma disputa entre Anita, uma das mulheres mais ricas do País, e os sobrinhos, que perdurou até o ano passado.
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Um acordo homologado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2017 determinou que Anita não poderia mais administrar a parte que cabia aos nove sobrinhos. Desta forma, Anita seguiu com seus 25% na Pernambucanas, o suficiente para continuar a maior acionista individual da varejista. Já os 25% de Anna Christina e Robert foram distribuídos entre os sobrinhos, que também receberam dividendos atrasados. Os 50% restantes da Pernambucanas pertencem a outros ramos da família.
Recuperação
Em 2017, a rede conseguiu manter sua receita estável, em cerca de R$ 2,8 bilhões, e viu seu lucro aumentar quase 250%, para R$ 203 milhões. O resultado foi atingido, segundo Borriello - que chegou à companhia como diretor financeiro e acabou de completar dois anos à frente do negócio -, apesar de a companhia não contar mais com a venda de eletrodomésticos, que ainda representavam 12% do faturamento na época em que a venda desses produtos foi descontinuada.
As confecções passaram a ser o foco. Essa aposta se deu por um motivo simples, segundo o executivo: a busca pela lucratividade, que começou a aparecer em 2017. “A operação de eletrodomésticos apresenta uma margem muito baixa, de cerca de 7%, enquanto a do vestuário gira em torno de 30%”, compara.
A companhia conseguiu ajustar a operação em um período adverso para o varejo brasileiro. No entanto, o consultor em varejo Marcos Gouvêa de Souza, da GS&MD, ressalva que a rede está correndo atrás do prejuízo, já que os problemas que enfrentava impediram que tirasse proveito do “boom” do varejo no início da década, como o fizeram grupos como Renner, Magazine Luiza e Riachuelo.
*Com Estadão Conteúdo
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