Acordo da UE com Mercosul no governo Bolsonaro será difícil, diz Merkel
Para líder alemã, reunião dos blocos em Montevidéu pode ser última chance antes de encarar dificuldades com nova presidência

Em meio à fase decisiva nas negociações entre Mercosul e União Europeia, em Montevidéu, a chanceler alemã, Angela Merkel decidiu mandar uma mensagem clara nessa quarta-feira, 12.
A líder alemã afirmou que o novo governo brasileiro do presidente eleito Jair Bolsonaro tornará o tratado mais difícil de ser alcançado.
“O tempo para um acordo entre a UE e Mercosul está se esgotando. O acordo deve acontecer muito rapidamente, pois, do contrário, não será tão fácil alcançá-lo com o novo governo do Brasil”, disse Merkel, no Parlamento alemão, ao ser questionada por parlamentares.
O alerta de Merkel ocorreu às vésperas do último dia das negociações entre Mercosul e UE.
Nesta quinta-feira, 13, os dois blocos encerram as conversas em Montevidéu sem qualquer perspectiva de um acordo.
Para o Mercosul, os avanços foram “milimétricos”, segundo uma fonte que acompanha as negociações, e insuficientes para que haja um acordo. Há duas semanas, os dois blocos já haviam tentado chegar um entendimento.
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Desde a última segunda-feira, os diplomatas voltaram a se reunir, desta vez no Uruguai, para o que seria a “última chance” de um acordo ainda em 2018. Tanto do lado do Mercosul como da UE, existe a percepção de que o pacote negociado até aqui poderia ser desfeito pelo próximo governo.
Sua equipe já indicou que poderia dar preferências a uma relação mais estreita com os EUA e, em parte, ignorar o Mercosul. Os temores da UE se confirmaram com a escolha de Ernesto Araújo como o futuro chanceler. Entre os diversos textos escritos pelo diplomata, ele chega a citar a Europa como um continente “vazio culturalmente” e dando claras indicações de que Washington será sua referência.
*Com Estadão Conteúdo
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