PIB cresce 0,8% no 3º trimestre. E meus investimentos com isso?
Sendo direto e franco, o crescimento “passado” pouco importa. O desempenho da sua carteira em renda fixa ou variável depende mesmo do que acontecerá aqui em Brasília
A economia brasileira deu continuidade à recuperação depois da pior recessão da história e mostrou um crescimento de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre em comparação com o período anterior. O número veio em linha com o previsto e não muda perspectivas para ações ou títulos do Tesouro. O que importa mesmo é a agenda de reformas.
O clichê é conhecido, dizendo que o PIB é um olhar pelo retrovisor. E essa imagem cabe bem, pois dificilmente os dados trazidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) surpreendem muito para mais ou para menos.
Segundo o economista-chefe da Quantitas Asset Management, Ivo Chermont, apesar de ser um indicador relevante, raramente o PIB vai ser tão surpreende a ponto de levar o mercado e a autoridade monetária a reverem a trajetória esperada para a taxa de juros.
O Banco Central (BC) tem a difícil, e por vezes ingrata, tarefa de olhar para frente e pelas suas projeções com relação ao crescimento, a retomada segue moderada, com elevação de 1,4% neste ano e 2,4% em 2019, o que mantém espaço para que a recuperação continue acontecendo sem gerar pressão sobre a inflação. O chamado hiato do produto (diferença entre o PIB atual e o PIB potencial, que mede o quanto a economia poderia crescer) continua bastante aberto.
Assim, a perspectiva é de estabilidade da Selic nos atuais 6,5% ao ano por mais tempo, boa notícia para bolsa de valores, Fundos Imobiliários e para quem está prefixado no Tesouro.
Na Quantitas, Chermont trabalha com um ajuste para cima no juro básico apenas em outubro de 2019, com o ciclo de aperto indo até 7,75% ao ano.
O movimento da Selic continua sendo um ajuste, uma normalização, e não uma mudança de instância da política monetária para o modo restritivo, que acontece quando o BC precisa conter o ritmo de crescimento para manter a inflação e as expectativas na meta.
O ponto principal, segundo o economista, continua sendo a realização ou não de reformas em 2019. Isso sim pode mudar as perspectivas.
“Se não tiver reforma nenhuma os preços serão outros, as expectativas não estarão mais ancoradas nas metas e o BC tem de antecipar o ciclo de ajuste”, afirma.
O contrário também é valido. Pois se o governo consegue realizar os ajustes necessários no lado fiscal, as perspectivas mudam, podendo postergar também o ciclo de alta do juro.
Olhando para frente
O economista e sócio da GO Associados, Eduardo Velho, avalia que o dado interessante foi o aumento do investimento (alta de 6,6%), mesmo que parte do crescimento se deva a questões metodológicas envolvendo a contabilidade de plataformas de petróleo.
Esse aumento do investimento, aliado ao crescimento do consumo das famílias cria condicionantes melhores para que esse cenário de retomada se mostre sustentável. Quadro reforçado pela queda da inflação e a manutenção dos juros em patamar baixo.
“A tendência para comércio e serviços é continuar melhorando”, avalia.
Ainda sobre comércio e serviços, Velho chama atenção para os indicadores de inadimplência no setor financeiro e fora dele (contas de luz, água, telefonia e financiamentos com varejistas) que estão diminuindo. Isso mostra que as famílias estão ajustando seus orçamentos o que dá sustentação a um crescimento da demanda interna.
No lado da demanda externa é esperada uma menor contribuição das exportações, em função da queda no preço das commodities e de uma desaceleração da China. Além disso, o crescimento doméstico tende a ampliar a demanda por importação de bens e serviços.
“A demanda externa está com contribuição negativa, sinal claro do crescimento maior do Brasil. Mas a demanda interna vai superar essa contração externa”, explica.
Segundo o economista, o viés para o crescimento futuro é positivo, algo reforçado pelos últimos indicadores de confiança de diversos segmentos empresariais, que estão voltando para patamares não vistos desde 2014. Sinal de que os empresários estão bem confiantes e devem acelerar os investimentos.
“O que pode atrapalhar é a questão das reformas, a questão política”, conclui.
Esquenta dos mercados: Cautela prevalece e bolsas internacionais acompanham bateria de dados dos EUA hoje; Ibovespa aguarda prévia do PIB
As bolsas no exterior tentam emplacar alta, mas os ganhos são limitados pela cautela internacional
Esquenta dos mercados: Depois de dia ‘sangrento’, bolsas internacionais ampliam quedas e NY busca reverter prejuízo; Ibovespa acompanha dados do varejo
Os futuros de Nova York são os únicos que tentam emplacar o tom positivo após registrarem quedas de até 5% no pregão de ontem
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições
Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão
Esquenta dos mercados: Inflação dos EUA não assusta e bolsas internacionais começam semana em alta; Ibovespa acompanha prévia do PIB
O exterior ignora a crise energética hoje e amplia o rali da última sexta-feira
Esquenta dos mercados: Inflação e eleições movimentam o Ibovespa enquanto bolsas no exterior sobem em busca de ‘descontos’ nas ações
O exterior ignora a crise energética e a perspectiva de juros elevados faz as ações de bancos dispararem na Europa
Esquenta dos mercados: Decisão de juros do BCE movimenta as bolsas no exterior enquanto Ibovespa digere o 7 de setembro
Se o saldo da Independência foi positivo para Bolsonaro e negativo aos demais concorrentes — ou vice-versa —, só o tempo e as pesquisas eleitorais dirão
Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior deixam crise energética de lado e investidores buscam barganhas hoje; Ibovespa reage às falas de Campos Neto
Às vésperas do feriado local, a bolsa brasileira deve acompanhar o exterior, que vive momentos tensos entre Europa e Rússia
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem com crise energética no radar; Ibovespa acompanha calendário eleitoral hoje
Com o feriado nos EUA e sem a operação das bolsas por lá, a cautela deve prevalecer e a volatilidade aumentar no pregão de hoje
Ibovespa vs. S&P 500: quem ganha na ‘eleição’ das bolsas?
No podcast Touros e Ursos desta semana, recebemos Matheus Spiess, analista da Empiricus e colunista do Seu Dinheiro, para comentar sobre o que esperar para as bolsas brasileiras e americanas daqui para frente
A bolsa costuma subir ou cair antes das eleições? Saiba como o Ibovespa se comportou na reta final das últimas votações e o que esperar agora
A um mês do primeiro turno das Eleições 2022, veja como o Ibovespa se comportou no mesmo período antes de todas as escolhas presidenciais desde 1998
Leia Também
-
Ações da Multiplan (MULT3) saltam na B3 após balanço e CEO diz por que deve seguir estratégia oposta à da rival Allos no portfólio de shoppings
-
Anglo American recusa proposta “oportunista e pouco atraente” de quase US$ 39 bilhões da BHP e barra megafusão
-
Bolsa hoje: Ibovespa sobe 1% com commodities e Wall Street após inflação nos EUA; dólar cai e opera próximo a R$ 5,10
Mais lidas
-
1
Vale (VALE3) e a megafusão: CEO da mineradora brasileira encara rivais e diz se pode entrar na briga por ativos da Anglo American
-
2
Órfão das LCI e LCA? Banco indica 9 títulos isentos de imposto de renda que rendem mais que o CDI e o Tesouro IPCA+
-
3
Como a “invasão” dos carros chineses impacta as locadoras como a Localiza (RENT3) e a Movida (MOVI3)