Haddad acena ao mercado com novo plano direcionado à indústria
Campanha de petista aposta em plano de “reindustrialização” e defende comércio com parceiros internacionais

Para tentar se aproximar do mercado, o presidenciável Fernando Haddad anunciou uma nova estratégia do PT direcionada ao setor industrial nesta quarta-feira, 10.
O petista disse que sua equipe vai adotar uma abordagem diferente daquela do plano de governo elaborado pelo ex-presidente Lula.
No caso de Haddad, o novo foco recai em um plano de "reindustrialização", fortemente direcionado a um aumento na taxa de investimento.
No programa anterior, o partido via nos bancos públicos um papel importante no padrão de financiamento dessa reindustrialização. Esse ponto do programa "original" não foi repetido agora pela equipe de Haddad, mesmo porque não deram certo no governo Dilma Rousseff.
A equipe do candidato petista, no entanto, mantém na recuperação do mercado consumidor interno um pilar da retomada da atividade econômica.
"Em segundo lugar, é fundamental retomar o dinamismo do mercado consumidor interno, através do aumento da renda, da retomada do emprego e do crédito", informa em documento.
Competitividade
Além disso, o petista defende a intensificação do comércio com parceiros internacionais, principalmente os que compram produtos manufaturados, como o latino-americano.
O programa passa ainda por medidas que aumentem a competitividade da indústria nacional, como a reforma tributária "que desonere a produção" e a redução da burocracia que dificulta a vida das empresas.
A campanha do petista não respondeu ao "Estado de S. Paulo" se abriria mão de subsídios na política industrial, nem mesmo citou setores a serem priorizados. Por outro lado, disse que eles deverão ter como objetivos o desenvolvimento tecnológico, a transição ecológica, a geração de empregos, a melhoria da qualidade de vida e da distribuição de renda, além da obtenção de divisas estrangeiras. Esses critérios deverão ser aplicados inclusive à indústria automobilística.
Comércio exterior
Em relação a acordos internacionais de comércio, as campanhas de Haddad e Bolsonaro afirmam que é preciso abrir mais o mercado brasileiro, reduzindo tarifas de importação e adotando medidas para facilitar esse fluxo. Mas ambos divergem na estratégia para isso.
O programa de Bolsonaro prega a redução de "muitas alíquotas de importação e barreiras não tarifárias" como forma de promover o crescimento econômico de longo prazo. "O Brasil é um dos países menos abertos ao comércio internacional, a consequência disso é nossa dificuldade em competirmos em segmentos de alta tecnologia."
Já na equipe de Haddad a visão é contrária a uma "abertura indiscriminada", em que as tarifas de importação sejam reduzidas "sem receber nada em troca, o que enfraquece ainda mais nossa indústria", segundo respostas enviadas pela equipe do candidato.
*Com Estadão Conteúdo
Hegemonia em risco? Datafolha mostra Haddad bem à frente de concorrentes e risco de PSDB não ir nem ao segundo turno em São Paulo
A poucas semanas da definição das alianças, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) parece ter presença assegurada no segundo turno. A dúvida está em relação a quem o enfrentará na disputa
Lula já descarta candidatura de Haddad em SP
A escolha do candidato está marcada para o dia 15 de março. O ex-presidente quer uma definição antes desse prazo
Suspeitando irregularidades, TSE pede a WhatsApp dados sobre disparos nas eleições de 2018
Rede social deverá informar ainda se realizou alguma medida para bloquear ou banir as linhas referidas
Bolsonaro leva à frente agenda de Temer, com cortes de direitos, diz Haddad
Ex-candidato questionou onde estavam os empregos que a oposição ao governo do PT havia prometido. “Não era só tirar a Dilma? Cadê o emprego e a renda?”
Bolsonaro perde ‘voto de confiança’ dos mais pobres
Análise do jornal O Estado de S. Paulo com base nas pesquisas do Ibope mostra que as quedas mais bruscas na avaliação positiva se deram entre nordestinos e eleitores com baixa escolaridade e renda
Venezuela gera discussão entre Gleisi e Haddad em reunião do PT
A ida de Gleisi à posse de Maduro dividiu opiniões no PT. Ela teria tomado a iniciativa sem consultar a direção.
PT enaltece Haddad como ‘nova liderança’ em documento
Diretório Nacional do PT aprovou neste sábado, 1º, uma nova resolução política para orientar os rumos do partido a partir de 2019.
Em Nova York, Haddad diz que Brasil pode crescer com governo liberal de Bolsonaro
Candidato derrotado na corrida eleitoral disse que Brasil terá de se “prevenir” de agenda conservadora e neoliberal radical
Entusiasmo ou alívio?
Seja lá o que for que Bolsonaro fale até a posse, não diminuirá meu alívio por ter votado 17. O que estou interessado em saber é se ele vai transformar esse alívio em entusiasmo
Nova governabilidade é desafio para Bolsonaro
Prometendo não entregar cargos em troca de apoio, eleito terá de inaugurar nova forma de relação com o Congresso
Leia Também
Mais lidas
-
1
Campos Neto fecha 2023 com mais um corte na Selic; quem ganha e quem perde com os juros mais baixos? E a bolsa, ainda sobe mais?
-
2
Inflação da ganância: como o 'lucro em excesso' das grandes empresas pode ter pesado nos índices de preços no pós-pandemia
-
3
Fundo imobiliário tomba mais de 9% na B3 após 'passar a faca' nos dividendos para reduzir dívida; FII cortou proventos em 50%