Autor de possível ‘CPMF’ de Bolsonaro explica como o tributo funcionaria
Em entrevista ao Valor Econômico, Marcos Cintra defende imposto único com alíquota de 1,28%

O economista da campanha de Jair Bolsonaro (PSL), Paulo Guedes, disse, na última quarta-feira, 19, que estava pensando em unificar impostos em uma única taxa por movimentação financeira.
Apelidada de 'nova CPMF' desde então, o projeto acabou causando polêmica ao ponto de Bolsonaro pedir para que o economista preservasse suas ideias na reta final da campanha.
Em entrevista ao jornal 'Valor Econômico', Marcos Cintra, citado pelo presidenciável como um dos autores da reforma tributária de seu possível governo, defendeu substituição de vários tributos por uma cobrança única, que teria alíquota de 1,28%.
Desmembrando a 'nova CPMF'
Cintra explica que a taxa seria dividida em:
- 0,43%, que substituiria a contribuição patronal de 20% sobre folha, salário e educação além das cobranças do "Sistema S"
- 0,85% corresponderia aos tributos como IPI, Cide sobre combustíveis, IOF, Cofins e ITR.
'Preconceito Absurdo'
O economista chamou de "absurdo" o preconceito sobre a tarifa, a qual defende trazer "flexibilidade técnica fantástica e não ter sonegação".
É diferente
Cintra explicou ainda que a nova tarifa seria diferente da antiga CPMF, cobrada até 2007, pois a nova contribuição seria incidente nas compras de débito e crédito. No caso de depósitos ou saques em dinheiro, a cobrança seria dobrada. "Isso vai desestimular as pessoas de receber ou fazer pagamentos em dinheiro", disse.
Além disso, estariam de fora o imposto cobrado sobre o lucro, como Imposto de Renda de pessoa física ou jurídica. A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) também não entra.
Repaginada, CPMF volta ao debate na reforma tributária
Pelo acordo em construção, novo imposto seria incluído na proposta de reforma tributária que tramita na Câmara dos Deputado
Relator apresenta parecer de reforma do Senado sem CPMF e sem desoneração
Relator dividiu o imposto em duas partes, adotando o chamado IVA dual: um com a fusão dos cinco impostos e contribuições federais (IPI, Cofins, PIS, IOF e salário-educação) e outro com a junção do ICMS (estadual) e do ISS (municipal)
Relator descarta CPMF e propõe aumento de IVA
Senador Roberto Rocha anunciou que vai apresentar amanhã o parecer da reforma tributária na Comissão de Constituição e Justiça
Petrobras não deve mudar o preço dos combustíveis. Foi o que disse Castello Branco a Bolsonaro
Presidente falou que tendência é seguir preço internacional, mas que como movimento é atípico, Petrobras manterá preços. CPMF saiu de vez dos planos
Podcast Touros e Ursos: A CPMF ficou pelo caminho e os BCs voltaram aos holofotes
Repórteres do Seu Dinheiro trazem em podcast um panorama sobre tudo o que movimentou os seus investimentos nesta semana
‘Nova CPMF’ de ex-secretário da Receita teria arrecadado R$ 3,10 bilhões em 2018 apenas com cartões
Valor corresponderia apenas com a perna do imposto que pretendia cobrar uma alíquota de 0,2% sobre todas as operações com cartões de débito e crédito
Bolsonaro enterra possibilidade de nova CPMF
Presidente Jair Bolsonaro diz que a recriação da CPMF ou aumento da carga tributária estão fora da reforma tributária por determinação dele
‘Tudo tem que ser discutido’, diz Mourão sobre proposta de nova CPMF
Presidente em exercício também afirmou que, até o final do ano, devem ser liberados “uns R$ 20 bilhões” das despesas do Orçamento
Alcolumbre, sobre CPMF: “sou contra criação de novo imposto”
Declaração do presidente do Senado ocorre no momento em que o governo discute uma proposta para criar um imposto chamado Contribuição sobre Pagamentos (CP)
Nova CPMF não é bode na sala. Paulo Guedes defende imposto por convicção
Imposto sobre transações financeiras é duramente atacado, mas ministro e equipe avaliam que esse seria o melhor imposto
Leia Também
Mais lidas
-
1
Por que a terça-feira será um “Dia D” para a Casas Bahia (BHIA3)? Entenda como uma reunião pode impactar a situação financeira da varejista
-
2
Dona da JSL e da Movida, Simpar (SIMH3) anuncia aquisição do Grupo Alta por R$ 120 milhões e amplia presença no setor de veículos leves
-
3
Este fundo imobiliário admite que tem pouca chance de crescer e vai devolver R$ 36 por cota aos investidores; veja quem tem direito