Presidente do BC europeu afirma que novas altas de juros dependerão do desempenho da economia
Declaração de Mario Draghi ocorreu após o anúncio da decisão do BCE em manter sua taxa de juros de refinanciamento em 0% e de depósitos em -0,4

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou que o cronograma para o aumento da taxa de juros na zona do euro depende de dados macroeconômicos e do estado da economia. Ele voltou a dizer, porém, que o atual nível dos juros deve se manter até o verão de 2019 no Hemisfério Norte.
Em coletiva de imprensa realizada após o anúncio da decisão de política monetária do BCE, que optou por manter sua taxa básica de juros - a de refinanciamento - em 0% e a de depósitos em -0,4%, Draghi foi questionado sobre as expectativas do mercado para uma nova elevação de juros. "É a leitura que eles fazem sobre a perspectiva econômica", defendeu.
O dirigente defendeu, também, que com o objetivo de reduzir vulnerabilidades e aumentar a produtividade na zona do euro, reformas estruturais nos países do bloco devem ser feitas, mas destacou que a força do mercado de trabalho na região é refletida no aumento dos empregos e avanço dos salários.
Ainda segundo Draghi, os riscos para a inflação na zona do euro "continuam perto do que eram antes". Na avaliação do BCE, o indicador deve mostrar diminuição nos próximos meses na região, mas a inflação subjacente deve crescer no médio prazo, apoiada por políticas da instituição.
E os reinvestimentos, como ficam?
Draghi comentou que o BCE não chegou a discutir, em sua mais recente reunião de política monetária, um prazo específico para terminar os reinvestimentos em ativos, que nada mais são do que a reposição de bônus amadurecidos.
O presidente do BCE afirmou ainda que os dados recentes da atividade na zona do euro foram "mais fracos do que o esperado" e ressaltou que "estímulos significativos" à economia ainda são necessários. Segundo o dirigente, os "indicadores sugerem um ímpeto mais fraco" à frente para economia e destacou, ainda, que a política continua "muito acomodatícia".
Além disso, depois de confirmar o término das compras líquidas de ativos neste mês, parte do programa de afrouxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês), Draghi reforçou que o QE está de forma permanente na "caixa de ferramentas" monetárias do BCE e pode voltar a ser utilizado se for necessário.
A equipe do BCE tem monitorado o impacto das baixas taxas de juros na lucratividade de instituições financeiras. Draghi defendeu que elas são compensadas por outros estímulos, como as compras líquidas de ativos. Ao mesmo tempo, ele reforçou que "nossa intenção é manter a liquidez tão disponível quanto seja preciso".
*Com Estadão Conteúdo.
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