Governo autoriza aéreas a terem até 100% de capital estrangeiro, e companhias reagem de formas diferentes
Decisão do governo beneficia principalmente a Avianca, que nesta semana entrou com um pedido de recuperação judicial
Depois de passar anos tentando aprovar um projeto de lei no Congresso sobre o tema, o governo assinou nesta quinta-feira, 13, uma Medida Provisória que libera até 100% de capital estrangeiro nas companhias aéreas que atuam no Brasil.
Esse é um passo importante e que vai provocar mudanças grandes na estrutura de financiamento dessas empresas, já que o limite anterior era de 20%.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirma que a decisão não tem relação com as dificuldades financeiras da Avianca, que entrou com um pedido de recuperação judicial nessa semana.
"Isso ajuda a resolver um dos principais problemas da aviação que são as fontes de financiamento para as empresas. Essa é a principal vantagem da medida. A empresa tem que ser brasileira, mas a origem do capital poderá ser inteiramente estrangeira. Isso já acontece, por exemplo, no setor de telefonia", Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil.
O ministro admitiu, no entanto, que a Avianca será uma das principais beneficiadas com a medida. "Já existem projetos de lei no Congresso sobre esse tema. Não houve nenhum contato do governo com a Avianca e seus acionistas", respondeu. "Mas a Avianca poderá ser beneficiada. Com esta MP poderá outra empresa de capital internacional se interessar por recompor a empresa", acrescentou.
Na bolsa, reações mistas
Há quem tenha comemorado (e muito) a decisão do governo, a há quem tenha visto a mudança com receio. Os investidores em bolsa foram às compras de ações da Gol Linhas Aéreas logo após o anúncio da medida provisória. Os papéis preferenciais da companhia subiam quase 4%.
Leia Também
Dino estabelece ‘orçamento de guerra’ para combate a incêndios — e autoriza governo a emitir créditos fora da meta fiscal
Por que a volta do horário de verão é improvável — ao menos no curto prazo
Já do lado da Azul, houve pouca euforia. Isso porque a companhia aérea divulgou um comunicado ao mercado se dizendo contra a nova medida e justificou seu posicionamento "por não haver equilíbrio de concorrência e reciprocidade entre as companhias aéreas brasileiras e estrangeiras". Preferenciais da Azul subiam pouco acima dos 0,7% no fim da tarde desta quinta-feira.
Por falar em posicionamento, a Latam declarou ser favorável ao capital estrangeiro nas aéreas. Na justificativa, a empresa afirmou que o setor necessita de um capital extensivo e que a medida estimula o crescimento e gera riqueza ao Brasil.
Alinhados com todo mundo
De acordo com Padilha, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, foi comunicado sobre a edição da MP e disse estar de acordo com a medida. Padilha disse que Temer também conversou com os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre a medida. "O Tribunal de Contas da União (TCU) também confirmou ontem (quarta-feira) que o aumento do capital externo nas companhias aéreas era possível e não contraria a Constituição", acrescentou.
Anos de "chove não molha"
A abertura de capital estrangeiro para aéreas já vinha sendo discutida pelo Congresso há muitos anos, mas o avanço da matéria sempre esbarrava justamente na discussão sobre o porcentual de quanto seria o teto para o investimento externo - se 49% ou até 100%.
Na avaliação de Padilha, esse tema estava maduro para ser votado no Congresso, mas teria ficado emperrado devido a outros pontos dos projetos que tramitavam no parlamento, sobre os quais não havia consenso.
O ministro avaliou ainda que a abertura do mercado aéreo ao capital externo irá baratear as passagens e possibilitará a entrada de novas companhias de baixo custo - as chamadas "low cost", no jargão do setor - no Brasil, a exemplo do que já teria acontecido na Argentina.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) estima que a flexibilização das regras na Argentina tenha atraído cerca de US$ 5 bilhões em investimentos de quatro operadoras internacionais com a abertura de seu mercado.
"Não vamos esquecer que as companhias aéreas nascem pequenas em tese e começam a voar para destinos que não são cobertos pelas grandes. Com isso, vamos estimular o turismo e o emprego na aviação, e teremos competitividade com passagens mais baratas", projetou.
Padilha disse ainda que Temer vai esperar até o fim do mês para decidir sobre eventuais vetos para projeto que prorroga incentivos da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O prazo para sanção se encerra no dia 3 de janeiro do próximo ano, já no governo de Jair Bolsonaro.
A novela terminou: Vale (VALE3) anuncia novo CEO com aposta em solução interna
A escolha do sucessor de Eduardo Bartolomeo à frente da Vale põe fim a meses de impasse em relação a quem seria o novo CEO
“Brasília é um dos principais riscos para o Brasil”: por que a irresponsabilidade com o dinheiro público é o que ‘segura’ o país hoje
Na visão de Fernando Siqueira, head de research da Guide Investimentos, o principal problema do Brasil hoje tem endereço certo: Brasília. Em sua mais recente participação no podcast Touros e Ursos, ele elegeu a irresponsabilidade com o dinheiro público como o Ursos não só da semana, mas dos últimos anos. O Urso é uma menção […]
Pesquisa Atlas: saiba quem são os governadores com melhor e pior avaliação do Brasil
O vencedor entre os mais bem avaliados levou a indicação pela segunda vez seguida; aquele com a pior avaliação caiu 11 posições; confira
Governo volta a mexer nas regras do Minha Casa Minha Vida apenas três dias após as últimas mudanças no programa habitacional; veja quais são as novidades
O Ministério ds Cidades afrouxou o limite de renda para as faixas mais baixas, que atendem às famílias mais pobres e têm juros menores
Eletrobras (ELET3): STF dá mais 45 dias para acordo sobre participação da União na empresa
Essa não é a primeira vez que há um adiamento; o prazo para um entendimento entre a Eletrobras e o governo federal já foi prorrogado duas vezes, por 90 dias cada, desde dezembro
Entrada maior e casas mais baratas: Minha Casa Minha Vida volta a apertar regras para limitar financiamentos de imóveis usados
Entre as novidades, uma das principais é o aumento na entrada exigida para a compra das casas e apartamentos no mercado secundário
Seu carrinho na Shein já está mais caro: compras de até US$ 50 feitas pela internet começam a pagar 20% de tarifa
Os produtos com valores entre US$ 50,01 e US$ 3 mil terão taxação de 60%, com uma dedução fixa de US$ 20 no valor total do imposto
Light (LIGT3) vai perder uma importante fonte de renda? Ministro diz que concessão pode não ser renovada após apagões no Rio
A companhia lida com constantes quedas de luz na Ilha do Governador, zona norte do Rio, e também na Ilha de Paquetá, localizada na Baía de Guanabara.
Casa própria ameaçada no Minha Casa Minha Vida? Com orçamento pressionado, governo deve voltar a apertar regras e limitar financiamentos de imóveis usados
O governo estuda alterar as regras para priorizar o financiamento de imóveis novos
Guerra na Vale (VALE3)? Mineradora volta a falar sobre a sucessão do CEO em meio a boatos de divisão interna
No início do mês, o jornal o Globo noticiou uma divisão dentro da mineradora, que poderia levar a uma tentativa de implosão do atual conselho e comprometer a escolha do novo comandante da empresa
Não seja seu pior inimigo: real sofre ataque especulativo? As reflexões de Rodolfo Amstalden sobre a alta do dólar
Se a moeda norte-americana foi de R$ 5,00 para R$ 5,70 em três meses, deve ter alguma razão. Se você não enxerga a razão, há uma boa chance de que você mesmo seja a razão.
Governo proíbe dona do Facebook de usar dados de usuários brasileiros para treinamento de inteligência artificial
Investigação da ANPD sobre nova diretriz da Meta nas redes sociais, como Facebook e Instagram, apresenta indícios de violação da Lei Geral de Proteção de Dados
Correios anunciam primeiro concurso público em 13 anos e aprovam PDV; confira quem pode participar
A previsão é que o concurso público dos Correios preencha 3,2 mil vagas; PDV seria demanda de funcionários da estatal, de acordo com presidente
R$ 1.412 por funcionário: empresas do Rio Grande do Sul já podem aderir a programa de apoio financeiro do governo
Serão duas parcelas por empregado, com o pagamento da primeira marcado para 8 de julho e a segunda programada para 5 de agosto
Campos Neto interrompe cortes na Selic: em decisão unânime, Copom mantém a taxa básica de juros em 10,5% ao ano
A decisão vem em linha com as expectativas do mercado, que já esperava a manutenção após a deterioração do cenário fiscal brasileiro e as incertezas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos
Lula solta farpas contra Selic, Campos Neto e cita plano fiscal — confira o que o petista falou dessa vez
Na noite da última segunda-feira, 10, Tarcísio de Freitas (Republicanos) promoveu um jantar em homenagem ao chefe do BC e parece que o presidente não ficou satisfeito com a celebração
O dólar não vai mais cair? Alckmin diz que governo tem “absoluta confiança” sobre a trajetória da moeda norte-americana
O presidente em exercício falou sobre o tema um dia após a moeda americana ter ultrapassado a cotação de R$ 5,40 pela primeira vez desde janeiro de 2023
Governo de Lula em perigo? Como a crise com o Congresso colocou a gestão do petista em situação “de risco”
Segundo levantamento, o I-Gov de Lula chegou ao pior patamar registrado ao longo do mandato, atingindo 40,4% em maio
“O Brasil é a China dos Trópicos”: por que Alckmin usou uma frase criada há 65 anos para descrever a relação entre os dois países
Em visita a Pequim, o vice-presidente recorreu a uma frase criada pelo sociólogo Gilberto Freire para falar sobre o momento de parceria estratégica com a China
Vai esvaziar o carrinho? Taxação de compras internacionais até US$ 50 passa no Senado. Saiba o que falta para a cobrança entrar em vigor
A chamada taxa das blusinhas recebeu aprovação simbólica — não houve registro de voto no painel eletrônico — em um acordo entre base e oposição