Quer um investimento com retorno de 315% do CDI? Então seja sócio de um banco
O resultado comprova a tese de que os bancões são capazes de se dar bem em qualquer cenário, e não só com juros altos. A grande questão é se eles vão conseguir manter esse retorno em um ambiente de mais concorrência

Se não pode vencê-los, junte-se a eles. É o que eu costumo recomendar para quem se queixa dos lucros bilionários dos grandes bancos brasileiros. E quem fez isso no primeiro trimestre deste ano não tem motivos para reclamar.
Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Santander apresentaram uma rentabilidade média 20,5% - o equivalente a 315% do CDI - nos três primeiros meses deste ano. Difícil encontrar algum gestor com desempenho melhor no mercado.
A rentabilidade, também conhecida pela sigla em inglês (ROE), é a relação entre o lucro obtido e o patrimônio líquido. Em outras palavras, trata-se de uma medida de quanto o banco fez o capital dos acionistas render.
No primeiro trimestre, o lucro somado dos quatro grandes bancos com ações listadas na B3 atingiu R$ 20,9 bilhões, uma alta de 19,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
O resultado superou as expectativas dos analistas, que já eram otimistas, e chama ainda mais a atenção em meio ao desempenho frustrante do resto da economia.
Importante lembrar que o retorno do banco no balanço é diferente do desempenho das ações na bolsa, embora ambos guardem certa correlação. Nos últimos 12 meses, as ações dos bancões acumulam valorização média de 27% - ou 414% do CDI.
Leia Também
A rentabilidade obtida pelos bancões comprova a tese de que eles são capazes de ganhar dinheiro em qualquer cenário, e não só em com juros altos, como gostam de pregar os analistas econômicos de diretório acadêmico.
Acabou a vida boa?
É bem verdade que era bem mais fácil ser banco na época da Selic nas alturas. Ainda mais em meio à concentração bancária no país, que aumentou ainda mais depois da venda do HSBC Brasil para o Bradesco e dos negócios de varejo do Citi para o Itaú.
Mas esse céu de brigadeiro começa a dar sinais de que pode virar. A redução dos juros não só estimulou os clientes a buscarem aplicações mais vantajosas que os CDBs ruins dos bancões como fez proliferar a concorrência das plataformas de investimento das corretoras.
A disputa pelo dinheiro dos investidores se reflete também na redução das taxas exorbitantes cobradas pelos bancos de varejo na gestão de fundos de investimento.
Os bancos também foram obrigados a entregar os anéis para não perder os dedos na feroz disputa pelo mercado de maquininhas de cartões.
Vale dizer ainda que o governo também não está nem um pouco satisfeito com o atual nível de concentração bancária. O ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou publicamente que o "Brasil tem 200 milhões de patos e cinco bancos."
Por tudo isso, a grande questão para quem pretende comprar as ações é se os grandes bancos conseguirão manter os altos retornos para seu capital nesse admirável mundo novo.
Bancos sendo bancos
Ainda é cedo para cravar quais serão as sequelas do aumento da concorrência. O fato é que, pelo menos por enquanto, a rentabilidade dos bancos praticamente não sofreu nenhum arranhão.
Parte do segredo da melhora nos resultados está em fazer o bom e velho papel de banco, ou seja, emprestar dinheiro. A carteira de crédito dos quatro grandes bancos com capital aberto cresceu 7% nos últimos 12 meses, para quase R$ 2,2 trilhões.
Os bancos também não pagaram para ver o avanço dos concorrentes. Ou melhor, pagaram.
A maior ofensiva foi a do Itaú, que pagou R$ 6,3 bilhões por 49,9% do capital da XP Investimentos. O maior banco privado do país também entrou no lucrativo segmento de benefícios com a compra de uma participação na Ticket Serviços. Com isso, passa a competir com Bradesco e BB, que são donos da Alelo.
O Santander seguiu uma rota parecida, mas em vez de comprar ou investir em uma empresa já existente decidiu criar do zero a plataforma de investimentos Pi e a companhia de benefícios Ben.
Outro negócio estratégico foi anunciado no começo do mês pelo Bradesco, que pagou US$ 500 milhões pelo americano BAC Florida. A aquisição reforça a posição do banco no segmento de clientes milionários.
Vale a pena comprar?
Ainda que os bancos consigam manter as rentabilidades bem acima do CDI, será que vale comprar as ações? A pergunta é válida porque, como o mercado tenta sempre se antecipar, os bons resultados futuros já podem "estar no preço", como se diz no jargão do mercado.
Pelo menos segundo os analistas, a resposta é sim. No total, as ações dos bancos contam com 44 recomendações de compra, 28 de manutenção e apenas 5 de venda, de acordo com dados da Bloomberg.
A ação mais recomendada hoje pelos analistas é a do Bradesco (BBDC4), com 15 indicações de compra. O Banco do Brasil (BBAS3) aparece com 14 recomendações, seguido por Itaú (ITUB4), que tem 10 indicações de compra. Os papéis do Santander (SANB11) são os únicos que possuem mais recomendações de manutenção (11) ou venda (2) do que compra (5).
Como tudo relacionado ao mundo do investimentos, quanto maior a rentabilidade maior o risco. As ações dos bancos estão entre as mais negociadas da bolsa. Isso significa que, em momentos de histeria no mercado, elas costumam sofrer mais que as outras pois são as primeiras a ser vendidas.
Ou seja, se o cenário para a bolsa piorar, com uma maior dificuldade do governo em aprovar a reforma da Previdência ou um agravamento da guerra comercial entre Estados Unidos e China, pode ter certeza que as ações dos bancos vão cair, ainda que os balanços venham bons.
Isso significa que o investimento, além de arriscado, é de longo prazo. Todos os anos, em suas apresentações a investidores, o Itaú apresenta uma tela na qual mostra o desempenho de suas ações na bolsa.
Nas contas do banco, quem aplicou R$ 100 em ações preferenciais (ITUB4) em 31 de outubro de 2008 e reinvestiu os dividendos pagos nesse período chegou ao fim de agosto do ano passado com R$ 437 - ou R$ 288 caso tivesse colocado o dinheiro dos dividendos no bolso. Já os mesmos R$ 100 aplicados no CDI valeriam R$ 264 na mesma data.
E você, acha que ações dos bancos são um bom investimento ou a concorrência das fintechs ameaça esse reinado? Escreva nos comentários logo abaixo.
Investir em estatal vale a pena? Uma reflexão sobre como o Banco do Brasil (BBAS3) subverteu as máximas dos manuais de investimentos
Banco do Brasil (BBAS3) negocia com múltiplos baixos demais para a qualidade dos resultados que tem apresentado e ainda guarda um bom potencial de valorização
Banco do Brasil tem lucro de R$ 7,8 bilhões no 2T22 e cumpre promessa de se equiparar a bancos privados em rentabilidade
Lucro do Banco do Brasil aumentou 54,8% em relação ao mesmo período de 2021 e rentabilidade sobre o patrimônio líquido superou a do Bradesco
BB Seguridade tem salto no lucro e anuncia data para pagar dividendos; banco recomenda compra de BBSE3
A holding de seguros do Banco do Brasil lucrou R$ 1,4 bilhão no segundo trimestre e vai distribuir mais de R$ 2 bilhões em dividendos no dia 29 de agosto
Suzano (SUZB3) ou Klabin (KLBN11): veja qual empresa de papel é a ação mais recomendada para julho — e confira as principais indicações das corretoras
O candidato ideal para substituir o plástico e atrair um mercado que valoriza cada vez mais a agenda ESG é o principal produto da ação mais recomendada para julho
Banco do Brasil (BBAS3) e BB Mapfre criam plataforma digital para o agronegócio
A Broto será focada na cadeia produtiva do setor, aproveitando a proximidade do Banco do Brasil (BBAS3) com o segmento
XP está mais otimista com o Itaú (ITUB4), mas ainda prefere outra ação no setor bancário — saiba qual
A corretora vê maior competição no segmento nos próximos anos, à medida que as fintechs amadureçam as operações, tanto em tamanho quanto em diversidade de produtos e serviços
Trio de bancões e Vale (VALE3) são as ações mais recomendadas para o São João na B3; confira as principais indicações para junho
No arraial da B3, as corretoras elegeram para o cortejo junino um trio que há muito tempo não dava as caras nos primeiros lugares da nossa seleção
Dividendos e JCP: Banco do Brasil anuncia pagamento R$ 714,3 milhões aos acionistas; veja as condições para receber
O BB decidiu antecipar os dividendos do segundo trimestre e vai pagar aproximadamente R$ 0,2502 por ação em juros sobre o capital próprio.
BB DTVM lança o AGRI11, primeiro ETF que segue o novo índice do agronegócio na B3
Na estreia, os papéis AGRI11 operam em alta; o ETF é o segundo fundo voltado ao agronegócio que a gestora do Banco do Brasil lança neste ano
Ex-ministro da Fazenda defende privatização do Banco do Brasil (BBAS3); quais são as chances?
A privatização do Banco do Brasil (BBAS3) é um dos assuntos que devem ser discutidos durante a corrida presidencial nas eleições
Cinco bancos aparecem na lista das 10 melhores empresas para crescer na carreira; confira o ranking
O LinkedIn divulgou quais são as melhores empresas para desenvolver a carreira em 2022; algumas estão com processos seletivos abertos
Nubank (NUBR33) e Banco do Brasil (BBAS3) caíram? Usuários reclamam de instabilidade no app
Clientes do roxinho relatam problemas em algumas funcionalidades do aplicativo; correntistas do BB também enfrentam dificuldades
Dividendos: Banco do Brasil (BBSA3) alegra Carnaval dos acionistas ao anunciar R$ 601 milhões em JCP
E, para quem ainda não tem ações do BB, também temos uma boa notícia: ainda dá tempo de garantir uma fatia da bolada
Fintechs querem destruir os bancões, mas não vão conseguir: com alta de juros, ações de grandes bancos ganham força podem pagar bons dividendos ; veja
Em cenário de alta de juros, as fintechs podem sair perdendo na batalha contra os grandes bancos; veja a ação para quem quer ter chance de lucrar
‘Ações BBAS3 estão baratas a níveis não vistos desde a era Dilma’: Banco do Brasil veio com força total no balanço, mas papéis ainda estão ‘uma pechincha’ e podem subir 45%; entenda
O Banco do Brasil surpreendeu o mercado com um balanço acima do esperado, as ações já sobem quase 25% neste ano e, de acordo com relatório da XP, ainda há espaço para mais; Goldman Sachs não vê patamar tão barato desde o caos do governo Dilma
Banco do Brasil (BBAS3): Goldman Sachs eleva preço-alvo após lucro do 4T21 e agora vê potencial de alta de 37%
Os analistas, que já tinham recomendação de compra para BBAS3, destacaram as projeções feitas pelo Banco do Brasil para os resultados de 2022
Banco do Brasil (BBAS3) dispara após resultado do 4T21, e analistas veem ações no menor patamar desde a era Dilma
BTG Pactual eleva recomendação e vê potencial de alta de 35% para as ações do Banco do Brasil; analistas reforçam que papéis BBAS3 estão baratos
Banco do Brasil (BBAS3) e Engie anunciam pagamento bilionário de dividendos e JCP; veja quem pode receber
BB distribuirá mais de R$ 2 bilhões aos seus acionistas enquanto a companhia de energia desembolsará perto de R$ 700 milhões
Banco do Brasil (BBAS3) tem lucro de R$ 21 bilhões em 2021 e diminui distância para os concorrentes privados
No quarto trimestre, o resultado recorrente do Banco do Brasil aumentou 60,5% em relação ao mesmo período de 2020 e ficou bem acima da expectativa do mercado
As melhores contas digitais para crianças e adolescentes para quem quer ensinar os filhos a dar valor ao dinheiro
Fizemos um levantamento das contas jovens disponíveis hoje no mercado para saber o que elas oferecem e quais são as mais adequadas para quem quer monitorar, de perto, os gastos e movimentações dos filhos