O desafio do Banco Central de enxugar (gelo?) a liquidez com operações compromissadas
Sem mudanças estruturais na economia brasileira, por melhor que seja a intenção do BC e de seus técnicos, iniciativas para conter a expansão dessas operações de altíssima liquidez – como o “novo” sistema de operações compromissadas que começou nesta segunda-feira – serão o mesmo que enxugar gelo no hemisfério norte em janeiro.
O desequilíbrio ambiental transformou o cotidiano das famílias em um desafio permanente. Nos trópicos, bem sabemos, mudanças drásticas nos regimes de chuva provocam tantas tragédias que repetimos, ao menos uma vez por semana e sem constrangimento, um velho refrão: “Famílias perdem tudo”. A natureza range os dentes também no hemisfério norte. Lá, baixíssimas temperaturas, em janeiro ou fevereiro, são tão destruidoras quanto o aguaceiro dos trópicos. Ai de quem tenta driblar a força dos ventos, da neve, do gelo...
No sábado eu e o meu filho Júlio caminhávamos para o supermercado. Ao atravessar a Avenida Angélica, agradecemos simultaneamente a um motorista que aguardou nossa passagem. Já na calçada, Júlio (que nem dirige!) deu a entender que trânsito não é para os fracos. E disparou: “E com neve é pior”! Recordou do caminho para a escola que percorria com os irmãos, quando todos moravam em Nova York, e disse que a neve é fofa. “A gente afunda, mas dá para limpar com a pazinha. Gelo não. É interminável. A gente não limpa gelo. “A gente tenta é se equilibrar sobre ele, mas cai fácil,” avisou.
Não duvido que os operadores de mercado aberto do Banco Central (BC) tenham hoje a mesma sensação que o Júlio teve a caminho da escola. É o que acontece quando se coloca à venda títulos do Tesouro comprometendo-se a recomprá-los em 3 meses. Há tanto dinheiro de bancos e empresas aplicado no curto prazo (mais de R$ 1,3 trilhão), que qualquer tentativa de reduzir essa montanha é o mesmo que enxugar gelo – vai dar em nada.
Nova forma de vender títulos públicos
Na sexta-feira à noite, o BC anunciou um novo esquema de operações compromissadas. A instituição informou que, a partir desta segunda, passará a vender títulos do Tesouro diariamente com prazos de 3 e 6 meses para o vencimento.
Às segundas, quartas e sextas-feiras serão realizados as ofertas de 3 meses e, às terças e quintas-feiras, as ofertas de 6 meses. A nova sistemática vai substituir as atuais ofertas de 3 e 6 meses promovidas às terças e sextas-feiras. O objetivo é aperfeiçoar a administração da liquidez bancária e a oferta de lastro pelo BC.
A oferta será de R$ 3 bilhões para cada uma dessas operações, perfazendo R$ 15 bilhões semanais. Até a sexta-feira passada, os montantes envolvidos nesses prazos eram de R$ 10 bilhões cada. Portanto, R$ 20 bilhões no total, sendo que a colocação efetiva rondava R$ 15 bilhões.
Leia Também
Quina faz um novo milionário; Lotofácil e Dia de Sorte também têm ganhadores
O que muda de fato a partir desta segunda é a possibilidade de uma instituição adquirir temporariamente até 100% de uma única modalidade de título público. Até a sexta-feira a compra era limitada a 50%.
As operações compromissadas do BC com o mercado crescem em uma velocidade extraordinária. Cada vez que títulos do Tesouro são resgatados, mais dinheiro entra em circulação e deve ser recolhido pelo BC para evitar pressões inflacionárias ou um desequilíbrio da taxa de juro de curtíssimo prazo.
O Tesouro não tem como substituir imediatamente todos os títulos que vencem ao longo do tempo, sem correr o risco de provocar distorções de preços e encarecer o refinanciamento da dívida pública.
Dívida pública mobiliária elevada e concentração de dinheiro no curto prazo também são sintomas de uma economia desequilibrada e contas públicas fora de ordem. Daí a relevância de se promover reformas estruturais, sendo a primeira delas a da Previdência que volta a ser protagonista no Congresso, nesta virada de abril para maio.
Sem mudanças estruturais na economia brasileira, por melhor que seja a intenção do BC e de seus técnicos, iniciativas para conter a expansão dessas operações de altíssima liquidez - como o “novo” sistema de operações compromissadas que começou nesta segunda-feira - serão o mesmo que enxugar gelo no hemisfério norte em janeiro.
Joesley Batista viajou para a Venezuela para pedir renúncia de Maduro: qual o interesse da JBS e da J&F no país?
Joesley Batista tem relações com o presidente Donald Trump e pediu pelo fim das tarifas sobre a carne. A JBS também tem negócios nos Estados Unidos
Lotomania e Super Sete aproveitam bola dividida na Lotofácil e pagam os maiores prêmios da noite nas loterias da Caixa
Lotofácil manteve a fama de loteria “menos difícil” da Caixa, mas cedeu os holofotes a outras modalidades sorteadas na noite de quarta-feira (3).
Alerta Selic: o que pode impedir o BC de cortar os juros, segundo Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual
A projeção do banco é que a Selic encerre 2025 em 15% e que os cortes comecem de forma gradual em janeiro, alcançando 12% ao final de 2026
Ibovespa a 300 mil pontos? ASA vê a bolsa brasileira nas alturas, mas há uma âncora à vista
Em um cenário dúbio para 2026, os executivos da instituição financeira avaliam o melhor investimento para surfar um possível rali e ainda conseguir se proteger em um ambiente negativo
Segundo carro elétrico mais vendido do Brasil atinge marca histórica de vendas no mundo
Hatch elétrico chinês atinge marca histórica em apenas quatro anos e reforça a estratégia global da BYD no mercado de veículos eletrificados
Retrospectiva Spotify 2025: Bad Bunny lidera o mundo e dupla sertaneja domina o Brasil (de novo); veja como acessar o seu Wrapped
Plataforma divulga artistas, álbuns e músicas mais ouvidos do ano e libera função Wrapped para todos os usuários
De bailarina a bilionária mais jovem do mundo: a trajetória da brasileira que construiu uma fortuna aos 29 anos sem ser herdeira
A ascensão de Luana Lopes Lara à frente da Kalshi mostra como a ex-bailarina transformou formação técnica e visão de mercado em uma fortuna bilionária
Daniel Vorcaro — da ostentação imobiliária à prisão: o caso da mansão de R$ 460 milhões em Miami
A mansão de R$ 460 milhões comprada por Daniel Vorcaro em Miami virou símbolo da ascensão e queda do dono do Banco Master, hoje investigado por fraudes
Lotofácil 3552 faz os primeiros milionários de dezembro nas loterias da Caixa; Mega-Sena e Timemania encalham
A Lotofácil não foi a única loteria a ter ganhadores na faixa principal na noite de terça-feira (2). A Dia de Sorte saiu para um bolão na região Sul do Brasil.
Banco Master: Ministério Público quer Daniel Vorcaro de volta à prisão e TRF-1 marca julgamento do empresário
Uma decisão de sábado soltou Vorcaro e outros quatro presos na investigação do Banco Master
Qual signo manda na B3? Câncer investe mais, Libra investe melhor — e a astrologia invade o pregão
Levantamento da B3 revela que cancerianos são os que mais investem em ações, mas quem domina o valor investido são os librianos
BC Protege+: Como funciona a nova ferramenta do Banco Central que impede a abertura de contas não autorizadas
Nova ferramenta do Banco Central permite bloquear a abertura de contas em nome do usuário e promete reduzir fraudes com identidades falsas no sistema financeiro
CNH sem autoescola: com proposta aprovada, quanto vai custar para tirar a habilitação
Com a proposta da CNH sem autoescola aprovada, o custo para tirar a habilitação pode cair até 80% em todo o país
A palavra do ano no dicionário Oxford que diz muito sobre os dias de hoje
Eleita Palavra do Ano pela Oxford, a expressão “rage bait” revela como a internet passou a usar a raiva como estratégia de engajamento e manipulação emocional
Não tem para ninguém: Lotofácil, Quina e demais loterias da Caixa entram em dezembro sem ganhadores
Depois de acumular no primeiro sorteio do mês, a Lotofácil pode pagar nesta terça-feira (2) o segundo maior prêmio da rodada das loterias da Caixa — ou o maior, se ela sair sem que ninguém acerte a Timemania
Tema de 2026 será corte de juros — e Galapagos vê a Selic a 10,5% no fim do próximo ano
No Boletim Focus desta semana, a mediana de projeções dos economistas aponta para uma Selic de 10,5% apenas no final de 2027
Metrô de São Paulo começa a aceitar pagamento com cartão de crédito e débito direto na catraca; veja como vai funcionar
Passageiros já podem usar cartões de crédito ou débito por aproximação na catraca, mas integração com ônibus continua exclusiva do Bilhete Único
CNH sem autoescola: quais são os requisitos para o instrutor autônomo?
Nova resolução do Contran cria o instrutor autônomo e detalha os requisitos para atuar na formação de condutores no modelo da CNH sem autoescola
Contran toma decisão irrevogável sobre o projeto da CNH sem autoescola
Nova resolução do Contran libera a CNH sem autoescola, cria instrutor autônomo, reduz carga horária prática e promete queda de até 80% no custo da habilitação
Flamengo torce contra rival para fechar o ano como clube brasileiro com maior arrecadação em 2025
Mesmo com o tetracampeonato da Libertadores 2025 e mais de R$ 177 milhões em premiações, o Flamengo ainda corre atrás de rival na disputa pela maior arrecadação do futebol brasileiro neste ano