🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Eduardo Campos

Eduardo Campos

Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.

Crédito

Inadimplência, despesas e tributos explicam crédito caro no Brasil

Banco Central apresenta decomposição do spread bancário e lucro dos bancos, apesar de ter aumentando, segue como menor parcela no custo do dinheiro

Montagem com fachada de agências dos bancos Santander, Itaú, Bradesco e Banco do Brasil
Fachada de agências dos bancos Santander, Itaú, Bradesco e Banco do Brasil - Imagem: Montagem Andrei Morais / Estadão Conteúdo / Shutterstock

O Banco Central (BC) apresentou a decomposição do custo do crédito e do spread bancário, a famigerada diferença entre a taxa de captação dos bancos e quanto o tomador paga na ponta final. Apesar de ser contra intuitivo, o lucro dos bancos não se apresenta como principal explicação, apesar de ter ampliado sua participação na margem.

Considerando valores médios entre 2016 e 2018, o componente de inadimplência respondeu por 37,2% do spread, seguido por despesas administrativas, com 27,4%, tributos e FGC (20,6%) e, por último, está a margem financeira, com 14,9%.

spread bancário

A comparação de 2017 com 2018 mostra redução na contribuição da inadimplência, de 38,67% para 33,55%. As despesas administrativas subiram de 27,45% para 28,18%, tributos de FGC também aumentaram de 19,76% para 21,62%, e o lucro teve aumento de 14,12% para 16,65%.

Segundo o BC, o aumento da participação de tributos e FGC dentro do spread é reflexo da queda da inadimplência, que elevou a rentabilidade das operações.

O que os dados nos mostram é que os bancos se apropriaram de parte do ganho com a queda da inadimplência, outra parte virou despesa e impostos e parte semelhante do que virou lucro foi repassada para o spread total do ICC, que teve leve queda de 12,75 pontos para 12,49 pontos percentuais.

Leia Também

spread bancário

O BC considera seu Indicador do Custo do Crédito (ICC) para fazer as estimações. O ICC estima o custo médio, sob a ótica do tomador, de todas as operações de crédito ainda em aberto no sistema, independentemente da data de contratação do crédito, incorporando informações tanto do fluxo quanto do estoque de operações.

De 2017 para 2018, o ICC caiu de 20,25 pontos para 19,26 pontos percentuais. A explicação, aqui é dada pelo custo de captação, que teve queda em linha com o ciclo de corte de juros, seguido pela redução da inadimplência, que foi parcialmente compensada por aumento na tributação e da margem financeira. Dessa estimativa do ICC o BC retira o custo de captação e faz a estimativa do spread do ICC.

O BC também fez algumas simulações hipotéticas com esses principais componentes. Se a inadimplência em 2018 tivesse sido zero, o spread do ICC seria 8,2%, em vez de 12,5%. No caso de Despesas administrativas, o impacto seria uma redução de 3,9 pontos. Finalmente, caso não houvesse Margem financeira, o spread do ICC seria 4,2 pontos menor.

Pessoa física paga mais

Outra desagregação feita pelo BC mostra que o spread médio da carteira de crédito para a pessoa física foi substancialmente maior do que o da carteira das empresas, com média de 17,45 pontos contra 7,23 pontos.

A explicação está na margem financeira que é bastante superior nas operações com pessoas físicas, o que faz com que a margem represente cerca de 19,6% do spread médio verificado no período para as famílias, contra 2,8% das empresas.

A inadimplência da carteira de pessoas física também é mais elevada (média de 5,4 ponto contra 3,9 ponto.), bem como as despesas administrativas e custos tributários.

Dentro da carteira de empresas, o BC nota que há um volume de empréstimos para empresas de grande porte, que geralmente têm menor risco de crédito e captam recursos de instituições financeiras em operações de grande valor, o que reduz o custo administrativo por unidade monetária emprestada.

Além disso, nesse segmento há concorrência entre funding interno e externo e entre recursos bancários e provenientes do mercado de capitais.

Para as empresas médias e, principalmente, para micro e pequenas os spreads são mais próximos aos verificados na carteira de pessoa física.

A meia entrada

O BC também fez a decomposição do ICC para as carteiras de crédito livre e direcionado, também conhecido como "meia entrada", pois quem tem acesso paga menos e os demais têm de arcar com esses custo. Os principais exemplos de crédito direcionado são a carteira do BNDES, financiamentos imobiliários e rurais.

Na carteira de crédito livre, o ICC médio entre 2016 e 2018 é de 36,06 pontos percentuais, enquanto no direcionado fica em 8,81 pontos. Segundo o BC, isso reflete as limitações de taxas impostas por regulamentação específica no direcionado.

Por outro lado, há uma limitação na oferta de crédito, pois, para que essa modalidade seja economicamente viável, serão concedidas somente operações em que os componentes do ICC do crédito direcionado sejam, em média, menores que os observados no crédito livre.

Mesmo com essa ponderação, temos que o lucro do banco ao emprestar no direcionado é zero, na verdade levemente negativo (0,03), o que tem de ser compensado no crédito livre.

Dessa forma, diz o BC, para que o capital das instituições financeiras alocado para crédito tenha remuneração ajustada ao risco que viabilize a oferta desse produto financeiro, é necessário que a rentabilidade da carteira de crédito livre seja superior ao que poderia ser na hipótese de ausência de carteira de crédito direcionado com rentabilidade próxima de zero.

Os dados estão no Relatório de Economia Bancária (REB) que pode ser acesso aqui.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
BANCÕES NA PARADA

Santander (SANB11) bate expectativas do mercado e tem lucro de R$ 3,861 bilhões no primeiro trimestre de 2025

30 de abril de 2025 - 6:34

Resultado do Santander Brasil (SANB11) representa um salto de 27,8% em relação ao primeiro trimestre de 2024; veja os números

DIA 7 A SELIC SOBE

Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana

29 de abril de 2025 - 15:26

Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

VAI PAUSAR OU AUMENTAR?

Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste

28 de abril de 2025 - 14:02

Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços

28 de abril de 2025 - 8:06

Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana

FGC EM RISCO?

Normas e tamanho do FGC entram na mira do Banco Central após compra do Banco Master levantar debate sobre fundo ser muleta para CDBs de alto risco

25 de abril de 2025 - 14:30

Atualmente, a maior contribuição ao fundo é feita pelos grandes bancos, enquanto as instituições menores pagam menos e têm chances maiores de precisar acionar o resgate

DE OLHO NA VIRADA

Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado

25 de abril de 2025 - 10:27

Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale

25 de abril de 2025 - 8:23

Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal

HABLAS ESPANHOL?

Nubank (ROXO34) recebe autorização para iniciar operações bancárias no México

24 de abril de 2025 - 20:49

O banco digital iniciou sua estratégia de expansão no mercado mexicano em 2019 e já conta com mais de 10 milhões de clientes por lá

PENDURADOS NO SAC

Bradesco dispara em ranking do Banco Central de reclamações contra bancos; Inter e PagSeguro fecham o pódio. Veja as principais queixas

24 de abril de 2025 - 18:04

O Bradesco saiu da sétima posição ao fim de 2024 para o primeiro colocado no começo deste ano, ao somar 7.647 reclamações procedentes. Já Inter e PagSeguro figuram no pódio há muitos trimestres

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar

24 de abril de 2025 - 8:11

China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Seu frouxo, eu mando te demitir, mas nunca falei nada disso

23 de abril de 2025 - 20:01

Ameaçar Jerome Powell de demissão e chamá-lo de frouxo (“a major loser”), pressionando pela queda da taxa básica, só tende a corromper o dólar e alimentar os juros de longo prazo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia

23 de abril de 2025 - 8:06

Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell

SELIC VS DÓLAR

Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global

22 de abril de 2025 - 15:50

Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell

22 de abril de 2025 - 8:11

Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano

CONTAS DE PASSAGEM

O preço de um crime: fraudes no Pix disparam e prejuízo ultrapassa R$ 4,9 bilhões em um ano

21 de abril de 2025 - 16:08

Segundo o Banco Central, dados referem-se a solicitações de devoluções feitas por usuários e instituições após fraudes confirmadas, mas que não foram concluídas

INDEPENDÊNCIA EM RISCO

Powell na mira de Trump: ameaça de demissão preocupa analistas, mas saída do presidente do Fed pode ser mais difícil do que o republicano imagina

19 de abril de 2025 - 10:55

As ameaças de Donald Trump contra Jerome Powell adicionam pressão ao mercado, mas a demissão do presidente do Fed pode levar a uma longa batalha judicial

FERIADÃO À VISTA

Como fica a bolsa no feriado? Confira o que abre e fecha na Sexta-feira Santa e no Dia de Tiradentes

17 de abril de 2025 - 8:10

Fim de semana se une à data religiosa e ao feriado em homenagem ao herói da Inconfidência Mineira para desacelerar o ritmo intenso que tem marcado o mercado financeiro nos últimos dias

VALE O RISCO?

CDBs do Banco Master que pagam até 140% do CDI valem o investimento no curto prazo? Títulos seguem “baratos” no mercado secundário 

15 de abril de 2025 - 19:26

Investidores seguem tentando desovar seus papéis nas plataformas de corretoras como XP e BTG, mas analistas não veem com bons olhos o risco que os títulos representam

SOB PRESSÃO

Coalizão de bancos flexibiliza metas climáticas diante de ritmo lento da economia real

15 de abril de 2025 - 10:29

Aliança global apoiada pela ONU abandona exigência de alinhamento estrito ao limite de 1,5°C e busca atrair mais membros com metas mais amplas

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar