Incertezas políticas atingem mercado
Dúvidas sobre Brexit e guerra comercial pesam lá fora, enquanto governo Bolsonaro tem teste de fogo com reforma da Previdência em meio à crise no PSL

A semana começa em ritmo lento no mercado financeiro, com os investidores observando a forma como a política pode interferir na economia. Enquanto lá fora as incertezas em torno do Brexit e sobre o acordo comercial entre Estados Unidos e China podem pesar; por aqui, as atenções se voltam para Brasília, onde a crise no PSL pode afetar o avanço da agenda positiva no Congresso.
O teste de fogo do governo Bolsonaro será amanhã, quando o Senado deve retomar a votação da reforma da Previdência, visando concluir a matéria, em segundo turno, antes do fim deste mês. Mas o racha interno no partido do presidente pode abalar a articulação política no Legislativo, diante da ameaça de perder o apoio das bancadas ruralista, evangélica e da bala.
E o mercado financeiro, que ignorou toda a confusão na semana passada, pode acabar sucumbindo à nova crise criada pelo Palácio do Planalto, caso ela contamine o andamento da agenda econômica. A equipe do ministro Paulo Guedes está empenhada em blindar as próximas reformas (tributária e administrativa) e o projeto de privatização dos ruídos políticos, mas a aprovação de novos projetos pode ser “envenenada” pela cena política.
Guedes e os presidentes Rodrigo Maia (Câmara) e Davi Alcolumbre (Senado) discutem os detalhes dos textos das próximas reformas. A previsão é de tramitação em conjunto, sem prioridades, dividindo os trabalhos entre as duas Casas, para acelerar o ritmo. Mas alguns devem andar mais rápido. Afinal, a reforma administrativa, que altera as regras do serviço público, tem mais consenso entre os parlamentares do que a reforma tributária.
Nos bastidores, já se fala que, discutidos Previdência e Orçamento, o restante da pauta fica para 2020. Ou seja, nenhuma reforma nova nem um novo texto para a chamada regra de ouro seriam colocados em debate ainda neste ano. A torcida do mercado doméstico, então, é para que a briga interna do PSL não ganhe maiores proporções, pois o avanço da agenda de reformas é fundamental para o Banco Central continuar cortando a taxa básica de juros.
Aliás, os investidores seguem empolgados com a possibilidade de a Selic cair a 4% ou menos até o próximo ano. Aliás, o relatório de mercado Focus (8h25) deve trazer novas revisões para baixo nas estimativas para o juro básico e a inflação oficial (IPCA), ampliando o debate em torno da valorização do dólar para além de R$ 4,00. A moeda norte-americana segue nesse nível em um período recorde, desde meados de agosto.
Leia Também
Alerta testa bull market
No exterior, o dólar mede forças terreno em relação às moedas rivais nesta segunda-feira, com os investidores digerindo o debate durante o encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, em Washington, no fim de semana. O principal ponto de discussão foi a combinação de gastos do governo com uma política monetária estimulativa e reformas estruturais, de modo a acelerar o crescimento econômico.
O tema acendeu o sinal de alerta entre os investidores, que renovaram as preocupações quanto à desaceleração da economia mundial e o poder limitado de atuação dos principais bancos centrais. É válido lembrar que o FMI revisou para baixo as projeções de crescimento econômico global para 2019 e 2020 pela terceira vez consecutiva neste ano, sendo que a estimativa de expansão em 2019, de 3%, é a menor desde que a crise de 2008.
Mas não houve consenso quanto à necessidade urgente de ação. No mercado financeiro, há quem acredite que é possível engatar um rali de fim de ano, que teria início já neste mês, com os investidores e gestores “embelezando” seus portfólios antes do Natal e apostando em uma extensão do mercado de alta (bull market). O foco está na safra de balanços, a fim de medir o impacto da guerra comercial no lucro das empresas e na economia em geral.
Wall Street conduz esse movimento. Os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram em alta, embalando o pregão na Europa, após uma sessão positiva na Ásia. Os investidores mantêm o apetite por ativos de risco, apesar da ausência de novidades nas negociações comerciais sino-americana após a conclusão da primeira fase e também do adiamento da votação no Parlamento britânico do acordo negociado com a União Europeia.
A libra esterlina afunda em relação ao dólar, após o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ter sido forçado a enviar uma carta à UE, pedindo uma prorrogação de três meses para a saída do Reino Unido do bloco comum europeu. A nova data para o Brexit seria 31 de janeiro, mas BJ ainda quer manter a saída no fim deste mês. Para tanto, ele precisa conquistar os legisladores a tempo.
Já o impasse entre Pequim e Washington tem agitado os mercados. Apesar da recente trégua, os dois lados ainda têm muitos problemas a resolver antes de chegarem a um acordo substancial, após dos progressos. Para o mercado, seria significativo se EUA e China assinassem os termos da primeira fase antes do Thanksgiving, no fim de novembro, o que poderia reduzir as incertezas sobre o tema. A conferir.
Fim de festa? Ibovespa volta aos 137 mil pontos com preocupações sobre dívida dos EUA; dólar vai a R$ 5,64 e NY cai mais de 1%
Os mercados reagiram às discussões sobre o Orçamento no Congresso norte-americano. A proposta pode fazer a dívida do país subir ainda mais
Sonegador de imposto é herói e contribuinte não tem talento, diz Javier Milei — que também considera a palavra “contribuinte” uma ofensa
Presidente defendeu em rede nacional uma proposta que visa o retorno dos dólares escondidos “no colchão” aos cofres argentinos, independentemente de sua origem
Recorde do Ibovespa impulsionou preços históricos de 16 ações — cinco empresas registraram valorização superior a 50% no ano
Levantamento da Elos Ayta mostrou que um grupo expressivo de ações acompanhou o rali do Ibovespa e um setor brilhou mais do que os outros
Bitcoin (BTC) tem dia histórico: criptomoeda quebra novo recorde e ultrapassa US$ 109 mil
Impulsionado por adoção institucional, trégua comercial com a China e ambiente regulatório favorável, bitcoin bate máxima histórica — mas cenário ainda exige cautela dos investidores
BNDES corta participação na JBS (JBSS3) antes de votação crucial sobre dupla listagem nos EUA — e mais vendas podem estar a caminho
A BNDESPar reduziu a participação no frigorífico para 18,18% do total de papéis JBSS3 e agência alerta que a venda de ações pode continuar
Nubank (ROXO34) anuncia saída de Youssef Lahrech da presidência e David Vélez deve ficar cada vez mais em cima da operação
Lahrech deixa as posições após cerca de cinco anos na diretoria da fintech. Com a saída, quem assumirá essas funções daqui para frente será o fundador e CEO do Nu
Só pra contrariar: Ibovespa parte dos 140 mil pontos pela primeira vez na história em dia de petróleo e minério de ferro em alta
Agenda vazia deixa o Ibovespa a reboque do noticiário, mas existe espaço para a bolsa subir ainda mais?
Ibovespa está batendo recordes por causa de ‘migalhas’? O que está por trás do desempenho do índice e o que esperar agora
O otimismo com emergentes e a desaceleração nos EUA puxam o Ibovespa para cima — mas até quando essa maré vai durar?
Ibovespa (IBOV) encerra o pregão com novo recorde, rompendo a barreira dos 140 mil pontos; dólar sobe a R$ 5,67
O principal índice de ações da B3 tem mais um dia de pontuação inédita, com EUA em baixa no mercado internacional e boas notícias locais
Onde investir na bolsa em meio ao sobe e desce do dólar? XP revela duas carteiras de ações para lucrar com a volatilidade do câmbio
Confira as ações recomendadas pelos analistas para surfar as oscilações do dólar e proteger sua carteira em meio ao sobe e desce da moeda
Ação da Smart Fit (SMFT3) pode ficar ainda mais “bombada”: BTG eleva preço-alvo dos papéis e revela o que está por trás do otimismo
Os analistas mantiveram recomendação de compra e elevaram o preço-alvo de R$ 27,00 para R$ 28,00 para os próximos 12 meses
Uma questão de contexto: Ibovespa busca novos recordes em dia de agenda fraca depois de corte de juros na China
Investidores repercutem avanço da Petrobras à última etapa prevista no processo de licenciamento da Margem Equatorial
Entre a frustração com o Banco do Brasil (BBAS3) e a surpresa com o Bradesco (BBDC4): quem brilhou e decepcionou nos resultados dos bancos do 1T25?
Depois dos resultados dos grandes bancos, chegou a hora de saber: o que os analistas estão recomendando para a carteira de ações?
Felipe Miranda: A bifurcação de 2026
Há uma clara bifurcação em 2026, independentemente de quem for eleito. Se fizermos o ajuste fiscal, então será o cenário bom. E se não fizermos o ajuste nos gastos, o Brasil quebra
Méliuz (CASH3) avalia captar recursos via dívida e oferta de ações de R$ 150 milhões para investir em bitcoin (BTC)
Companhia aprovou, na semana passada, mudança no estatuto social para passar a adotar a criptomoeda como principal ativo de investimento da sua tesouraria
É hora do Brasil? Ibovespa bate novo recorde de fechamento aos 139.636 pontos, após romper os 140 mil pontos ao longo do dia
O principal índice de ações da B3 tem mais um dia de pontuação inédita, com EUA em baixa no mercado internacional e boas notícias locais
Do divórcio a um possível recasamento: O empurrãozinho de Trump para novo acordo entre União Europeia e Reino Unido
Cinco anos depois da formalização do Brexit, UE e Reino Unido celebram amplo acordo sobre comércio e defesa
Mobly (MBLY3) vai “sumir” da B3: ação trocará de nome e ticker na bolsa brasileira ainda neste mês
Com a decisão da Justiça de revogar a suspensão de determinadas decisões tomadas em AGE, companhia ganha sinal verde para seguir com sua reestruturação
É igual, mas é diferente: Ibovespa começa semana perto de máxima histórica, mas rating dos EUA e gripe aviária dificultam busca por novos recordes
Investidores também repercutem dados da produção industrial da China e de atividade econômica no Brasil
BDR ou compra direta de ações no exterior: qual a melhor forma de investir em empresas listadas em bolsas gringas?
Recibos de ações estrangeiras facilitam o acesso da pessoa física a esses ativos, mas podem não ser o melhor caminho a seguir, no fim das contas; entenda por quê