BRF perde R$ 16 bilhões na bolsa em um ano
Investidores continuam apreensivos já que a companhia não para de acumular prejuízos; neste ano, rombo chega a R$ 2,3 bilhões

Enquanto se empenha em deslanchar o acordo de leniência, o comando da BRF corre para fechar a venda de ativos até o fim do ano, como prometido a investidores, e driblar nova crise com acionistas, que esperavam um plano para recuperação financeira mais rápida da companhia. Em 12 meses, a empresa perdeu quase metade de seu valor de mercado. Hoje, são R$ 17,5 bilhões. No auge, em 2015, chegou a R$ 60 bilhões na Bolsa.
Os investidores estão apreensivos, porque a BRF não para de acumular prejuízos - neste ano, o rombo chega a R$ 2,3 bilhões -, e segue perdendo espaço no mercado interno. Analistas ouvidos pelo Estado projetam que, neste ritmo, levará muitos trimestres para que a empresa reverta esse quadro. Voltar ao lucro de forma consistente pode demandar até dois anos.
Pedro Parente, presidente da empresa, tem afirmado que o trabalho de reconstrução da BRF será lento. Os alertas, porém, não evitam que investidores e acionistas emitam sinais de preocupação - e pressão - nos bastidores.
Disputa societária
Levado à companhia após uma disputa societária no início do ano, que opôs fundos de pensão Petros (Petrobras) e Previ (Banco do Brasil) e o empresário Abilio Diniz, Parente está no comando desde junho. Ele traçou um plano emergencial que consiste em levantar R$ 5 bilhões, dos quais R$ 3 bilhões com venda de unidades no exterior, reduzindo o endividamento. A dívida líquida da BRF chegou a R$ 16,3 bilhões ao final de setembro, um recorde.
As conversas para a venda dos ativos na Europa e na Tailândia estão mais avançadas e podem ser concluídas até dezembro, segundo fontes a par do assunto. Entre cinco interessados, está a rival JBS, dos irmãos Batista. Na Argentina, há maior dificuldade de se achar interessado no pacote de três fábricas.
A pressão de investidores sobre o processo de venda é grande. Sem esses negócios, a conta prometida por Parente não fecha. “Se vender os ativos, a companhia conseguirá reduzir a dívida”, afirma Leandro Fontanesi, analista do Bradesco BBI.
Leia Também
E a empresa ainda lida com problemas graves que a impedem de aumentar com rapidez as receitas. Há 12 fábricas da companhia proibidas de vender para países europeus desde maio, há capacidade ociosa de cerca de 20% nas fábricas, e, por fim, a concorrência no Brasil mantém-se feroz. A estratégia da BRF será reverter a queda das margens em 2019 e retomar a rentabilidade em 2020.
Gestão
Além dos problemas financeiros, há necessidade de encontrar um novo presidente - nos últimos cinco anos, seis executivos ocuparam o cargo. Parente indicou que Lorival Luz, atual diretor financeiro, será o substituto. A decisão não foi bem aceita por acionistas e por parte do conselho, apurou o Estado. Apesar de ser bem avaliado - com passagens pela CPFL e Votorantim -, Luz não é visto como preparado para tocar a empresa em momento tão delicado. Por ora, contudo, os sócios, embora decepcionados com o prazo maior para a recuperação da empresa, seguem alinhados com Parente.
BRF, Previ e Abilio Diniz não comentaram. A Petros afirmou que confia no “poder de entrega da gestão atual”, que é liderada por um conselho “capacitado, independente e atuante”.
*Com Estadão Conteúdo
Bola de cristal monetária: Ibovespa busca um caminho em dia de Super Quarta, negociações EUA-China e mais balanços
Investidores estão em compasso de espera não só pelas decisões de juros, mas também pelas sinalizações do Copom e do Fed
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
Aporte milionário: BRF (BRFS3) firma parceria com sauditas de olho na sétima fábrica de processamento no Oriente Médio
A companhia fará um investimento de US$ 160 milhões na nova unidade que terá parceria com a Halal Products Development Company (HPDC)
Guerra comercial EUA e China: BTG aponta agro brasileiro como potencial vencedor da disputa e tem uma ação preferida; saiba qual é
A troca de socos entre China e EUA força o país asiático, um dos principais importadores agrícolas, a correr atrás de um fornecedor alternativo, e o Brasil é o substituto mais capacitado
Últimas horas para se inscrever na Ambev, Eneva e Porto; confira essas e outras vagas para estágio e trainee com remuneração de até R$ 7 mil
Os dias estão correndo e cada nova vaga ou processo seletivo pode abrir janelas de oportunidade capazes de transformar trajetórias. A atual temporada de estágios e trainees está repleta de possibilidades para jovens profissionais em todo o Brasil. O único problema é que o relógio não espera por ninguém. Nesta segunda-feira (14), ainda é possível […]
Última chamada para se inscrever na Bayer, Ambev e Heineken; confira essas e outras vagas para estágio e trainee com bolsa-auxílio de até R$ 8,5 mil
Os aprovados nos programas de estágio e trainee devem começar a atuar até o segundo semestre de 2025; as inscrições ocorrem durante todo o ano
Agronegócio brasileiro pode se dar bem com guerra de tarifas de Trump — e aqui estão 4 ações que podem ganhar com isso
A retaliação de outros países aos EUA pode alimentar a busca por outros parceiros comerciais para importar grãos e carnes, a exemplo do Brasil; BTG Pactual e XP dizem quais empresas podem tirar proveito desse movimento
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
Lula firma acordos com Japão, mas frustração do mercado ajuda a derrubar as ações dos frigoríficos na bolsa
Em rara visita de Estado ao Japão, o presidente brasileiro e o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, firmaram nesta quarta-feira (26) dez acordos de cooperação em áreas como comércio, indústria e meio ambiente
Confete e serpentina na bolsa: Véspera de Carnaval inspira cautela no Ibovespa após tombo da Petrobras
Investidores seguem repercutindo balanço da Petrobras e se preparam para feriado prolongado enquanto bolsas seguem abertas mundo afora
BRF (BRFS3): se o brasileiro está trocando a carne pelo frango, por que o balanço da empresa decepcionou o mercado?
Companhia de fato teve um ano estelar e repleto de recordes positivos em 2024, mas também vem sofrendo com a alta dos custos; entenda por que a ação cai hoje
Como não ser pego de surpresa: Ibovespa vai a reboque de mercados estrangeiros em dia de ata do Fed e balanço da Vale
Ibovespa reage a resultados trimestrais de empresas locais enquanto a temporada de balanços avança na bolsa brasileira
BRF de escanteio? JBS (JBSS3) é a ação favorita deste bancão para se proteger da volatilidade do setor de frigoríficos
Os analistas do BTG Pactual coroaram a dona da Seara como a ação predileta entre os frigoríficos — e também como o único papel do setor com recomendação de compra
O urso de hoje é o touro de amanhã? Ibovespa tenta manter bom momento em dia de feriado nos EUA e IBC-Br
Além do índice de atividade econômica do Banco Central, investidores acompanham balanços, ata do Fed e decisão de juros na China
É o fim do “banquete” da BRF (BRFS3) na bolsa? Alta dos custos, dólar e até Trump mexem com as ações na B3; saiba o que esperar
No ano passado, a ação da produtora de aves e suínos foi a segunda maior alta do Ibovespa em 2024, mas amarga queda de 20% apenas neste início de ano
Um (dilema) Tostines na bolsa: Ibovespa reage a balanços e produção industrial em dia de aversão ao risco lá fora
Santander Brasil é o primeiro bancão a divulgar balanço do quarto trimestre de 2024; Itaú publica resultado depois do fechamento
Chuvas e atraso na colheita preocupam, mas SLC Agrícola (SLCE3) deve atravessar a tempestade com bons resultados, segundo o BofA
Apesar dos desafios climáticos enfrentados por produtores no Mato Grosso e outros estados, a empresa é vista como uma das mais resilientes do setor
Ambev (ABEV3), JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3): quem ganha e quem perde com o tarifaço de Trump, segundo o BTG
Analistas destacam possíveis impactos positivos e negativos para empresas brasileiras, com a redução da competitividade das exportações dos EUA e de países afetados
Quem vence o ‘cabo de guerra’ das commodities: setor alimentício ou agronegócio? BTG elege as 4 ações que podem sair vencedoras dessa batalha
Após um período de preços baixos das commodities agrícolas, o banco vê uma inversão no cenário a partir de 2025
Vai ficar só na ameaça? Ibovespa busca recuperação, mas feriado em Wall Street drena liquidez
Ibovespa tenta reaver a marca dos 120 mil pontos enquanto EUA se fecham em luto para o funeral de Jimmy Carter