Tarcísio, Zema, Caiado e mais — veja como os governadores dos maiores estados do Brasil estão se preparando para o impacto das tarifas dos EUA
Estados correm contra o tempo para enfrentar os efeitos do tarifaço de 50% anunciado por Trump sobre produtos brasileiros, que entra em vigor em 1º de agosto
O tempo está passando — e com ele, diminuem as chances de um acordo entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. Enquanto o Planalto ainda estuda um “plano de contingência” para lidar com a ameaça econômica, os governadores estaduais já se movem, decididos a não esperar para ver o estrago.
Na linha de frente estão Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás. Ambos anunciaram linhas de crédito emergenciais para empresas locais afetadas pelo tarifaço norte-americano.
Tentando recuperar o tempo perdido, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, Eduardo Leite (PSD), do Rio Grande do Sul, e Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, criaram grupos de estudo para avaliar os impactos e articular medidas de mitigação.
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São Paulo e Goiás: linhas de crédito abertas
Apesar da gravidade do cenário, até agora apenas dois estados apresentaram respostas concretas.
Nesta quarta-feira (23), São Paulo anunciou R$ 200 milhões em crédito subsidiado para empresas afetadas pelas tarifas, que entram em vigor no início de agosto. Na véspera, Tarcísio já havia adiantado a ideia de oferecer crédito de ICMS aos exportadores, como forma de compensação.
A Linha Giro Exportador prevê juros a partir de 0,27% ao mês mais IPCA, com prazo de pagamento de até 60 meses e carência de até 12 meses. Cada empresa poderá contratar até R$ 20 milhões.
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Em Goiás, Caiado também anunciou uma linha de crédito emergencial. O diferencial está na taxa anual inferior a 10%, abaixo das praticadas pelo BNDES e pelo Plano Safra, com recursos vindos de um fundo de fomento estadual baseado no ICMS das exportações, sem necessidade de aporte direto do Tesouro estadual.
Os governadores na corrida contra o tempo
Mesmo que apenas dois estados tenham anunciado, até agora, linhas de crédito emergenciais, a lista de governadores que se movimentam para organizar uma resposta à altura é extensa. A seguir, alguns dos estados da federação que devem ser mais afetados pelas tarifas e as medidas colocadas em prática até o momento.
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Eduardo Leite, Rio Grande do Sul
Segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Rio Grande do Sul aparece como o segundo estado mais impactado pelo tarifaço.
Na última sexta-feira, o governador Eduardo Leite (PSD) se reuniu com representantes da indústria gaúcha, de entidades empresariais e da diplomacia norte-americana para discutir os efeitos da sobretaxa. Uma linha de crédito estadual voltada às empresas exportadoras está em análise, mas ainda sem definição.
Cláudio Castro, Rio de Janeiro
Na semana passada, o governador Cláudio Castro (PL) anunciou a criação de um grupo de trabalho para avaliar os impactos econômicos das tarifas. A equipe tem como missão elaborar um diagnóstico detalhado sobre os efeitos do tarifaço na economia fluminense e propor estratégias para mitigar os prejuízos.
“O Rio de Janeiro é o segundo maior estado exportador para os EUA, especialmente de petróleo refinado e produtos de ferro e aço. No ano passado, foram US$ 7,4 bilhões em produtos vendidos para aquele país”, afirmou Castro.
Romeu Zema, Minas Gerais
Em Minas Gerais, o novo cenário comercial entre Brasil e Estados Unidos deve atingir em cheio a produção de café. Em entrevista à CNN, o vice-governador Mateus Simões (Novo) estimou uma perda de até R$ 1 bilhão nas vendas de café mineiro em função das tarifas.
Outros setores relevantes da economia mineira também estão na linha de impacto, como ferro-gusa, siderurgia, exportação de carne e produção de frutas. Diante disso, o governo estadual já colocou em andamento três frentes de atuação: a busca por novos mercados, suporte técnico e tributário às empresas atingidas e a produção de dados estratégicos para auxiliar as negociações em nível federal.
Renato Casagrande, Espírito Santo
O governador Renato Casagrande (PSB) instituiu, na terça-feira, um comitê para avaliar os impactos da sobretaxa americana. Aproximadamente 30% das exportações capixabas têm como destino os Estados Unidos.
Segundo Casagrande, o comitê avaliará alternativas como linhas de crédito e medidas tributárias para apoiar os setores mais afetados. No ano passado, o Espírito Santo foi o quarto estado que mais exportou para os EUA, com um volume de vendas de US$ 3,1 bilhões.
Uma disputa pelo protagonismo
No jogo de empurra para apontar os culpados pela crise comercial entre Brasil e Estados Unidos, Donald Trump, o governo Lula e a família Bolsonaro surgem como os principais alvos. Mas, no fogo cruzado, o embate pelo protagonismo entre os governadores e os Bolsonaro também ganhou novos capítulos.
Na semana passada, Eduardo Bolsonaro criticou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por buscar diálogo com empresários a fim de encontrar uma saída para as tarifas impostas por Trump. Pelas redes sociais, o deputado acusou o governador de “subserviência servil às elites”.
Na visão de Eduardo, Tarcísio deveria priorizar o “fim do regime de exceção”, em referência às condenações dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Já nesta quarta-feira, Eduardo reagiu com ironia às declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que o responsabilizou por “criar um problema” para a direita ao articular sanções contra autoridades brasileiras nos Estados Unidos.
Sem citar nomes, Eduardo ainda sugeriu que Zema faz parte da “turminha da elite financeira”. “Enquanto são pessoas simples e comuns as vítimas da tirania, não há problema. Mas mexeu com a sua turminha da elite financeira, daí temos o apocalipse para resolver”, escreveu.
Enquanto isso, com as acusações indo de um lado para o outro, o governo federal e os estados têm dez dias para agir antes da entrada em vigor das tarifas de 50% em 1º de agosto.
*Com informações de O Globo, G1, CNN e GZH
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