Arte ao ar livre: Inhotim e outros 5 museus que transformam a paisagem em galeria
Endereço brasileiro que transformou percepção sobre arte em espaço aberto completa 20 anos de abertura ao público em 2026; aqui, nos debruçamos sobre seis complexos onde o ambiente é a própria obra

A rigor, o Instituto Inhotim já completou 20 anos de sua fundação: foi em 2002 que a primeira galeria, True Rouge, foi devidamente instalada por lá, com projeto de Paulo Orsini e exposição permanente da obra de arte homônima de Tunga.
Foi somente em 2006, no entanto, que o grande museu a céu aberto brasileiro abriu ao público. De lá pra cá, o espaço colocou o município mineiro de Brumadinho no mapa das artes global, transformando a visão nacional sobre arte instalação por quase duas décadas.
Hoje, o Inhotim é muito mais que um museu – em seus 140 hectares, o espaço reúne hoje mais de 1.860 obras de 280 artistas diferentes. Isso além de um Jardim Botânico com mais de 4,3 mil espécies, espaço para festivais de música, hotéis de luxo e até maratonas.
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O mundo como uma galeria
Quem ouve tudo isso pode até ficar impressionado, mas o conceito dos museus a céu aberto é bastante simples: na prática, são espaços que transformam o patrimônio cultural e o ambiente em uma experiência imersiva de um jeito que as salas fechadas raramente conseguem.
A ideia nasceu no fim do século 19, na Escandinávia, e com o tempo, o formato conquistou o mundo. Seja em parques de esculturas ou ilhas inteiras transformadas em galerias, nesses espaços, os visitantes têm a oportunidade de observar obras de arte integradas ao ambiente
A combinação entre elementos culturais e paisagísticos é um dos fatores responsáveis pelo interesse do público nesse conceito, que atrai milhões de pessoas anualmente, ao promover uma interação direta entre o espaço expositivo e seus frequentadores.
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Enquanto nos preparamos para celebrar os 20 anos da abertura do Inhotim ao público, relembramos deste e de outros museus a céu aberto. Ao todo, são seis espaços que reinterpretam a arte e sua relação com o espaço expositivo e com o meio ambiente.
Skansen, Estocolmo (Suécia)
O nome Skansen significa “fortificação” em sueco. Nesse caso, porém, ele representa preservação cultural.
Fundado em 1891 por Artur Hazelius, o primeiro museu a céu aberto do mundo nasceu com a missão de preservar a memória da Suécia rural, que na época sofria rápidas transformações com a industrialização.

A ideia inicial de seu fundador era simples, porém visionária: transportar casas, fazendas, oficinas e igrejas originais de diferentes regiões do país para um único local, recriando vilarejos inteiros onde a história pudesse, literalmente, ser revivida.
Hoje, o Skansen é um dos principais pontos turísticos de Estocolmo e símbolo nacional. Sua estrutura, aliás, ocupa mais de 300 mil metros quadrados na ilha de Djurgården.
Por lá, dispõe de mais de 150 edificações históricas, artesãos em trajes típicos, festivais folclóricos e até mesmo um zoológico dedicado à fauna nórdica, com alces, ursos e linces.
Os ingressos custam 285 coroas suecas (R$ 164,16) para adultos e 85 coroas suecas (R$ 48,96) para crianças de abaixo de 15 anos.
Storm King Art Center, Hudson Valley (Estados Unidos)
A cerca de uma hora de carro ao norte de Manhattan, em Hudson Valley, o Storm King Art Center é um dos maiores museus a céu aberto do mundo, com mais de 500 acres de extensão, cerca de dois milhões de metros quadrados.

Fundado em 1960 por Ralph E. Ogden, nasceu como um espaço dedicado à pintura da Hudson River School, mas acabou se transformando em um parque de esculturas.
O diferencial fica por conta da curadoria: com um acervo que reúne mais de 100 artistas, como Alexander Calder, Richard Serra, David Smith e Mark di Suvero, por exemplo. Cada obra é posicionada de forma a dialogar com o relevo e a vegetação, criando uma harmonia entre arte e natureza.
Entre as obras mais emblemáticas está o “Three‑Legged Buddha” (2007), do chinês Zhang Huan:
Durante a temporada regular, o Storm King funciona de quarta a segunda, das 10h às 18h (e até 20h aos sábados), fechando apenas às terças. No inverno, entretanto, entre janeiro e meados de março, abre de forma reduzida, geralmente apenas aos fins de semana.
Os ingressos custam US$ 25 (R$ 140) para adultos, US$ 22 (R$121) para idosos, US$ 15 (R$ 85) para estudantes e jovens de 5 a 17 anos, com entrada gratuita para crianças até 4 anos. E um atrativo extra: a entrada é livre nas primeiras sextas-feiras de junho, julho e agosto.
Inhotim, Brumadinho (Brasil)
Fundado pelo empresário Bernardo Paz em 2006, o Instituto Inhotim rapidamente se consolidou como uma referência mundial. E não apenas pelo acervo artístico e arquitetônico, mas também pelo paisagismo concebido pelo mestre Roberto Burle Marx.
Foi graças a ele que Brumadinho entrou no mapa turístico global. Bate-e-volta clássico para quem visita Belo Horizonte, fica a apenas 60 km da capital mineira.
O que não faltam são obras e galeria icônicas: desde a “True Rouge”, de Tunga, até os icônicos Fuscas coloridos de Jarbas Lopes, passando pelas galerias projetadas para se integrar à natureza. Tudo lá é pensado para o deleite dos visitantes.
True Rouge
O nome Inhotim vem da antiga fazenda do inglês Timothy, chamado de “Seu Tim” no sotaque mineiro, que virou Nhô Tim, resultando em Inhotim. Quando Paz comprou as terras e começou o projeto, porém, decidiu manter o nome como homenagem à história do lugar e à memória oral da comunidade.
O Inhotim abre de quarta a sexta, das 9h30 às 16h30; sábados, domingos e feriados, até 17h30. Em janeiro e julho, funciona também às terças. Preços: R$ 60 (um dia), R$ 105 (dois dias), R$ 138 (três dias). A entrada é gratuita toda quarta e no último domingo do mês, com retirada antecipada pela Sympla.
Gibbs Farm, Kaipara Harbour (Nova Zelândia)
A cerca de 50 km ao norte de Auckland, a Gibbs Farm é um impressionante parque de esculturas criado na década de 1990 pelo empresário e colecionador Alan Gibbs. Seu diferencial está no fato de muitas obras terem sido concebidas ou adaptadas especialmente para o terreno, resultando, portanto, em uma integração singular entre arte e paisagem.
Entre os destaques, “Dismemberment, Site 1”, de Anish Kapoor. Trata-se de um túnel vermelho que transforma a percepção do horizonte. Já “Horizons”, de Neil Dawson, parece um desenho bidimensional flutuando no ar. O acervo inclui ainda trabalhos de Richard Serra, Bernar Venet e Andy Goldsworthy.

As visitas são gratuitas, mas restritas a datas específicas, mediante reserva antecipada – um fator que torna a experiência ainda mais exclusiva.
Giardino dei Tarocchi, Capalbio (Itália)
Localizado no extremo sul da Toscana, o Giardino dei Tarocchi é um jardim construído entre 1979 e 2002 pela artista franco-americana Niki de Saint Phalle. O espaço reúne esculturas baseadas nos arcanos maiores do tarô, feitas com mosaicos espelhados, cerâmica e vidro colorido.
A criação foi inspirada pelo Parc Güell, o complexo-símbolo e mosaico surreal do modernismo catalão de Gaudí em Barcelona. Aqui, no entanto, o tema são as cartas e a mitologia do tarô.
O local oferece uma experiência sensorial em que os visitantes podem entrar nas obras. A instalação dedicada à Imperatriz, por exemplo, inclui um apartamento utilizado por Niki durante parte da construção. Já os arcanos d’O Louco, d’O Sol e d’A Sacerdotisa, por outro lado, são exemplos de figuras que recebem novas interpretações com elementos de humor, fantasia e surrealismo.

Aberto de abril a outubro, o jardim é mais bem explorado a partir de Capalbio ou de Roma, para um bate-e-volta. O ingresso custa 15 euros.
Museu a céu aberto de Hakone, Hakone (Japão)
A pouco mais de 80 km de Tóquio, na cidade de Hakone, está o primeiro museu a céu aberto do Japão, inaugurado em 1969.
Com mais de 70 mil metros quadrados, o Museu a Céu Aberto de Hakone – ou Hakone Choukoku no Mori Bijutsukan – é um exemplo perfeito da estética japonesa de integrar arte e natureza. Aqui, porém, o destaque vai para como cada estação do ano transforma a percepção das obras.
Reclining Figure, de Henry Moore
O museu destaca-se por sua coleção de esculturas modernas e contemporâneas de artistas como Henry Moore, Niki de Saint Phalle, Joan Miró e Rodin, expostas ao ar livre.
Entre as atrações está a torre “Symphonic Sculpture”, de Gabriel Loire, com vitrais coloridos que mostram a paisagem de Hakone. O acervo possui ainda mais de 300 obras de Pablo Picasso, incluindo cerâmicas raras, em uma ala exclusiva.

Symphonic Sculptur
Hakone também é conhecida pelas onsen (águas termais), permitindo ao visitante combinar um dia no museu com uma estadia em um ryokan (hospedaria tradicional japonesa). O museu funciona durante todo o ano, com ingressos a partir de 1.600 ienes (cerca de R$ 59).
www.hakone-oam.or.jp
*Preços consultados em 20 de agosto de 2025.
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O espaço é um dos clássicos da cena artística de Paris e tem um acervo extenso de arte moderna e contemporânea