Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal
Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos

Nada como uma boa lavada de roupa suja em público — especialmente quando os envolvidos são dois dos homens mais poderosos do mundo. Donald Trump e Jeff Bezos protagonizaram um desentendimento que resultou em uma ligação direta e irritada do presidente dos Estados Unidos ao segundo homem mais rico do planeta.
O motivo: a notícia de que a Amazon começaria a exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos. Mas não foi preciso muito para que Bezos voltasse atrás.
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A pressão da Casa Branca veio logo após reportagem publicada na terça-feira (29) informando que a Amazon planejava mostrar aos consumidores quanto do valor de um item era impactado por tarifas.
A reação foi rápida. Assim que um alto funcionário alertou o presidente sobre a notícia, Trump pegou o telefone. Poucas horas depois, a Amazon já havia minimizado publicamente a proposta — e logo em seguida anunciou que ela estava completamente descartada.
Segundo o próprio Trump, foi uma “boa ligação”.
“Jeff Bezos foi muito gentil. Ele foi sensacional”, disse o presidente a repórteres na terça-feira. “Ele resolveu o problema muito rapidamente. Bom sujeito”.
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Trump vs. Bezos: uma breve queda de braço
O plano, revelado pelo Punchbowl News, previa que a Amazon “em breve exibiria quanto do custo de um item é derivado das tarifas — diretamente ao lado do preço total do produto”.
Se levada adiante, a medida teria o potencial de escancarar o impacto direto das tarifas nas prateleiras digitais — algo com implicações sensíveis para o negócio da Amazon, considerando a tarifa de 145% sobre produtos da China, de onde vêm até 70% dos itens vendidos na plataforma, segundo a Wedbush Securities.
Antes mesmo de Trump se pronunciar, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, já havia subido o tom. Ela classificou o plano da Amazon como “um ato hostil e político”.
“Por que a Amazon não fez isso quando o governo Biden aumentou a inflação ao maior nível em 40 anos?”, questionou Leavitt. E emendou: “Essa é mais uma razão pela qual os americanos deveriam comprar produtos americanos”.
As declarações surtiram efeito. As ações da Amazon recuaram mais de 2% nas negociações pré-mercado logo após a repercussão pública do caso.
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Um amizade em meio às tarifas
O episódio acontece em um momento curioso de reaproximação entre Trump e Bezos, depois de anos de animosidade pública. Desde a vitória do republicano nas eleições de 2024, o bilionário passou a adotar um tom mais conciliador.
Em dezembro, elogiou o novo mandato presidencial, dizendo acreditar que Trump estava “mais calmo e confiante”. No mesmo mês, a Amazon doou US$ 1 milhão ao fundo inaugural do presidente, e o próprio Bezos compareceu à cerimônia de posse.
A Amazon não está sozinha na resposta às tarifas. Outras gigantes do e-commerce também já se movimentaram. As chinesas Shein e Temu, conhecidas pela moda rápida e preços baixos, vêm implementando mudanças visíveis em suas plataformas.
A Temu, por exemplo, passou a incluir no carrinho de compras uma linha chamada “encargo de importação”, com acréscimos que podem chegar justamente aos 145%.
*Com informações da CNBC e CNN
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