Inteligência artificial tem lado? As visões das IAs de EUA, China e UE para encerrar a guerra Rússia-Ucrânia
DeepSeek, Mistral e ChatGPT respondem às mesmas perguntas sobre guerra e paz — e mostram que até a inteligência artificial pode ter lado

Mais do que buscar fórmulas para o sucesso ou conselhos para se sair bem em entrevistas de emprego, a inteligência artificial (IA) tornou-se uma questão geopolítica. E não por acaso: as principais potências e blocos econômicos já contam com suas próprias versões da tecnologia.
Para investigar como cada IA é programada — e se suas respostas diferem em temas sensíveis como a guerra na Ucrânia ou os conflitos no Oriente Médio —, a newsletter da Gzero, um site especializado em política internacional, realizou um experimento com três ferramentas bastante disitintas: a DeepSeek, uma inteligência artificial da China; a Mistral, uma IA da União Europeia; e o ChatGPT, desenvolvido nos Estados Unidos.
Como um elemento extra, após cada rodada de perguntas, os editores da newsletter compartilharam as respostas entre as três IAs, permitindo que cada uma visse o que as outras haviam dito antes de elaborar a próxima resposta.
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Já na primeira questão, a diferença de tom ficou evidente: a inteligência artificial chinesa demonstrou maior ceticismo em relação ao anúncio de Donald Trump sobre um suposto acordo entre Israel e Hamas, enquanto o ChatGPT se mostrou mais confiante no avanço das negociações.
Gzero: Vamos explorar o que o sucesso do presidente dos EUA, Donald Trump, em Gaza significa para a Ucrânia. Para começar, como você resumiria as implicações?
DeepSeek: A premissa de um "sucesso de Trump em Gaza" é um cenário hipotético, visto que o conflito está em andamento e uma resolução definitiva ainda não foi alcançada. Em vez de beneficiar a Ucrânia, um conflito resolvido ou apaziguado em Gaza permitiria ao governo Trump acelerar uma mudança para atender a outras prioridades do "América em Primeiro Lugar".
Mistral: O sucesso de Trump em Gaza reforçou sua credibilidade diplomática e aumentou as expectativas de avanços semelhantes na Ucrânia. Sua abordagem incluiu pressionar aliados europeus a aumentar os gastos com defesa e reduzir a dependência da energia russa.
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ChatGPT: O recente avanço diplomático de Trump em Gaza — garantindo um acordo de cessar-fogo e trocas de reféns e prisioneiros entre Israel e o Hamas — reforça sua imagem como um mediador capaz de influenciar conflitos além das fronteiras dos EUA.
Gzero: Quais são as chances de a Ucrânia estar em paz dentro de um ano? Por favor, me dê uma porcentagem.
DeepSeek: 15%
Mistral: 30-40%
ChatGPT: 10-15%
Gzero: Mistral, você está significativamente mais otimista do que os outros modelos de IA. Por que você acha que isso pode acontecer?
Mistral: Alguns fatores: as declarações públicas de Trump sugerem uma pressão mais agressiva do que a vista em anos anteriores, os aliados europeus podem estar mais abertos a apoiar a Ucrânia e tanto a Rússia quanto a Ucrânia estão sob imensa pressão, com muitas baixas e custos econômicos.
Gzero: ChatGPT, o que você acha que está faltando na conversa até agora?
ChatGPT: Enquadramento estratégico e profundidade contextual — ficou no nível de implicações e probabilidades superficiais, sem abordar as forças estruturais que moldam essas probabilidades. Especificamente: uma resolução sobre Gaza pode liberar a capacidade diplomática dos EUA e, se os Estados árabes forem mais cooperativos após Gaza, isso pode alterar os mercados de energia ou a dinâmica das sanções relevantes para a Rússia.
Gzero: DeepSeek, algo que você gostaria de acrescentar?
Deepseek: O ChatGPT identifica corretamente que uma questão de Gaza resolvida libera espaço diplomático e estratégico para os EUA. No entanto, meu argumento central é que esse espaço não será automaticamente realocado para uma política pró-Ucrânia. Além disso, Mistral aponta para o aumento da credibilidade de Trump. Embora seja verdade para sua base doméstica, isso é menos relevante para Vladimir Putin. Putin não precisa que Trump prove sua destreza em negociações; ele precisa de um presidente americano disposto a tolerar esferas de influência russas. Um acordo sobre Gaza não muda esse cálculo.
Gzero: Qual conselho você daria a Trump sobre a Ucrânia?
DeepSeek: Garantir formalmente o aumento dos gastos europeus com defesa e a responsabilidade estratégica (uma exigência central de Trump) como parte inegociável do resultado, reduzindo os encargos de longo prazo para o contribuinte americano. Acabar com a guerra e remodelar estruturalmente a aliança em benefício dos Estados Unidos.
Mistral: Priorizar a negociação de um acordo provisório e limitado — como um cessar-fogo em regiões específicas ou um "congelamento" territorial temporário. Ao enquadrar o progresso inicial como uma vitória para ambos os lados (por exemplo, trocas de prisioneiros, desescalada localizada ou corredores humanitários), Trump poderia ajudar a sustentar o apoio europeu e doméstico para um processo de longo prazo.
ChatGPT: Os cidadãos europeus estão cansados, mas seus líderes temem a imprevisibilidade de Trump. Ele pode converter esse medo em alinhamento — oferecendo alívio parcial nos custos de defesa dos EUA em troca de pressão unificada sobre a Rússia e aumento dos fundos de reconstrução para a Ucrânia.
Gzero: Última pergunta: Qual você acha que é a dimensão mais importante a ser observada?
DeepSeek: Um sucesso em Gaza pode capacitar Trump a perseguir uma agenda transacional "América Primeiro" com vigor renovado. Observe qualquer mudança no compromisso dos EUA com o princípio de defesa coletiva da OTAN, pois este seria o sinal mais direto de que um acordo na Ucrânia será buscado principalmente em termos que reduzam os encargos dos EUA, mesmo que codifique os ganhos russos.
Mistral: A unidade europeia é frágil, e a Rússia só se envolverá seriamente se acreditar que os EUA e a Europa estão unidos em seus termos. Se a Rússia sentir fraqueza, as chances de paz diminuirão.
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