S&P 500 é oportunidade: dois motivos para investir em ações americanas de grande capitalização, segundo o BofA
Donald Trump adicionou riscos à tese de investimento nos EUA, porém, o Bank Of America considera que as grandes empresas americanas são fortes para resistir e crescer, enquanto os títulos públicos devem ficar cada vez mais voláteis

O ano começou com a tese do excepcionalismo americano na máxima, com gestores de fundos globais apostando centenas de milhares de dólares nas ações e nos títulos dos EUA. Até que o tarifaço de Donald Trump fez a tese fraquejar e um volume grande desse dinheiro escoar para fora do país.
Eis que o Bank of America aparece nesta segunda-feira (28) com uma nova versão do excepcionalismo americano: as ações valem a pena, os Treasurys estão mais arriscados.
A inversão de fundamentos — em que os títulos públicos são considerados mais arriscados e as ações, em alguma medida, mais certas — causa estranheza. Afinal, os títulos de dívida do governo americano não eram os ativos mais seguros do mundo?
- VEJA MAIS: Ação brasileira da qual ‘os gringos gostam’ tem potencial para subir mais de 20% em breve; saiba o porquê
Em relatório, os analistas do BofA argumentam que as empresas de grande capitalização dos Estados Unidos, listadas principalmente no S&P 500, têm fôlego para passar por esse período turbulento devido aos baixos níveis de endividamento e ganhos em produtividade.
“A produtividade está entrando em ação, um impulsionador de crescimento de maior qualidade. E o mais importante, a alavancagem é baixa”, diz o relatório do banco americano.
Já os Treasurys, por outro lado, estão diretamente associadas aos níveis máximos da dívida do país e à incerteza política que representa Trump, segundo os analistas.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
- LEIA TAMBÉM: O que são os Treasurys e por que a alta das taxas nos EUA derruba a bolsa brasileira e faz o dólar disparar?
Evolução do S&P 500
O S&P 500 de hoje não é o mesmo índice de anos atrás: “é comparar maçãs com laranjas”, diz o BofA.
De acordo com os analistas do banco, o lucro por ação do índice é menos volátil hoje do que era anos atrás. Isso porque, o modelo de negócios das empresas mudou.
O relatório diz que, antes, os negócios eram focados em muitos ativos e mão de obra, o que gerava baixa margem de lucro. Agora, os negócios funcionam com poucos ativos e pouca mão de obra.
Isso significa que as empresas evoluíram de um crescimento de baixa qualidade, segundo o BofA, para um crescimento mais sólido, baseado em produtividade e tecnologia.
- Confira a coluna de Felipe Miranda: Do excepcionalismo ao repúdio
E o mais importante, com uma alavancagem — indicador de endividamento que relaciona a dívida líquida da empresa com o lucro operacional — baixa, dizem os analistas.
“O risco de alavancagem tem sido um dos maiores impulsionadores do prêmio de risco das ações desde a crise financeira global [de 2008], explicando mais de 60% das flutuações no custo do capital próprio”, diz o relatório.
Sem esse risco, a volatilidade das ações — e do lucro das empresas — diminui.
Atualmente, a alavancagem do S&P 500 está 1,7 vez abaixo da média histórica, enquanto a dívida pública dos Estados Unidos está próxima das máximas.
- VEJA TAMBÉM: Conheça o Guia do Imposto de Renda 2025, do Seu Dinheiro, e veja uma forma descomplicada de fazer a sua declaração
Outro argumento dos analistas do BofA é a evolução do índice em relação aos setores de maior exposição.
Em 1980, a manufatura representava mais de 50% das ações que faziam parte do S&P 500.
Duas décadas depois, essa exposição ficou mais equilibrada, com inovação, consumo, manufatura e REITs/finanças representando quase 25% cada.
Mas, hoje, a inovação quase chega a 50% do índice, com as outras três categorias equilibradas entre elas.
O BofA considera inovação as empresas de tecnologia e serviços de comunicação (Meta e Google, por exemplo, são consideradas empresas de comunicação).
Resiliência das ações de grande capitalização
Os analistas do BofA ainda apresentam uma seleção de setores que estariam mais preparados para resistir à estagflação — cenário econômico em que a atividade do país cai, mas a inflação continua alta — projetada para o país em 2025.
“Com nossos economistas revisando as previsões de crescimento dos EUA para baixo e as previsões de inflação para cima, a pressão sobre o consumidor pode se traduzir em menos gastos discricionários”, dizem os analistas.
Os gastos discricionários são gastos não essenciais, que podem ser ajustados ou cortados sem afetar significativamente a vida diária, como lazer, viagens ou compras não urgentes.
Neste cenário, o modelo do banco aponta uma predileção por empresas de saúde, serviços públicos, energia, bancos e seguradoras, além de serviços de assinatura menos descartáveis, como telefonia e mídia.
- LEIA MAIS: O Lifestyle do Seu Dinheiro chegou para te manter atualizado sobre as principais tendências de comportamento e consumo; receba nossa newsletter gratuita
Ficou difícil para os Treasurys
Os “ativos mais seguros do mundo” passam por um momento turbulento com Trump à frente da Casa Branca.
Não que tenham se tornado ativos arriscados como são ações, porém, estão mais arriscados do que eram no começo do ano, por exemplo, na análise do BofA.
O motivo é a volatilidade.
“Embora uma comparação simples entre o rendimento dos lucros [das empresas] dos EUA e o rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos possa justificar uma sobreponderação em títulos, discordamos”, diz o relatório.
Os analistas afirmam que os retornos com juros dos títulos do governo não representam uma boa oportunidade neste momento devido ao menor rendimento real, que considera a perda de valor para a inflação no período.
Além disso, o BofA também pondera sobre o risco de aumento das taxas de juros pelo Federal Reserve (banco central dos EUA) devido à possibilidade de aumento da inflação após o tarifaço.
Com isso, além do rendimento deteriorado pela inflação, o preço dos títulos também deverá sofrer com a marcação negativa, representando uma dupla perda.
A incerteza política que representa Trump e uma greve de investidores estrangeiros nos Treasurys, que vem de alguns anos e piorou em 2025 após a deterioração da confiança nos EUA com as tarifas recíprocas, são riscos adicionais, segundo os analistas.
“Para quem busca renda, as ações de grande capitalização se mostram particularmente atraentes – especialmente para proteção contra a inflação – em comparação com o custo de oportunidade dos títulos que oferecem baixos rendimentos reais hoje, em meio ao risco de alta das taxas de juros”, diz o relatório.
Justiça congela votação da Mobly (MBLY3) e dá fôlego à disputa com fundadores da Tok&Stok
Assembleia rejeita proposta que favoreceria a OPA da família Dubrule, mas juiz decide suspender os efeitos da votação; entenda o que está em jogo
Azul (AZUL4) obtém financiamento adicional de R$ 600 milhões em meio à queda das ações
Azul enfrenta turbulências com ações em baixa, dívida elevada e nova captação de R$ 600 milhões para manter operações
Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal
Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos
Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) têm fôlego para pagar bons dividendos, mas só uma delas oferece perspectiva de ganho de capital, diz analista da Empiricus
No podcast Touros e Ursos desta semana, Ruy Hungria fala sobre impacto do tarifaço de Donald Trump no lucro de duas das maiores empresas do Ibovespa e diz o que o investidor deve esperar dos proventos
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora
Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava
Petrobras (PETR4) opera em queda, mas nem tudo está perdido: chance de dividendo bilionário segue sobre a mesa
A estatal divulgou na noite de terça-feira (29) os dados de produção e vendas do período de janeiro e março, que foram bem avaliados pelos bancos, mas não sobrevive às perdas do petróleo no mercado internacional; saiba o que está por vir com relação ao balanço
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Fundos imobiliários: ALZR11 anuncia desdobramento de cotas e RBVA11 faz leilão de sobras; veja as regras de cada evento
Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) desdobrará cotas na proporção de 1 para 10; leilão de sobras do Rio Bravo Renda Educacional (RBVA11) ocorre nesta quarta (30)
Entregou a declaração com erro ou ficou faltando alguma informação? Veja como retificar
Aprenda a preencher a declaração retificadora e corrigir erros e omissões em declarações que já foram entregues, em um prazo de até cinco anos após o envio da declaração original
Conheça os 50 melhores bares da América do Norte
Seleção do The 50 Best Bars North America traz confirmações no pódio e reforço de tendências já apontadas na pré-lista divulgada há algumas semanas
Receita Federal paga nesta quarta-feira lote residual do Imposto de Renda; veja se o seu pix cai hoje
Mais de 279 mil contribuintes que caíram na malha fina e regularizaram pendências recebem restituição do IR nesta quarta (30); confira como consultar e receber o valor
Fundos de ações ESG registram fuga de capitais no primeiro trimestre, enquanto fundos de renda fixa sustentáveis atraem investidores
Movimento reflete cautela dos investidores com volatilidade e busca por maior proteção em ativos de renda fixa sustentáveis, aponta pesquisa da Morningstar
Corrida Inteligente: 10 gadgets que realmente fazem a diferença em 2025
Da prática física à experiência high-tech: wearables e dados transformam a corrida, impulsionando o mercado e atletas em busca de performance e saúde
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Como fica a rotina no Dia do Trabalhador? Veja o que abre e fecha nos dias 1º e 2 de maio
Bancos, bolsa, Correios, INSS e transporte público terão funcionamento alterado no feriado, mas muitos não devem emendar; veja o que muda
Santander (SANB11) bate expectativas do mercado e tem lucro de R$ 3,861 bilhões no primeiro trimestre de 2025
Resultado do Santander Brasil (SANB11) representa um salto de 27,8% em relação ao primeiro trimestre de 2024; veja os números
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso