🔴 NO AR: ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – CONFIRA MAIS DE 30 RECOMENDAÇÕES – VEJA AQUI

Ricardo Gozzi

É jornalista e escritor. Passou quase 20 anos na editoria internacional da Agência Estado antes de se aventurar por outras paragens. Escreveu junto com Sócrates o livro 'Democracia Corintiana: a utopia em jogo'. Também é coautor da biografia de Kid Vinil.

SD ENTREVISTA

Ninguém vai poder ficar em cima do muro na guerra comercial de Trump — e isso inclui o Brasil; entenda por quê

Condições impostas por Trump praticamente inviabilizam a busca por um meio-termo entre EUA e China

Ricardo Gozzi
1 de maio de 2025
6:54 - atualizado às 9:25
Michael Every, estrategista global do Rabobank.
Michael Every, estrategista global do Rabobank. - Imagem: Divulgação

Todo mundo, em alguma medida, se considera especial. É duro ouvir o contrário. Seja no amor — ou na guerra comercial deflagrada por Donald Trump contra o mundo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Está enganado quem acredita que, buscando uma posição intermediária, vai poder se beneficiar duplamente da disputa geopolítica entre Estados Unidos e China. A avaliação é de Michael Every, estrategista global do Rabobank.

Mas não é só isso. Quem tentar esse caminho será pressionado a adotar uma posição. E isso inclui o Brasil.

“Ouço a mesma coisa em todos os países com os quais trabalho”, disse Every ao Seu Dinheiro.

“Em todos os lugares onde tenho clientes, eles dizem: ‘somos nós que temos condições de alcançar um meio-termo’. E eu digo: ‘Não, não, você não é especial e não tem como alcançar um meio-termo’.”

E a amostragem de Every é grande. Fundado na Holanda há mais de 120 anos, o Rabobank está presente em 35 países, onde opera quase 120 bilhões de euros (R$ 775 bilhões) em contratos de empréstimos aos setores de alimentação e agropecuária.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para o estrategista é um erro a direção de uma empresa ou o governo de um país acreditar que, diante do aprofundamento da guerra comercial, será possível lucrar vendendo para os Estados Unidos e para a China.

Leia Também

Mesmo a contragosto, será necessário escolher um lado nessa disputa.

Convencido de que os sucessivos déficits comerciais são o principal obstáculo entre os EUA e uma “era de ouro” da economia norte-americana, Trump força um reequilíbrio na tentativa de tornar o saldo norte-americano superavitário.

No primeiro segmento da entrevista, publicado ontem, Every qualificou a guerra comercial como uma tentativa dos Estados Unidos de mudar as regras de um jogo ainda em andamento para não sofrer uma derrota definitiva.

Segundo o estrategista do Rabobank, é preciso entender que Trump tem uma visão de mundo mercantilista.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Ele é um empresário. Empresários são, por natureza, mercantilistas. É uma questão de concorrência. Você vende menos, eles vendem mais, você está perdendo. Todo empresário pensa assim. E é assim que Trump vê o comércio internacional”, afirma ele.

Acontece que Trump não é o único mercantilista no pedaço.

“Todos falam sobre a ordem mundial baseada em regras, inclusive na China, mas ninguém fala que todo o sistema econômico é baseado em participação de mercado, não em lucratividade. Porque quando você controla 80% de um mercado, você controla esse mercado, o acesso aos bens”, afirma Every.

“A China está claramente nos beneficiando com bens baratos e, ao mesmo tempo, controlando toda a cadeia de suprimentos para que, no futuro, possa definir os termos que quiser”, disse ele.

Não à toa, o principal foco da guerra comercial de Trump é a China.

O problema é que a decisão tomada pela Casa Branca praticamente anula qualquer possível margem de manobra para quem tem relações comerciais tanto com Washington quanto com Pequim.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

É possível adiar, empurrar com a barriga, mas não escapar. A própria China já advertiu seus aliados para que pensem duas vezes antes de fechar com os EUA.

Nesse sentido, o Brasil encontra-se em uma encruzilhada bastante delicada, especialmente no que se refere ao agro.

Em meio à sobretaxação acompanhada de retaliações, EUA e China chegaram a tarifas que, de lado a lado, superam os 100%. Em alguns casos, passam dos 200%.

Na prática, os dois países vivem um momento de embargo comercial de facto, enfatiza Every.

À primeira vista, parece um bom negócio para o Brasil.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nas últimas semanas, sem acesso ao mercado norte-americano, os chineses aumentaram substancialmente, por exemplo, a compra de soja brasileira.

De um lado, os agricultores norte-americanos se ressentem por pagarem parte importante da conta da guerra comercial de Trump.

De outro, os chineses precisam do grão. “A China não pode se dar ao luxo de permitir uma escassez de alimentos, e os Estados Unidos sabem disso”, afirma Every.

Segundo ele, dificultar o acesso de Pequim a energia e alimentos é uma maneira de pressionar a China a partir de uma perspectiva política real a um custo baixíssimo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nessa hipótese, diz Every, bastaria pagar uma indenização aos agricultores norte-americanos.

“Você compra a safra deles, guarda em um armazém, e a China não assina um cheque. Fácil”, afirma.

Mas e quanto ao Brasil?

Na hipótese de o Brasil querer continuar vendendo soja para a China, os EUA têm meios eficazes de dissuasão.

Em um extremo benevolente apontado por Every, Washington pode comprar a safra dos produtores brasileiros, estocar os produtos e financiar o desenvolvimento de indústrias capazes de produzir bens demandados pelos norte-americanos. Com a contrapartida de também comprar produtos dos EUA, claro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No outro extremo, Every lembra que Trump acaba de resgatar a Doutrina Monroe, uma política do século 19 por meio da qual todo o continente americano é considerado um “quintal dos Estados Unidos” por Washington.

“Você nem precisa fazer nada com a China. Basta para os Estados Unidos colocar um submarino ou estacionar um porta-aviões na costa do Brasil e dizer: ‘Não tente navegar para a China'. Nada acontece. O que você vai fazer? Tentar romper um bloqueio?”, especula Every.

O estrategista do Rabobank deixou claro que se trata de uma hipótese extrema, mas chamou a atenção para o fato de a América Latina estar longe o bastante da China para que a potência asiática possa projetar sua influência em uma situação assim.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
JOIAS MILIONÁRIAS

Quanto custa o imponente anel de noivado de Miley Cyrus? O valor surpreende

4 de dezembro de 2025 - 10:01

A peça assinada por Jacquie Aiche combina exclusividade, tendência e um diamante de impressionar

POSSÍVEL SUCESSOR?

Sucessão na presidência do Fed: Kevin Hassett afirma que ficaria “feliz em servir” na posição se Trump o escolher

30 de novembro de 2025 - 17:09

O assessor econômico da Casa Branca fez a declaração neste domingo no programa “Fox and Friends”; a possibilidade de sua indicação já provocou reação nos mercados, que registraram alta nos EUA

CONFLITO E DIPLOMACIA

Delegação ucraniana vai aos EUA para negociações de paz; horas antes Kiev recebe ataques russos

29 de novembro de 2025 - 17:11

Enquanto a Ucrânia enfrenta bombardeios e apagões em Kiev, a delegação ucraniana busca avançar nas negociações com Washington para tentar encerrar a guerra com a Rússia

PAZ NO MUNDO?

Miss Universo: Como funciona o negócio milionário que já foi de Trump — e agora causa revolta entre as misses

26 de novembro de 2025 - 15:55

Entenda a engrenagem por trás do Miss Universo, concurso de beleza mais famoso do mundo que vem dando o que falar

2ª OBRA MAIS CARA DA HISTÓRIA

Roubado por nazistas e quase destruído em um incêndio: a incrível história por trás do quadro de mais de R$ 1 bilhão

25 de novembro de 2025 - 15:17

Tela de pintor austríaco Gustav Klimt se consagra como a segunda obra de arte mais cara já vendida em leilão; conheça a história por trás da tela

RUMO À GLÓRIA ETERNA

Montanhas e ruínas incas: o palco de Palmeiras x Flamengo na final da Copa Libertadores 2025

24 de novembro de 2025 - 12:12

Entre montanhas e ruínas incas, o Monumental U recebe Palmeiras x Flamengo na Final da Copa Libertadores 2025, em um dos cenários mais impressionantes da América do Sul

ORIENTE MÉDIO

Israel diz ter matado líder militar do Hezbollah em ataque a Beirute, no Líbano

23 de novembro de 2025 - 16:22

Este foi o primeiro ataque israelense ao território do Líbano desde junho; Hezbollah fala em “escalada de ataques”

CHANCE DE TÍTULO INÉDITO

Final da Copa Sul-Americana 2025: veja horário e onde assistir a Atlético-MG x Lanús

22 de novembro de 2025 - 12:37

Atlético-MG x Lanús decidem a Sul-Americana 2025 neste sábado, em Assunção; veja como chegam os finalistas e onde assistir

ESTADOS UNIDOS

Ata do Fed revela que muitos dirigentes queriam manter juros inalterados até o fim do ano e alerta para risco nas ações de tecnologia

19 de novembro de 2025 - 19:20

Dirigentes divergiram na última reunião sobre a necessidade de novos cortes nas taxas de juros, citando inflação elevada

NOVO RECORDE

O novo menor país da história a disputar uma Copa tem o tamanho de Curitiba e não tem nenhum jogador nascido em seu território

19 de novembro de 2025 - 15:06

Com apenas 158 mil habitantes e 444 km², Curaçao se torna o menor país a disputar uma Copa — e o primeiro a chegar ao Mundial sem nenhum jogador nativo

NOVO MONZA

O carro que definiu uma geração está de volta — e você não vai reconhecê-lo

19 de novembro de 2025 - 9:20

O carro que dominou o país na passagem dos anos 1980 para os 1990 volta repaginado e pronto para disputar um novo mercado

ÚLTIMO AMISTOSO DO ANO

Brasil x Tunísia: veja onde assistir ao amistoso e saiba o horário da partida

18 de novembro de 2025 - 15:01

Confira onde e quando assistir ao amistoso entre Brasil x Tunísia, que faz parte da preparação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2026

FORJADO NA GUERRA

Antes de Atlético-MG x Lanús, estádio da final da Copa Sul-Americana 2025 virou palco de uma guerra por um território que também é do Brasil

17 de novembro de 2025 - 20:22

Antes de receber Atlético-MG x Lanús na final da Copa Sul-Americana 2025, o Defensores del Chaco foi cenário de guerra, confronto territorial e reconstrução histórica

ESTADOS UNIDOS

Casa Branca vê baixo risco de derrota sobre tarifas na Suprema Corte, diz Bessent

16 de novembro de 2025 - 16:53

A decisão, aguardada para as próximas semanas, pode afetar cerca de US$ 200 bilhões em receitas alfandegárias já cobradas

AGORA VAI?

EUA quer concluir acordo sobre terras raras com a China até o Dia de Ação de Graças, diz secretário do Tesouro

16 de novembro de 2025 - 15:32

No mês passado, os EUA concordaram em não impor tarifas de 100% sobre as importações chinesas até fechar um novo acordo

NOVA VISÃO

Menos Apple (AAPL34), mais Google (GOGL34): Berkshire Hathaway vira a mão em sua aposta nas big techs

15 de novembro de 2025 - 12:55

Essa foi a última apresentação do portfólio antes do fim da gestão de 60 anos de Warren Buffett como diretor executivo

DE OLHO NA INFLAÇÃO

EUA recuam em tarifas: Trump assina isenção para café, carne e frutas tropicais

15 de novembro de 2025 - 9:00

A medida visa conter a pressão dos preços dos alimentos nos EUA e deve ser positiva para as exportações brasileiras

K.O.

Ao som de música tema de Rocky, badalado robô humanoide russo vai a ‘nocaute’ logo na estreia; assista ao tombo

14 de novembro de 2025 - 11:23

A queda do robô AIDOL, da Rússia, durante uma apresentação em uma feira de tecnologia gerou repercussão. A empresa responsável explicou o incidente e compartilhou a recuperação do humanoide

ENTRE DADOS E DELÍRIOS

Sinais? Nave? Mistério? O que realmente sabemos sobre o cometa 3I/Atlas

13 de novembro de 2025 - 20:16

Enquanto estudos confirmam que o 3i/Atlas apresenta processos naturais, rumores sobre “sinais” e origem alienígena proliferam nas redes sociais

PONTO CEGO

A maior paralisação da história dos EUA acabou, mas quem vai pagar essa conta bilionária?

13 de novembro de 2025 - 17:42

O PIB norte-americano deve sofrer uma perda de pelo menos um ponto percentual no quarto trimestre de 2025, mas os efeitos do shutdown também batem nos juros e nos mercados

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar