Sinal amarelo para a WEG (WEGE3): entenda por que a queridinha dos investidores é vista com cautela pelos bancos
Mesmo com demanda forte e avanço até 2028, a companhia pode estar enfrentando um ponto de inflexão na rentabilidade

A WEG (WEGE3) voltou ao centro das atenções — mas, desta vez, não por ser queridinha dos investidores, mas por um sinal de alerta.
Mesmo com a demanda por transformadores elétricos se mantendo forte e carteiras de pedidos avançando até 2028, a WEG pode estar enfrentando um ponto de inflexão na rentabilidade, segundo os bancos.
O setor industrial ainda apresenta fundamentos sólidos, impulsionados pela renovação da infraestrutura energética e pela transição verde em mercados como Brasil e EUA.
- VEJA TAMBÉM: Quer ter acesso em primeira mão às informações mais quentes do mercado? Entre para o clube de investidores do Seu Dinheiro sem mexer no seu bolso
Contudo, executivos de concorrentes indicaram que as margens estão se estabilizando, após anos de alta impulsionada por preços elevados e contratos de longo prazo.
Esse cenário levanta dúvidas sobre a sustentabilidade dos lucros futuros da WEG no segmento de transmissão e distribuição, que pode já ter atingido o pico de rentabilidade — mesmo com a expansão ainda em andamento.
Por isso, XP, Itaú BBA e BTG Pactual adotaram uma postura mais cautelosa em relação à multinacional brasileira.
Leia Também
XP: WEG tem ventos contrários que limitam o potencial de valorização
A XP afirma que uma combinação desfavorável de crescimento mais lento da receita da WEG, revisões negativas de lucros e uma valorização apertada reduzem o potencial do papel.
“A história da WEG sempre foi sobre altas expectativas — e ela geralmente supera. Mas, neste momento, vemos ventos contrários para o crescimento de curto prazo, o que limita o potencial de valorização das ações”, afirmam os analistas da XP em relatório.
A corretora projeta lucro líquido de R$ 7,4 bilhões para 2026, 11% abaixo do consenso do mercado, com crescimento mais lento, já que os produtos mais cíclicos da WEG enfrentam um cenário macroeconômico desafiador, com queda das commodities e menor apetite por investimento industrial.
- VEJA MAIS: Como investir como os maiores nomes do mercado? O podcast Touros e Ursos, do Seu Dinheiro, traz grandes especialistas para ajudar o investidor a tomar decisões assertivas; veja aqui
Os analistas também destacam que a multinacional brasileira deve ter capacidade de produção limitada em 2025 e 2026, restringindo os ganhos de margem, com melhora apenas a partir de 2027.
O cenário se complica ainda mais com a valorização do real, que reduz a competitividade e as exportações, dificultando o crescimento da receita no curto prazo, segundo a XP.
Por isso, a corretora rebaixou a recomendação para as ações da WEG de compra para neutra e reduziu o preço-alvo para dezembro para R$ 46.
Itaú BBA não vê gatilhos claros no curto prazo para reavaliar a WEG
O Itaú BBA também não vê gatilhos claros no curto prazo para justificar uma reavaliação da ação. Apesar da expectativa de uma leve recuperação nas margens no segundo trimestre de 2025 — com menor peso do segmento solar e sazonalidade mais favorável.
Em reuniões recentes com o trio de analistas do BBA liderados por Daniel Gasparete, executivos da japonesa Hitachi e da brasileira TSEA Energia compartilharam uma visão cautelosa em relação à evolução das margens.
Segundo as duas empresas, a demanda segue aquecida, confirmando a visão da WEG sobre a robustez do setor. Apesar da forte demanda, a sinalização é de que as margens estão se estabilizando, após um período de expansão impulsionado pelo aumento nos preços e pelo longo prazo dos contratos.
- VEJA TAMBÉM: Saiba quais são as melhores ações, fundos imobiliários, títulos de renda fixa, ativos internacionais e criptomoedas para o 2º semestre de 2025
“Os preços de transformadores cresceram muito nos últimos anos, mas agora seguem apenas a inflação de commodities. As margens embutidas nos pedidos atuais estão próximas às dos produtos já entregues”, afirmam os analistas Daniel Gasparete, Gabriel Rezende e Pedro Tineo.
Esse cenário é reforçado por relatório do Itaú BBA publicado no começo deste mês, que não indica a compra das ações no momento.
“O segundo trimestre de 2025 deve apresentar alguma melhora sequencial nas margens, mas as taxas de crescimento não devem acelerar. Nesse sentido, embora a WEG continue sendo uma das histórias mais empolgantes em nossa cobertura, não vemos motivos para apressar a entrada no papel ainda”, explicam os analistas.
Nem mesmo o preço convence o trio. Cálculos do BBA mostram que WEGE3 está negociando abaixo da média histórica, com um preço sobre o lucro (P/L) de 22,5x nos últimos 12 meses, contra 27 historicamente.
BTG: margens ainda são sólidas, mas sem ser o principal gatilho
Para o BTG Pactual, depois de um desempenho excepcional em 2024, as ações da WEG têm mostrado um comportamento fraco em 2025.
Os analistas do banco consideram que um dos motivos para essa mudança de humor é explicado por resultados abaixo do esperado no quarto trimestre de 2024 e no primeiro deste ano, principalmente no que diz respeito às margens.
Na esteira das margens, as preocupações com a desaceleração no crescimento dos EUA, fortalecimento do real e expectativa de queda de juros no Brasil, tornam as ações mais expostas ao mercado doméstico, que se mostra mais atrativo.
Isso levanta um alerta sobre os lucros futuros da WEG no segmento de transmissão e distribuição, que pode já ter atingido o pico de rentabilidade, apesar da expansão ainda em curso.
“A frustração veio das margens, mas a reprecificação da ação se deu principalmente pela percepção de crescimento mais lento”, diz o relatório assinado por Lucas Marquiori e Fernanda Recchia.
Embora o mercado já precifique uma melhora gradual nas margens, os analistas acreditam que o retorno do apetite pelas ações da WEG dependerá da confiança no crescimento futuro, especialmente no exterior.
“A WEG criou o hábito de surpreender positivamente, o que faz com que o mercado exija cada vez mais. Qualquer pequena decepção nas margens tem impacto desproporcional no papel.”
Minerva (BEEF3) sob a lupa de BTG, XP e BofA: analistas avaliam “janela de oportunidade” descrita pelo CEO, mas mantêm cautela
Bancos citam expansão em novos mercados e potencial de desalavancagem, mas alertam para riscos para o fluxo de caixa livre
Alívio para o BRB (BSLI4): com polêmica compra do Master fora do jogo, Moody’s retira alerta de rebaixamento
Com o sinal vermelho do BC para a aquisição de ativos do Master pelo BRB, a Moody’s confirmou as notas de crédito e estabeleceu uma perspectiva estável para o Banco de Brasília
SLC Agrícola (SLCE3) divulga novo guidance e projeta forte expansão na produção — mas BTG não vê gatilhos no horizonte de curto prazo
Apesar do guidance não ter animado os analistas, o banco ainda mantém a recomendação de compra para os papéis
Ações da Santos Brasil (STBP3) dão adeus para a bolsa brasileira nesta sexta-feira (3)
A despedida das ações acontece após a conclusão de compra pela francesa CMA Terminals
OpenAI, dona do ChatGPT, atinge valor de US$ 500 bilhões após venda de ações para empresas conhecidas; veja quais
Funcionários antigos e atuais da dona do ChatGPT venderam quase US$ 6,6 bilhões em ações
Mercado Livre (MELI34) é o e-commerce favorito dos brasileiros, segundo UBS BB; Shopee supera Amazon (AMZO34) e fica em segundo lugar
Reputação e segurança, custos de frete, preços, velocidade de entrega e variedade de produtos foram os critérios avaliados pelos entrevistados
‘Novo Ozempic’ chega ao Brasil graças a parceira entre farmacêuticas
Novo Nordisk e Eurofarma se unem para lançar no Brasil o Poviztra e o Extensior, versões injetáveis da semaglutida voltadas ao tratamento da obesidade
Ambipar (AMBP3) volta a desabar e chega a cair mais de 65%; entenda o que está por trás da queda
Desde segunda-feira (29), a ação já perdeu quase 60% no valor. Com isso, o papel, uma das grandes estrelas em 2024, quando disparou mais de 1.000%, voltou ao patamar de um ano atrás
Banco do Brasil alerta para golpes em meio a notícias sobre possível concurso
Comunicado oficial alerta candidatos, mas expectativa por novo concurso cresce — mesmo sem previsão confirmada pelo banco
De São Paulo a Wall Street: Aura Minerals (AURA33) anuncia programa de conversão de BDRs em ações na Nasdaq
Segundo a empresa, o programa faz parte da estratégia de consolidar e aumentar a negociação de suas ações na bolsa de Nova York
Oncoclínicas (ONCO3) traça planos para restaurar caixa e sair da crise financeira. Mercado vai dar novo voto de confiança?
Oncoclínicas divulgou prévias e projeções financeiras para os próximos anos. Veja o que esperar da rede de tratamentos oncológicos
Mais uma derrota para a Oi (OIBR3): Justiça nega encerrar Chapter 15 nos EUA. O que isso significa para a tele?
Para a juíza responsável pelo caso, o encerramento do processo “não maximizará necessariamente o valor nem facilitará o resgate da companhia”; entenda a situação
Oi (OIBR3) falha na tentativa de reverter intervenção na alta gestão, mas Justiça abre ‘brecha’ para transição
A decisão judicial confirma afastamento de diretores da empresa de telecomunicações, mas abre espaço para ajustes estratégico
Retorno da Petrobras (PETR3, PETR4) à distribuição é ‘volta a passado não glorioso’ e melhor saída é a privatização, defende Adriano Pires
Especialista no setor de energia que quase assumiu o comando da petroleira na gestão Bolsonaro critica demora para explorar a Margem Equatorial e as MPs editadas pelo governo para tentar atrair data centers ao país
Diretora revela os planos do Bradesco (BBDC4) para atingir 1 milhão de clientes de alta renda no Principal até 2026
Ao Seu Dinheiro, Daniela de Castro, diretora do Principal, detalhou os pilares da estratégia de crescimento do banco no segmento de alta renda
WEG (WEGE3) vive momento sombrio, com queda de 32% em 2025 e descrença de analistas; é hora de vender?
Valorização do real, tarifas de Trump e baixa demanda levam bancos a cortarem preços-alvos das ações da WEG
A Oi (OIBR3) vai falir? Decisão inédita no Brasil pôs a tele de cara com a falência, mas é bastante polêmica; a empresa recorreu
A decisão que afastou a diretoria da empresa e a colocou prestes a falir é inédita no Brasil e tem como base atualização na Lei das Falências; a Oi já recorreu
Azul (AZUL4) apresenta números mais fracos em agosto, com queda na receita líquida e no resultado operacional; entenda o que aconteceu
A companhia aérea, que enfrenta uma recuperação judicial nos Estados Unidos, encerrou agosto com R$ 1,671 bilhão no caixa
Dasa (DASA3) se desfaz de operações ‘prejudiciais à saúde’ e dispara até 10% na bolsa; o que avaliam os analistas?
Ações da rede ficaram entre as maiores altas da B3 após o anúncio da venda das suas operações na Argentina por mais de R$ 700 milhões
Ambipar (AMBP3) tem pregão amargo após contratar BR Partners (BRBI11) para tentar sair da crise sem recuperação judicial
A contratação da assessoria vem na esteira de dias difíceis para a Ambipar, que precisou recorrer à Justiça para evitar cobranças de credores. O que fazer com as ações agora?