🔴 +30 RECOMENDAÇÕES DE ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – VEJA AQUI

Tatiana Vaz

RECEITA DE FAMÍLIA

Saúde financeira e vida longa: os planos da rede Mater Dei (MATD3) para cuidar da classe média em grandes cidades do país 

Rede Mater Dei (MATD3), que anunciou uma recente recompra de ações na B3, conta sobre a estratégia para expansão dos negócios, que inclui uma empresa de IA em saúde

Tatiana Vaz
23 de janeiro de 2025
6:30 - atualizado às 10:27
José Henrique Dias Salvador, CEO da Rede Mater Dei
José Henrique Dias Salvador, CEO da Rede Mater Dei. - Imagem: Divulgação

Quem passa pela Rua Voluntários da Pátria, no tradicional bairro de Santana, um dos principais da Zona Norte paulistana, percebe que um antigo terreno de uma agência do Bradesco está dando lugar a um novo empreendimento. No segundo semestre de 2028 é ali que funcionará o primeiro hospital próprio da Mater Dei (MATD3) em São Paulo, o primeiro também feito por meio de uma joint venture com a Bradesco Seguros

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A rede hospitalar investiu R$ 15 milhões na nova unidade, construída em parceria com a Atlântica Hospitais e Participações, empresa controlada pela Bradseg Participações e parte do Grupo Bradesco Seguros. Pela joint venture, as empresas do Bradesco serão responsáveis pela construção e locação do ativo para a Mater Dei, que fica com a missão de gerir a operação e o corpo técnico de profissionais de saúde que vão atuar no futuro hospital.  

Com o controle de 49% do negócio, a rede de hospitais paga um valor de locação mais baixo para o parceiro que, em troca, tem uma participação nos rendimentos do hospital, além da divisão dos proventos do resultado da operação. A Atlântica Hospitais já possui uma parceria semelhante com a Rede D'Or.

“É a primeira vez que operamos desta forma, com um modelo que é mais seguro porque teremos que mover uma locação de capital menor”, afirma José Henrique Dias Salvador, CEO da Rede Mater Dei, em entrevista ao Seu Dinheiro. “Foi um negócio bem costurado”.

A localização foi escolhida meticulosamente depois de meses de busca, e o critério era claro: a Zona Norte de São Paulo tem mais de 2 milhões de habitantes, sendo que cerca de 600 mil destas pessoas contam com um plano de saúde e pouca concorrência de bons hospitais na região. É o equivalente a outras grandes cidades do país e até a algumas capitais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para a rede de saúde, o local é o lugar ideal para a expansão dos hospitais próprios por estar alinhado ao plano traçado desde o IPO da empresa, em 2021, de fugir dos oceanos vermelhos, aqueles mercados existentes e saturados. “Queremos encontrar bons 'vazios' de atendimentos para colocar a nossa estratégia de crescimento em curso”, explica Salvador.

Leia Também

Salvador, a capital baiana, foi a cidade escolhida para abrigar o primeiro hospital da rede fora de Minas Gerais, estado de origem da companhia familiar, por conta da mesma regra. A rede inaugurou um hospital de 350 leitos no ano passado, de olho nos 2,5 milhões de habitantes, muitos dos quais têm um plano de saúde, mas contam com poucas opções de redes e hospitais para atendimento. 

Justamente o tipo de pessoas de classe média, que podem pagar por planos de saúde, mas que precisam de estrutura para recorrer aos seus serviços em paz quando necessário. Locais com mais de 800 mil pessoas e uma taxa de atendimentos de planos de 35%, dentro da estratégia de expansão da rede

“Salvador é uma cidade que há mais de vinte anos não recebia a construção de um hospital, e é impressionante o quanto temos crescido em demanda por lá: metade dos leitos totais já está aberta para atender o público e devemos chegar à totalidade em breve”, diz o CEO da Mater Dei.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Setor em crescimento, com saúde para dar e vender 

Na rampagem deste processo de investimento já feito, a meta da Mater Dei é agora aumentar o número de atendimentos realizados com mais velocidade, dentro de uma curva evolutiva que não tenha necessidade de maiores investimentos. 

Tudo para garantir a saúde financeira da empresa, que teve uma receita bruta de R$ 1,97 bilhão no acumulado dos nove primeiros meses de 2024, um crescimento de 7%. Vale esclarecer aqui que o faturamento é composto, principalmente, pelos serviços de saúde prestados, como internações, cirurgias, oncologia, consultas médicas e exames. 

No mesmo período, o lucro líquido ajustado da empresa atingiu R$ 172 milhões, aumento de 3% na comparação anual, e o equivalente a uma margem líquida de 9,9%. 

Ainda pouco para o que a rede sabe que pode crescer no segmento, ainda carente de concorrência. Hoje a empresa atua com 1.556 leitos no total, distribuídos em nove hospitais próprios.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas o fato é que uma crescente base demográfica, aliada ao envelhecimento acelerado da população, faz com que o setor de saúde no Brasil cresça de vento em popa.

Estima-se que seja um mercado de cerca de R$ 520 bilhões, com uma taxa de cobertura de aproximadamente 26% da população, o que demonstra o potencial de expansão do setor, que cresce na mesma proporção do aumento do emprego formal e do poder de consumo da população. 

Outro dado importante é o déficit significativo de leitos privados, estimado em mais de 10 mil. Sem contar a distância de localização dos hospitais em redes dentro de um país de dimensões gigantescas, como o Brasil. 

Atualmente, o setor de  saúde privado no Brasil representa aproximadamente 60% do investimento total em saúde no país. As três maiores redes hospitalares — Rede D’Or, Hapvida e Dasa — controlam cerca de 20% dos leitos privados, indicando um potencial significativo para consolidação e crescimento do setor. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mater Dei e a receita própria: medicina e tecnologia

A construção e o modelo de operação fechados com a Atlântica Hospitais fazem todo sentido do ponto de vista de eficiência, mesmo quando considerados que os hospitais da rede foram feitos em terrenos da família fundadora. 

É que, desde a abertura de capital, o aluguel dos hospitais próprios da Mater Dei passou a ser incorporado pela companhia como um custo da operação hospitalar, já que os negócios imobiliários da família fundadora passaram a ser geridos separadamente. 

No total, a rede hoje possui nove hospitais, todos próprios, e construídos a partir da história de sucesso da operação do primeiro deles, o Mater Dei de Belo Horizonte, construído em 1980 pelo ginecologista e obstetra José Salvador Silva. Hoje com 93 anos, o fundador da empresa está no cargo de presidente honorário e acompanha com lucidez a gestão dos negócios da família, que já está na terceira geração.

O sonho do jovem médico José era construir, em 1980, um hospital na capital mineira de 100 leitos, que pudesse atender à demanda de pessoas que acabavam indo para outras capitais atrás de bons atendimentos hospitalares. Vinte anos depois, o Mater Dei já era referenciado e hoje, com o nome de Hospital Santo Agostinho, conta com 350 leitos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A procura pelos atendimentos era tanta, que veio a ideia da construção de um segundo hospital de 360 leitos na região metropolitana de BH, em 2008, e outro em Betim-Contagem, no interior, feito pela família fundadora já ano seguinte. Havia muito espaço para crescer, e oportunidades inorgânicas, de comprar hospitais já prontos, começaram a surgir. 

Foi daí que a ficha caiu para os controladores: por que não abrir o capital, levantar recursos e seguir com investimentos certeiros nesta área?

O IPO rendeu à Mater Dei o salto de três para nove hospitais neste curto espaço de tempo, dois deles em Uberlândia (MG), em Goiânia (GP) e Feira de Santana (BA), além dos já mencionados em Salvador e São Paulo. 

“Cada unidade é pensada de forma a ter uma relação com as demais, para facilitar a vida dos clientes e também a operação com planos, parceiros e fornecedores de insumos”, conta José.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No final de 2021, a empresa comprou 50,1% de uma empresa de IA para saúde, a A3Data e, com ela, atende hoje até negócios de outros setores com dois serviços principais: o Nuvie, que capta, transcreve e organiza prescrições, pedidos de exames e outros documentos; e a Maria, capaz de fazer uma triagem automatizada e agendamento de consultas, por exemplo, via chat. 

Plano de sucessão pensado há quase 30 anos

Em setembro de 2023, José Henrique assumiu o comando da empresa em substituição ao pai, Henrique Salvador, que assumiu o Conselho de Administração da companhia. Um processo feito tão cuidadosamente por seu avô e pela família que levou 30 anos para ser executado. 

Henrique, médico como o pai, esteve à frente da empresa por 11 anos, enquanto José trabalhou como diretor de operações por outros sete anos, antes de assumir o cargo.  

O fundador começou a pensar como seriam as sucessões na família de forma mais profissional em 1998, com apoio da Fundação Dom Cabral, e traçou o que seria o plano ideal para que os negócios seguissem prosperando para todos. Hoje, a terceira geração da família tem 10 primos e, pela regra estabelecida lá atrás por Salvador, só quatro deles podem trabalhar na empresa. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Todos têm 15 anos de empresa e passaram por várias áreas, além de terem trabalhado e estudado fora do país, antes de assumir seus cargos. Dois dos quatro são médicos e cuidam hoje das áreas de comercial e marketing, operações e inovação. 

Hoje, quase 80% das ações da empresa seguem nas mãos da família, e a intenção é aumentar o controle ainda mais e por um bom motivo: usar o capital para reinvestir no negócio que eles acreditam que ainda tem muito o que prosperar. 

Tanto que, em dezembro, a Mater Dei anunciou ao mercado que vai alterar a estrutura de capital por meio de duas medidas: o cancelamento de 5.166.054 ações ordinárias que estavam em tesouraria e a recompra de ações. Com isso, o número de papéis em circulação será reduzido em 18 meses desde o anúncio, o que pode influenciar o preço. 

As ações recompradas representam papéis que foram recomprados pela própria empresa e estavam “guardados”. Com o cancelamento, eles deixam de existir. A Mater Dei poderá recomprar até 22.996.645 ações ordinárias, o equivalente a 6,66% das ações totais emitidas pela companhia e 32,20% das ações em circulação no mercado. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além de ser uma maneira de mostrarem que acreditam no negócio, a iniciativa também é uma forma de melhorar o valor de mercado da companhia. Em um ano, as ações da empresa caíram 46,08% e são atualmente negociadas a R$ 3,70, com uma leve alta no fechamento desta quarta (22) de 0,82%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
NUCEL VEIO COM TUDO

Nubank (ROXO34) pode estar ajudando a ‘drenar’ os clientes de Tim (TIMS3) e Vivo (VIVT3); entenda

15 de dezembro de 2025 - 13:45

Segundo a XP, o avanço da Nucel pode estar acelerando a migração de clientes para a Claro e pressionando rivais como Tim e Vivo, o que sinaliza uma mudança mais rápida na dinâmica competitiva do setor

PREPAREM O BOLSO

Bradespar (BRAP4) distribui quase R$ 600 milhões em dividendos e JCP; pagamento será feito em duas etapas

15 de dezembro de 2025 - 13:23

Do total anunciado, R$ 330 milhões correspondem aos dividendos e R$ 257 milhões aos juros sobre capital próprio (JCP); Localiza também detalha distribuição de proventos

EFEITO DO APAGÃO

Falta de luz em SP: Prejuízo a bares, hotéis e restaurantes pode chegar a R$ 100 milhões

15 de dezembro de 2025 - 12:40

Estimativa da Fhoresp é que 5 mil estabelecimentos foram atingidos pelo apagão

HORA DE COMPRAR

Isa Energia (ISAE4) recebe upgrade duplo do JP Morgan depois de comer poeira na bolsa em 2025

15 de dezembro de 2025 - 11:59

Após ficar atrás dos pares em 2025, a elétrica recebeu um upgrade duplo de recomendação. Por que o banco vê potencial de valorização e quais os catalisadores?

QUEM PAGA A CONTA?

Não colou: por que a Justiça barrou a tentativa do Assaí (ASAI3) de se blindar de dívidas antigas do Pão de Açúcar

15 de dezembro de 2025 - 11:17

O GPA informou, nesta segunda (15), que o pedido do Assaí por blindagem contra passivos tributários anteriores à cisão das duas empresas foi negado pela Justiça

NOVA LIDERANÇA

Braskem (BRKM5) com novo controlador: IG4 fecha acordo com bancos e tira Novonor do comando

15 de dezembro de 2025 - 10:44

Gestora fecha acordo com bancos credores, avança sobre ações da Novonor e pode assumir o controle da petroquímica

DA CONCESSÃO AOS APAGÕES

São Paulo às escuras: quando a Enel assumiu o fornecimento de energia no estado? Veja o histórico da empresa

14 de dezembro de 2025 - 18:19

Somente no estado, a concessionária atende 24 municípios da região metropolitana, sendo responsável por cerca de 70% da energia distribuída

SP SEM LUZ

Concessão da Enel em risco: MP pede suspensão da renovação, e empresa promete normalizar fornecimento até o fim do dia

14 de dezembro de 2025 - 11:13

O MPTCU defende a divisão da concessão da Enel em partes menores, o que também foi recomendado pelo governador de São Paulo

SOB PRESSÃO

Cemig (CMIG4) promete investir cifra bilionária nos próximos anos, mas não anima analistas

13 de dezembro de 2025 - 16:33

Os analistas do Safra cortaram o preço-alvo das ações da empresa de R$ 13,20 para R$ 12,50, indicando um potencial de alta de 13% no próximo ano

PROCESSO DE REETRUTURAÇÃO

Casas Bahia (BHIA3) avança em mudança de estrutura de capital e anuncia emissão de R$ 3,9 bilhões em debêntures

13 de dezembro de 2025 - 15:40

Segundo o documento, os recursos obtidos também serão destinados para reperfilamento do passivo de outras emissões de debêntures ou para reforço de caixa

EM RESTRUTURAÇÃO

Azul (AZUL4) avança no Chapter 11 com sinal verde da Justiça dos EUA, e CEO se pronuncia: ‘dívida está baixando 60%’

13 de dezembro de 2025 - 13:26

Com o plano aprovado, grande parte da dívida pré-existente será revertida em ações, permitindo que a empresa levante recursos

LUZ NO FIM DO TÚNEL

Bancos oferecem uma mãozinha para socorrer os Correios, mas proposta depende do sinal verde do Tesouro Nacional

13 de dezembro de 2025 - 10:28

As negociações ganharam fôlego após a entrada da Caixa Econômica Federal no rol de instituições dispostas a emprestar os recursos

SEXTOU

Mais de R$ 9 bilhões em dividendos e JCP: Rede D’Or (RDOR3) e Engie (EGIE3) preparam distribuição de proventos turbinada

12 de dezembro de 2025 - 19:57

Os pagamentos estão programados para dezembro de 2025 e 2026, beneficiando quem tiver posição acionária até as datas de corte

MERCADO DE AÇÕES VAI ESQUENTAR?

BRK Ambiental: quem é a empresa que pode quebrar jejum de IPO após 4 anos sem ofertas de ações na bolsa brasileira

12 de dezembro de 2025 - 19:15

A BRK Ambiental entrou um pedido na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar um IPO; o que esperar agora?

NAS PASSARELAS DO MERCADO

Os bastidores da nova fase da Riachuelo (GUAR3), segundo o CEO. Vale comprar as ações agora?

12 de dezembro de 2025 - 18:01

Em entrevista ao Money Times, André Farber apresenta os novos projetos de expansão da varejista, que inaugura loja-conceito em São Paulo

OS NEGÓCIOS DE SILVIO

O rombo de R$ 4,3 bilhões que quase derrubou o império de Silvio Santos; entenda o caso

12 de dezembro de 2025 - 16:51

Do SBT à Tele Sena, o empresário construiu um dos maiores conglomerados do país, mas quase perdeu tudo no escândalo do Banco Panamericano  

CHOQUE NO BOLSO

Citi corta recomendação para Auren (AURE3) e projeta alta nos preços de energia

12 de dezembro de 2025 - 16:15

Banco projeta maior volatilidade no setor elétrico e destaca dividendos como diferencial competitivo

EFEITO MONSTER

De sucos naturais a patrocínio ao campeão da Fórmula 1: quem colocou R$ 10 mil na ação desta empresa hoje é milionário

12 de dezembro de 2025 - 14:33

A história da Monster Beverage, a empresa que começou vendendo sucos e se tornou uma potência mundial de energéticos, multiplicando fortunas pelo caminho  

TENTA SE REERGUER

Oi (OIBR3) ganha mais fôlego para pagamentos, mas continua sob controle da Justiça, diz nova decisão

12 de dezembro de 2025 - 14:01

Esse é mais um capítulo envolvendo a Justiça, os grandes bancos credores e a empresa, que já está em sua segunda recuperação judicial

ALGUNS BILHÕES MENOS RICO

Larry Ellison, cofundador da Oracle, perdeu R$ 167 bilhões em um só dia: veja o que isso significa para as ações de empresas ligadas à IA

12 de dezembro de 2025 - 10:56

A perda vem da queda do valor da empresa de tecnologia que oferece softwares e infraestrutura de nuvem e da qual Ellison é o maior acionista

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar