🔴 SD EXPLICA: COMO GARANTIR 1% AO MÊS NA RENDA FIXA ANTES QUE A SELIC CAIA – VEJA AQUI

Bia Azevedo

Bia Azevedo

Jornalista pela Universidade de São Paulo (USP), já trabalhou como coordenadora e editora de conteúdo das redes sociais do Seu Dinheiro e Money Times. Além disso, é pós-graduada em Comunicação digital e Business intelligence pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

SIMPLIFICAÇÃO

Natura (NATU3): Por que o mercado está tão feliz com a venda da Avon Internacional por 1 libra e o que esperar das ações

A Natura irá se desfazer do braço internacional da Avon por uma libra, preço simbólico que enterra o sonho de se tornar uma gigante global, mas agrada o mercado

Bia Azevedo
Bia Azevedo
18 de setembro de 2025
16:57 - atualizado às 17:22
Fachada de uma loja da Natura
Fachada de uma loja da Natura - Imagem: Divulgação

Se você é uma das pessoas que reclama por aí que hoje em dia não dá para comprar mais nada com menos de R$ 10, talvez devesse ter feito uma proposta para a Natura (NATU3) pela Avon Internacional antes de um dos veículos afiliados da Regent, que pagou uma libra pelo negócio. Nas cotações atuais, isso dá pouco mais de R$ 7.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E o mercado não poderia ter ficado mais feliz, as ações da companhia de cosméticos brasileira estão disparando mais de 15% na tarde desta quinta-feira (18). Até porque tudo que os investidores mais queriam da empresa era que finalmente enterrasse o antigo sonho de se tornar uma L’Oréal — ou seja, uma marca internacional de beleza.

  • VEJA TAMBÉM: Descubra como os gigantes do mercado estão investindo: o podcast Touros e Ursos traz os bastidores toda semana; acompanhe aqui

Os detalhes do acordo

Embora a resolução da dor de cabeça seja um prêmio e tanto para a Natura, a companhia não vai sair dessa só com a libra no bolso. O acordo estabelece que esse valor pode aumentar, com base no desempenho futuro da marca, com previsão de earn-outs, uma espécie de bônus por desempenho. Essa cifra total está limitada a 60 milhões de libras.

A Natura ainda se comprometeu a fornecer uma linha de crédito garantida à Avon Internacional de até US$ 25 milhões, com vencimento em cinco anos após a primeira utilização. Além disso, a Natura abriu mão da maior parte do que a Avon lhe devia. 

Para simplificar o balanço antes da transferência, a Natura converteu a maior parte desses empréstimos em capital da própria Avon Internacional, essencialmente perdoando a dívida. O restante do débito foi simplesmente transferido para o novo comprador, a holding Regent, sem qualquer custo adicional para ele.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Vale lembrar que a venda da Avon Internacional não inclui o mercado russo da Avon — que representa cerca de 10% das vendas — nem a marca e as operações da Avon para a região da América Latina, local onde a marca é mais rentável. O anúncio veio dias depois de a Natura comunicar a venda das operações da Avon na América Central por US$ 1.

Leia Também

A Natura continuará operando o negócio da Avon Internacional até o fechamento da venda, previsto para o primeiro trimestre de 2026, mas não são esperadas novas necessidades de caixa, já que a divisão costuma gerar dinheiro no segundo semestre do ano.

O que os analistas acham e o que esperar agora?

Para a XP, esse é o passo mais importante na jornada de desinvestimento da Avon. Os analistas também avaliam como positivo o fato de que o acordo deve ter um impacto financeiro irrelevante.

A transação alivia a preocupação do mercado sobre a capacidade da Natura de se livrar desse ativo deficitário que vinha prejudicando as operações.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“A maior parte dos créditos de empréstimos da Natura contra a Avon Internacional, que estimamos em cerca de R$ 1,6 bilhão, é basicamente caixa que já foi consumido. Assim, o efeito deve ser pontual e não em caixa. No entanto, a empresa forneceu uma linha de crédito de US$ 25 milhões, que pode ter efeito em caixa, embora com recuperação esperada em cinco anos”, escreveu a equipe de análise da casa em relatório.

Segundo a XP, este anúncio, junto com o novo formato de divulgação da empresa a partir dos resultados do terceiro trimestre, deve ajudar os investidores a retomarem o foco na ação, à medida que a história se torna mais simples e clara.

Isso porque a venda dos ativos simplifica a visão da empresa para os investidores. Ao se desfazer deles, a Natura não precisa mais consolidar os resultados negativos dessas operações. 

Ou seja, a partir do terceiro trimestre, os relatórios financeiros focarão apenas no desempenho da Natura e da Avon na América Latina, os negócios mais rentáveis do grupo. Essa transparência facilita a análise e ajuda o mercado a enxergar o valor real da empresa, o que pode impulsionar suas ações.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em outras palavras, o balanço ficará mais limpo, sem ‘pesos-mortos’ que dificultavam a análise da Natura como um todo. 

A XP reiterou a recomendação de compra para as ações, com uma visão construtiva sobre o processo de transformação da Onda 2, que pretende aumentar a eficiência e reduzir custos no Brasil, Argentina e México.

Para o Itaú BBA, o movimento está alinhado com a estratégia de focar em suas operações principais na América Latina, simplificando a estrutura e melhorando a disciplina financeira. 

“Para o mercado, as ações da Natura estão sendo negociadas a um múltiplo de 8,5x (P/L para 2026), já sem considerar o impacto da Avon Internacional, o que mostra o foco renovado dos investidores”, diz a equipe de análise em relatório. O banco tem recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo em R$ 14, valorização potencial de quase 58% frente ao encerramento das negociações da última quarta-feira (17).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na visão da Ativa Investimentos, o negócio também é positivo, uma vez que a empresa agora contará com um balanço mais limpo e uma operação mais sólida. A casa também manteve recomendação de compra, com preço-alvo em R$ 15 — o que representa uma alta de quase 70% em relação ao fechamento de ontem.

A história do fracasso da internacionalização da Natura

Tudo começou em dezembro de 2012, quando a Natura celebrou um acordo para comprar 65% da australiana Aesop, por US$ 68,25 milhões. Quatro anos depois, a brasileira adquiriu 100% da marca. 

Nesse intervalo, a australiana elevou sua presença de oito para 20 países, e o número de lojas passou de 57 para 177 no período.

Mas a gigante nacional não parou por aí. Almejando expandir ainda mais sua atuação global, a Natura comprou a The Body Shop em 2017 por aproximadamente 1 bilhão de euros (o que equivalia a cerca de R$ 3,6 bilhões na época). 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A aquisição foi considerada “um passo decisivo para a fundação de um grupo de cosméticos”, que reuniria a Aesop, a Natura e a The Body Shop. Em 2019, veio a fusão que incorporou a Avon por US$ 2 bilhões e transformou a Natura no quarto maior grupo de beleza no mundo. 

Mas o olho parece ter sido maior do que a barriga. Ou melhor, o apetite por aquisições era mais forte do que o balanço conseguia aguentar. As dívidas cresceram, chegando a um patamar de R$ 4,6 bilhões no final de 2019, antes da pandemia. 

Apesar disso, os resultados trimestrais estavam razoáveis, até que a crise sanitária da covid-19 chegou. 

Com o cenário macroeconômico desafiado pela pandemia e, posteriormente, pela guerra na Ucrânia, a integração com a Avon se tornou ainda mais difícil do que já era, e os prejuízos das operações internacionais, especialmente da Avon, levaram a uma crise de rentabilidade. Eram muitas geografias para administrar.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Foi então que o ‘mindset’ da companhia saiu da dominação global e da expansão desenfreada por novas geografias para a busca por eficiência nos mercados em que a gigante brasileira dos cosméticos já está inserida.

Com isso, em abril de 2023, veio a venda da Aesop para a L’Oréal, por R$ 2,52 bilhões (pouco mais de R$ 10 bilhões nas cotações da época) — com um ganho de capital de US$ 2,4 bilhões. Em novembro do mesmo ano, a Natura se desfez da The Body Shop, por cerca de 207 milhões de libras (ou R$ 1,25 bilhão nas cotações daquele período).

Em abril deste ano, a brasileira anunciou a simplificação da estrutura organizacional, com a Natura Cosméticos incorporando a Natura &Co, a holding que a Natura criou para abrigar suas marcas globais, como parte de um passo em direção à simplificação. A empresa trocou de ticker e passou a ser negociada com NATU3 na bolsa de valores. 

No segundo trimestre de 2025, a companhia reportou dívida líquida de R$ 4 bilhões, um aumento significativo frente ao mesmo período do ano passado — e isso foi majoritariamente culpa da Avon Internacional. A alavancagem chegou a 2,18 vezes a relação dívida líquida sobre Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nesta semana, a gigante deu mais um passo, com o anúncio de um acordo vinculante para a venda das operações da Avon na América Central. A transação envolve as operações da Avon na Guatemala, Nicarágua, Panamá, Honduras, El Salvador e República Dominicana, batizadas de “Avon CARD”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
ENGORDANDO O BOLSO

Mais um presente aos acionistas: Axia Energia (AXIA6) vai distribuir R$ 30 bilhões em bonificação com nova classe de ações

19 de dezembro de 2025 - 16:10

A distribuição ocorrerá com a criação de uma nova classe de ações preferenciais, a classe C (PNC). Os papéis serão entregues a todos os acionistas da Axia, na proporção de sua participação no capital social

FIM DE UMA ERA

Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência 

19 de dezembro de 2025 - 14:50

Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos

DE NEUTRO PARA VENDA

É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%

19 de dezembro de 2025 - 13:31

Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores

NA CONTA DOS ACIONISTAS

Sabesp (SBSP3), C&A (CEAB3), Hypera (HYPE3), Sanepar (SAPR11), Alupar (ALUP11), Ourofino (OFSA3) e outras 3 empresas anunciam R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP

19 de dezembro de 2025 - 12:40

Quem lidera a distribuição polpuda é a Sabesp, com R$ 1,79 bilhão em JCP; veja todos os prazos e condições para receber os proventos

ENTENDA

Com dívidas bilionárias, Tesouro entra como ‘fiador’ e libera empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios

19 de dezembro de 2025 - 12:15

Operação terá juros de 115% do CDI, carência de três anos e prazo de 15 anos; uso dos recursos será limitado em 2025 e depende de plano de reequilíbrio aprovado pelo governo

TÍTULOS DE DÍVIDA

Banco Inter (INBR32) vai a mercado e reforça capital com letras financeiras de R$ 500 milhões

19 de dezembro de 2025 - 11:45

A emissão das “debêntures dos bancos” foi feita por meio de letras financeiras Tier I e Tier II e deve elevar o índice de Basileia do Inter; entenda como funciona a operação

FELIZ, TRUMP?

Sob ameaça de banimento, TikTok é vendido nos EUA em um acordo cheio de pontos de interrogação

19 de dezembro de 2025 - 10:50

Após anos de pressão política, TikTok redefine controle nos EUA, com a Oracle entre os principais investidores e incertezas sobre a separação da ByteDance

MAIS AÇÕES NA CONTA

O “presente de Natal” do Itaú (ITUB4): banco distribui ações aos investidores e garante dividendos turbinados

19 de dezembro de 2025 - 10:15

Enquanto os dividendos extraordinários não chegam, o Itaú reforçou a remuneração recorrente dos investidores com a operação; entenda

SINERGIAS

Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões

19 de dezembro de 2025 - 9:36

Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio

DIVIDENDOS E BONIFICAÇÕES

Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações

18 de dezembro de 2025 - 20:21

A maior fatia dessa distribuição farta ficou com o Bradesco, com R$ 3,9 bilhões, enquanto o Itaú bonifica acionistas em 3%; confira todos os prazos e condições para receber

DE VOLTA AO RADAR

CVM reabre caso da Alliança e mira fundo de Nelson Tanure e gestora ligada ao Banco Master 2 anos depois de OPA

18 de dezembro de 2025 - 16:08

O processo sancionador foi aberto mais de dois anos após a OPA que consolidou o controle da antiga Alliar, na esteira de uma longa investigação pela autarquia; entenda

CORRIDA TECNOLÓGICA

Dona do Google recebe uma forcinha de Zuckerberg na ofensiva para destronar a Nvidia no mercado de IA

18 de dezembro de 2025 - 14:55

Com o TorchTPU, a Alphabet tenta remover barreiras técnicas e ampliar a adoção de suas TPUs em um setor dominado pela gigante dos chips

DEVO NÃO NEGO, PAGO QUANDO PUDER...

Casas Bahia (BHIA3) aprova plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital; ações sobem mais de 2%

18 de dezembro de 2025 - 13:08

Plano aprovado por acionistas e credores empurra vencimentos, reduz pressão de caixa e amplia a autonomia do conselho

DESTAQUE DO IBOVESPA

Brava Energia (BRAV3) salta mais de 10% após rumores de venda de poços e com previsão de aumento nos investimentos em 2026

18 de dezembro de 2025 - 12:31

Apesar de a empresa ter negado a venda de ativos para a Eneva (ENEV3), o BTG Pactual avalia que ainda há espaço para movimentações no portfólio

FIM DE UMA ERA?

Agora é lei: cardápios de papel serão obrigatórios em bares e restaurantes de São Paulo, dando adeus à hegemonia dos ‘QR Codes’

18 de dezembro de 2025 - 11:45

Cardápios digitais, popularizados durante a pandemia, permaneceram quase que de forma exclusiva em muitos estabelecimentos – mas realidade pode mudar com projeto de lei aprovado pela Alesp

GERANDO VALOR

Presente de Natal da Prio (PRIO3)? Empresa anuncia novo programa de recompra de até 86,9 milhões de ações; confira os detalhes

18 de dezembro de 2025 - 10:33

O conselho da Prio também aprovou o cancelamento de 26.890.385 ações ordinárias mantidas em tesouraria, sem redução do capital social

SUCESSÃO A CAMINHO

Exclusivo: Oncoclínicas (ONCO3) busca novo CEO e quer reestruturar todo o alto escalão após a crise financeira, diz fonte

18 de dezembro de 2025 - 10:03

Após erros estratégicos e trimestres de sufoco financeiro, a rede de oncologia estuda sucessão de Bruno Ferrari no comando e busca novos executivos para a diretoria

APESAR DOS PROTESTOS

Copasa (CSMG3): lei para a privatização da companhia de saneamento é aprovada pelo legislativo de Minas Gerais

18 de dezembro de 2025 - 8:56

O texto permite que o estado deixe de ser o controlador da companhia, mas mantenha uma golden share, com poder de veto em decisões estratégicas

UMA BOLADA!

B de bilhão: BB Seguridade (BBSE3) anuncia quase R$ 9 bi em dividendos; Cemig (CMIG4) também libera proventos

17 de dezembro de 2025 - 19:57

Empresas anunciam distribuição farta aos acionistas e garantem um fim de ano mais animado

RENDA AO ACIONISTA

Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) estão entre as rainhas dos dividendos no 4T25; Itaú BBA diz quais setores vão reinar em 2026

17 de dezembro de 2025 - 19:37

Levantamento do banco aponta que ao menos 20 empresas ainda podem anunciar proventos acima de 5% até o final do ano que vem

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar