Menos shoppings, mais mídia e foco no retorno ao acionista: o que a CFO da Allos (ALOS3) destaca no balanço do 2T25
Em entrevista ao Seu Dinheiro, a diretora Daniela Guanabara explica queda no lucro e comemora desempenho operacional da companhia

A Allos (ALOS3) divulgou seus resultados do segundo trimestre na noite desta quarta-feira (13). O lucro líquido de abril a junho foi de R$ 186,75 milhões, o que representa um tombo de 39,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. O número veio abaixo da expectativa do BTG Pactual, que era de R$ 268 milhões.
Esta linha do balanço foi prejudicada pelo impacto contábil de desinvestimentos feitos em 2024, segundo a diretora Financeira e de Relações com Investidores, Daniela Guanabara.
“Este ano, como a gente não teve tantos desinvestimentos quanto no ano passado, eu tenho uma queda de lucro líquido”, diz a executiva. “Porém, eu tenho um crescimento do FFO, que é onde eu meço o desempenho do portfólio atual sem essas intercorrências, que são pontuais.”
O FFO (Funds From Operations, ou Fundos Gerados em Operações) a que ela se refere é um indicador importante para o mercado imobiliário, que mede o fluxo de caixa gerado pelas operações da empresa excluindo itens como depreciação e amortização.
No 2T25, a Allos alcançou FFO de R$ 304,6 milhões, com alta anual de 1,9%, mesmo num cenário de juros mais altos.
“Quando a gente compara a elevação da taxa de juros ano contra ano, é um impacto super alto. Porém, a gente fez todo um trabalho de gestão de passivos, que fez com que o resultado financeiro pesasse menos”, detalha a executiva.
Leia Também
A receita líquida da empresa de shopping centers foi de R$ 656,4 milhões, alta de 8,4% na comparação anual. Este resultado superou as estimativas tanto do BTG (R$ 637 milhões) quanto do consenso da Bloomberg (R$ 654 milhões).
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), por sua vez, subiu 10,8% na comparação anual e atingiu R$ 475,7 milhões, também vindo acima das projeções — o BTG esperava R$ 450 milhões e a Bloomberg, R$ 464 milhões.
“A gente tem um guidance de Ebitda de crescimento de 8%. E você vê que a gente já conseguiu crescer acima de 10%”, destaca Guanabara.
Já a margem Ebitda aumentou 160 bps e fechou o segundo trimestre a 72,5%, acima do esperado por BTG (70,7%) e Bloomberg (70,9%).
De olho nos detalhes operacionais da Allos no 2T25
Quando Aliansce Sonae e brMalls anunciaram sua união para formar a Allos, em 2022, tinham juntas 69 shoppings espalhados pelo Brasil. Agora, após um período de forte desinvestimento, a empresa terminou o segundo trimestre com 45 shopping centers próprios, além da administração de outros dez de parceiros.
- LEIA TAMBÉM: Onde investir nesta temporada de balanços? O Seu Dinheiro quer disponibilizar para você recomendações sobre quais empresas investir de forma prática e gratuita
A taxa de ocupação no segundo trimestre deste ano manteve-se em 96,4%, com um leve aumento de 11 pontos-base em relação ao 2T24.
Já as vendas totais da Allos subiram 9,5% na comparação anual, somando R$ 10,2 bilhões, um feito atribuído pela empresa à qualificação do mix de lojas e à gestão estratégica do portfólio.
Os indicadores de desempenho de lojas comparáveis seguiram a mesma tendência positiva: o SSS (Same Store Sales) atingiu 7,1%, enquanto o SSR (Same Store Rent) avançou 7,7%.
“As lojas que eu já tinha na base tiveram um desempenho bastante positivo, e as que não estavam na base me ajudaram ainda mais, porque a venda total da companhia cresceu 9,5%. Onde eu troquei, na mesma área, eu troquei por uma loja que está vendendo mais”, destaca Guanabara.
- VEJA MAIS: Sem “economês”, o podcast Touros e Ursos, do Seu Dinheiro, traz semanalmente os principais destaques dos investimentos; receba os episódios em primeira mão aqui
A executiva ressalta também a receita obtida com a Helloo, seu braço de mídia out of home (OOH), que saltou 31,3%, atingindo R$ 45,9 milhões.
Em meados de maio, em parceria com a Neooh, a Allos ganhou uma licitação para cuidar da publicidade digital em 17 aeroportos brasileiros — incluindo o de Congonhas, em São Paulo.
Para o segundo semestre, a empresa segue com o roll-out de seu programa de fidelidade para mais shoppings — já são 34 contemplados até o momento — e a entrega de dois projetos de expansão: em Maceió e em Recife.
Retorno aos acionistas e o que fazer com ALOS3
Daniela Guanabara também destaca o retorno oferecido pela Allos aos seus acionistas.
- E MAIS: Calendário de resultados dessa semana inclui Itaúsa (ITSA4), JBS (JBSS3), BRF (BRFS3) e outras empresas; acompanhe a cobertura completa de balanços
O FFO por ação cresceu 8,8%, chegando a R$ 0,61 no 2T25, um resultado impulsionado pelos programas de recompra de ações da empresa, que reduzem o número de papéis em circulação.
A companhia retornou 78,8% do FFO aos acionistas no primeiro semestre de 2025, totalizando R$ 456,4 milhões entre dividendos, JCP (Juros sobre Capital Próprio) e as mencionadas recompras de ações.
Em entrevista anterior ao Seu Dinheiro, em abril, a executiva havia ressaltado a estratégia adotada em outubro de 2024 para atrair mais pequenos investidores: pagamento de proventos com dia marcado e no começo do mês. Você pode conferir mais detalhes aqui.
A ação ALOS3, negociada na casa de R$ 22,70, já acumula valorização de mais de 25% somente neste ano (YTD).
De dez recomendações de bancos e casas de análise, nove são de compra e uma, de manutenção.
Alívio para o BRB (BSLI4): com polêmica compra do Master fora do jogo, Moody’s retira alerta de rebaixamento
Com o sinal vermelho do BC para a aquisição de ativos do Master pelo BRB, a Moody’s confirmou as notas de crédito e estabeleceu uma perspectiva estável para o Banco de Brasília
SLC Agrícola (SLCE3) divulga novo guidance e projeta forte expansão na produção — mas BTG não vê gatilhos no horizonte de curto prazo
Apesar do guidance não ter animado os analistas, o banco ainda mantém a recomendação de compra para os papéis
Ações da Santos Brasil (STBP3) dão adeus para a bolsa brasileira nesta sexta-feira (3)
A despedida das ações acontece após a conclusão de compra pela francesa CMA Terminals
OpenAI, dona do ChatGPT, atinge valor de US$ 500 bilhões após venda de ações para empresas conhecidas; veja quais
Funcionários antigos e atuais da dona do ChatGPT venderam quase US$ 6,6 bilhões em ações
Mercado Livre (MELI34) é o e-commerce favorito dos brasileiros, segundo UBS BB; Shopee supera Amazon (AMZO34) e fica em segundo lugar
Reputação e segurança, custos de frete, preços, velocidade de entrega e variedade de produtos foram os critérios avaliados pelos entrevistados
‘Novo Ozempic’ chega ao Brasil graças a parceira entre farmacêuticas
Novo Nordisk e Eurofarma se unem para lançar no Brasil o Poviztra e o Extensior, versões injetáveis da semaglutida voltadas ao tratamento da obesidade
Ambipar (AMBP3) volta a desabar e chega a cair mais de 65%; entenda o que está por trás da queda
Desde segunda-feira (29), a ação já perdeu quase 60% no valor. Com isso, o papel, uma das grandes estrelas em 2024, quando disparou mais de 1.000%, voltou ao patamar de um ano atrás
Banco do Brasil alerta para golpes em meio a notícias sobre possível concurso
Comunicado oficial alerta candidatos, mas expectativa por novo concurso cresce — mesmo sem previsão confirmada pelo banco
De São Paulo a Wall Street: Aura Minerals (AURA33) anuncia programa de conversão de BDRs em ações na Nasdaq
Segundo a empresa, o programa faz parte da estratégia de consolidar e aumentar a negociação de suas ações na bolsa de Nova York
Oncoclínicas (ONCO3) traça planos para restaurar caixa e sair da crise financeira. Mercado vai dar novo voto de confiança?
Oncoclínicas divulgou prévias e projeções financeiras para os próximos anos. Veja o que esperar da rede de tratamentos oncológicos
Mais uma derrota para a Oi (OIBR3): Justiça nega encerrar Chapter 15 nos EUA. O que isso significa para a tele?
Para a juíza responsável pelo caso, o encerramento do processo “não maximizará necessariamente o valor nem facilitará o resgate da companhia”; entenda a situação
Oi (OIBR3) falha na tentativa de reverter intervenção na alta gestão, mas Justiça abre ‘brecha’ para transição
A decisão judicial confirma afastamento de diretores da empresa de telecomunicações, mas abre espaço para ajustes estratégico
Retorno da Petrobras (PETR3, PETR4) à distribuição é ‘volta a passado não glorioso’ e melhor saída é a privatização, defende Adriano Pires
Especialista no setor de energia que quase assumiu o comando da petroleira na gestão Bolsonaro critica demora para explorar a Margem Equatorial e as MPs editadas pelo governo para tentar atrair data centers ao país
Diretora revela os planos do Bradesco (BBDC4) para atingir 1 milhão de clientes de alta renda no Principal até 2026
Ao Seu Dinheiro, Daniela de Castro, diretora do Principal, detalhou os pilares da estratégia de crescimento do banco no segmento de alta renda
WEG (WEGE3) vive momento sombrio, com queda de 32% em 2025 e descrença de analistas; é hora de vender?
Valorização do real, tarifas de Trump e baixa demanda levam bancos a cortarem preços-alvos das ações da WEG
A Oi (OIBR3) vai falir? Decisão inédita no Brasil pôs a tele de cara com a falência, mas é bastante polêmica; a empresa recorreu
A decisão que afastou a diretoria da empresa e a colocou prestes a falir é inédita no Brasil e tem como base atualização na Lei das Falências; a Oi já recorreu
Azul (AZUL4) apresenta números mais fracos em agosto, com queda na receita líquida e no resultado operacional; entenda o que aconteceu
A companhia aérea, que enfrenta uma recuperação judicial nos Estados Unidos, encerrou agosto com R$ 1,671 bilhão no caixa
Dasa (DASA3) se desfaz de operações ‘prejudiciais à saúde’ e dispara até 10% na bolsa; o que avaliam os analistas?
Ações da rede ficaram entre as maiores altas da B3 após o anúncio da venda das suas operações na Argentina por mais de R$ 700 milhões
Ambipar (AMBP3) tem pregão amargo após contratar BR Partners (BRBI11) para tentar sair da crise sem recuperação judicial
A contratação da assessoria vem na esteira de dias difíceis para a Ambipar, que precisou recorrer à Justiça para evitar cobranças de credores. O que fazer com as ações agora?
Americanas (AMER3) fecha acordo para venda da Uni.Co à BandUP! por R$ 152,9 milhões
Operação prevê pagamento inicial de R$ 20 milhões e parcelas anuais corrigidas pelo CDI