Do IPO bilionário ao “au revoir”: Carrefour Brasil (CRFB3) deixa a B3 com valor de mercado 44% menor desde o IPO
Após oito anos de altos e baixos na bolsa, Carrefour encerra trajetória na B3 com ações em queda de 44% desde o IPO; relembre o que aconteceu com a varejista
O "je t’aime" do Carrefour com a bolsa brasileira virou um "au revoir" definitivo, após uma passagem de oito anos marcada por desafios operacionais, expectativas não cumpridas e uma perda superior a 40% em valor de mercado.
A despedida do Atacadão aconteceu na última sexta-feira (30), com as ações CRFB3 encerrando a sessão cotadas a R$ 8,45 — uma queda de 44% em relação ao preço do IPO, lá em 2017.
A decisão foi da matriz francesa, que já detinha 70% das ações e agora compra a fatia restante com o objetivo de simplificar a operação e acelerar decisões estratégicas.
- SAIBA MAIS: Onde investir para buscar ‘combo’ de dividendos + valorização? Estes 11 ativos (ações, FIIs e FI-Infras) podem gerar renda passiva atrativa
A saída do Carrefour Brasil (CRFB3)
A história do Carrefour Brasil começou cheia de promessas. Na época da estreia, o Atacadão levantou R$ 5,1 bilhões na maior abertura de capital desde 2013.
Com um discurso de modernização, digitalização e expansão do Atacadão — seu trunfo no segmento de atacarejo — o grupo parecia pronto para assumir o protagonismo do varejo alimentar no país.
E, por um tempo, até conseguiu. Em 2022, as ações chegaram à máxima histórica de R$ 23,17, embaladas pela inflação alta e pela migração dos consumidores para formatos de compra mais baratos.
Leia Também
Mas esse entusiasmo não durou. Ainda que o discurso da matriz aponte para eficiência e agilidade, o fraco desempenho das ações já vinha, na prática, empurrando o Carrefour para fora do radar dos investidores.
A queda do papel na bolsa brasileira foi puxada por uma combinação de fatores operacionais e estratégicos.
Do otimismo à decepção: o que deu errado?
A partir de 2021, o que era promissor virou dor de cabeça. A aquisição do Grupo BIG — ex-Walmart Brasil — por R$ 7,5 bilhões empolgou o mercado no primeiro momento, mas a integração das operações se revelou lenta, custosa e complexa.
Conversões demoradas, fechamento de lojas e prejuízos começaram a assombrar os resultados do Carrefour Brasil (CRFB3).
No 1º trimestre de 2023, veio o primeiro prejuízo desde o IPO: R$ 375 milhões. A margem Ebitda, que já não era brilhante, derreteu de 4,4% para 2,1%. Para analistas, o resultado refletia o peso do legado do BIG e o impacto dos juros altos sobre uma empresa já endividada.
Enquanto o Carrefour Brasil via as margens encolherem cada vez mais, os concorrentes ganhavam terreno.
O Assaí, recém-desmembrado do GPA, acelerava sua expansão. O próprio Pão de Açúcar começava a se reposicionar com foco no público premium.
- E MAIS: Analistas selecionaram 3 ações do setor de serviços básicos para buscar lucros de até 32% – confira quais são
E o Carrefour, robusto demais para manobras rápidas, parecia travado. Para o JP Morgan, a empresa entrou num ciclo de “visibilidade embaçada”, com falhas operacionais se acumulando.
Como se os desafios operacionais não bastassem, o Carrefour Brasil foi alvo de mais uma crise. No fim de 2024, o CEO global Alexandre Bompard anunciou que deixaria de comprar carne de países do Mercosul, alegando descumprimento de normas sanitárias francesas.
A reação dos frigoríficos brasileiros foi imediata: boicote às unidades do Carrefour no país.
A tensão subiu a tal ponto que exigiu intervenção diplomática — com o embaixador da França no Brasil indo pessoalmente ao Ministério da Agricultura.
Bompard recuou e enviou uma carta ao ministro Carlos Fávaro admitindo que a carne brasileira atende, sim, aos padrões exigidos pela França.
A saída do Carrefour Brasil da B3 — e os dividendos de quem optou por BDRs
Hoje, o Carrefour Brasil sai de cena avaliado em R$ 17,8 bilhões — muito abaixo do que prometeu em sua estreia.
A partir de segunda-feira (2), a B3 recebe a negociação das BDRs da matriz francesa Carrefour S.A. (CSA), que é listada na Euronext Paris.
Esta mudança acontece após os acionistas locais optarem pela conversão da empresa em subsidiária integral da matriz francesa.
Os acionistas do Carrefour Brasil tiveram de 28 de abril a 12 de maio para exercerem suas opções de recebimento de troca de ações.
Foram oferecidas três opções aos acionistas: receber 100% do valor das ações CRFB3 em dinheiro, uma mistura de dinheiro e BDRs da matriz francesa ou trocar 100% em BDRs do Carrefour francês. Se o investidor não manifestou sua escolha dentro do prazo, recebeu automaticamente as BDRs da CSA.
Os investidores brasileiros também foram contemplados com a possibilidade de receber dividendos. O CSA declarou o pagamento de dividendo ordinário em dinheiro no valor de 0,92 euro por ação do CSA, além de um dividendo especial em dinheiro totalizando 163 milhões de euros, o que representa 0,23 euro por ação do CSA.
Terão direito aos dividendos investidores que receberam BDRs e que estiverem com essas BDRs na carteira no final do pregão de segunda-feira (2).
O pagamento deve ser feito na terça-feira (3). Os valores estão sujeitos a taxas de conversão de câmbio, além de pagamentos de impostos (IR e IOF).
*Com informações do Estadão Conteúdo.
Raízen (RAIZ4) amarga downgrade: Fitch corta nota de crédito, e Safra reduz preço-alvo pela metade
A Fitch pretende revisar os ratings da companhia em até seis meses. Já o Safra ainda recomenda a compra das ações
Produção de petróleo da Petrobras (PETR4) sobe 18,4% no 3T25 e China é o destino de mais da metade das exportações
Considerando só o petróleo, a produção média da estatal avançou 18,4% na comparação ano a ano, para 2,520 milhões de barris por dia (bpd)
Crédito de R$ 1,2 bilhão e até carro de som nas ruas: a estratégia da Casas Bahia (BHIA3) para a Black Friday
Com central de dados operando 24 horas e R$ 1,2 bilhão em crédito liberado, Casas Bahia aposta em tecnologia para turbinar vendas na maior Black Friday de sua história
Privatização da Copasa (CSMG3) avança, e BTG vê potencial de alta de até 48% nas ações se empresa repetir o modelo da Sabesp
Com a PEC que dispensa referendo aprovada em 1º turno, a privatização da Copasa (CSMG3) ficou mais próxima — e o BTG Pactual elevou a recomendação do papel para compra, projetando forte potencial de valorização
Azul (AZUL4) publica plano de negócios atualizado como parte do Chapter 11 e se diz confiante nas negociações com fornecedores
A aérea passou a projetar uma alavancagem ainda menor após sair da recuperação judicial, desta vez em 2,5 vezes
Elon Musk ameaça deixar a Tesla se não receber pacote de US$ 1 trilhão — mas o CEO mais polêmico do mundo jura que não é pelo dinheiro
Ultimato de Musk acontece poucos dias antes da assembleia de acionistas da fabricante de carros elétricos, que decidirá se aprova ou não seu novo plano de pagamento
Cosan (CSAN3) aprova aumento de capital e lança oferta de R$ 10 bilhões em ações para entrada de BTG e Perfin
BTG, Perfin e a holding da família Ometto são os investidores-âncora, e já garantiram a compra do lote inicial em acordo de investimentos
Copasa (CSMG3) mais perto da privatização: PEC que dispensa referendo popular é aprovada em 1º turno por deputados mineiros
Se aprovada também em segundo turno, medida dará sinal verde para desestatização da companhia de saneamento do estado de Minas Gerais
Mais um adeus à B3: companhia com quase 200 anos se despede da bolsa de valores
Com 187 anos de história, a tradicional Wilson Sons encerra seu ciclo na bolsa após a MSC adquirir o controle total da companhia em leilão que movimentou R$ 2,4 bilhões
Dois dias depois do ChatGPT Atlas, Microsoft relança navegador de IA quase idêntico ao da OpenAI
Microsoft enfrenta a OpenAI em uma disputa direta pelo navegador do futuro com o novo Edge equipado com o Copilot de inteligência artificial
Direcional (DIRR3) já subiu 99% no ano, pode avançar mais e ainda deve pagar dividendos bilionários, segundo o Santander
Banco vê forte potencial de valorização no setor de construção civil de baixa renda e elevou preço-alvo dos papéis da companhia para R$ 19
O que diz a carta do príncipe Harry, Wozniak e Hinton contra a superinteligência artificial
Manifesto pressiona big techs como Google, OpenAI e Meta a suspender o desenvolvimento de superinteligência artificial
R$ 9,14 bilhões jogados fora: atualização de Counter Strike 2 derruba mercado bilionário de skins
Atualização do Counter-Strike 2 derruba o valor do mercado de skins emR$ 9,14 bilhões e expõe a dimensão bilionária da economia virtual dos games
Lucro dos bancos pode subir com mudanças na poupança para o financiamento imobiliário — Bradesco (BBDC4) é o mais favorecido, diz BTG
Fatia da poupança que vai para o Banco Central será reduzida e, assim, os bancos privados poderão usar esse dinheiro para empréstimos imobiliários, que são mais rentáveis
Ações da Tesla caem com lucro 37% menor e tarifas de Trump pressionando os resultados
Lucro da empresa de Elon Musk despencou no trimestre comparado ao ano passado, com custos em alta e o fim de subsídios fiscais pesando sobre o desempenho
Parceria do Mercado Livre (MELI) com Casas Bahia (BHIA3) é boa para ambos – mas há um perdedor claro nessa jogada
A parceria combina a força da Casas Bahia em bens duráveis com o amplo alcance do Meli, mas Magalu pode sofrer
Por que os credores da Ambipar (AMBP3) estão ‘revoltados’ com o endereço do pedido de RJ? Veja os novos capítulos da crise
Credores contestam a recuperação judicial da Ambipar (AMBP3), e dizem que a empresa buscou o Rio de Janeiro por ser um foro mais favorável; a disputa ocorre enquanto o controlador ajusta sua participação no capital da companhia
Após reestruturação e tombo na bolsa, Brava (BRAV3) anuncia novo CFO; conheça o executivo
A companhia aprovou Luiz Carvalho como novo diretor financeiro, em meio ao processo de reestruturação que busca simplificar a gestão e fortalecer a governança corporativa
Se não pode contra eles, junte-se: Casas Bahia (BHIA3) anuncia parceria com Mercado Livre (MELI34) para venda de eletrodomésticos
Acordo prevê que Casas Bahia venda eletrodomésticos, eletrônicos e móveis dentro da plataforma do Mercado Livre a partir de novembro; parceria busca ampliar canais de venda e fortalecer operação digital da varejista brasileira
A nova aposta da OpenAI: o projeto secreto da dona do ChatGPT que promete revolucionar Wall Street
A OpenAI está recrutando várias figuras do mercado financeiro para um projeto sigiloso chamado Mercury. Mas o que a startup quer com isso?