“Desinteresse dos jovens pela faculdade é papo de redes sociais, não realidade”, diz CEO da Cogna (COGN3), dona da Anhanguera e outras
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, o CEO da Cogna, Roberto Valério, questina a narrativa de que a Geração Z estaria “largando a faculdade” e fala sobre o avanço da inteligência artificial no mercado de trabalho
Se você esteve na internet nos últimos meses, provavelmente foi impactado pela narrativa do jovem desinteressado pela educação superior. A teoria que circula entre TikToks e posts no Instagram é de que a geração Z estaria vendo pouco valor na faculdade, diante da promessa de enriquecimento fácil nas redes sociais, por exemplo.
Mas, para o CEO da Cogna, Roberto Valério, isso é papo de influenciadores na internet e não tem respaldo na realidade. A empresa controla faculdades como Anhanguera, Pitágoras, Unopar, Uniderp, Unime e outras.
“Tem muita discussão sobre um tema que, na prática, não vemos na vida real. Basta olhar nossos números: a base de alunos da graduação tem crescido de forma consistente. Se é assim, é porque tem demanda”, destaca o executivo, em uma entrevista exclusiva para o Seu Dinheiro.
- No segundo semestre, a base total de alunos da graduação na Cogna cresceu 5,4%, para 1,2 milhão. Excluindo o Prouni, esse avanço foi de 7%. A empresa reportou, no segundo trimestre, o 16º trimestre consecutivo de crescimento da base de alunos.
Veja abaixo a evolução da base de alunos da Kroton, unidade de ensino superior da empresa, nos últimos 5 anos:

- LEIA TAMBÉM: Novo episódio do Touros e Ursos no AR! Acompanhe as análises e recomendações de especialistas do mercado; acesse já
Não faz mais sentido fazer faculdade?
O CEO afirma que grandes influenciadores podem estar passando a impressão de que não vale mais a pena estudar por anos, mas isso não ecoa no dia a dia das pessoas — muito pelo contrário.
Leia Também
Para Valério, o ensino superior está diretamente ligado a uma renda maior: “No fundo, a gente sabe que uma pessoa formada tem muito mais chance de ter um bom emprego e uma renda melhor. Claro, você pode se arriscar ser um influencer, mas a chance é que não dê certo”.
No Brasil, ter um diploma aumenta as chances de ter um emprego e melhores salários, que chegam a mais que o dobro daqueles que têm formação até o ensino médio, de acordo com dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Os dados mostram que brasileiros de 25 a 64 anos que concluem o ensino superior ganham, em média, 148% a mais do que aqueles que têm até o ensino médio. Essa diferença é maior do que a média dos países da OCDE, que é de um salário médio 54% maior.
Mas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas um a cada cinco brasileiros de 25 anos ou mais tem ensino superior, conforme dados de 2024.
Por outro lado, os grupos de trabalhadores sem instrução e/ou com fundamental incompleto foram os únicos que viram o salário crescer acima da inflação entre 2012 e 2024, segundo uma pesquisa do IBGE. O rendimento médio subiu 41% no período para os sem instrução, enquanto recuou para os que têm ensino médio e superior.
E a inteligência artificial?
E se, por um lado, há quem acredite que o diploma da faculdade não vale para nada, tem o grupo dos jovens universitários que se preocupam com um fantasma cada vez mais persistente: a inteligência artificial vai roubar os empregos deles? Como não perder espaço para robôs?
“Sair da faculdade hoje sem saber usar ferramentas de IA é a mesma coisa que concluir um curso há 20 anos e não conseguir usar uma calculadora. Essa tecnologia veio para ficar e os profissionais precisam olhar para isso”, diz Valério.
Segundo ele, as instituições da Cogna oferecem disciplinas sobre isso na grade curricular tanto da graduação, como em cursos livres.
O executivo enfatiza que a empresa já tem mais de cem projetos envolvendo o desenvolvimento e aplicação da inteligência artificial. A Cogna segmenta essas iniciativas em quatro frentes: aprendizagem, melhoria de processos, produtividade e novos produtos.
“É impossível lutar contra a realidade e a transformação da sociedade. O que uma empresa de educação tem que fazer é se ajustar para atender às novas demandas. À medida que as coisas vão acontecendo, o que devemos fazer é ser flexíveis para que o nosso aluno tenha um currículo mais atual possível”, ressalta Valério.
Como a Cogna está usando a IA
Valério deu alguns exemplos do que está sendo elaborado lá dentro. O primeiro deles é uma ferramenta para melhorar o currículo de graduação conforme as demandas mais atuais do mercado, a Emprega.ai.
“Ela lê todas as vagas de emprego que existem no mercado e identifica quais são as habilidades solicitadas. Depois, ela olha o nosso currículo e indica melhorias ou adaptações. Inclusive, já estamos no nível de indicar para o aluno. A ferramenta vê as vagas pelas quais eles se interessam, identificam pontos a serem melhorados no currículo e indicam cursos que podem ser feitos para resolver o problema”, diz o CEO.
No portal, o aplicante pode, inclusive, fazer simulações de entrevista de emprego para a posição desejada e regular o tom do entrevistador.
Outra aplicação de IA ressaltada por Valério é a Plurall, um ambiente virtual de aprendizagem que funciona como um complemento digital para o material didático físico usado nas escolas parceiras das empresas da Cogna.
“Através do sistema criado, os alunos podem tirar dúvidas. O agente de inteligência artificial é executado em um desenvolvimento feito por nós em parceria com a AWS e ele só acessa os nossos conteúdos. No caso do Anglo [que também é controlado pela Cogna], por exemplo, são mais de 75 anos de história e matérias para o aluno explorar”, afirma o CEO.
Para os professores, já é possível usar a inteligência artificial para gerar apresentações e preparar os conteúdos das aulas. Inclusive, com atividades propostas para sala e lição de casa, além de vídeos e imagens ilustrativas criadas por IA.
E, no caso da correção das atividades, o docente também conta com ajuda do robô, que olha o trabalho entregue com sugestão de nota e possíveis apontamentos.
“Não é que o professor não vai olhar, mas ele já vai lidar com um material que passou por uma espécie de triagem. Com isso, conseguimos passar muito mais atividades aos alunos sem sobrecarregar ninguém”, afirma Valério.
Além disso, com o armazenamento de dados, no caso das aulas do ensino superior. Todo o conteúdo — inclusive as dicas dadas pelo professor nas aulas e o conteúdo escrito na lousa — ficam em uma plataforma que pode ser consultada pelos alunos.
“O agente de IA do ensino superior consegue ouvir o professor, ver o que ele está escrevendo na lousa. Se um aluno fizer uma pergunta, ele consegue responder com base na aula específica, contextualizando. Isso já está sendo feito”, afirma Valério.
Entre dividendos e JCP: Suzano (SUZB3), Isa (ISAE4), Porto Seguro (PSSA3) e Marcopolo (POMO4) anunciam pacote bilionário aos acionistas
Dividendos, JCP e bonificações movimentam quase R$ 4 bilhões em operações aprovadas na última sexta-feira antes do Natal
‘Socorro’ de R$ 10 bilhões à Raízen (RAIZ4) está na mesa da Cosan (CSAN3) e da Shell, segundo agência
Estresse no mercado de crédito pressiona a Raízen, que avalia aporte bilionário, desinvestimentos e uma reestruturação financeira com apoio dos controladores
WEG (WEGE3) abre o cofre e paga R$ 5,2 bilhões em dividendos
Os proventos autorizados nesta sexta-feira (19) serão divididos em três parcelas anuais de R$ 1,732 bilhão cada; confira os detalhes
Embraer (EMBJ3) testa protótipo de “carro voador” elétrico e inicia fase de certificação; ações chegam a subir 3%
Aeronave eVTOL da Eve Air Mobility inicia campanha de certificação com quase 3 mil encomendas; ações da Embraer avançam após voo inaugural
Raízen (RAIZ4) acelera desinvestimentos e vende carteira de comercialização de energia para Tria Energia, da Patria Investimentos
O negócio envolve o portfólio de contratos de trading de energia mantido pela Raízen no mercado livre; entenda
Mais um presente aos acionistas: Axia Energia (AXIA6) vai distribuir R$ 30 bilhões em bonificação com nova classe de ações
A distribuição ocorrerá com a criação de uma nova classe de ações preferenciais, a classe C (PNC). Os papéis serão entregues a todos os acionistas da Axia, na proporção de sua participação no capital social
Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência
Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos
É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%
Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores
Sabesp (SBSP3), C&A (CEAB3), Hypera (HYPE3), Sanepar (SAPR11), Alupar (ALUP11), Ourofino (OFSA3) e outras 3 empresas anunciam R$ 2,5 bilhões em dividendos e JCP
Quem lidera a distribuição polpuda é a Sabesp, com R$ 1,79 bilhão em JCP; veja todos os prazos e condições para receber os proventos
Com dívidas bilionárias, Tesouro entra como ‘fiador’ e libera empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios
Operação terá juros de 115% do CDI, carência de três anos e prazo de 15 anos; uso dos recursos será limitado em 2025 e depende de plano de reequilíbrio aprovado pelo governo
Banco Inter (INBR32) vai a mercado e reforça capital com letras financeiras de R$ 500 milhões
A emissão das “debêntures dos bancos” foi feita por meio de letras financeiras Tier I e Tier II e deve elevar o índice de Basileia do Inter; entenda como funciona a operação
Sob ameaça de banimento, TikTok é vendido nos EUA em um acordo cheio de pontos de interrogação
Após anos de pressão política, TikTok redefine controle nos EUA, com a Oracle entre os principais investidores e incertezas sobre a separação da ByteDance
O “presente de Natal” do Itaú (ITUB4): banco distribui ações aos investidores e garante dividendos turbinados
Enquanto os dividendos extraordinários não chegam, o Itaú reforçou a remuneração recorrente dos investidores com a operação; entenda
Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5) fecham contratos de longo prazo de quase US$ 18 bilhões
Os contratos são de fornecimento de diferentes matérias primas para várias plantas da Braskem pelo país, como nafta, etano, propano e hidrogênio
Bradesco (BBDC4), Cemig (CMIG4), PetroRecôncavo (RECV3), Cogna (COGN3) e Tenda (TEND3) pagam R$ 5 bilhões em proventos; Itaú (ITUB4) anuncia bônus em ações
A maior fatia dessa distribuição farta ficou com o Bradesco, com R$ 3,9 bilhões, enquanto o Itaú bonifica acionistas em 3%; confira todos os prazos e condições para receber
CVM reabre caso da Alliança e mira fundo de Nelson Tanure e gestora ligada ao Banco Master 2 anos depois de OPA
O processo sancionador foi aberto mais de dois anos após a OPA que consolidou o controle da antiga Alliar, na esteira de uma longa investigação pela autarquia; entenda
Dona do Google recebe uma forcinha de Zuckerberg na ofensiva para destronar a Nvidia no mercado de IA
Com o TorchTPU, a Alphabet tenta remover barreiras técnicas e ampliar a adoção de suas TPUs em um setor dominado pela gigante dos chips
Casas Bahia (BHIA3) aprova plano que estica dívidas até 2050 e flexibiliza aumento de capital; ações sobem mais de 2%
Plano aprovado por acionistas e credores empurra vencimentos, reduz pressão de caixa e amplia a autonomia do conselho
Brava Energia (BRAV3) salta mais de 10% após rumores de venda de poços e com previsão de aumento nos investimentos em 2026
Apesar de a empresa ter negado a venda de ativos para a Eneva (ENEV3), o BTG Pactual avalia que ainda há espaço para movimentações no portfólio
Agora é lei: cardápios de papel serão obrigatórios em bares e restaurantes de São Paulo, dando adeus à hegemonia dos ‘QR Codes’
Cardápios digitais, popularizados durante a pandemia, permaneceram quase que de forma exclusiva em muitos estabelecimentos – mas realidade pode mudar com projeto de lei aprovado pela Alesp
