CRMBonus: o que faz a startup fundada com R$ 30 mil que atraiu o iFood — e agora pode ser avaliada em R$ 10 bilhões
Gigante do delivery anunciou aquisição de 20% da empresa de tecnologia de marketing, que já recebeu aportes de grandes investidores de venture capital, como Softbank e Riverwood

Você entra numa loja para comprar um presente e, na hora de pagar a conta, informa o número do seu celular para ganhar um cashback. Então, recebe um SMS te contando que tem direito a alguns reais durante os próximos dias. Qual a chance de você voltar para resgatar esse presente?
Bom, eu já “caí” nessa algumas vezes. E muitos consumidores estão comigo.
Foi com esta tática que Alexandre Zolko fez as vendas em suas lojas crescerem entre 15% e 20% em pouco mais de três meses — e descobriu que tinha um grande negócio nas mãos. Assim nascia a CRMBonus, em 2018, criada por ele em parceria com Luiz Fernando Guedes e Eduardo Vieira.
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A startup especializada em soluções de aquisição, engajamento e retenção de clientes hoje tem suas soluções adotadas por quase 3.000 marcas — como Arezzo, Natura, Azul e Magalu. Suas ativações já alcançaram mais de 100 milhões de brasileiros, segundo números fornecidos pela própria empresa.
A CRMBonus ganhou os holofotes nesta terça-feira (29) ao anunciar a aquisição de 20% do seu capital pelo iFood. Segundo rumores de mercado, a gigante do delivery teria o direito de comprar 100% da startup em até três anos por R$ 10 bilhões, negócio condicionado a gatilhos de resultado.
Investimento inicial de R$ 30 mil
O investimento inicial para tirar a CRMBonus do papel, segundo Zolko, foi de R$ 30 mil.
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E a ideia nasceu de uma dor que ele tinha em suas próprias lojas: não ter métricas dos programas de cashback e fidelidade, não saber por que algumas pessoas voltavam às lojas para usar o cashback e gastavam cinco vezes mais, e outras não voltavam. Será que elas haviam sido mesmo informadas do benefício?
Para ter certeza disso, o empreendedor criou o cashback atrelado ao telefone celular do cliente, que passaria a receber um pin por meio de mensagem em seu número.
“Eu fiz isso em janeiro de 2018. A Linx não quis fazer, eu pedi para eles fazerem, mas eles disseram que não dava para fazer. E graças a Deus eles não fizeram”, conta o empresário, em entrevista a um podcast patrocinado pelo Softbank.
O gigante japonês do venture capital, aliás, foi um dos líderes em um investimento de R$ 280 milhões na CRMBonus em 2021, em uma rodada de investimento Série A que avaliou a startup em R$ 1 bilhão. A rodada também contou com Riverwood, Igah e Volpe.
Já em 2024, a startup partiu para uma Série B de R$ 400 milhões, que avaliou a empresa em aproximadamente R$ 2,2 bilhões. A rodada foi liderada pela Bond, gestora de São Francisco fundada por Mary Meeker, uma das investidoras mais influentes da internet, e marcou o seu primeiro aporte no Brasil. Valor Capital Group também participou.
Oitavo negócio do empreendedor serial
A CRMBonus foi o oitavo negócio de Zolko, um empreendedor em série. “A CRMBonus é minha oitava tentativa. Eu fracassei sete vezes”, conta ele.
Ainda chegando aos 40 anos, o jovem empresário conta que cresceu no ambiente do varejo de moda, tendo os pais como fundadores da marca de moda feminina TVZ e os tios, da Shoulder.
Aos 18 anos, começou a trabalhar com o pai e decidiu abrir seu primeiro negócio: a MyShoes, de calçados femininos. “A MyShoes chegou a ter 100 lojas no Brasil em dois anos”, lembra ele. “Eu moleque, com 20 ou 21 anos, fiz literalmente meu primeiro milhão de dólares”.
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Mas, apaixonado por empreender, decidiu continuar abrindo negócios. Hoje avalia que acabou perdendo o foco e, por isso, os negócios foram quebrando — inclusive a MyShoes, que, na baixa, acabou sendo vendida para o grupo Arezzo.
Zolko prometeu que não ia abrir mais negócios, mas aí veio a dor do cashback em suas próprias lojas. “De maneira despretensiosa, nasce a CRMBonus. Foi a única empresa que eu abri sem querer abrir uma empresa. Foi um negócio que eu criei — de verdade, isso não é storytelling — por uma dor das minhas 50 lojas, e o sucesso foi absurdo.”
Interesse do iFood e valuation de R$ 10 bilhões
Nesta terça-feira (29), foi divulgada a notícia de que o iFood adquiriu 20% da CRMBonus.
Segundo as informações oficiais das companhias, as duas já eram parceiras comerciais, em programas de benefícios para restaurantes parceiros e usuários do iFood e do iFood Benefícios, o cartão multibenefícios oferecido para empresas.
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“A parceria consiste na emissão de Vale Bônus para assinantes do Clube iFood e novas ferramentas de aquisição, fidelização e monetização de clientes para restaurantes, impulsionadas por soluções da CRMBonus”, afirmaram, em comunicado à imprensa.
Entre as potenciais novas funcionalidades previstas que podem sair desta parceria está uma plataforma para presentes impulsionada por inteligência artificial.
Outra possibilidade é turbinar o sistema de CRM já oferecido pelo iFood Pago — o banco digital criado pelo iFood —, tornando-o mais inteligente na sugestão de estratégias de cashback para que os restaurantes possam atrair e fidelizar mais clientes.
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Outra iniciativa vislumbrada para os parceiros iFood é o acesso a um canal de vendas adicional: o aplicativo Vale Bonus, da CRMBonus, que direcionará sua base de milhões de usuários para consumir nos estabelecimentos parceiros do iFood, tanto no mundo físico quanto no digital.
As empresas não quiseram comentar os detalhes financeiros do acordo, que ainda depende de aprovação dos órgãos reguladores.
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