Banco Master: por que a aquisição pelo BRB é tão polêmica? Entenda por que a transação ganhou holofotes em toda a Faria Lima
A compra é vista como arriscada e pode ser barrada pelo Banco Central, dado o risco em relação aos “ativos problemáticos” do Banco Master

Enquanto milhares de pessoas tiraram a última sexta (28) e o final de semana para aproveitar e comentar o Lollapalooza, o assunto da Faria Lima foi outro: a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), em um negócio avaliado em R$ 2 bilhões.
A operação envolve a compra de 49% das ações ordinárias, aquelas com direito a voto, e 100% das preferenciais do Banco Master — o que dará ao banco estatal do Distrito Federal 60% do capital total.
Mas o movimento é visto certo ceticismo no mercado e tem chances de ser barrado pelo Banco Central, segundo fontes ouvidas pelo jornal O Globo.
A transação é arriscada, dado que o Master possui dificuldade de captação de recursos e vinha pagando taxas muito acima dos rivais, de 140% do CDI, em seus CDBs.
Em nota, o BC disse que aguarda o pedido formal de avaliação do negócio.
Nesta segunda (31), Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, e Ailton de Aquino dos Santos, diretor de fiscalização do BC, devem ter uma reunião com o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, às 17h30.
Leia Também
Nesta matéria, o Seu Dinheiro responde às principais dúvidas sobre a transação. Por que a aquisição é tão polêmica? Por que o Banco Central pode não permitir? Entenda o que está por trás do assunto mais comentado na Faria Lima.
- VEJA MAIS: Mais de 4,5 milhões de brasileiros já entregaram a declaração do Imposto de Renda 2025 – receba um guia gratuito para te ajudar na sua
Por que a aquisição do Banco Master pelo BRB é vista como tão polêmica?
Não é de hoje que o mercado tem um pé atrás com o Banco Master, que multiplicou por 10 seu patrimônio e quintuplicou a carteira de crédito nos últimos quatro anos.
Isso muito devido à emissão de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com taxas médias de até 140% do CDI — chegando a oferecer um retorno 40% maior que os grandes bancos, por exemplo.
O banco se fiava usando o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) como atrativo e captou cerca de R$ 70 bilhões em CDBs.
Fora isso, cerca de 34% do patrimônio do Banco Master é composto por créditos a receber — como precatórios, direitos creditórios oriundos de ações judiciais —, o que vai na contramão dos grandes bancos, cuja carteira é formada majoritariamente por empréstimos ao varejo e/ou atacado.
Além de tudo isso, o Banco Master é conhecido por conceder empréstimos elevados a empresas em dificuldade.
Porém, o presidente do BRB disse, em entrevista ao Estado de S. Paulo, que a aquisição não incluiria “R$ 23 bilhões em ativos do Master”, estando neste bolo a carteira de precatórios, de direitos creditórios, de ações judiciais e de fundos de investimento em ações de empresas.
Por que o Banco Central pode barrar a transação?
Fontes ouvidas pelo jornalista Lauro Jardim, do Globo, indicam que a aquisição pode não ser aprovada pelo Banco Central. O motivo é o temor de que os ativos vistos como "problemáticos" possam piorar o balanço financeiro do comprador.
A compra do Master pelo BRB seria uma das maiores aquisições de bancos dos últimos tempos no Brasil.
Se confirmado o valor de R$ 2 bilhões para a transação, esse valor equivaleria a 75% do patrimônio líquido consolidado do Banco Master, ajustado por eventuais "baixas de ativos ou reconhecimentos de apontamentos no balanço do Banco Master", segundo o BRB.
Em entrevista ao Metrópole, o CEO do BRB afirmou também que a aquisição tornaria o banco público mais completo, visto que o Master atua em outros segmentos de mercado.
“O BRB vai ser um banco mais completo e maior, presente em todo país. Além da atuação no mercado de capitais, em operações de câmbio e nos segmentos de middle e corporate”.
Porém, parte do mercado aponta para uma “salvação” do Banco Master por um banco público, o BRB. O presidente do banco estatal negou a afirmação e disse que a proposta foi baseada em questões técnicas.
“Quando a gente puder comunicar ao mercado o escopo exato da transação, vai ficar muito claro o quanto esse banco é competitivo, o quanto esse banco é tradicional e capaz de desempenhar um papel importante no sistema financeiro nacional, para a sociedade, para os clientes, para os acionistas”, disse Costa ao Estadão.
O histórico do Banco Master
O Banco Master foi fundado nos anos 1970 como Máxima Correta de Títulos e Valores Mobiliários. Quase 20 anos depois, passou a atuar como instituição financeira, dando origem ao Banco Máxima, que atuava basicamente com crédito imobiliário.
Foi só em 2018, com a chegada do empresário Daniel Vorcaro à presidência do banco, que uma reformulação dos negócios deu origem ao Banco Master.
De lá para cá, a instituição financeira expandiu a atuação para áreas como crédito pessoal, consignado, câmbio, investimentos imobiliários e private equity.
Antes de ser alvo da aquisição desta sexta-feira, o Master comprou uma participação majoritária no banco digital Will Bank.
O banco também investiu em outros setores, como saúde, ao comprar ações da Oncoclínicas — essa aquisição está cercada de polêmica e o Seu Dinheiro contou tudo aqui.
A Ambipar (AMBP3) não vai parar de cair? Ações derretem quase 60% enquanto mercado tenta rastrear onde está o caixa da empresa
Enquanto tenta reestruturar as finanças em crise sem recorrer à recuperação judicial, a Ambipar enfrenta uma onda de desconfiança no mercado
Minerva (BEEF3) sob a lupa de BTG, XP e BofA: analistas avaliam “janela de oportunidade” descrita pelo CEO, mas mantêm cautela
Bancos citam expansão em novos mercados e potencial de desalavancagem, mas alertam para riscos para o fluxo de caixa livre
Alívio para o BRB (BSLI4): com polêmica compra do Master fora do jogo, Moody’s retira alerta de rebaixamento
Com o sinal vermelho do BC para a aquisição de ativos do Master pelo BRB, a Moody’s confirmou as notas de crédito e estabeleceu uma perspectiva estável para o Banco de Brasília
SLC Agrícola (SLCE3) divulga novo guidance e projeta forte expansão na produção — mas BTG não vê gatilhos no horizonte de curto prazo
Apesar do guidance não ter animado os analistas, o banco ainda mantém a recomendação de compra para os papéis
Ações da Santos Brasil (STBP3) dão adeus para a bolsa brasileira nesta sexta-feira (3)
A despedida das ações acontece após a conclusão de compra pela francesa CMA Terminals
OpenAI, dona do ChatGPT, atinge valor de US$ 500 bilhões após venda de ações para empresas conhecidas; veja quais
Funcionários antigos e atuais da dona do ChatGPT venderam quase US$ 6,6 bilhões em ações
Mercado Livre (MELI34) é o e-commerce favorito dos brasileiros, segundo UBS BB; Shopee supera Amazon (AMZO34) e fica em segundo lugar
Reputação e segurança, custos de frete, preços, velocidade de entrega e variedade de produtos foram os critérios avaliados pelos entrevistados
‘Novo Ozempic’ chega ao Brasil graças a parceira entre farmacêuticas
Novo Nordisk e Eurofarma se unem para lançar no Brasil o Poviztra e o Extensior, versões injetáveis da semaglutida voltadas ao tratamento da obesidade
Ambipar (AMBP3) volta a desabar e chega a cair mais de 65%; entenda o que está por trás da queda
Desde segunda-feira (29), a ação já perdeu quase 60% no valor. Com isso, o papel, uma das grandes estrelas em 2024, quando disparou mais de 1.000%, voltou ao patamar de um ano atrás
Banco do Brasil alerta para golpes em meio a notícias sobre possível concurso
Comunicado oficial alerta candidatos, mas expectativa por novo concurso cresce — mesmo sem previsão confirmada pelo banco
De São Paulo a Wall Street: Aura Minerals (AURA33) anuncia programa de conversão de BDRs em ações na Nasdaq
Segundo a empresa, o programa faz parte da estratégia de consolidar e aumentar a negociação de suas ações na bolsa de Nova York
Oncoclínicas (ONCO3) traça planos para restaurar caixa e sair da crise financeira. Mercado vai dar novo voto de confiança?
Oncoclínicas divulgou prévias e projeções financeiras para os próximos anos. Veja o que esperar da rede de tratamentos oncológicos
Mais uma derrota para a Oi (OIBR3): Justiça nega encerrar Chapter 15 nos EUA. O que isso significa para a tele?
Para a juíza responsável pelo caso, o encerramento do processo “não maximizará necessariamente o valor nem facilitará o resgate da companhia”; entenda a situação
Oi (OIBR3) falha na tentativa de reverter intervenção na alta gestão, mas Justiça abre ‘brecha’ para transição
A decisão judicial confirma afastamento de diretores da empresa de telecomunicações, mas abre espaço para ajustes estratégico
Retorno da Petrobras (PETR3, PETR4) à distribuição é ‘volta a passado não glorioso’ e melhor saída é a privatização, defende Adriano Pires
Especialista no setor de energia que quase assumiu o comando da petroleira na gestão Bolsonaro critica demora para explorar a Margem Equatorial e as MPs editadas pelo governo para tentar atrair data centers ao país
Diretora revela os planos do Bradesco (BBDC4) para atingir 1 milhão de clientes de alta renda no Principal até 2026
Ao Seu Dinheiro, Daniela de Castro, diretora do Principal, detalhou os pilares da estratégia de crescimento do banco no segmento de alta renda
WEG (WEGE3) vive momento sombrio, com queda de 32% em 2025 e descrença de analistas; é hora de vender?
Valorização do real, tarifas de Trump e baixa demanda levam bancos a cortarem preços-alvos das ações da WEG
A Oi (OIBR3) vai falir? Decisão inédita no Brasil pôs a tele de cara com a falência, mas é bastante polêmica; a empresa recorreu
A decisão que afastou a diretoria da empresa e a colocou prestes a falir é inédita no Brasil e tem como base atualização na Lei das Falências; a Oi já recorreu
Azul (AZUL4) apresenta números mais fracos em agosto, com queda na receita líquida e no resultado operacional; entenda o que aconteceu
A companhia aérea, que enfrenta uma recuperação judicial nos Estados Unidos, encerrou agosto com R$ 1,671 bilhão no caixa
Dasa (DASA3) se desfaz de operações ‘prejudiciais à saúde’ e dispara até 10% na bolsa; o que avaliam os analistas?
Ações da rede ficaram entre as maiores altas da B3 após o anúncio da venda das suas operações na Argentina por mais de R$ 700 milhões