“Se o Brasil tivesse a educação média de um americano e todo o capital deles, a gente ainda seria metade dos EUA”, diz o economista Marcos Lisboa
Em participação no evento Avenue Connection, o ex-secretário da Fazenda falou sobre as dificuldades de crescimento por aqui e quais são os problemas que travam o país

O crescimento do Brasil está estacionado e o país está ficando para trás, inclusive, em relação aos seus pares emergentes. A análise é do economista e ex-secretário da Fazenda Marcos Lisboa.
Segundo ele, a explicação para essa situação não está na macroeconomia. Não é uma questão de câmbio, juros e inflação. O cerne da resposta está na microeconomia. Como as empresas operam, como é trabalhada a produtividade e a eficiência de gestão.
“A macroeconomia é para não fazer bobagem. É só não estragar o câmbio e os juros. Isso vai garantir crescimento? Não. O crescimento está na microeconomia e o nome engana. O macro é um pedaço pequeno da economia”, disse.
- VEJA TAMBÉM: Quanto seu dinheiro pode render investindo em uma previdência privada? Faça sua simulação GRATUITA aqui
Em participação no evento Avenue Connection, nesta quinta-feira (17), Lisboa afirmou que a microeconomia está ligada às regras do jogo — e são elas que importam.
Essas regras podem ser grandes, como a forma que a lei é escrita, a competência de cada um dos três poderes do Estado e questões tributárias, até regras menores, como a gestão das empresas, a suscetibilidade dos parlamentares e os privilégios setoriais.
Brasil protege empresas ineficientes
O principal ponto, segundo Lisboa, é a produtividade. Segundo ele, o Brasil tem um problema de produtividade, enquanto países ricos são, em média, quatro a cinco vezes mais eficientes nesse sentido.
Leia Também
Produtividade, no entanto, não é uma mera questão de eficiência de mão de obra — envolve, principalmente, a alocação de recursos e gestão do negócio.
Segundo o economista, as melhores empresas de países mais pobres não são muito diferentes das melhores empresas dos países desenvolvidos. O problema são as empresas mais ineficientes.
A distância entre as melhores empresas e as piores empresas dos países ricos é menor, enquanto, nos países pobres, essa distância é muito maior e isso joga a produtividade para baixo.
“País pobre protege empresa ineficiente”, argumenta o Lisboa.
Como isso é feito? Por meio da alocação de capital e mão de obra concentrada em empresas de baixa produtividade. Essa proteção gera um prejuízo de 30% a 60% de produtividade.
Por conta disso, o economista afirma que se o Brasil tivesse a educação média de um norte-americano e todo o capital norte-americano, ainda seria metade dos EUA por não saber trabalhar a produtividade.
“Com o mesmo capital, com os mesmos trabalhadores, a mesma qualificação, o norte-americano faria o dobro do Brasil. Um coreano também”, afirma Lisboa.
Regras: as que funcionam são problema, e as que não funcionam também
Economia fechada, proteções contra o comércio exterior, regras de produção nacional, modelos tributários facilitados como o Simples, o lucro presumido e subsídios regionais.
Todas essas são formas de proteção do governo a empresas ineficientes, enumerou o economista em sua fala.
“Você tem tudo isso e acha que a economia vai dar certo? Não vai tentar me vender que o Simples é uma boa ideia, que o lucro presumido é uma boa ideia, não é”, disse.
Barreiras tarifárias e pequenas normas de importação são uma forma velada de afastar a concorrência estrangeira, que também beneficia empresas que não estão dispostas a melhorar seus produtos, tecnologia e gestão.
E os problemas não param aí, segundo Lisboa.
O detalhamento das regras são vistos como essenciais para ganho de produtividade e eficiência pelo economista.
Por detalhe, ele cita exemplos: “como funciona a retomada de um bem em caso de inadimplência? A Justiça aceita o poder das agências reguladoras? O desenho da lei de falência, os parágrafos únicos. As regras de resolução de conflito”.
Tudo isso importa, diz Lisboa.
Incertezas geradas pela revisão dessas regras é um problema de produtividade porque pode gerar disputas jurídicas, revisão de investimentos e até mesmo desistência.
E o economista cita números para provar seu ponto. O contencioso tributário no Brasil, que são disputas entre empresas e o governo, equivale a mais de 75% do Produto Interno Bruto (PIB).
Nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) este montante é de 0,29% do PIB.
O Brasil tem jeito?
Mais do que um ajuste fiscal, uma reforma administrativa ou mudança de Constituição, Lisboa acredita que a solução está em uma boa gestão da política pública.
Ter um projeto de país estruturado, com objetivos definidos para cada um dos setores, passando por educação, saúde, ciência e tecnologia e por aí vai.
Isso também engloba, principalmente, alocação de recursos do governo. O economista cita como exemplo o INSS. Sua defesa não é por diminuir a aposentadoria ou acabar com benefícios para a população mais vulnerável, mas trabalhar na gestão da previdência social.
Lisboa afirma que há inúmeros problemas nas regras que concedem os benefícios, que dão margem para corrupção e desvio financeiro.
Assim como essas regras devem ser revistas, benefícios fiscais, planos de incentivos para setores e a dívida dos estados também deveriam ser trabalhadas.
Porém, o economista não vê nada disso no horizonte, então sua recomendação é que investidores, empresários e executivos considerem a realidade nas suas decisões: o Brasil é um país altamente volátil e arriscado.
“Tem que saber em qual mundo a gente vive, não dá para ficar reclamando da realidade”, afirmou.
Com investidores globais, Patria Investimentos capta R$ 15,4 bi no maior fundo de infraestrutura da América Latina
Com captação recorde, novo fundo da Pátria Investimentos é o maior para infraestrutura da América Latina
Novo vale-gás 2025: Governo toma decisão sobre preços de referência do Gás do Povo; veja o valor em seu Estado
Com o “Gás do Povo”, o governo muda o formato do benefício: em vez de depósito, famílias de baixa renda receberão um vale exclusivo para comprar o botijão de 13 kg
MEC Enem: app gratuito traz simulados, corrige redações, monta plano de estudos e ajuda na preparação para exame
Ferramenta do Ministério da Educação reúne inteligência artificial, trilhas de estudo e plano de revisão personalizado a menos de um mês do exame
Mega-Sena 2928 acumula e prêmio em jogo se aproxima de R$ 50 milhões; ‘fermento’ do final 5 infla bolada na Quina
Além da Mega-Sena 2928, outras três loterias sorteadas ontem à noite acumularam, com destaque para o salto no prêmio da Quina
Lotofácil volta a brilhar sozinha e faz um novo milionário em SP
Com sorteios diários, a Lotofácil volta à cena na noite desta sexta-feira (17) com prêmio estimado em R$ 1,8 milhão na faixa principal do concurso 3515
Este é o menor país da história a se classificar para uma Copa do Mundo, tem metade da seleção nascida no exterior e convocação feita pelo LinkedIn
Com metade do elenco nascido fora e um jogador convocado pelo LinkedIn, o arquipélago africano faz história ao conquistar vaga inédita na Copa do Mundo de 2026
“Faz um Pix”: o Mercado Pago quer transformar esse pedido em rotina com o novo assistente de inteligência artificial
A fintech aposta na inteligência artificial para simplificar o dia a dia dos clientes — e o Brasil será o primeiro laboratório dessa revolução
Entenda a Operação Alquimia, deflagrada pela Receita para rastrear a origem do metanol em bebidas alcoólicas
Desdobramento das operações Boyle e Carbono Oculto, a nova ofensiva da Receita Federal mira a rota clandestina do metanol
Na onda da renda fixa, fundos de pensão chegam a R$ 1,3 trilhão em ativos, mas Abrapp alerta: “isso é a foto, não o filme”
Do total de R$ 1,3 trilhão em ativos dos fundos de pensão, cerca de R$ 890 bilhões estão em títulos públicos. Para Abrapp, isso não é bom sinal para o Brasil: “é preciso diversificar”, diz diretor-presidente
Trabalho em ‘home office’ é ‘coisa de rico’, aponta IBGE
Dados preliminares do Censo 2022 revelam desigualdade também no home office: brasileiros que ganham acima de R$ 7,5 mil por mês são os que mais exercem suas atividades sem sair de casa
Quina 6853 faz o único milionário da noite nas loterias da Caixa
Depois de acumular por três sorteios seguidos, a Quina pagou o maior prêmio da noite de quarta-feira (15) entre as loterias da Caixa
Lotofácil 3513 deixa mais dois apostadores perto do primeiro milhão
Com sorteios diários, a Lotofácil volta à cena na noite desta quinta-feira (16) com prêmio estimado em R$ 1,8 milhão na faixa principal do concurso 3514
Carteira Nacional Docente já está disponível; veja como emitir e descubra quais benefícios terão os professores
Documento tem validade de 10 anos e garante acesso a benefícios do programa Mais Professores, com descontos, meia-entrada e mais
Do metanol à água mineral: o que se sabe sobre o caso do homem internado em SP após suspeita de contaminação
Depois dos casos de intoxicação por metanol em bebidas destiladas, um novo episódio em Garça (SP) levanta preocupação sobre água mineral
CEO da Petrobras (PETR4) manda recado enquanto petróleo amplia a queda no exterior. Vem aí um novo reajuste nos combustíveis?
Enquanto a pressão sobre o petróleo continua no exterior, a presidente da petroleira deu sinais do que pode estar por vir
Seus filhos não foram para a escola hoje — e a ‘culpa’ é (do dia) dos professores
Se seus filhos não foram à escola ou à faculdade hoje, o motivo é o Dia dos Professores, uma data que homenageia a educação no Brasil — mas nem todos os profissionais têm direito à folga
Mega-Sena 2927 acumula e prêmio sobe ainda mais; +Milionária volta à cena hoje com R$ 10 milhões em jogo
A Mega-Sena é o carro-chefe das loterias da Caixa. Ela segue encalhada, embora já tenha saído uma vez em outubro. Com exceção da Lotofácil, todas as outras loterias também acumularam ontem.
Entre a simplicidade e a teimosia, Lotofácil 3512 deixa dois apostadores mais próximos do primeiro milhão
Com sorteios diários, a Lotofácil volta à cena na noite desta quarta-feira (15) com prêmio estimado em R$ 1,8 milhão na faixa principal do concurso 3513
Ouro bate recorde — e garimpo ilegal também; apreensões da PF em terras yanomami já somam 10% do orçamento da Funai
PF apreende volume inédito de ouro, em meio à escalada de preços no mercado global
Seu Dinheiro é finalista do Prêmio +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças 2025; veja como votar
Site concorre às categorias de melhores site, podcast e canal de YouTube, além de ter quatro jornalistas no páreo do top 50 mais admirados