“O Brasil gasta o dinheiro que ainda nem arrecadou e só o próximo governo pode mudar isso”, diz Eduardo Giannetti
Especialistas de mercado discutiram nesta quarta-feira (25) a situação fiscal do país em um painel no Anbima Summit 2025

“Problemas fiscais são comuns em outros países, mas qual é a peculiaridade do Brasil é uma só: a arrecadação gera a própria despesa”, disse o economista Eduardo Giannetti no Anbima Summit 2025, nesta quarta-feira (25).
Em um painel destinado a discutir os problemas fiscais brasileiros — que, segundo Giannetti são estruturais e se mantiveram ao longo de vários governos — ele explicou que as despesas do país crescem lado a lado com a arrecadação.
“Qualquer dinheiro que entra já é automaticamente gasto em razão da rigidez orçamentária; é preciso que haja uma massa de manobra maior”, destacou o economista, fazendo referência ao piso constitucional para gastos em saúde e educação no Brasil e à indexação dos benefícios sociais ao aumento do salário mínimo.
“Ninguém é contra a indexação à inflação, mas por que ao salário mínimo? Não há ganho de produtividade, não faz sentido”, reiterou.
No entanto, o economista deixa claro que não estamos precipício fiscal, mas destaca que, se não fizermos nada, ele enxerga o país caminhando para um grave problema.
Para Ana Paula Vescovi, secretária do Tesouro Nacional no Ministério da Fazenda do governo Temer, as despesas crescem demais, sem respaldo do avanço da economia.
Leia Também
“Nós temos uma situação estruturalmente deficitária. Não adianta termos despesa que avança 4% ao ano se nossa economia não consegue crescer na mesma medida de forma sustentada. Então teríamos que ter um aumento persistente de carga tributária, que não é viável; isso vai começar a sufocar as empresas”, explica.
- LEIA MAIS: Hora de ajustar a rota – evento “Onde investir no 2º semestre” vai reunir gigantes do mercado financeiro para revelar oportunidades de investimento
“Com esquerda ou direita no poder, o problema fiscal no Brasil permaneceu”
O sócio-fundador da Oriz, Carlos Kawall, também acredita que é preciso mais flexibilidade na forma que os gestores públicos manejam o orçamento.
"Em um cenário hipotético, se fosse feita uma descoberta que aumentasse a produtividade do setor de saúde em 10%, reduzindo os custos em 10%, esse recurso não poderia ser transferido diretamente para a segurança pública, por exemplo, porque há um valor mínimo que precisa ser gasto em saúde”, disse Kawall.
Para ele, é como se nos últimos 30 anos o governo estivesse em um carro no qual só é possível pisar fundo no acelerador. Kawall explica que, desde o Plano Real, os gastos seguiram uma trajetória de crescimento constante, mesmo em momentos de crise.
“Mesmo a Lei de Responsabilidade Fiscal, do governo FHC, dizia mais ou menos que, se você quer gastar mais, deve tributar mais. Criamos a tradição de aumentar as contas públicas por aumento da receita. Isso funcionava, a conta fechava”, afirmou Kawall.
Ele argumenta que a situação agora é outra. “Quando a receita parou de crescer, tivemos uma crise das finanças públicas gravíssima, e a consequência foi: precisamos fazer o ajuste pela despesa, mas não fizemos isso de maneira completa”.
Giannetti acrescenta: “Tivemos democracia, ditadura, governos de esquerda e direita e chegamos a essa situação de hoje”.
Para o economista, só um próximo governo poderia começar a implementar medidas mais sérias para resolver a questão, dado que o capital político de Lula está em baixa e o governo não teria força — ou vontade — de colocar medidas mais sérias em prática.
“Não tenho esperança que esse governo, com baixo capital político consiga avançar nas questões de Estado. Se conseguirem cumprir o arcabouço, mesmo que de maneira meio ‘suja’, poderemos nos encaminhar para resolver esse problema no próximo governo”, afirmou o economista.
Mercados operam no azul e petróleo cai, enquanto investidores avaliam se cessar-fogo entre Israel e Irã está valendo
Países do Oriente Médio acusam um ao outro de quebrar a trégua, mas Donald Trump reforça que ataques estão suspensos
Dólar em queda livre: entenda por que a moeda está caindo e como isso afeta o seu bolso
No Touros e Ursos desta semana, Claudio Pires, sócio-diretor da MAG Investimentos, fala sobre o impacto da queda do dólar na economia e nos investimentos
Lotofácil começa semana da Quina de São João com bola dividida e 3 ganhadores
Ganhadores do concurso 3424 da Lotofácil são todos da região Sudeste; Quina de São João promete prêmio de R$ 230 milhões no sábado
“Pix do Leão” no radar: Receita Federal libera consulta ao segundo lote de restituição do Imposto de Renda; veja se você vai ver o dinheiro pingar na conta
Os brasileiros que terão direito a receber a restituição vão ver o dinheiro cair na conta já na próxima segunda-feira
Agenda econômica: ata do Copom, Powell no Congresso e BCs em foco; saiba o que esperar nos próximos dias
Com inflação, emprego e PIB no radar, indicadores locais e globais mantêm os mercados em alerta na semana
A receita para ser um milionário, um alerta sobre o Banco do Brasil (BBSA3) e a retomada da Azul (AZUL4); confira as principais notícias da semana
Eventos capazes de mexer com o bolso dos investidores não faltaram nos últimos dias e o Seu Dinheiro preparou para você um resumo do que foi mais lido por aqui
Novo milionário no pedaço: aposta de Minas Gerais leva sozinha prêmio de R$ 127 milhões da Mega-Sena
Segundo a Caixa, o próximo sorteio acontece na terça-feira, dia 24 de junho, e quem vencer pode levar R$ 3,5 milhões para casa
Quem quer ser um milionário? Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado em R$ 130 milhões
Apostas na Mega-Sena podem ser feitas até as 19h, horário de Brasília
De passaporte novo: a estratégia para as criptomoedas que levou a Coinbase a trocar a Irlanda por Luxemburgo
Empresa deixou a Irlanda para trás e se tornou a primeira corretora cripto dos EUA a operar sob as regras do MiCA; rivais também estão se movimentando
Vazamento histórico de dados expôs 16 bilhões de senhas de Facebook, Google e Apple, diz site — veja o que fazer para se proteger
Segundo o Cybernews, trata-se de um vazamento sem precedentes que envolve dados críticos de logins que servem de acesso para múltiplos portais e aplicativos
Campos Neto alfineta governo Lula após Selic subir a 15% ao ano, mas defende a alta dos juros como “preço pela credibilidade”
Ex-diretor do Banco Central acredita que nova diretoria está fazendo um bom trabalho e defende os juros altos por mais tempo
CVM adia entrada em vigor de nova regulamentação sobre OPA; veja para quando ela está prevista agora
A prorrogação foi necessária para que o sistema de registro do mercado pudesse se adequar às novas regras.
Copom sobe os juros a 15% ao ano; agora 3 bancões dizem quando a Selic deve começar a cair
Itaú, Goldman Sachs e BofA traçam cenários um pouco diferentes para o início do ciclo de cortes de juros no Brasil — mas paciência ainda é o nome do jogo
Copom aumenta os juros em 0,25 p.p. e Selic chega a 15% ao ano — e deve parar por aí mesmo
Embora o Copom tenha sinalizado que o período de hiato será indefinido, o debate sobre o corte de juros já está na mesa, e precificado nos juros futuros
Brasil se declara livre de gripe aviária em granja comercial. Entenda o que isso significa e quais os próximos passos
O governo comunicou hoje à OMSA sobre o encerramento do foco da doença em uma granja comercial em Montenegro (RS)
Congresso cria CPMI para investigar fraude do INSS, e STF convoca governo para decidir sobre devolução dos valores desviados
Ainda não há data definida para o início da CPMI, mas a reunião do STF com o governo Lula está marcada para a próxima terça-feira (24)
Dê tempo aos juros: Bradesco Asset espera manutenção da Selic pelo Copom e “aceita” que inflação de 3% só será alcançada no futuro
Gestora avalia que o juro está suficientemente restritivo e que o BC deve acompanhar os dados, mantendo um novo aumento no radar como possibilidade futura
A inteligência artificial vai tirar o emprego de muita gente: CEO da Amazon admite que empresa precisará de menos funcionários
Em nota enviada aos funcionários, Andy Jassy deixou claro o que muitos temiam: a IA vai pegar empregos
Congresso derruba veto de Lula e livra FIIs e fiagros de novos impostos — mas conta de luz pode ficar mais cara; entenda
O governo Lula vive uma queda de braço com os parlamentares, que votaram pela derrubada de uma série de vetos do presidente
Corpus Christi pode render feriadão; veja o que abre e fecha na quinta-feira (19) e na sexta-feira (20)
Bancos, bolsa, Correios e transporte público terão mudanças no funcionamento; ponto facultativo traz folga aos mercados