Normas e tamanho do FGC entram na mira do Banco Central após compra do Banco Master levantar debate sobre fundo ser muleta para CDBs de alto risco
Atualmente, a maior contribuição ao fundo é feita pelos grandes bancos, enquanto as instituições menores pagam menos e têm chances maiores de precisar acionar o resgate
A cobertura pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é um grande chamariz para produtos de renda fixa como os CDBs, as LCIs e as LCAs — principalmente para aqueles títulos mais arriscados, emitidos por instituições financeiras de pequeno e médio porte que oferecem remunerações mais altas do que a média do mercado.
O FGC cobre essas aplicações financeiras em até R$ 250 mil — principal mais juros —, por CPF, por instituição emissora, em caso de problemas com os pagamentos, como falta de liquidez em caixa ou falência.
- VEJA TAMBÉM: Como não cair na malha fina? Guia do Imposto de Renda 2025 do Seu Dinheiro ensina o passo a passo
Os recursos do fundo advêm justamente das instituições financeiras, ou seja, trata-se de uma entidade privada, mantida pelo próprio sistema financeiro.
O problema é que as instituições que mais correm risco de acionar o FGC são justamente as de menor porte, que contribuem menos para o fundo, mas oferecem as remunerações mais elevadas em seus títulos. Algo que os grandes bancos veem como um problema normativo do FGC, considerando que são eles que abastecem a maior parte do fundo.
Mas isso poderá mudar.
Em coletiva de imprensa na última quinta (24), o diretor de organização do sistema financeiro e de resolução do Banco Central, Renato Gomes, afirmou que a revisão das normas e reavaliação do tamanho do FGC serão prioridades da autarquia no biênio 2025-26.
Leia Também
O BC pretende revisar a regulamentação que trata da relação que os associados — bancos e instituições financeiras — têm com os fundos garantidores, além de outras medidas que definem a atuação desses associados, considerando suas exposições aos fundos.
Além do FGC, o FGCoop, equivalente que oferece cobertura para cooperativas de crédito, também será reavaliado.
- VEJA MAIS: Ação brasileira da qual ‘os gringos gostam’ tem potencial para subir mais de 20% em breve; saiba o porquê
O debate sobre o Banco Master
O FGC entrou nos holofotes no mês passado, quando o Banco de Brasília (BRB) anunciou sua intenção de adquirir o controle do Banco Master.
Entre os agentes do mercado financeiro, a compra foi considerada um resgate. Isso porque, o Master e suas subsidiárias são exemplos de instituições que oferecem CDBs com taxas acima da média do mercado, se aproveitando da cobertura do FGC para diminuir o risco da operação.
O Master somava R$ 52 bilhões em emissões de CDBs em março, e o seu balanço financeiro mostrou que pelo menos R$ 16 bilhões desse passivo vencem ainda neste ano.
O problema é que o banco corre o risco de não conseguir honrar esses pagamentos por não ter o total necessário livre em caixa. A maior parte dos ativos do Master estão presos em investimentos de longo prazo, como precatórios (dívidas públicas da União, Estados e Municípios, que dependem de decisão judicial), fundos multimercados e direitos creditórios.
Logo, existe a possibilidade de ser necessário acionar o FGC para cumprir com as obrigações.
Nem mesmo o BRB, em sua intenção de compra, aceitou abraçar o volume total de dívida do Master com os CDBs. A proposta do Banco de Brasília prevê absorver metade do passivo, correspondente às emissões do Master e de sua subsidiária Will Bank.
Já a metade dos CDBs emitidos pelas subsidiárias Banco Master de Investimentos e Voiter não entraram no pacote da proposta.
Grandes bancos querem mudanças no FGC
Em fala na coletiva, Gomes teria dito que o processo de reavaliação do FGC é periódico e não está relacionado a nenhum "acontecimento conjuntural", uma referência indireta ao caso Master.
A insatisfação dos grandes bancos com as normas dos fundos garantidores é, de fato, anterior ao caso. Ainda em 2024, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central naquele momento, já tinha recebido uma proposta de alteração do FGC.
Os grandes bancos defendem que as instituições financeiras que buscam captar um grande volume de recursos com base no seguro do FGC paguem uma contribuição adicional ao fundo.
- LEIA MAIS: O Lifestyle do Seu Dinheiro chegou para te manter atualizado sobre as principais tendências de comportamento e consumo; receba nossa newsletter gratuita
De acordo com a Folha de S.Paulo, a medida funcionaria como uma espécie de penalidade pelo aumento do risco e atingiria justamente os bancos médios e pequenos que oferecem os títulos mais arriscados.
A proposta prevê duas mudanças.
- A primeira é a revisão da contribuição adicional: atualmente, quando a captação do banco garantida pelo FGC ultrapassa 75% do seu passivo, ele deve ceder um adicional ao fundo. A proposta quer que o percentual caia para 50%.
- A segunda mudança é o aumento da alíquota de depósitos bancários que vai para o FGC: de 0,01% para 0,10%.
O diretor do BC não comentou sobre essa proposta e disse apenas que a autoridade monetária está em diálogo com todos os participantes do sistema financeiro.
"Tem um processo contínuo de escuta, não só das instituições financeiras maiores, como também de várias outras associações e instituições que se candidatam a conversar com a gente. Essa interlocução é essencialmente com a indústria inteira", acrescentou.
A previsão é que as normas sejam revistas em 2025, enquanto o tamanho do FGC deve ficar para 2026.
“É uma avaliação [da dimensão do fundo] que é feita de quatro em quatro anos, a última vez foi em 2022. Haverá, como já previsto, um novo debate a esse respeito em 2026”, afirmou.
Retrospectiva Spotify 2025: Bad Bunny lidera o mundo e dupla sertaneja domina o Brasil (de novo); veja como acessar o seu Wrapped
Plataforma divulga artistas, álbuns e músicas mais ouvidos do ano e libera função Wrapped para todos os usuários
De bailarina a bilionária mais jovem do mundo: a trajetória da brasileira que construiu uma fortuna aos 29 anos sem ser herdeira
A ascensão de Luana Lopes Lara à frente da Kalshi mostra como a ex-bailarina transformou formação técnica e visão de mercado em uma fortuna bilionária
Daniel Vorcaro — da ostentação imobiliária à prisão: o caso da mansão de R$ 460 milhões em Miami
A mansão de R$ 460 milhões comprada por Daniel Vorcaro em Miami virou símbolo da ascensão e queda do dono do Banco Master, hoje investigado por fraudes
Lotofácil 3552 faz os primeiros milionários de dezembro nas loterias da Caixa; Mega-Sena e Timemania encalham
A Lotofácil não foi a única loteria a ter ganhadores na faixa principal na noite de terça-feira (2). A Dia de Sorte saiu para um bolão na região Sul do Brasil.
Banco Master: Ministério Público quer Daniel Vorcaro de volta à prisão e TRF-1 marca julgamento do empresário
Uma decisão de sábado soltou Vorcaro e outros quatro presos na investigação do Banco Master
Qual signo manda na B3? Câncer investe mais, Libra investe melhor — e a astrologia invade o pregão
Levantamento da B3 revela que cancerianos são os que mais investem em ações, mas quem domina o valor investido são os librianos
BC Protege+: Como funciona a nova ferramenta do Banco Central que impede a abertura de contas não autorizadas
Nova ferramenta do Banco Central permite bloquear a abertura de contas em nome do usuário e promete reduzir fraudes com identidades falsas no sistema financeiro
CNH sem autoescola: com proposta aprovada, quanto vai custar para tirar a habilitação
Com a proposta da CNH sem autoescola aprovada, o custo para tirar a habilitação pode cair até 80% em todo o país
A palavra do ano no dicionário Oxford que diz muito sobre os dias de hoje
Eleita Palavra do Ano pela Oxford, a expressão “rage bait” revela como a internet passou a usar a raiva como estratégia de engajamento e manipulação emocional
Não tem para ninguém: Lotofácil, Quina e demais loterias da Caixa entram em dezembro sem ganhadores
Depois de acumular no primeiro sorteio do mês, a Lotofácil pode pagar nesta terça-feira (2) o segundo maior prêmio da rodada das loterias da Caixa — ou o maior, se ela sair sem que ninguém acerte a Timemania
Tema de 2026 será corte de juros — e Galapagos vê a Selic a 10,5% no fim do próximo ano
No Boletim Focus desta semana, a mediana de projeções dos economistas aponta para uma Selic de 10,5% apenas no final de 2027
Metrô de São Paulo começa a aceitar pagamento com cartão de crédito e débito direto na catraca; veja como vai funcionar
Passageiros já podem usar cartões de crédito ou débito por aproximação na catraca, mas integração com ônibus continua exclusiva do Bilhete Único
CNH sem autoescola: quais são os requisitos para o instrutor autônomo?
Nova resolução do Contran cria o instrutor autônomo e detalha os requisitos para atuar na formação de condutores no modelo da CNH sem autoescola
Contran toma decisão irrevogável sobre o projeto da CNH sem autoescola
Nova resolução do Contran libera a CNH sem autoescola, cria instrutor autônomo, reduz carga horária prática e promete queda de até 80% no custo da habilitação
Flamengo torce contra rival para fechar o ano como clube brasileiro com maior arrecadação em 2025
Mesmo com o tetracampeonato da Libertadores 2025 e mais de R$ 177 milhões em premiações, o Flamengo ainda corre atrás de rival na disputa pela maior arrecadação do futebol brasileiro neste ano
Black Friday 2025 e décimo terceiro levam o Pix a novo recorde de movimentação diária
Transações superam a marca anterior e consolidaram o Pix como principal meio de pagamento digital do país
Mercado corta projeção para inflação de 2025 — de novo —, mas juros continuam estacionados neste ano e no próximo
Economistas consultados pelo BC esperam que tendência de arrefecimento dos preços perdure neste ano, mas siga quase estável no próximo
Essa cidade foi derrubada por uma empresa privada para dar lugar a um reservatório — e o que existe lá hoje é surpreendente
Cidade fluminense destruída para ampliar um reservatório ganha novo significado décadas depois, com parque ecológico
Relatório Jolts, discurso de Powell e balança comercial do Brasil são destaques da agenda econômica
Os investidores ainda acompanham divulgação do IPC-Fipe de novembro, além do PIB do 3º trimestre do Brasil e da Zona do Euro
Imposto de Renda: Lula fará pronunciamento neste domingo (30) sobre medida que altera a tributação
A fala será transmitida às 20h30 e trará como principal anúncio a nova faixa de isenção para R$ 5 mil além de mecionar os descontos extras para rendas intermediárias
