“Israel só vai parar quando destruir toda a capacidade nuclear do Irã”: quais os impactos do ataque para a economia global?
O Seu Dinheiro ouviu especialistas, que contam os riscos de o conflito escalar para uma guerra entre israelenses e iranianos e como isso mexe com o bolso de quem investe

“Enquanto Israel não destruir completamente a capacidade nuclear do Irã, o conflito vai continuar”, afirma Roberto Dumas Damas, economista e professor do Insper, ao analisar o ataque ordenado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu contra Teerã na madrugada desta sexta-feira (13).
Um dos pontos cruciais da ofensiva é que Israel alega que o Irã acumulou grandes quantidades de urânio enriquecido para fabricar nove bombas nucleares, e que um terço desse urânio foi enriquecido nos últimos três meses.
“Falar que o Irã está enriquecendo urânio para bens pacíficos é não entender a história. Era óbvio que isso poderia acontecer. Além disso, o Irã financia grupos como os Houthis [no Iêmen]. [O presidente norte-americano] Donald Trump estava ciente disso e só aguardava assumir o poder para permitir que Israel atacasse”, diz Dumas Damas.
Segundo o professor do Insper, a principal consequência do conflito entre os dois países do Oriente Médio para a economia global é a pressão sobre a inflação.
André Valério, economista-chefe do Inter, concorda. Para ele, esse atentado adiciona uma camada de incerteza que tem um potencial tanto inflacionário quanto recessivo, a depender do tamanho do choque. Ele também enxerga a possibilidade de uma valorização do dólar daqui para frente.
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Disparada do petróleo não é o único problema
De acordo com o professor do Insper, o impacto na inflação não vem apenas da valorização do petróleo — que chegou a disparar mais de 13% nesta madrugada, como reação ao ataque.
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Em um cenário de guerra entre Israel e Irã, o risco de fechamento de rotas marítimas estratégicas pode elevar os custos do transporte de mercadorias.
Isso ocorre porque o Irã controla o Estreito de Ormuz, uma passagem vital para o comércio global, onde a instabilidade gerada pelo conflito pode afetar significativamente o fluxo de mercadorias.
Dumas Damas explica que várias rotas globais já estão sofrendo com instabilidades geopolíticas, e o ataque desta madrugada representa mais um fator de risco para o comércio global.
Ele também lembra que o Estreito de Bab-el-Mandeb, uma rota crucial que conecta o Mar Vermelho ao Golfo de Aden, já enfrenta sérias dificuldades devido às ações dos Houthis, uma milícia iemenita.
Essa situação chegou a forçar uma mudança nas rotas das embarcações, que precisam agora contornar o Cabo da Boa Esperança, aumentando o tempo de viagem em mais de 10 dias — além do tempo maior, o frete também fica mais caro.
Desde outubro de 2023, os Houthis têm lançado ataques a navios mercantes, incluindo o uso de mísseis e drones para interromper o fluxo comercial e pressionar por objetivos políticos relacionados ao conflito com Israel.
Dumas Damas destaca ainda que a situação do Estreito de Malaca, que conecta a Península Malaia e a ilha de Sumatra, é motivo de atenção dada a realização de exercícios militares da China.
“Isso significa que empresas que faziam just-in-time na administração do estoque vão ter que parar de fazer. E estoque acumulado significa custo — um fator que, junto com a alta do petróleo, contribui para acelerar a inflação mundial”.
- Just-in-time, nesse caso, refere-se a uma estratégia de gestão de estoques em que as empresas mantêm o menor estoque possível, recebendo materiais ou produtos exatamente quando precisam para a produção ou venda. O objetivo é reduzir os custos com armazenamento e aumentar a eficiência.
“Acredito que o Estreito de Ormuz não será fechado, pois isso configura uma guerra aberta, não um ataque cirúrgico. Mas ninguém quer passar por lá, já que o estreito provavelmente está repleto de minas navais neste momento”, afirma Dumas Damas.
Um cenário de inflação mais alta afeta diretamente os juros, principalmente nos Estados Unidos — que já enfrentam uma taxa historicamente elevada de 4,25% a 4,50% ao ano.
“A gente deve ver um patamar elevado por mais tempo em uma pressão adicional à que já vinha sendo causada pela guerra comercial de Donald Trump”, explica Valério.
O economista do Inter também enxerga uma valorização global do dólar e uma migração de recursos para ativos considerados mais seguros, como o ouro, caso esse cenário de guerra se concretize.
“Acho que ainda é cedo para afirmar com certeza, mas, por enquanto, não vemos um movimento abrupto nesse sentido. É mais uma questão de risco, algo que ocorre de forma natural, sem grandes mudanças imediatas”, diz.
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