Chegou a hora de investir no Brasil? Agência de classificação de risco diz que é preciso ter cautela; entenda o porquê
A nota de crédito do país pela Fitch ficou em “BB”, com perspectiva estável — ainda dois níveis abaixo do grau de investimento

O cenário econômico brasileiro anda reduzindo o apetite dos investidores por ativos de risco e acendendo alertas sobre o risco fiscal do país. Na visão da agência de classificação de risco Fitch Ratings, as preocupações não são para menos.
A agência sinalizou que os problemas do Brasil devem seguir no radar e manteve a nota de crédito em “BB”, com perspectiva estável — ainda dois níveis abaixo do grau de investimento.
A classificação da agência representa a garantia de que um país não corre o risco de dar calote na dívida pública.
A Fitch ainda indicou que não pretende mudar a nota nos próximos meses. Porém, afirmou que ela pode melhorar se houver progresso sobre uma consolidação fiscal capaz de estabilizar a relação entre a dívida e o Produto Interno Bruto (PIB).
Além disso, na visão da Fitch, outro ponto que colaboraria para uma eventual melhora na classificação seria a evidência de avanço nos investimentos e na perspectiva econômica, em conjunto com uma estabilidade macroeconômica e melhora na governança do país.
Porém, também há caminhos para ficar ainda pior. Na avaliação da agência, uma deterioração nas finanças públicas poderia levar a uma redução na nota do Brasil.
Leia Também
A Fitch avalia que esse cenário ocorreria caso o governo adote políticas que prejudicam a credibilidade fiscal, a flexibilidade de financiamento e a sustentabilidade da dívida pública a médio prazo.
Outra possibilidade está relacionada à conjuntura macro, como políticas que poderiam minar a estabilidade econômica e as perspectivas de crescimento a médio prazo.
- VEJA TAMBÉM: Quer ter acesso em primeira mão às informações mais quentes do mercado? Entre para o clube de investidores do Seu Dinheiro sem mexer no seu bolso
Risco fiscal, eleições de 2026 e mais: o que impacta a nota do Brasil
Em comunicado, a agência citou quatro fatores que levaram à manutenção da nota do Brasil.
O primeiro é uma antiga preocupação dos mercados em relação ao atual governo: o alto e crescente nível da dívida pública. Além disso, indicou que a rigidez orçamentária, baixas pontuações de governança e crescimento potencial relativamente baixo da economia brasileira impactaram na avaliação.
A proximidade das eleições de 2026 também não ajudam a melhorar o rating, segundo a Fitch. Para ela, é pouco provável que as perspectivas para reformas estruturais na economia fiquem claras antes do período eleitoral.
Segundo a agência, “as eleições não oferecem risco de grandes desvios na política econômica, mas podem moldar o sentimento e as perspectivas para reformas fiscais cruciais”.
A Fitch também avalia que o período pode aumentar os incentivos para políticas populistas, “particularmente à luz de um declínio nas taxas de aprovação do governo Lula, como os subsídios já anunciados a serviços públicos e aumentos em benefícios sociais vistos no último ciclo eleitoral”, acrescentou.
A agência disse ainda que, apesar das relações entre o Poder Executivo e o Legislativo terem rendido frutos importantes recentemente — como a reforma tributária no consumo —, elas se tornaram tensas por conta de discussões sobre medidas fiscais e devido às emendas do Congresso ao Orçamento.
- LEIA MAIS: Hora de ajustar a rota – evento “Onde investir no 2º semestre” vai reunir gigantes do mercado financeiro para revelar oportunidades de investimento
Afinal, o que esperar daqui para frente?
De acordo com o relatório, a economia do Brasil deve crescer 2,5% em 2025, desacelerando em relação a 2024, quando apresentou um avanço de 3,4%.
A queda no crescimento deve ocorrer por conta da política monetária restritiva adotada pelo Banco Central (BC) e também do fim do impulso fiscal injetado pelo governo.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a autarquia aumentou o juro básico em 450 pontos-base, passando a taxa Selic para 15% ao ano. Além disso, o BC indicou que vai manter este nível restritivo até que a convergência da inflação a 3% fique mais clara.
Porém, a Fitch avalia que, embora a transmissão da política monetária continue forte, vários fatores podem exigir juros ainda mais altos para resfriar a demanda e a pressão inflacionária — como o crédito direcionado, o crescimento rápido de fintechs e as incertezas fiscais.
“A expansão recente no acesso ao crédito consignado, embora seja positiva do ponto de vista microeconômico, pode ter um efeito adicional macroeconômico pró-cíclico”, avaliou a agência.
Ainda assim, considera que a reforma tributária sobre o consumo pode dar fôlego ao ritmo de expansão. O efeito positivo, no entanto, deve demorar a aparecer, devido ao longo período de transição previsto.
Em documento, acrescentou ainda que a desaceleração global motivada pela guerra tarifária deve impor apenas um “arrasto moderado” ao Brasil.
- LEIA MAIS: Quer saber como ter acesso a uma carteira de crédito privado com retornos acima do Tesouro IPCA+? O Seu Dinheiro disponibilizou gratuitamente; veja aqui
A avaliação do Brasil além da perspectiva da Fitch
Em julho de 2023, a Fitch elevou a nota da dívida brasileira para dois níveis abaixo do nível do grau de investimento — e seguiu com o rating neste ano. Porém, ela não é a única a avaliar que ainda não é hora de investir no Brasil.
O país também tem uma avaliação semelhante na S&P, que dá uma nota dois níveis abaixo do grau de investimento.
A agência elevou a nota da dívida brasileira em dezembro de 2023. Desde 2018, a classificação estava três níveis abaixo do grau de investimento.
Já a Moody's reduziu, no fim de maio, a perspectiva da nota da dívida soberana brasileira de positiva para estável.
Como a nota de crédito do Brasil está um nível abaixo do grau de investimento, a decisão eliminou a possibilidade de o país obter o selo de bom pagador até o fim do governo atual.
*Com informações do Estadão Conteúdo e Agência Brasil.
“O Brasil está desandando, mas a culpa não é só do Lula”. Gestores veem sede de gastos no Congresso e defendem Haddad
Gestores não responsabilizam apenas o governo petista pelo atual nível da pública e pelo cenário fiscal do país — mas querem Lula fora em 2026 mesmo assim
Caixa começa a pagar Bolsa Família de agosto; confira o calendário
Cerca de 19,2 milhões de famílias receberão o benefício em agosto; valor mínimo é de R$ 600, com adicionais que podem elevar a renda mensal
Um colchão mais duro para os bancos e o que esperar para os mercados hoje
No cenário global, investidores aguardam negociações sobre um possível fim da guerra na Ucrânia; no local, Boletim Focus, IGP-10 e IBC-Br
Agenda econômica: reta final da temporada de balanços, Jackson Hole e Fed nos holofotes; confira os principais eventos da semana
XP fecha a temporada de balanços enquanto dados-chave no Brasil, Fed, China e Europa mantém agenda da semana movimentada
Lotofácil 3472 pode pagar quase R$ 2 milhões hoje; Quina, Lotomania e Dupla Sena oferecem prêmios maiores
Lotofácil e Quina têm sorteios diários; Lotomania, Dupla Sena e Super Sete correm às segundas, quartas e sextas-feiras
O colchão da discórdia: Por que o CEO do Bradesco (BBDC4) e até a Febraban questionam os planos do Banco Central de mudar o ACCP
Uma mudança na taxa neutra do ACCP exigiria mais capital dos bancos e, por consequência, afetaria a rentabilidade das instituições. Entenda o que está na mesa do BC hoje
Reformas, mudanças estruturais e demográficas podem explicar resiliência do emprego
Mercado de trabalho brasileiro mantém força mesmo com juros altos e impacto de programas sociais, apontam economistas e autoridades
Carteira dos super-ricos, derrocada do Banco do Brasil (BBAS3) e o sonho sem valor dos Jetsons: confira as notícias mais lidas da semana
A nostalgia bombou na última semana, mas o balanço financeiro do Banco do Brasil não passou despercebido
Quanto vale um arranha-céu? Empresas estão de olho em autorizações para prédios mais altos na Faria Lima
Incorporadoras e investidores têm muito apetite pelo aval Cepac, com o intuito de concretizar empreendimentos em terrenos que já foram adquiridos na região
Luan Santana, Ana Castela, Belo e mais: confira o line-up, os horários e tudo o que você precisa saber sobre o Farraial 2025
A 8° edição do Farraial ocorre neste sábado (16) na Arena Anhembi com Luan Santana, Ana Castela, Belo e mais
Brics acelera criação do ‘Pix Global’ e preocupa Trump; entenda o Brics Pay e o impacto no dólar
Sistema de liquidação financeira entre países do bloco não cria moeda única, mas pode reduzir a dependência do dólar — e isso já incomoda os EUA
Mega-Sena 2901 acumula em R$ 55 milhões; Quina 6800 premia bolão; e Lotofácil 3469 faz novo milionário — veja os resultados
Bolão da Quina rende mais de R$ 733 mil para cada participante; Mega-Sena acumula e Lotofácil premia aposta de Curitiba.
Governo busca saída para dar mais flexibilidade ao seguro e crédito à exportação, diz Fazenda
As medidas fazem parte das estratégias para garantir o cumprimento das metas fiscais frente às tarifas de 50% de Donald Trump
“Brasil voa se tiver um juro nominal na casa de 7%”, diz Mansueto Almeida — mas o caminho para chegar lá depende do próximo governo
Inflação em queda, dólar mais fraco e reformas estruturais dão fôlego, mas juros ainda travam o crescimento — e a queda consistente só virá com ajuste fiscal firme
As armas de Lula contra Trump: governo revela os detalhes do plano de contingência para conter o tarifaço
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quarta-feira (13) a medida provisória que institui o chamado Programa Brasil Soberano; a MP precisa passar pela Câmara e pelo Senado
Lotofácil 3467 tem 17 ganhadores, mas só dois ficam milionários; Mega-Sena 2900 acumula
A sorte bateu forte na Lotofácil 3467: três apostas cravaram as 15 dezenas, mas só duas delas darão acesso ao prêmio integral
Plano de contingência está definido: Lula anuncia hoje pacote de R$ 30 bilhões para empresas atingidas pelo tarifaço; confira o que se sabe até agora
De acordo com Lula, o plano de contingência ao tarifaço de Trump dará prioridade às menores companhias e a alimentos perecíveis
Preço do café cai pela primeira vez depois de 18 meses — mas continua nas alturas
Nos 18 meses anteriores, a alta chegou a 99,46%, ou seja, o produto praticamente dobrou de preço
O Ibovespa depois do tarifaço de Trump: a bolsa vai voltar a brilhar?
No podcast desta semana, Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, analisa o cenário da bolsa brasileira e aponta os principais gatilhos que podem levar o Ibovespa a testar novas máximas ainda em 2025
Lula ligou para Xi Jinping em meio ao tarifaço de Trump. Saiba o que rolou na ligação com o presidente da China
Após o aumento da alíquota imposta aos produtos brasileiros pelo republicano, o petista aposta na abertura de novos mercados