Até quando Galípolo conseguirá segurar os juros elevados sem que Lula interfira? Teste de fogo do chefe do BC pode estar mais próximo do que você imagina
Para Rodrigo Azevedo, Carlos Viana de Carvalho e Bruno Serra, uma das grandes dúvidas é se Galípolo conseguirá manter a política monetária restritiva por tempo suficiente para domar a inflação sem uma interferência do governo
Como longas sombras em um crepúsculo de pessimismo, o mercado financeiro brasileiro vê seu horizonte carregado de incertezas, principalmente diante da trajetória fiscal e das perspectivas dos juros. E no olho desse furacão está Gabriel Galípolo, o novo presidente do Banco Central, cujo teste de fogo pode estar mais próximo do que se imagina — pelo menos, essa é a previsão de três ex-diretores do BC.
Para os gestores Rodrigo Azevedo, da Ibiuna Investimentos, Carlos Viana de Carvalho, da Kapitalo Investimentos, e Bruno Serra, da Itaú Asset, uma das grandes dúvidas é se Galípolo conseguirá manter os juros elevados por tempo suficiente para domar a inflação sem uma interferência do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
- VEJA MAIS: Cenário macroeconômico brasileiro deve continuar desafiador em 2025 – onde investir para se proteger e buscar lucros? Veja o que dizem os especialistas neste e-book gratuito
E a previsão geral do trio é que, em meio à perda de popularidade do presidente Lula, o grande desafio do novo presidente do BC pode acontecer já ao fim de 2025.
Relembrando, os três gestores outrora sentaram na mesma cadeira do Banco Central que hoje ocupada por Gabriel Galípolo. Azevedo atuou como diretor de política econômica do Banco Central entre 2004 e 2007. Já Vieira ocupou esta cadeira no BC de 2016 a 2019. Serra, por sua vez, trabalhou na autarquia entre 2019 e 2023.
Juros, inflação e fiscal: a tempestade macroeconômica no Brasil
Na visão dos ex-BCs, é possível que uma nova tempestade macroeconômica ainda mais intensa ganhe força nos próximos meses.
Hoje, o cenário doméstico preocupa do lado do compromisso do governo com os gastos públicos — mas é só questão de tempo até começar a respingar nos juros.
Leia Também
Os gestores acreditam que Lula pode ser tentado a reabrir a torneira dos gastos numa busca exasperada por popularidade à medida que 2026, um ano eleitoral, se aproxima. E é justamente essa perspectiva que sugere uma possível intervenção nas decisões do Copom (Comitê de Política Monetária).
A popularidade do presidente Lula em queda, em meio a uma economia prestes a desacelerar e a uma inflação que não dá trégua, apenas adiciona combustível a essa tempestade perfeita.
Segundo Azevedo, "é bastante provável que vejamos novas reações de política parafiscal para tentar combater essa perda de popularidade. É um cenário bastante preocupante por conta dessa resposta que o governo pode dar a uma desaceleração da economia, que é absolutamente necessária para que a inflação ceda um pouco no Brasil”, disse, durante evento organizado pelo UBS na última terça-feira (28).
O desafio de Galípolo à frente do Banco Central
À medida que Gabriel Galípolo assume a presidência do Banco Central do Brasil, ele enfrenta uma tarefa hercúlea: domar o superaquecimento da economia brasileira e controlar uma inflação teimosa, alimentada por robustas injeções fiscais dos últimos anos.
E é justamente com o mecanismo de juros que o BC tenta esfriar a economia e estabilizar os preços, uma missão crítica em um ambiente de expectativas extremamente desancoradas e uma complexa situação cambial — o que exigirá uma política monetária “dura durante muito tempo”, segundo os ex-diretores da instituição.
Enquanto isso, o verdadeiro teste para o novo presidente do Banco Central se avizinha.
O cenário deteriorado sob a gestão de Lula aumenta os temores de uma possível tentativa de interferência do governo nas decisões do Copom. Ainda que os economistas considerem improvável que a desaprovação atual do presidente exerça pressão imediata sobre as políticas de juros de Galípolo, a preocupação persiste.
Vale lembrar que o Copom anunciará no início desta tarde a primeira decisão de política monetária de 2025 (a primeira sob a gestão Galípolo), que deve trazer o novo aumento contratado dos juros de 1 ponto percentual, elevando a taxa Selic para 13,25% ao ano.
Em meio a toda essa volatilidade do lado dos juros, as questões fiscais são um grande foco de preocupação. O mercado está cético quanto à capacidade da política fiscal atual de estabilizar a dívida pública.
A crise de confiança quanto à trajetória da dívida reacendeu o temor de uma dominância fiscal, onde as necessidades fiscais do governo sobrepõem-se à política monetária, complicando os esforços do BC para manter a inflação sob controle.
Isso poderia resultar em um ciclo vicioso de alta inflação e descontrole fiscal, aumentando ainda mais o risco percebido do país.
“Se os agentes de mercado acreditam que a dívida vai estabilizar, todos os prêmios caem. Quando se fala em crise de confiança, o país tem menos crescimento, a dívida sobe e entra num ciclo vicioso, que chega na dominância fiscal. Se nada for feito, estamos apontando para lá. E se de fato realizar com dominância fiscal, significa que está tudo muito caro no Brasil neste momento”, ponderou Azevedo.
Leia também:
- “Piquenique à beira do vulcão”: o que Luis Stuhlberger tem a dizer sobre o fiscal, inflação e juros no Brasil antes da reunião do Copom
- BC terá de elevar Selic a níveis “extremamente elevados” ou admitir dominância fiscal, diz SPX
O verdadeiro teste de fogo no Banco Central
No curto prazo, o trio de ex-diretores do Banco Central acredita (e torce para) que não haja mudanças significativas na “função reação” da autarquia monetária, especialmente diante da persistente alta dos preços sustentada pelo aquecimento da economia além da capacidade.
“Como a inflação está pegando a popularidade do presidente Lula, acredito que o Galípolo tem todo o apoio para fazer o que deve ser feito no curto prazo. Mas o grande teste vai ser em 2026”, avaliou o gestor da Ibiuna.
- SAIBA MAIS: Onde investir em 2025? Este e-book gratuito mostra quais são as melhores ações, fundos imobiliários, títulos de renda fixa, ativos internacionais e criptomoedas para comprar agora
Para Bruno Serra, da Itaú Asset, o cenário atual já estabeleceu as bases necessárias para uma desaceleração econômica. A grande incógnita é se o presidente Lula permitirá que essa desaceleração ajude a trazer a inflação para mais perto da meta, ou se lutará contra ela, o que poderia inflamar ainda mais a inflação.
"Isso é uma escolha que o governo vai tomar. Eu sou cético quanto à capacidade do governo de reverter essa desaceleração e me questiono sobre as escolhas que o governo fará para frente sobre a trajetória de inflação para 2025 e 2026", disse o gestor.
Carlos Viana, da Kapitalo, observa que a expectativa de inflação está muito descolada, o que faz com que o tamanho da desaceleração econômica necessária para trazer o índice de preços para baixo seja ainda maior.
Ele teme que, em resposta a uma deterioração econômica, o governo possa reagir de forma a evitar um impacto negativo nas perspectivas eleitorais, levando a um aumento dos prêmios de risco e a uma nova rodada de estresse no mercado.
Para Vieira, há chance de que essa pressão sobre o Banco Central se inicie ainda mais cedo, já no segundo semestre de 2025, se a desaceleração se mostrar mais forte por um aperto nas condições de crédito.
"Está praticamente contratado um teste relevante da autonomia do BC sob a presidência de Galípolo", afirma Vieira.
“Até aqui, o presidente do Banco Central tem surpreendido positivamente, parece ter entendido a necessidade de ter credibilidade e até liderou processo de guinada de política monetária e vem performando bem, mas o verdadeiro teste está por vir.”
Lendário carro da primeira vitória de Ayrton Senna no Brasil pode ser seu: McLaren MP4/6 é colocada em leilão; só que o lance inicial é um pouco salgado
Carro da primeira vitória de Ayrton Senna no Brasil, pela Fórmula 1, guardado por quase 30 anos, será leiloado em Dubai por até R$ 80 milhões
Lotofácil 3531 tem 34 ganhadores, mas só 4 ficam milionários; Mega-Sena e Timemania podem pagar mais de R$ 40 milhões hoje
Dois ganhadores da Lotofácil vão embolsar R$ 2 milhões. Outros dois ficarão com pouco mais de R$ 1 milhão. Os demais terão direito a valores mais baixos, mas nem por isso desprezíveis.
Senado aprova isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil; texto segue para sanção de Lula
Compensação por meio da taxação de dividendos e dos “super-ricos” também passou, junto com alterações feitas na Câmara
Copom mantém Selic em 15% ao ano e não dá sinais de corte no curto prazo
Trata-se da terceira decisão de manutenção da taxa básica de juros e reforça expectativa do mercado de que o primeiro corte deve ficar para 2026
Primeiro piloto brasileiro a correr F1 em Interlagos desde Massa é ‘filho do dono’ e ganha quase R$ 1 milhão por mês para fazer o que gosta
Gabriel Bortoleto estreia no GP de São Paulo e quebra um jejum de oito anos sem pilotos brasileiros nesta etapa da Fórmula 1
Belém será a sétima capital do Brasil — e de uma delas é provável que você nunca tenha ouvido falar
A Constituição permite a transferência temporária da sede do governo; Belém será a próxima a ocupar o posto.
‘Torre de Babel’ saudita? Construção do ‘The Line’ é paralisada justamente pelo que buscava eliminar
Projetada para ser livre de combustíveis fósseis, a construção da cidade futurística, na Arábia Saudita, foi interrompida por não “compreender a língua” do preço do petróleo
Selic em 15% ao ano ainda vai longe, acredita Roberto Padovani, economista-chefe do BV
Para o economista, tem um indicador em específico que está no radar do BC e esse dado deve definir o destino dos juros básicos nos próximos meses
Lotofácil atola junto com Mega-Sena, Quina e outras loterias, mas hoje pode pagar mais até que a +Milionária
Prêmio acumulado na Mega-Sena vai a R$ 48 milhões, mas ela só volta à cena amanhã; Lotofácil pode pagar R$ 10 milhões nesta quarta-feira (5).
Na próxima reunião, o Copom corta: gestora projeta Selic em 14,5% ao fim deste ano e espera queda brusca em 2026
Gestora avalia que números da economia sustentam um primeiro corte e que política restritiva pode diminuir aos poucos e ainda levar inflação à meta
Gás do Povo já está valendo: veja como funciona o programa que substituiu o vale-gás
Gás do Povo, programa do governo federal que substitui o vale-gás, promete atender 15,5 milhões de famílias de baixa renda com distribuição gratuita de botijões
Banco do Brasil (BBAS3) oferece até 70% de desconto na compra de imóveis em todo o país
A nova campanha reúne mais de 150 imóveis urbanos disponíveis para leilão e venda direta, com condições especiais até 15 de dezembro
Curiosos ou compradores? Mansão de Robinho, à venda por R$ 11 milhões, ‘viraliza’ em site de imobiliária; confira a cobertura
No mercado há pelo menos seis meses, o imóvel é negociado por um valor acima da média, mas tem um motivo
Este banco pode devolver R$ 7 milhões a 100 mil aposentados por erros no empréstimo consignado do INSS
Depois de identificar falhas e cobranças irregulares em operações de consignado, o INSS apertou o cerco contra as instituições financeiras; entenda
A decisão da Aneel que vai manter sua conta de luz mais cara em novembro
Com o nível dos reservatórios das hidrelétricas abaixo da média, a Aneel decidiu manter o custo extra de R$ 4,46 por 100 kWh, mas pequenas mudanças de hábito podem aliviar o impacto no bolso
Cosan (CSAN3) levanta R$ 9 bilhões em 1ª oferta de ações e já tem nova emissão no radar
Em paralelo, a companhia anunciou que fará uma segunda oferta de ações, com potencial de captar até R$ 1,44 bilhão
Lotofácil 3529 tem 16 ganhadores, mas só um deles fica mais perto do primeiro milhão
A Lotofácil tem sorteios diários e volta à cena nesta terça-feira (4) com um prêmio maior do que de costume. Isso porque o sorteio de hoje tem final zero, para o qual é feita uma reserva especial.
Laika vai para o espaço: a verdadeira história da ‘astronauta caramelo’
Há exatos 68 anos, a cadela Laika fazia história ao ser o primeiro ser vivo a deixar a órbita do planeta Terra rumo ao espaço
Serasa inicia o Feirão Limpa Nome 2025 com descontos de até 99% e dívidas parceladas por menos de R$ 10
Mutirão do Serasa reúne mais de 1.600 empresas e oferece condições especiais para quem quer encerrar o ano com o nome limpo
Convocação da seleção brasileira: última lista de Ancelotti em 2025 derruba valor da equipe canarinho
A última convocação da seleção brasileira de Ancelotti em 2025 trouxe novidades como Luciano Juba e Vitor Roque, mas fez o valor de mercado da equipe cair
