🔴 ONDE INVESTIR EM NOVEMBRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIS E CRIPTOMOEDAS – CONFIRA

Felipe Miranda: Do excepcionalismo ao repúdio

Citando Michael Hartnett, o excepcionalismo norte-americano se transformou em repúdio. O antagonismo nos vocábulos tem sido uma constante: a Goldman Sachs já havia rebatizado as Magníficas Sete, chamando-as de Malévolas Sete

14 de abril de 2025
19:55 - atualizado às 16:12
Bandeira dos EUA com cifrão em cima, representando oportunidade de ganhos com bolsa americana, juros
Imagem: Shutterstock

"Eu não espero pelo dia 
Em que todos
Os homens concordem
Apenas sei de diversas
Harmonias bonitas
Possíveis sem juízo final
Alguma coisa
Está fora da ordem
Fora da nova ordem Mundial”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Caetano escreveu as palavras acima em 1991. Aquela Nova Ordem Mundial envelheceu, mas a mensagem caberia bem para descrever os acontecimentos recentes. 

Entre as várias movimentações tectônicas, algo novo entrou no radar na última semana: o comportamento dos Treasuries. Os títulos do Tesouro norte-americano são ativos considerados de maior segurança. Em momentos de maior aversão a risco, o “flight to quality” costuma garantir maior demanda por eles; seus preços aumentam, os yields (rendimentos de mercado) diminuem.

Com efeito, a coisa vinha funcionando mais ou menos dessa forma. A melhor descrição do comportamento dos ativos de risco vinha sendo feita por Michael Hartnett, do Bank of America Merrill Lynch.

Durante anos, estivemos sob a ditadura da narrativa sintetizada no acrônimo “AIAI" (All in on artificial intelligence) — a única coisa que subia no mundo basicamente era o setor ligado à inteligência artificial, que funcionava como um aspirador de pó da liquidez global.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quando o refúgio vira risco

Então, sob o questionamento do excepcionalismo norte-americano diante do “Trumpnomics”, a catálise do evento DeepSeek matou aquela tendência, para iniciarmos uma nova dinâmica, resumida na tríade BIG (Bonds, International and Gold). Estaríamos numa fase para comprar renda fixa norte-americana, ativos internacionais (fora dos EUA) e ouro

Leia Também

O modelo mental funcionava até poucos dias atrás. Ao menos uma das letras do novo acrônimo caiu. A tal renda fixa norte-americana passou a se comportar mal.

Os yields dos Treasuries de 10 anos, que chegaram a menos de 4% recentemente, voltaram a 4,50%. Quem comprou bonds se deu bastante mal, mesmo diante de enorme turbulência global. Os títulos do Tesouro norte-americano, ativos clássicos de segurança, acabaram adicionando risco e volatilidade aos portfólios.

Há várias explicações potenciais para o movimento, a começar por posições técnicas. A exposição comprada em títulos norte-americanos e vendida em futuros, muitas vezes de maneira alavancada, ficou muito povoada (crowded).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Com a volatilidade recente, algumas liquidações forçadas foram acionadas. Na sequência, dada a disparada vigorosa em poucos dias, os limites de risco estouraram para alguns hedge funds. Num ambiente de liquidez menor, entramos numa espiral deletéria.

Do ponto de vista dos fundamentos, uma comunicação considerada mais dura por membros do Fed e a ideia de que as tarifas representam risco inflacionário ajudam a explicar juros futuros mais altos.

Em paralelo, se penetramos um ambiente de maior incerteza, seria mesmo natural uma escalada do “term premium”, ou seja, a exigência de prêmio (retornos maiores) para se estar posicionado em títulos de prazo mais dilatado.

Um terceiro elemento, no entanto, chama atenção. Diferentemente de outros choques exógenos ou de geopolítica, que tendem a gerar uma corrida para os Treasuries e para os ativos norte-americanos em geral, desta vez ocorre o exato oposto. Temos uma migração de ativos dos EUA, não para os EUA.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Excepcionalismo em xeque

A política econômica errática, a incerteza sobre a preservação norte-americana como parceiro confiável, o ferimento à referência a ser seguida em valores ocidentais clássicos, o desrespeito ao multilateralismo e aos organismos supranacionais e o medo de uma recessão iminente por lá provocam uma fuga de capitais de Wall Street.

Citando mais uma vez Michael Hartnett, ela aponta como, rapidamente, o excepcionalismo norte-americano se transformou em repúdio. O antagonismo nos vocábulos tem sido uma constante: a Goldman Sachs já havia rebatizado as Magníficas Sete, chamando-as de Malévolas Sete.

Nesta segunda-feira mesmo, o Citi revisou para baixo sua recomendação para as ações dos EUA, para a indicação “neutra”, sugerindo, em seu lugar, uma maior alocação a outras geografias conforme a guerra comercial impacta as projeções de crescimento e dos lucros corporativos norte-americanos.

Segundo o banco, as rachaduras no excepcionalismo do país devem persistir, diante de avanços chineses com a inteligência artificial, a expansão fiscal da Europa e a ideia de que a tensão comercial vai ferir principalmente os EUA.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A última vez em que discutimos mudanças no excepcionalismo norte-americano com essa intensidade foi com o estouro da bolha pontocom nos anos 2000. A isso, seguiram-se uma década perdida para as bolsas dos EUA e um superciclo de mercados emergentes. Se substituirmos a palavra  “internet" no final dos anos 90 por inteligência artificial em 2024, talvez seremos lembrados da máxima de que a história não se repete, mas rima. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?

11 de novembro de 2025 - 7:28

No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício

10 de novembro de 2025 - 19:57

Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje

10 de novembro de 2025 - 7:55

Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados

TRILHAS DE CARREIRA

Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas

9 de novembro de 2025 - 8:00

Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje

7 de novembro de 2025 - 8:14

Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde

SEXTOU COM O RUY

Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis

7 de novembro de 2025 - 7:03

Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR

6 de novembro de 2025 - 8:03

BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil

FII DO MÊS

É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar

6 de novembro de 2025 - 6:03

Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje

5 de novembro de 2025 - 8:04

Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje

4 de novembro de 2025 - 7:50

O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação

4 de novembro de 2025 - 7:10

Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998

3 de novembro de 2025 - 22:11

Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.

DÉCIMO ANDAR

Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários

2 de novembro de 2025 - 8:00

Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje

31 de outubro de 2025 - 7:58

A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi

SEXTOU COM O RUY

Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado

31 de outubro de 2025 - 6:07

A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje

30 de outubro de 2025 - 7:34

A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas

29 de outubro de 2025 - 20:00

Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje

29 de outubro de 2025 - 8:10

Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje

28 de outubro de 2025 - 7:50

A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul

28 de outubro de 2025 - 7:31

Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar