🔴 IA CASH: AÇÕES DE COMPUTAÇÃO QUÂNTICA COM MAIOR POTENCIAL JÁ COMEÇARAM A SUBIR-  SAIBA MAIS

O Brasil entre o impulso de confrontar e a necessidade de negociar com Trump

Guerra comercial com os EUA se mistura com cenário pré-eleitoral no Brasil e não deixa espaço para o tédio até a disputa pelo Planalto no ano que vem

5 de agosto de 2025
6:27
Em um fundo de gráfico, Donald Trump está do lado esquerdo, vestido terno azul e camisa branca. Do lado direto, Lula está com o dedo na boca. Ele veste terno azul e camisa branca também.
Os presidentes dos EUA, Donald Trump, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. - Imagem: Montagem Seu Dinheiro/ Canva Pro

A última semana foi marcada por uma combinação particularmente densa de fatores — geopolítica, dados econômicos e tensões sobre a condução da política monetária — que mantiveram os mercados em constante estado de alerta. Nos EUA, o relatório de empregos muito abaixo do esperado reacendeu com força as apostas em cortes de juros, com parte do mercado já precificando até três reduções ainda em 2025.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O dado fraco, por si só, já seria suficiente para alterar o humor dos investidores, mas o contexto político adicionou ruído extra: a saída de Adriana Kugler do Federal Reserve abre caminho para mais uma nomeação de Trump ao comitê, enquanto a demissão da comissária do Bureau of Labor Statistics, Erika McEntarfer, logo após a divulgação do payroll, foi lida como interferência direta na tecnocracia econômica — um gesto preocupante que fragiliza a confiança nas instituições (péssimo sinal de credibilidade).

Do lado do Brasil, a principal frente de atenção veio do campo comercial.

Com o tarifaço de 50% sobre exportações brasileiras prestes a entrar em vigor nesta quarta-feira, Donald Trump indicou abertura para dialogar com Lula, sinalizando uma rara oportunidade de contenção diplomática em meio ao aumento da temperatura bilateral.

Alguns produtos estratégicos — como suco de laranja, aeronaves e fertilizantes — escaparam, o que reduziu o impacto, mas o ambiente entre Brasil e EUA segue instável.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mais do que isso, cresce o risco de ruído na comunicação do governo brasileiro.

Leia Também

Justamente quando o bom senso recomendaria discrição e pragmatismo, Lula voltou a adotar um tom provocador em relação aos EUA, durante discurso no encontro nacional do PT, em Brasília.

A retórica inflamada — que pode agradar a militância — soa, neste contexto, como uma escolha mal calibrada, que dificulta a abertura de um canal efetivo de negociação.

Para piorar, a tensão foi agravada com a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que adiciona mais um ingrediente de instabilidade política interna ao ambiente já contaminado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Seguir escalando o conflito é tudo que o Brasil não precisa.

Agora, o governo prepara um novo pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão — movimento que, mais uma vez, pode deixar o mercado às voltas com sinais ambíguos e declarações imprecisas.

Seguimos presos em uma ciranda populista, com o lulopetismo à esquerda e o bolsonarismo à direita, ambos empenhados em interditar qualquer debate sério sobre as fragilidades estruturais do país — a começar pela delicada situação fiscal, que permanece como o grande nó da agenda brasileira.

O cenário político se transforma em um teatro de ruído constante, em que os fatos perdem protagonismo e os símbolos ganham peso desproporcional.

Nos bastidores, há expectativa de uma conversa entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, ainda nesta semana.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O governo brasileiro tenta negociar a exclusão de produtos como cacau e manga do tarifaço de Trump — a carne bovina, por ser também produzida nos EUA, tem chances reduzidas de escapar, mas ao menos pode ter a alíquota suavizada.

Enquanto isso, Lula aproveita a oportunidade política.

A figura de um inimigo externo — neste caso, Trump — é o ingrediente perfeito para reacender um discurso nacionalista que vinha perdendo tração no Brasil. E, até aqui, o estratagema funciona.

A popularidade do presidente subiu marginalmente, mesmo que sua taxa de reprovação continue elevada: os 40% de avaliação “ruim/péssimo” permanecem intactos. É difícil de mudar isso.

Como já discutimos por aqui, os ganhos políticos têm sido pontuais, superficiais e sustentados sobre uma base frágil — que pode ceder assim que os impactos econômicos das tarifas começarem a aparecer com mais clareza para o eleitorado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Tarifas comerciais, ainda que revestidas pelo discurso de defesa da soberania nacional, carregam um histórico robusto de efeitos colaterais indesejados.

Ao desorganizar cadeias produtivas, tendem a reduzir o crescimento, corroer a competitividade e, no limite, elevar o desemprego.

O risco de deterioração do chamado “índice de miséria” — que combina inflação e desemprego — é concreto e politicamente corrosivo.

O Brasil na corda-bamba

Além disso, o Palácio do Planalto caminha sobre uma corda-bamba retórica: precisa manter viva a narrativa nacionalista sem escorregar para o populismo eleitoral explícito, justamente enquanto conduz tratativas com os americanos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O apoio circunstancial de setores como o agronegócio e segmentos do empresariado pode evaporar caso o apelo simbólico sobreponha-se à lógica econômica.

O governo do Brasil sabe disso. Persistir na escalada da guerra comercial não seria apenas imprudente — seria um erro estratégico de alto custo, inclusive cambial (o dólar não hesitaria em reagir, elevando a inflação).

No campo político, o momento ainda favorece o governo, em boa parte porque a oposição se encontra fragmentada, sem discurso claro e refém do desgaste crescente da ala mais radical do bolsonarismo.

A figura de Jair Bolsonaro e de seu entorno oferece ao lulismo o antagonista ideal. Mas esse equilíbrio é instável. Agora, com a prisão domiciliar do ex-presidente, o espaço para uma alternativa moderada em 2026 se amplia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O mercado, aliás, já começava a precificar o desconforto com um eventual quarto mandato de Lula, diante da combinação de fragilidade fiscal.

Contudo, a tendência é que, sem um rival radical no páreo, o maniqueísmo do “nós contra eles” de Lula perca potência — e que nomes mais palatáveis voltem a atrair apoio.

Nesse cenário, surgem como alternativas viáveis figuras como Tarcísio de Freitas e Ratinho Jr., ambos capazes de dialogar com a direita e o centro. Mas o caminho será longo. Se há algo certo nesse enredo, é que o roteiro até 2026 não reservará espaço para o tédio.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tão longe, tão perto: as eleições de 2026 e o caos fiscal logo ali, e o que mexe com os mercados nesta terça-feira (30)

30 de setembro de 2025 - 7:53

Por aqui, mercado aguarda balança orçamentária e desemprego do IBGE; nos EUA, todos de olho nos riscos de uma paralisação do governo e no relatório Jolts

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Eleições de 2026 e o nó fiscal: sem oposição organizada, Brasil enfrenta o risco de um orçamento engessado

30 de setembro de 2025 - 7:18

A frente fiscal permanece como vetor central de risco, mas, no final, 2026 estará dominado pela lógica das urnas, deixando qualquer ajuste estrutural para 2027

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: O Fed e as duas economias americanas

29 de setembro de 2025 - 20:00

Um ressurgimento de pressões inflacionárias ou uma fraqueza inesperada no mercado de trabalho dos EUA podem levar a autarquia norte-americana a abortar ou acelerar o ciclo de queda de juros

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

B3 deitada em berço esplêndido — mas não eternamente — e o que mexe com os mercados neste segunda-feira (29)

29 de setembro de 2025 - 7:54

Por aqui, investidores aguardam IGP-M e Caged de agosto; nos EUA, Donald Trump negocia para evitar paralisação do governo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Pequenas notáveis, saudade do que não vivemos e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (26)

26 de setembro de 2025 - 8:07

EUA aguardam divulgação do índice de inflação preferido do Fed, enquanto Trump volta a anunciar mais tarifas

SEXTOU COM O RUY

A microcap que garimpa oportunidades fora da bolsa e vem sendo recompensada por isso

26 de setembro de 2025 - 6:02

Há ótimas empresas fora da bolsa, mas não conseguimos nos tornar sócios delas; mas esta pequena empresa negociada na B3, sim

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mais água no feijão e o que sobra para os acionistas minoritários, e o que mexe com os mercados nesta quinta (25)

25 de setembro de 2025 - 7:54

Por aqui temos prévia da inflação e reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN); nos EUA, PIB do segundo trimestre e mais falas de dirigentes do Fed

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O amor pode estar do seu lado

24 de setembro de 2025 - 20:00

Não serei eu a querer estragar o story telling de ninguém, mas o (eventual) rali eleitoral no Brasil sequer começou

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A chama que não se apaga das debêntures incentivadas e o que esperar dos mercados hoje

24 de setembro de 2025 - 7:48

Após renovar recorde ontem, Ibovespa tem dia de agenda esvaziada; destaques são fluxo cambial no Brasil e falas de dirigentes do Fed nos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Dois coelhos com uma cajadada só, um grande encontro e o que move os mercados nesta terça-feira (23)

23 de setembro de 2025 - 8:17

Investidores acompanham hoje ata do Copom, início da Assembleia Geral da ONU e discurso do presidente do Fed

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

80 anos de ONU: discursos idealistas, cofres vazios e investidores correndo para o ouro

23 de setembro de 2025 - 7:49

Ao mesmo tempo em que busca reafirmar seu papel global, a ONU enfrenta talvez a mais profunda crise de legitimidade e de recursos de sua história

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O novo ouro é… o próprio ouro

22 de setembro de 2025 - 20:00

Há uma narrativa de que o bitcoin seria o “ouro digital”, mas existem motivos pelos quais o paralelo com o metal precioso não é tão correto assim

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quem quer dinheiro? Uma jogada de mestre com o ouro, e o que mexe com os mercados nesta segunda-feira (22)

22 de setembro de 2025 - 7:57

Dia tem discursos de dirigentes do Banco Central da Inglaterra e do Federal Reserve; investidores também se preparam para a Assembleia Geral da ONU, que começa amanhã

SEXTOU COM O RUY

Petrobras (PETR4): novo plano estratégico pode abrir as portas para mais dividendos aos acionistas; saiba o que esperar

19 de setembro de 2025 - 7:03

Estamos perto da divulgação do Plano Estratégico 2026-2030 da Petrobras, o que pode ser um catalisador relevante para os papéis da estatal

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Super Quarta de contrastes: a liquidez vem lá de fora, a cautela segue aqui dentro

18 de setembro de 2025 - 15:36

Fed inicia novo ciclo de cortes, Copom sinaliza flexibilização futura e mercados globais reagem à virada monetária que impulsiona ativos de risco

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O melhor aluno da sala fazendo bonito na bolsa, e o que esperar dos mercados nesta quinta-feira (18)

18 de setembro de 2025 - 8:07

Investidores ainda reagem às decisões e declarações da Super Quarta; no Reino Unido e no Japão, definição de juros vem hoje

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: A falácia da “falácia da narrativa”

17 de setembro de 2025 - 20:00

Pela visão talebiana, não conseguimos nos contentar com o simples acaso, precisamos sempre de uma explicação para o que está acontecendo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Como a Super Quarta mexe com os seus investimentos, e o que mais move os mercados nesta quarta-feira (17)

17 de setembro de 2025 - 8:03

Após mais um recorde na bolsa brasileira, investidores aguardam decisão sobre juros nos EUA e no Brasil

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Para qual montanha fugir, Super Quarta e o que mexe com os mercados nesta terça-feira (16)

16 de setembro de 2025 - 8:04

À espera da definição da política monetária nos EUA e no Brasil, investidores repercutem aviso de que Trump deve anunciar reação após condenação de Bolsonaro

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: A neoindustrialização brasileira (e algumas outras tendências)

15 de setembro de 2025 - 20:00

Fora do ar condicionado e dos escritórios muito bem acarpetados, há um Brasil real de fronteira tecnológica, liderando inovação e produtividade

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar