Agora vai? Ibovespa engata alta de mais de 2% junto com Nova York e chega aos 122 mil pontos; dólar fecha em baixa de R$ 6,0252
Dados de inflação e da indústria nos EUA mexem com as bolsas aqui e lá fora, mas tem banco grande dizendo que a euforia pode ser exagerada; entenda os motivos
O Ibovespa levou um tempo para engatar uma alta consistente neste ano, mas finalmente aconteceu. O principal índice da bolsa de valores brasileira subiu mais de 2% nesta quarta-feira (15), junto com Wall Street, enquanto o dólar renovou mínima intradia perto dos R$ 6, mas voltou a ganhar um pouco de tração no fechamento.
O responsável por todo esse movimento é o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) divulgado nos EUA nesta manhã. O indicador de inflação subiu 0,4% em dezembro ante novembro, contra previsão de alta de 0,3%. Na comparação anual, o avanço foi de 2,9% em dezembro, em linha com as estimativas.
O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, subiu 0,4% em base mensal e 3,2% em termos anuais. Projeções indicavam altas de 0,2% e 3,3%, respectivamente. Em novembro, o núcleo do CPI avançou 0,3% ante outubro e 3,3% na base anual.
Os números um pouco menos pressionados da inflação nos EUA impulsionaram os mercados aqui e lá fora. Essa leitura reforça o quadro de arrefecimento retratado no dia anterior pelo índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) — que mede os preços no atacado —, após a forte geração de vagas de emprego nos EUA, segundo o payroll de sexta-feira (10).
"Os dados de hoje apresentam uma melhora em comparação aos últimos quatro meses, no entanto, a atividade econômica resiliente e riscos altistas de inflação ainda apontam para uma perspectiva cautelosa com relação aos juros nos EUA", dizem analistas do Itaú BBA.
O Bradesco BBI coloca os números de hoje em perspectiva e diz que eles abrem caminho para que o índice de preços para gastos pessoais (PCE, na sigla em inglês) — o dado preferido do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para a inflação — venha melhor.
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"Enfatizamos que a sugestão desses dados de hoje para o PCE, em estimativa preliminar, é bastante
positiva, colocando possivelmente um novo número em 0,1%. Se isso acontecer, o tom hawkish [mas favorável ao aperto monetário] do Fed deveria diminuir", afirmam os analistas do BBI.
Neste ambiente, o Ibovespa renovou algumas máximas ao longo do dia e terminou com alta de 2,81%, aos 122.650,20 pontos. Em Wall Street, o Dow Jones avançou 1,65%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq tiveram altas de 1,83% e 2,45%, respectivamente.
No mercado de câmbio, o dólar à vista chegou a renovar mínima a R$ 6,0119 — o menor valor intradia desde segunda-feira (13), quando foi a R$ 5,9740 — após o tombo do índice de atividade industrial Empire State de Nova York, a -12,6 em janeiro, bem pior que a previsão de -2,0.
No entanto, a moeda norte-americana recuperou um pouco de tração logo depois e passou a oscilar entre R$ 6,01 e R$ 6,06, na máxima da sessão. No fechamento, o dólar à vista caiu 0,35%, a R$ 6,0252.
Na renda fixa, os yields dos títulos de dívida do governo norte-americano cederam e influenciaram os juros futuros, que ainda refletiam a queda mais forte do que a esperada no volume de serviços em novembro em relação a outubro.
O movimento ajudou a estimular o avanço de alguns papéis mais sensíveis a juros do Ibovespa, ainda que o cenário seja de Selic saindo dos atuais 12,25% para 14,25% ao ano em março, conforme a indicação do Banco Central.
As commodities também foram destaques no pregão de hoje. O minério de ferro subiu 0,71% na China e ajudaram as ações da Vale (VALE3) a subirem 1,45%. Já Petrobras (PETR4) pega carona no avanço de mais de 3% do petróleo no mercado externo e também teve alta de 1,28% hoje.
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Ibovespa e Wall Street antecipam queda nos juros nos EUA?
Ainda que o CPI não seja a medida predileta do Fed nas decisões de política monetária, é índice é acompanhado de perto pelos investidores em meio a dados mostrando força da atividade econômica.
Depois da divulgação do payroll, na sexta-feira (10), o mercado passou a ver um espaço ainda mais limitado para novos cortes dos juros nos Estados Unidos — com muitas casas indicando que a decisão do dia 29 deste mês seria de pausa no ciclo de afrouxamento monetário. Atualmente, a taxa por lá está entre 4,25% e 4,50% ao ano.
Apesar da euforia do Ibovespa e de Wall Street com o dado de inflação divulgado hoje, os bancões recomendam cautela sobre os juros nos EUA.
O Wells Fargo, por exemplo, reconhece o alívio no núcleo do CPI, mas explica que os progressos têm sido vagarosos. "Acreditamos que a resiliência do mercado de trabalho dos EUA, a rigidez da inflação e a incerteza decorrente da política econômica federal manterão o Fed em espera pelos próximos meses", diz o banco.
Depois de hoje, o Wells Fargo ajustou a previsão e passou a esperar um ritmo mais lento de corte de juros nos EUA. Agora, o banco prevê apenas duas reduções neste ano, em setembro e dezembro, comparado com a expectativa anterior por três cortes.
Embora sejam um pouco mais otimistas com relação ao afrouxamento monetário nos EUA, o ING diz que o CPI de dezembro sugere alívio na inflação, mas é insuficiente para evitar uma pausa prolongada nos cortes de juros por lá.
O banco ainda espera três reduções da taxa neste ano, embora admita que o ciclo pode ser retomado apenas em junho, não em março, como previa até então.
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O mercado, no entanto, ampliou as probabilidades de cortes de juros pelo Fed este ano, após dados de indústria e inflação nos EUA.
Segundo a ferramenta FedWatch do CME Group, junho continua como o primeiro mês mais provável para uma redução dos juros pelo banco central norte-americano em 2025, com salto de 57,4% a 65,8% nas chances acumuladas de corte em algum nível logo depois da divulgação dos indicadores.
Neste mês, a maior probabilidade é de redução de 25 pontos-base (pb), que subiu de 42,3% a 44,3% após os dados, seguida pela chance de corte de 50 pb, que avançou de 13,7% a 18,7% no período. A chance de manutenção dos juros em junho caiu de 42,5% para 34,2%, após os dados.
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