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Carolina Gama

Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.

ORIENTE MÉDIO EM CHAMAS

Trump, Rússia, Irã e Israel: quem ganha e quem perde com a queda do regime de Assad na Síria — e as implicações para o mercado global

A cautela das autoridades ocidentais com relação ao fim de mais de 50 anos da dinastia Assad tem explicação: há muito mais em jogo do que apenas questões geopolíticas; entenda o que pode acontecer agora

Carolina Gama
9 de dezembro de 2024
15:33 - atualizado às 1:49
Cartaz com a imagem de Bashar al-Assad
Assad herdou o poder do pai, Hafez Assad, e estava em seu quarto mandato, na Síria - Imagem: Joel Carillet/iStock

A fuga de Bashar al-Assad da Síria após rebeldes do Hayat Tahrir al-Sham (HTS) invadirem a capital Damasco, marca muito mais do que o fim de um regime que estava há 24 anos no poder — as implicações geopolíticas e econômicas globais são significativas. 

Não por acaso a queda de Assad — que herdou o poder do pai, Hafez Assad, e estava no quarto mandato — foi recebida com cautela pelos países ocidentais que estão atentos ao potencial de mais derramamento de sangue e de um vácuo de poder na Síria — se uma transição de liderança caótica e contestada acontecer. 

Para começar a entender essa história é preciso saber que a Síria, um país dilacerado por 13 anos de uma guerra civil brutal, viu facções concorrentes — incluindo o Estado Islâmico — lutarem entre si, bem como contra a força de Assad nos últimos anos, aumentando o potencial para disputas de poder rivais.

O Seu Dinheiro contou os detalhes da queda de Assad e você pode conferir aqui. A partir de agora vamos traçar as implicações para a economia mundial e para o xadrez geopolítico.  

Perdedores do fim da dinastia Assad

A queda da dinastia Assad após mais de 50 anos no poder tem ramificações globais mais imediatas, com a Rússia e o Irã vistos como "perdedores" da deposição do ditador sírio, enquanto os EUA, a Turquia e Israel são vistos entre os principais beneficiários da mudança de regime.

De maneira geral, apesar de um potencial vácuo de poder em partes da Síria por um tempo, o Oriente Médio pode eventualmente ficar um pouco menos instável como resultado. 

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Olhando mais de perto, no Irã, por exemplo, provavelmente perde a principal rota para enviar armas para o Hezbollah no Líbano em um momento crucial de enfrentamento com Israel. 

O outro "perdedor" mais notável com a derrubada de Assad é a Rússia, que ajudou a sustentar o regime desde o início da guerra civil. Mas o foco de Moscou no conflito na Ucrânia limitou a quantidade de ajuda militar que estava disposta e era capaz de dar às forças de Assad.

Mas vale lembrar que Moscou tem interesse em manter o novo governo — seja ele qual for — ao lado, já que irá operar bases com acesso ao Mar Mediterrâneo.

As forças rebeldes já deram garantias ao Kremlin de que assegurariam as bases militares russas e instituições diplomáticas na Síria, segundo informações da Reuters, mas a presença militar de longo prazo da Rússia no país é vista como longe de ser certa.

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Quem leva vantagem com a queda do regime na Síria

Os EUA lideram o pelotão de países que se beneficiam do fim do regime de Assad. 

Não há como negar que a queda do ditador e o enfraquecimento da Rússia e do Irã após a perda de um aliado importante na região darão ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e às potências ocidentais um impulso bem-vindo.

Mas isso não significa que o mundo esteja mais seguro: ainda não está totalmente claro que tipo de Síria pode emergir da queda de Assad.

A Europa também pode ser beneficiária da mudança de regime na Síria se isso significar menos refugiados deslocados — um desenvolvimento que alimentou o sentimento anti-imigrante e a ascensão de partidos populistas nos últimos anos.

os "vencedores" geopolíticos imediatos são Israel e Turquia. Os israelenses viram um aliado do inimigo regional Irã ainda mais enfraquecido, enquanto Ancara emerge como o ator estrangeiro mais influente na região. 

Síria e Turquia compartilham de uma fronteira de mais de 900 quilômetros de extensão. Mas especialistas alertam que o país só se beneficiará se o regime de Assad for substituído por um governo funcional capaz de enfrentar a tarefa de promover estabilidade ao país. 

As implicações para o mercado

A queda de Assad e a "derrota" da Rússia e do Irã no processo tem implicações não só geopolíticas como para os mercados. 

Segundo analistas, o primeiro deles é o fracasso em desfazer o medo em torno da dominância do dólar— ao que, especialmente a Rússia, vem tentando fazer desde que foi alvo de sanções pesadas dos EUA e seus aliados em uma tentativa de estancar a guerra na Ucrânia. 

Ao mesmo tempo, abre uma frente para a visão de comércio global de Trump — tanto em termos de colocar os EUA quanto o dólar ainda mais à frente e no centro das trocas comerciais.

Vale lembrar que, recentemente, o presidente eleito dos EUA ameaçou o Brics — da qual Rússia e Brasil fazem parte — de tarifas pesadas caso o bloco de países em desenvolvimento decida adotar outra moeda para realizar suas trocas comerciais.

Do lado do petróleo, o entendimento dos especialistas no momento é de que, se a derrubada do regime de Assad levar a um governo mais moderado, Trump será encorajado a adotar uma posição dura contra o Irã — em particular restringindo as exportações de petróleo. 

Se isso acontecer, é bem provável que os sauditas fiquem satisfeitos com essa situação, permitindo que o preço da commodity suba. 

Em tese, o mercado precificou a possibilidade de uma perda de 1 milhão de barris por dia (mb/d) ou mais do Irã se Trump apertar as sanções. Vale lembrar que os iranianos conseguiram aumentar a produção em cerca de 1,5 mb/d desde que Joe Biden assumiu o cargo e em 700 mil b/d nos últimos meses. 

Embora os preços sejam pressionados pelas projeções de que a demanda por petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) cairá em 1 mb/d no ano que vem, a redução dos suprimentos iranianos pode compensar a maior parte disso. 

A Opep e seus aliados (Opep+) acabaram de atrasar o fim dos 2,2 mb/d em cortes voluntários.

*Com informações da CNBC e da Reuters

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