A arma mais poderosa de Putin (até agora): Rússia cruza linha vermelha contra a Ucrânia e lança míssil com capacidade nuclear
No início da semana, Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos; agora foi a vez de Moscou dar uma resposta

O conflito entre Rússia e Ucrânia já dura mil dias e o novo marco trouxe com ele uma escalada brutal das tensões. Enquanto Kiev recebeu autorização dos EUA para o uso de mísseis supersônicos, Moscou lança pela primeira vez um míssil ainda mais poderoso, com capacidade nuclear e de longo alcance.
Essa escalada, no entanto, não é uma surpresa. Na terça-feira (19), o presidente russo, Vladimir Putin, já havia subido o tom quando aprovou um decreto que define novas regras para o uso de armas nucleares pelo país.
Segundo o documento, um ataque de potência não nuclear, mas que seja apoiado por nações com armamento nuclear, passa a ser visto como uma ofensiva conjunta.
Nesta quinta-feira (21), Putin mandou um novo lembrete do alcance das armas russas ao disparar um míssil intercontinental contra a Ucrânia, algo inédito até então na guerra que começou em fevereiro de 2022.
Segundo dados do governo da Ucrânia, o míssil foi disparado da região russa de Astrakhan, que faz fronteira com o Mar Cáspio, ao sul do país. O alvo seria a cidade de Dnipro, no centro-leste da Ucrânia. As duas regiões são separadas por mil quilômetros.
Recado dado? Os mísseis enviados pela Rússia
A força aérea da Ucrânia não especificou o tipo exato de míssil lançado pela Rússia. De acordo com o relatório, ele foi disparado junto com outros oito: um míssil hipersônico Kinzhal e sete mísseis de cruzeiro Kh-101. Os militares ucranianos relataram que seis deles foram abatidos.
Leia Também
De acordo com autoridades locais, duas pessoas ficaram feridas com o ataque. Além disso, uma instalação industrial e um centro de reabilitação para pessoas com deficiência foram danificados. Também foram registrados incêndios em Dnipro.
Os mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) utilizados na investida russa são armas projetadas para o lançamento de bombas nucleares. Apesar disso, segundo mensagem no aplicativo Telegram enviada pela força aérea ucraniana, não há sugestões de que o armamento fosse nuclear.
O uso de um míssil com tamanho alcance, precisão e preço na guerra contra a Ucrânia é visto como excessivo. Assim, o ataque parece ser um recado claro de Putin sobre a capacidade nuclear da Rússia.
- LEIA TAMBÉM: Amazon supera as expectativas no 3T24 e é uma das indicações de analista para investir nos EUA; saiba mais
A reação dos mercados
Com a escalada dos conflitos, os investidores buscam pelos chamados abrigos, a exemplo do dólar e do ouro.
Enquanto o metal precioso sobe pelo quarto dia seguido — +0,61%, a US$ 2.664,30 a onça —, a moeda norte-americana também avança em relação a outras divisas fortes.
Além da demanda por ativos mais seguros gerada pela escalada do conflito no leste europeu, o dólar no exterior também é impulsionado pelo foco do mercado nas políticas do futuro governo de Donald Trump e pela perspectiva menos agressiva do corte de juros pelo Federal Reserve (Fed).
Aqui, a moeda norte-americana segue a tendência externa e sobe, com a questão fiscal pensando sobre o câmbio. Por volta de 12h25, o dólar tinha alta de 0,72%, a R$ 5,8097 no mercado à vista.
- TRUMP ELEITO, E AGORA? Saiba onde investir e entenda os possíveis desdobramentos econômicos a partir de agora
Relembrar é viver: as tensões dos últimos dias
Desde o início da guerra, há quase três anos, o presidente da Ucrânia, Volodimyr Zelensky, vinha pedindo ao presidente dos EUA, Joe Biden, que autorizasse o uso de mísseis ATACMS produzidos pela Lockheed Martin para atacar a Rússia.
O ATACMS é um míssil supersônico, o que dificulta sua interceptação. Além disso, os modelos mantidos em estoque pelo exército ucraniano podem ser armados com bombas de cacho. O uso dessa munição é vetado por mais de 120 países.
Até esta segunda-feira (18), a Casa Branca não havia dado o aval que Zelensky esperava. Contudo, o envolvimento da Coreia do Norte no campo de batalha levou Biden a fazer uma mudança na política do uso dos armamentos norte-americanos na guerra.
Segundo uma investigação do governo da Coreia do Sul, tropas da Coreia do Norte estão integrando o exército russo no combate contra a Ucrânia. O recrutamento estaria sendo feito pela região de Kursk, na Rússia.
Assim, na terça-feira (19), a Ucrânia fez uso dos mísseis ATACMS. Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, cinco projéteis do tipo foram interceptados.
No mesmo dia, Putin aprovou decreto que altera regras para o uso de armas nucleares pela Rússia.
Com a nova doutrina, o apoio dos EUA e da Europa à Ucrânia, por meio do uso de armas de países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), pode ser tratado como envolvimento direto da aliança militar na guerra. O Seu Dinheiro contou essa notícia aqui.
Já na quarta-feira (20), autoridades russas registraram o disparo de dois mísseis Storm Shadows, fabricados no Reino Unido. Os mísseis ATACMS e Storm Shadow têm alcances de 300 km.
- Quanto investir para alcançar a tão sonhada independência financeira? Ferramenta gratuita do Seu Dinheiro faz os cálculos; teste aqui
Suécia e Finlândia no radar da Rússia?
E não é só a Ucrânia que está no radar da Rússia. A Suécia e a Finlândia já estão se preparando para uma possível ofensiva de Moscou.
Após a invasão da Ucrânia, os dois países abandonaram décadas de neutralidade e se juntaram à Otan. Desde então, os governos suecos e filandês vêm prevenindo suas populações no caso de um envolvimento na guerra.
Na segunda-feira (18), a Suécia passou a distribuir panfletos com instruções de sobrevivência em caso de conflitos armados. O documento é uma atualização de um livreto que foi publicado cinco vezes desde a Segunda Guerra Mundial.
Já a Finlândia lançou um manual on-line.
*Com informações da CNBC, CNN e Yahoo!Finance
Quem era Miguel Uribe, o pré-candidato de oposição ao governo da Colômbia morto após ser baleado em comício
Filho de uma família influente na política colombiana, Miguel Uribe buscava a indicação de seu partido para concorrer à presidência no ano que vem
Green Card, vistos e cidadania americana: o que mudou após Donald Trump?
Com cerco migratório como bandeira, Donald Trump mudou o jogo para quem quer obter vistos e cidadania nos EUA; saiba o que mudou, como se proteger e quais caminhos continuam abertos para morar e trabalhar legalmente no país
Trump e Putin se preparam para negociar cessar-fogo na guerra da Ucrânia; republicano quer Zelensky na mesa, mas acordo preocupa Kiev
O encontro vem na esteira do fim do prazo de Trump para que Putin concordasse com um cessar-fogo; entenda o que está em jogo agora
China pressiona EUA para aliviar controle sobre exportação de chips de IA em meio às negociações do tarifaço de Trump
Essa não é a primeira vez que Pequim indica a exportação de chips como um ponto-chave para as negociações
Um beco sem saída? Vice-secretário de Trump culpa Moraes pela crise entre EUA e Brasil
Christopher Landau afirmou que o ministro destruiu a relação historicamente próxima do Brasil com os Estados Unidos
Putin liga para…Lula? Veja o que o presidente russo falou sobre guerra na Ucrânia em meio às pressões de Trump pelo fim do conflito
Na conversa, que durou cerca de 40 minutos, os líderes russo e brasileiro também compartilharam informações sobre as negociações com os Estados Unidos
Ouro continua renovando recordes — e a culpa agora é do tarifaço de Trump
Decisão da alfândega dos EUA surpreende mercado, atinge em cheio refinadores suíços e ameaça fluxo global do metal
Aposta no corte de juros nos EUA aumenta com novo indicado de Trump para diretoria; saiba quem é Stephen Miran
Ele vai ocupar a vaga de Adriana Kugler, que renunciou ao cargo na semana passada, mas sua indicação ainda precisa do aval do Senado norte-americano
Bastidores da Casa Branca apontam novo favorito para o lugar de Powell; entenda a disputa pela liderança do maior banco central do mundo
Segundo matéria exclusiva da Bloomberg, Christopher Waller, crítico de Powell e defensor de cortes nos juros, ganha força entre aliados de Trump como possível sucessor na presidência do Fed
Trump comemora entrada em vigor de tarifas: ‘Bilhões de dólares estão fluindo para os EUA’
As chamadas “tarifas recíprocas” foram atualizadas à 1h01 desta quinta, pelo horário de Brasília; no total, são 94 países diretamente atingidos
Quem vai substituir Powell? Scott Bessent sai da disputa, mas Trump diz que tem outros nomes
O presidente norte-americano voltou a colocar o Departamento de Estatísticas do Trabalho (BLS, na sigla em inglês) sob sua mira nesta terça-feira (5); confira o que ele disse dessa vez
Milei veta aumento das aposentadorias na Argentina, mesmo após aprovação no Congresso
Presidente diz que medida ameaça o equilíbrio fiscal e avisa: se derrubarem o veto, vai à Justiça
COP30 sem plano B: Governo insiste em fazer evento de clima da ONU em Belém, mesmo sob pressão internacional
Segundo o presidente do evento, o Brasil está atuando para garantir que todos os países, em especial os mais pobres, consigam participar da conferência, marcada para acontecer entre 10 e 21 de novembro
Tropa de choque de Trump sai em defesa da demissão da chefe do “IBGE dos EUA”
Relembrando os tempos em que comandava o programa “O Aprendiz”, o presidente norte-americano despediu Erika McEntarfer na sexta-feira (1) em uma decisão bastante polêmica
Fim da linha para o Brasil: governo Trump diz que tarifas vieram para ficar
Representante comercial dos EUA indicou que não há expectativa para negociações futuras sobre as taxas já anunciadas pelo governo norte-americano
“Pode falar comigo a qualquer momento”, diz Trump sobre Lula — e petista responde
Não demorou muito para o presidente brasileiro ir até as redes sociais para responder Trump; veja o que o petista falou desta vez
A renúncia no Fed que pode colocar um “presidente-sombra” no comando do maior banco central do mundo
A previsão é de El-Erian, um dos economistas mais renomados do mundo; Trump, por sua vez, comemora a saída da diretora — entenda o que está em jogo
Tarifaço de Trump pode encontrar desafio nos tribunais dos EUA, mas decisão final deve demorar a acontecer
Há hoje pelo menos sete ações que contestam as tarifas de Trump. Um desses processos é movido por um grupo de pequenas empresas. Além disso, liderados pelo Oregon, 12 Estados acionaram a Justiça
Tarifas de Trump começam a valer no dia 7 de agosto; veja a lista completa das taxas anunciadas e setores mais afetados
Já se passaram mais de 90 dias desde o tarifaço de abril, e os 90 acordos prometidos ficaram só na conversa; entenda como está o cenário das tarifas hoje
Casa Branca divulga tabela (de novo) com tarifas recíprocas; Brasil aparece com taxa de 10%
O republicano assinou na quarta-feira (30) um decreto que confirma uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, com centenas de exceções