A China vai parar os EUA? As projeções da S&P Global para a maior economia do mundo este ano
A agência de classificação de risco revisou de maneira significativa as previsões para a economia norte-americana e diz também o que espera da inflação e dos juros por lá
Durante muito tempo só se falava em como a China pararia os EUA e se tornaria a maior economia do mundo. Mas a ocupante da vice-liderança global anda patinando e não se sabe ao certo quando essa dança das cadeiras irá acontecer.
Pelas previsões da S&P Global, ainda vai levar tempo. A agência de classificação de risco revisou para cima a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA neste ano, de crescimento de 1,5% em novembro para 2,4% agora.
A mudança para este ano é "significativa, pois a expansão econômica dos EUA superou nossas expectativas ao longo do segundo semestre de 2023 e a atividade econômica no primeiro trimestre de 2024 tem se mostrado mais aquecida que o antecipado", disse a economista-chefe da S&P Global para EUA, Satyam Panday.
O PIB dos EUA cresceu 3,3% no quarto trimestre de 2023 ante o trimestre anterior, de acordo com a primeira estimativa do indicador divulgada no fim de janeiro pelo Departamento de Comércio do país. Com isso, a projeção é que o PIB real dos EUA tenha crescido 2,5% em 2023, em comparação com a expansão de 1,9% de 2022.
- Leia também: China não é ameaça aos EUA — ao menos não no campo econômico, diz Stuhlberger, da Verde Asset
Por que a revisão em alta agora?
Segundo a S&P Global, a mudança ocorre após o dado melhor que o esperado do PIB norte-americano no quarto trimestre de 2023 e diante de um mercado de trabalho que parece mais resistente do que o considerado há um mês.
A agência também projeta crescimento de 1,5% para os EUA em 2025 e de 1,6% em 2026 — uma revisão em alta de 0,1 ponto porcentual e um corte de 0,2 ponto ante novembro, respectivamente.
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EUA resistem aos juros mais altos em décadas
O desempenho da economia norte-americana não surpreendeu apenas uma das maiores agências de classificação de risco do mundo.
O próprio Federal Reserve (Fed) foi pego no contrapé ao promover o ciclo de aperto monetário mais agressivo dos últimos anos e ver a economia mostrando a sua força.
O banco central norte-americano tirou os juros de quase zero para o maior nível em 22 anos, colocando a taxa referencial na faixa atual de 5,25% a 5,50% ao ano — e não dá sinais de que isso deve mudar no curto prazo.
Muitos analistas chegaram a prever uma recessão para os EUA por conta dos níveis elevados de juros, mas, essa é uma realidade que não parece tão próxima até agora.
Nas projeções desta quinta-feira (22), a S&P Global indica que a inflação deve desacelerar mais nos próximos meses nos EUA, mesmo com um processo até agora desigual nessa perda de fôlego.
A agência não alterou a perspectiva para a política monetária, com um potencial corte de juros de 25 pontos-base em junho, o que levaria a reduções totais de 75 pontos-base nos juros até o fim deste ano.
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