Vem mais pressão pela frente? Saiba o que esperar dos balanços da Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) no 1T24
Para a XP Investimentos, o primeiro trimestre de 2024 deve marcar mais um período fraco para o setor de varejo — mas uma das brasileiras pode se destacar positivamente
A disputa entre as varejistas está prestes a esquentar outra vez — desta vez, com o confronto de balanços do primeiro trimestre de 2024. Após o Mercado Livre (MELI34) abrir a temporada, chegou a vez da Casas Bahia (BHIA3) divulgar os resultados nesta quarta-feira (8). No dia seguinte, o Magazine Luiza (MGLU3) publica o balanço trimestral.
Começando pela Casas Bahia, a perspectiva geral do mercado é que os resultados da continuem fracos no primeiro trimestre, já que ainda devem refletir o período de reestruturação e ajustes na companhia. A empresa anunciou recentemente a aprovação de um plano de recuperação extrajudicial.
A expectativa é de que a tradicional varejista registre um prejuízo ajustado de R$ 365,4 milhões no primeiro trimestre, segundo a média das projeções compiladas pela Bloomberg. Caso confirme a estimativa, a empresa vai aumentar em 37% as perdas em relação aos três primeiros meses de 2023.
Veja as principais estimativas do consenso Bloomberg para a Casas Bahia no 1T24:
- Prejuízo líquido: R$ 375 milhões;
- Receita líquida: R$ 6,69 bilhões;
- Ebitda: R$ 507,5 milhões.
Já o Magazine Luiza (MGLU3) deve divulgar os números operacionais na quinta-feira (9), também depois do fechamento do pregão. Confira a média de estimativas reunidas pela Bloomberg para o Magalu no 1T24:
- Prejuízo líquido: R$ 6,52 milhões;
- Receita líquida: R$ 9,43 bilhões;
- Ebitda: R$ 679,7 milhões;
- Dívida líquida: R$ 8,11 bilhões.
Quer receber em primeira mão as análises dos balanços do 1T24? Clique aqui para receber relatórios de investimentos gratuitos, feitos pelos profissionais da Empiricus Research.
Leia Também
O que dizem os analistas sobre Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3)
O primeiro trimestre de 2024 em geral marca mais um período fraco para o setor de varejo. Do lado do e-commerce, a XP Investimentos avalia que o crescimento da receita deve continuar fraco, com a demanda por bens duráveis ainda pressionada.
Porém, uma das brasileiras pode se destacar positivamente, segundo a corretora.
Para os analistas, o Magazine Luiza (MGLU3) deve reportar melhora nas margens, enquanto a Casas Bahia (BHIA3) ainda deve sentir os impactos da reestruturação.
Além dos desafios individuais de cada negócio, as varejistas ainda devem enfrentar pressões macroeconômicas, com as decisões sobre política monetária no radar, enquanto ajustes tributários também devem impactar o crescimento da receita e dos níveis de rentabilidade.
Veja também:
- Magazine Luiza (MGLU3): antigos donos do KaBuM! pedem assembleia para responsabilizar Fred Trajano por erro no balanço da varejista
- Magazine Luiza (MGLU3) deixa o vermelho e quita R$ 2,1 bilhões em dívidas — logo após rival entrar em recuperação extrajudicial
Para a Genial Investimentos, a Casas Bahia (BHIA3) não só deverá entregar mais um resultado fraco no 1T24, como também nos próximos meses.
Isso porque os analistas projetam uma queda de receita significativa da companhia devido à mudança do mix de vendas do grupo, que decidiu retomar o foco no “core” (Telefonia, eletrodomésticos, eletroportáteis, TVs e móveis).
“Acreditamos que essa mudança deve afetar o GMV (volume bruto de mercadorias, indicador de volume de receita gerada nos canais digitais) da companhia até parte do 3º trimestre”, escreveram os analistas.
Na visão da Genial, é só a partir do terceiro trimestre que o volume bruto de vendas começará a ficar comparável, já que o plano de reestruturação da Casas Bahia teve início em agosto de 2023.
- Decifrando os números do 1T24: veja quais são as ações que você deve comprar, vender ou ficar neutro, na opinião dos analistas.
É importante lembrar que, no fim de abril, a Casas Bahia (BHIA3) animou o mercado com o anúncio de uma recuperação extrajudicial. No pregão seguinte ao anúncio, a varejista disparou mais de 30% na bolsa brasileira.
O acordo com credores permitirá o alongamento do prazo de vencimento de dívidas que somam R$ 4,1 bilhões. A cifra diz respeito aos débitos relacionados às 6ª, 7ª, 8ª e 9ª séries de debêntures da varejista, além das CCBs que ela tem com o Bradesco e o Banco do Brasil.
Com a renegociação, o prazo passa de 22 meses para 72 meses — dando fôlego para a companhia aproveitar as oportunidades de negócios e ainda antecipar alavancas do plano de transformação operacional, segundo o CEO Renato Franklin.
Para a Genial, o otimismo com a recuperação extrajudicial deve impedir reações mais duras ao balanço da Casas Bahia no 1T24. “O primeiro trimestre já não deve fazer mais preço do papel, com o mercado avaliando as perspectivas de menor custo de capital e despesas financeiras apresentado no plano de reperfilamento de dívidas.”
- Leia também: Casas Bahia (BHIA3) deixa o Ibovespa e vai para o ‘banco de reservas’ da bolsa; veja qual ação será a nova titular
Efeito Mercado Livre?
Segundo o Santander, um dos riscos para o Magazine Luiza (MGLU3) é justamente o aumento da competição no mercado de marketplace 3P — isto é, quando o varejista realiza todo o processo de venda e entrega.
E por falar em concorrência, o Mercado Livre (MELI34) é uma das grandes preocupações para o e-commerce brasileiro — especialmente após os resultados robustos divulgados na semana passada.
A empresa registrou um lucro líquido de US$ 334 milhões entre janeiro e março, uma disparada de 71% no comparativo com o mesmo intervalo do ano passado. Já a receita líquida subiu 36% na base anual, para US$ 4,3 bilhões no primeiro trimestre.
Líder na América Latina, parte do impulso da plataforma de e-commerce no 1T24 veio do Brasil e do México, enquanto a operação na Argentina mostrou fraqueza no período.
“O Brasil e o México vêm apresentando um crescimento robusto em commerce e fintech, e há inúmeras oportunidades para crescer ainda mais em toda a região”, escreveu o Mercado Livre, em nota à imprensa.
O volume de vendas (GMV) do Meli cresceu 36% no Brasil em relação ao mesmo período de 2023. Já do lado da fintech Mercado Pago, o apetite dos brasileiros pelo cartão de crédito e a “conta turbinada”, que oferece a maior remuneração do mercado para depósitos acima de R$ 1 mil em um determinado mês, foi o destaque do balanço.
Para o Bank of America, o aumento do GMV do Mercado Livre no Brasil deve-se à estratégia da empresa de investir em serviços e fidelização, enquanto as rivais continuaram a priorizar a lucratividade.
Vale lembrar que, no quarto trimestre de 2023, o Mercado Livre (MELI34) fez o Magazine Luiza (MGLU3) e a Casas Bahia (BHIA3) comerem poeira.
Além de ter atropelado as rivais brasileiras em critério de lucro e de vendas, o Meli foi o único gigante do varejo digital a ganhar participação de mercado no e-commerce, segundo dados da Neotrust.
No comparativo anual, o Mercado Livre ganhou em torno de 10 pontos percentuais (p.p) de participação de mercado no quarto trimestre, contra estabilidade do Magazine Luiza e perda de 2,2 p.p de Casas Bahia.
VEJA TAMBÉM — CEO das Casas Bahia explica por que está tranquilo depois de recuperação extrajudicial
Grupo Toky (TOKY3) quer reduzir a dívida com aumento de capital — mas ainda falta o aval dos acionistas; entenda o que está em jogo
Após concluídas, as operações devem reduzir as dívidas da empresa dona das marcas Tok&Stok e Mobly em aproximadamente R$ 212 milhões
Renault anuncia que grupo chinês Geely, dono da Volvo, comprará 26,4% da sua operação no Brasil, com fortalecimento das montadoras chinesas no país
A Renault do Brasil ficará responsável por distribuir o portfólio elétrico e híbrido da Geely no país, abrindo novas oportunidades em vendas, financiamento e serviços
Ele serve café, limpa janelas e aprende sozinho: robô do futuro entra em pré-venda, mas ainda sem previsão de chegar ao Brasil
Após quase uma década de desenvolvimento, empresa de robótica 1X lança o humanoide Neo, capaz de realizar tarefas domésticas e aprender com o tempo
EMBR3 vai ‘sumir’ da B3 hoje. Entenda o que acontece com as ações da Embraer nesta segunda-feira
A Embraer estreia nesta sessão os novos códigos de negociação nas bolsas do Brasil e dos EUA; veja como ficam os novos tickers
O que a Raízen (RAIZ4) pretende consolidar com a reorganização societária recém-aprovada pelos acionistas
Primeira etapa do plano aprovado por unanimidade envolve a cisão parcial da Bioenergia Barra, cuja parcela patrimonial será incorporada pela Raízen Energia
Azul (AZUL4) anuncia acordo global com credores e apresenta plano revisado de reestruturação
Azul (AZUL4) qualifica acordo com credores como um passo significativo no âmbito do processo de recuperação judicial iniciado em julho nos Estados Unidos
Reorganização na Porto Seguro (PSSA3) abrange incorporação de empresas e acordo com o BTG Pactual
Em fato relevante, Porto Seguro (PSSA3) afirma que objetivo de reorganização interna aprovada ontem em assembleia extraordinária é simplificar sua estrutura de negócios
Por que o BB Investimentos resolveu cortar o preço-alvo da MRV (MRVE3) às vésperas do balanço do terceiro trimestre?
Segundo analistas do banco, a base forte de comparação com o terceiro trimestre do ano passado é um elemento por trás na revisão do preço-alvo; recomendação ainda é de compra
Zuckerberg sai do top 3 e vê Bezos e Page ultrapassarem sua fortuna
A fortuna do criador do Facebook encolheu R$ 157 bilhões em um único dia, abrindo espaço para Jeff Bezos e Larry Page no pódio dos bilionários
Lemann, cerveja e futebol: Dona da Ambev desbanca a Heineken e fatura a Champions League
AB InBev vai substituir a Heineken como patrocinadora do principal campeonato de futebol da Europa por € 200 milhões por ano
“Se o investidor acredita no minério acima de US$ 100, melhor se posicionar nas ações”. Por que o CEO e o CFO da Vale (VALE3) veem oportunidade agora?
A declaração tem respaldo no desempenho operacional da Vale — mas não só nele; descubra o que está por trás o otimismo dos executivos com a ação da mineradora neste momento
A lição deixada pelo ataque cibernético que parou a linha de montagem da Jaguar Land Rover
Maior fabricante automotiva do Reino Unido não produziu nenhum veículo em setembro devido a ataque cibernético
“É provável que tenhamos dividendos extraordinários em breve”, diz executivo da Vale — eis o que precisa acontecer para isso
Após desempenho operacional e financeiro considerados robustos no terceiro trimestre, o CFO Marcelo Bacci e o CEO Gustavo Pimenta dizem se a compra bilionária de debêntures e se a tributação de dividendos podem afetar a distribuição dos proventos da mineradora daqui para frente
Cade dá o sinal verde para que BTG e Perfin injetem R$ 10 bilhões na Cosan (CSNA3) por meio da subscrição de ações
Com aval do Cade, Cosan se aproxima do aporte bilionário de BTG e Perfin e busca aliviar a pressão financeira
Raízen (RAIZ4) na corda bamba: Moody’s coloca nota de crédito sob revisão; veja motivos
A agência afirma que a análise da revisão da Raízen se concentrará em iniciativas que possam potencialmente contribuir para uma melhoria na estrutura de capital da empresa
Ata da Ambipar (AMBP3) contradiz versão oficial e expõe aval do conselho a operações com Deutsche Bank antes da crise
Documento não divulgado à CVM mostra que o conselho da Ambipar aprovou os contratos de swap com o Deutsche Bank; entenda
Gerdau (GGBR4) vai pagar mais de meio bilhão de reais em dividendos mesmo com queda de 24% do lucro
Metalúrgica Gerdau também anunciou a distribuição de proventos aos acionistas, equivalentes a R$ 0,19 por ação, totalizando R$ 188,8 milhões; confira os prazos
Netflix mais barata na bolsa: gigante do streaming desdobrará ações proporção de 10 para 1 em operação questionada por Warren Buffett
O megainvestidor é famoso por se recusar a desdobrar as ações da Berkshire Hathaway e criou uma classe de ações “B” com preços mais modestos
Rebatizado: Banco Central autoriza BlueBank a readotar o nome Letsbank após mudança feita em março, quando passou à gestão de Maurício Quadrado
A autorização vem na esteira da decisão do BC que rejeitou a transferência de controle do BlueBank para Quadrado e vetou a venda do grupo Master ao BRB
Vale (VALE3) bate projeção com lucro de US$ 2,7 bilhões no terceiro trimestre; confira os números da mineradora
A estimativa da Bloomberg indicava para queda do lucro líquido entre julho e setembro e um crescimento mais tímido da receita no período; ADRs sobem no after hours em Nova York
