Oi (OIBR3) salta 18% após lucro de R$ 15 bilhões no 2T24 — mas aqui estão os motivos para não se empolgar com o balanço da operadora
Apesar de surpreender o mercado, o lucro inesperado aconteceu por um fator contábil ligado à aprovação do plano de recuperação judicial

O balanço da Oi (OIBR3) no segundo trimestre de 2024 pegou de surpresa qualquer investidor desavisado após a operadora registrar lucro líquido de R$ 15 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 845 milhões no mesmo intervalo do ano passado.
Não à toa, as ações dispararam na bolsa brasileira pela manhã e chegaram a superar a marca dos 23% em valorização, mas arrefeceram os ganhos para 18,60% por volta das 11h45, a R$ 5,10. No ano, os papéis ainda marcam queda de 21%.
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É importante destacar, porém, que o lucro inesperado deu-se meramente por um fator contábil ligado à aprovação do plano de recuperação judicial da companhia em abril.
Isso porque o plano abateu cerca de 70% da dívida da operadora por meio de descontos, parcelamento e conversão de valores em ações. Esse movimento gerou um ganho contábil de R$ 14,69 bilhões — ou seja, sem efeito no caixa da empresa.
Confira o impacto estimado dos efeitos da reestruturação e do acordo com a V.tal, de acordo com a Oi:
- Ajuste acordo com V.tal: - R$ 2,8 bilhões
- Reestruturação de fornecedores: + R$ 1,9 bilhão
- Reestruturação da dívida financeira e passivos onerosos: + R$ 19,5 bilhões
Com isso, o saldo da dívida bruta caiu 63,9% em relação ao segundo trimestre de 2023, para R$ 8,56 bilhões, enquanto o endividamento líquido recuou 68,6% na mesma base, a R$ 6,64 bilhões.
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Nem tudo positivo para a Oi (OIBR3)
Mas enquanto o lucro multibilionário superou as expectativas do mercado, as outras linhas do balanço da Oi (OIBR3) continuaram a sentir a pressão da reestruturação.
A receita líquida consolidada caiu 12,6% em relação ao mesmo período de 2023, para R$ 2,1 bilhões.
A cifra foi impactada pela queda acelerada de receitas não estratégicas, que incluem serviços legados de cobre e atacado regulado e operações tradicionais de telecomunicações, como telefone fixo e TV por satélite.
Além disso, a receita dos serviços considerados “core” — isto é, a Oi Fibra e a Oi Soluções, que representam mais de 70% do faturamento total da Nova Oi — recuaram 8,5% na base anual.
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Por sua vez, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), usado para mensurar a geração de caixa, foi negativo em R$ 318 milhões no segundo trimestre, contra uma cifra positiva de R$ 42 milhões no mesmo período de 2023.
Já o Ebitda de rotina — que exclui itens considerados não recorrentes — foi negativo em R$ 83 milhões, pressionado pelo acordo de não litígio com a V.tal, que teve um efeito negativo de R$ 234 milhões.
A Oi também deu sequência à queima de caixa, com um consumo de R$ 226 milhões no fluxo operacional.
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O que dizem os analistas
Para a Genial Investimentos, o balanço da Oi (OIBR3) no segundo trimestre foi fraco — mesmo com a melhora no lucro e endividamento.
“Apesar de reduzir significativamente sua dívida líquida de R$ 25,4 bilhões para R$ 6,6 bilhões devido à recuperação judicial, a empresa não mostrou progresso operacional. Continuou enfrentando queima de caixa substancial, com uma queda anual nos números e apenas uma leve melhora em relação ao trimestre anterior”, escreveram os analistas.
Na avaliação da Genial, a potencial venda da operação da ClientCo e da participação na V.tal poderia ajudar na amortização das dívidas, a depender dos valores das transações.
Porém, as operações implicariam na venda de seus “ativos mais valiosos” — o que, na visão dos analistas, é preocupante, dado que a empresa já enfrenta dificuldades operacionais.
A corretora manteve recomendação de venda para as ações OIBR3, com preço-alvo de R$ 4,00 — implicando em uma desvalorização potencial de 6,9% em relação ao último fechamento.
*Com informações do Estadão Conteúdo.
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