Grupo Mateus (GMAT3) ganha cobertura de grande banco estrangeiro, que vê potencial de alta de 18% para as ações
Ainda que enxerguem uma chance de valorização, os analistas do JP Morgan recomendaram manter uma posição neutra em relação aos papéis da varejista

Os analistas do JP Morgan iniciaram a cobertura da terceira maior companhia varejista do Brasil, o Grupo Mateus (GMAT3). De cara, os especialistas colocaram um preço-alvo de R$ 9,00 por ação para dezembro de 2025, o que representa um potencial de alta de 18% em relação às cotações de fechamento da última quinta-feira (12).
Em um primeiro momento, o início da cobertura da empresa parece um bom sinal para o Grupo Mateus. Contudo, os analistas também recomendaram manter uma posição neutra em relação aos papéis da varejista.
E essa avaliação não vem do fato de o grupo estar em um ritmo de crescimento mais acelerado do que o da concorrência. Pelo contrário: os analistas afirmam que a varejista deve manter a toada, aproveitando a vantagem de ser pioneira em muitos mercados regionais, como Norte e Nordeste, por exemplo.
- Lula ‘de olho’ nos dividendos da Petrobras (PETR4)? Presidente encaminha projeto ao congresso que pode ter impacto nos proventos da estatal; entenda
Do outro lado, suas principais concorrentes no ramo de atacado — o Assaí e o Grupo Carrefour (Atacadão) — estão reduzindo o ritmo de crescimento visando melhorar os níveis de alavancagem operacional.
“O Grupo Mateus está expandindo em um ritmo cerca de três vezes mais rápido. Isso deve se traduzir em um crescimento superior a 20% nos próximos anos, mais de duas vezes o ritmo que vemos para Assaí e Carrefour Brasil (Atacadão), os principais operadores nacionais de atacado”, escrevem os analistas.
Entenda a seguir um pouco dos negócios do grupo — e porque é preciso cautela com a varejista:
Leia Também
Grupo Mateus (GMAT3): uma lupa nos negócios
Antes de mais nada, é preciso conhecer um pouco dos negócios do Grupo Mateus para entender os pontos negativos.
O grupo Mateus foi fundado em 1986 no Maranhão e tem um valor de mercado da ordem de pouco menos de R$ 17 bilhões. Nesta sexta-feira (13), as ações fecharam em queda de 2,48%, negociadas a R$ 7,47.
A varejista opera em mercados onde o poder de compra é inferior à média brasileira e há uma maior presença de beneficiários de programas sociais.
Do ponto de vista operacional, os custos logísticos de atuar nas regiões Norte e Nordeste são elevados, ainda mais levando em conta que uma parte relevante da base da cadeia de suprimentos fica no Sudeste, o que tende a aumentar os prazos de entrega e o frete.
Mas isso também abre espaço para uma competição menor, dando ao grupo a vantagem do que os analistas chamam de “primeiro movimento”, especialmente em pequenos mercados locais.
“No geral, isso significa que o Grupo Mateus é capaz de compensar os maiores custos logísticos por meio de uma margem bruta mais elevada e alavancagem operacional”, escrevem os analistas.
- LEIA TAMBÉM: A melhor ação do agro para se ter na carteira nesse momento, segundo os analistas entrevistados pelo Seu Dinheiro
Balanço saudável e oportunidades de crescimento
Como dito anteriormente, Assaí e Atacadão (Carrefour) estão reduzindo seus investimentos e buscam melhorar a alavancagem. Respectivamente, as varejistas operam com uma relação de quatro e três vezes a dívida sobre o Ebitda (medida utilizada pelo mercado para avaliar a geração de caixa de uma empresa).
Já o Grupo Mateus opera com uma relação de 0,5 vezes dívida/Ebitda, o que corrobora para dar mais credibilidade ao plano de expansão.
Além disso, as ações do grupo maranhense também estão baratas em relação à concorrência.
Em números, o JP Morgan trabalha com uma relação preço/lucro (P/E) de 10 vezes até o fim de 2025 para o Grupo Mateus. No mesmo período, o Assaí é negociado 13xP/E e o Atacadão, 11xP/E.
Assim, as perspectivas de crescimento da varejista são melhores que a dos pares, com um crescimento anual composto de 25% nos próximos cinco anos, contra 20% do Atacadão.
Para o próximo quinquênio, o Assaí deve crescer cerca de 30% no mesmo intervalo — porém, vale lembrar que a rede tem uma base de comparação mais fraca, além do resultado ser impulsionado pela redução da alavancagem, o que não necessariamente implica em um crescimento e, sim, uma melhora operacional.
E os problemas do Grupo Mateus
Como primeiro destaque negativo, os analistas do JP Morgan ressaltam que o Grupo Mateus ainda é uma empresa familiar, ainda que a varejista direcione esforços para a profissionalização da gestão.
“Há riscos de que a empresa não seja capaz de contratar, reter ou desenvolver talentos de ponta para executar seus planos de crescimento, colocando as melhorias esperadas sob risco. Além disso, os interesses da família podem não estar 100% alinhados com os acionistas minoritários”, escrevem os analistas.
Por falar nos minoritários, as ações da empresa também possuem uma menor liquidez, o que pode gerar alguma volatilidade nos papeis. O volume diário negociado é da ordem de US$ 4 milhões, abaixo de Assaí (US$ 26 milhões) e Atacadão (US$ 13 milhões).
Ainda no quesito de modelo de negócios da empresa, as operações foram organizadas com base nos incentivos fiscais ao Grupo, representando cerca de 75% dos ganhos.
Em outras palavras, alterações nas estruturas desses benefícios poderiam abalar o modelo de negócios. Vale lembrar que o Grupo Mateus recebeu uma notificação da Receita Federal no valor de R$ 1 bilhão recentemente, apenas para citar um exemplo.
Por último, mudanças na dinâmica econômica brasileira, como recuperação da massa salarial e mesmo a alteração de benefícios sociais do governo federal poderiam influenciar nos negócios do Grupo Mateus, o que explica o JP Morgan manter uma recomendação neutra para as ações da varejista.
Vale (VALE3) consegue licença para projeto de US$ 290 milhões no Pará; ações sobem mais de 3% na bolsa
A mineradora informou que investirá os recursos na fase de implantação do novo projeto, que pretende dobrar a produção de cobre na próxima década
Americanas (AMER3) consegue “colher de chá” de R$ 500 milhões para pagar o que deve à União
Em meio à recuperação judicial, a varejista alcançou um acordo com a PGFN para quitar dívidas fiscais milionárias
Acionistas minoritários são favoráveis à fusão entre Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3) — mas ainda há outras etapas para oficializar o casamento
Nos votos à distância reportados pela BRF, houve 35% favoráveis à fusão, ante 16% contrários
Do canteiro de obras ao mercado financeiro: como uma incorporadora de alto padrão conseguiu captar meio bilhão com títulos verdes
Tegra estrutura política de sustentabilidade e capta R$ 587 milhões com debêntures e CRI verdes; experiência aponta caminhos possíveis para o setor
Nelson Tanure contrata Rothschild para estruturar oferta pela Braskem (BRKM5), diz jornal
O empresário pretende adquirir a participação da Novonor indiretamente, comprando as ações da holding que controla a fatia da petroquímica
Alpargatas (ALPA4) fecha acordo com Eastman Group, que será distribuidora exclusiva da Havaianas nos Estados Unidos e Canadá
O acordo de distribuição marca uma mudança importante no modelo de operação da companhia na América do Norte
Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), fecha contrato bilionário para decolar com seus ‘carros voadores’ nos céus de São Paulo
Atualmente, a capital paulista possui mais de 400 helicópteros registrados e cerca de 2 mil decolagens e aterrissagens diárias
“Investir sem se preocupar com impacto é quase uma irresponsabilidade”, afirma Daniel Izzo, da Vox Capital
O sócio-fundador da primeira venture capital de impacto do país conta como o setor vem se desenvolvendo, quem investe e os principais desafios para a sua democratização
Após três anos da privatização, Eletrobras (ELET3) ainda não atingiu as expectativas do mercado; entenda o que está travando a ex-estatal
A companhia do setor elétrico avanços nesse período, contudo, o desempenho das ações ainda está aquém do esperado pelo mercado
Dividendos e JCP: saiba quanto a Multiplan (MULT3) vai pagar dessa vez aos acionistas e quem pode receber
A administradora de shopping center vai pagar proventos aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio; confira os detalhes
Compra do Banco Master: BRB entrega documentação ao BC e exclui R$ 33 bi em ativos para diminuir risco da operação
O Banco Central tem um prazo de 360 dias para analisar a proposta e deliberar pela aprovação ou recusa
Prio (PRIO3): Santander eleva o preço-alvo e vê potencial de valorização de quase 30%, mas recomendação não é tão otimista assim
Analistas incorporaram às ações da petroleira a compra da totalidade do campo Peregrino, mas problemas em outro campo de perfuração acende alerta
Estreia na Nyse pode transformar a JBS (JBSS32) de peso-pesado brasileiro a líder mundial
Os papéis começaram a ser negociados nesta sexta-feira (13); Citi avalia catalisadores para os ativos e diz se é hora de comprar ou de esperar
Minerva (BEEF3) entra como terceira interessada na incorporação da BRF (BRFS3) pela Marfrig (MRFG3); saiba quais são os argumentos contrários
Empresa conseguiu autorização do Cade para contribuir com dados e pareceres técnicos
“Com Trump de volta, o greenwashing perde força”, diz o gestor Fabio Alperowitch sobre nova era climática
Para o gestor da fama re.capital, retorno do republicano à Casa Branca acelera reação dos ativistas legítimos e expõe as empresas oportunistas
Dividendos e JCP: Telefônica (VIVT3), Copasa (CSMG3) e Neoenergia (NEOE3) pagam R$ 1 bilhão em proventos; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da B3, a operadora da bolsa brasileira, que anunciou na noite desta quinta-feira (11) R$ 378,5 milhões em juros sobre capital próprio
Radar ligado: Embraer (EMBR3) prevê demanda global de 10,5 mil aviões em 20 anos; saiba qual região é a líder
A fabricante brasileira de aviões projeta o valor de mercado de todas as novas aeronaves em US$ 680 bilhões, avanço de 6,25% em relação ao ano anterior
Até o Nubank (ROXO34) vai pagar a conta: as empresas financeiras mais afetadas pelas mudanças tributárias do governo
Segundo analistas, os players não bancários, como Nubank, XP e B3, devem ser os principais afetados pelos novos impostos; entenda os efeitos para os balanços dos gigantes do setor
Dividendo de R$ 1,5 bilhão da Rumo (RAIL3) é motivo para ficar com o pé atrás? Os bancos respondem
O provento representa 70% do lucro líquido do último ano e é bem maior do que os R$ 350 milhões distribuídos na última década. Mas como fica a alavancagem?
O sinal de Brasília que faz as ações da Petrobras (PETR4) operarem na contramão do petróleo e subirem mais de 1%
A Prio e a PetroReconcavo operam em queda nesta quinta-feira (12), acompanhando os preços mais baixos do Brent no mercado internacional