🔴 MARATONA ONDE INVESTIR 2º SEMESTRE: ASSISTA TODOS OS PAINÉIS DO EVENTO – CLIQUE PARA LIBERAR

Camille Lima

Camille Lima

Repórter de bancos e empresas no Seu Dinheiro. Bacharel em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.

LOCADORAS DE VEÍCULOS

Depois de ‘comer poeira’ da Localiza (RENT3), o jogo virou para a Movida (MOVI3)? Gestores revelam o que esperar das locadoras daqui para frente

Na avaliação de analistas e gestores, o principal risco para as locadoras é o futuro do mercado de seminovos e da depreciação

Camille Lima
Camille Lima
9 de setembro de 2024
6:03 - atualizado às 9:36
Localiza (RENT3) e Movida (MOVI3)
Localiza (RENT3) e Movida (MOVI3) - Imagem: Divulgação/Canva Pro/Montagem Seu Dinheiro

Se antes o mercado apostava que a Movida (MOVI3) teria ficado para trás na corrida das locadoras de automóveis, a safra de balanços do segundo trimestre de 2024 veio para chacoalhar as perspectivas do mercado — especialmente no que diz respeito à liderança hegemônica da Localiza (RENT3).

No início de agosto, a Movida surpreendeu os analistas com uma combinação de números acima das expectativas no balanço de abril a junho, especialmente do lado da depreciação, faturamento e geração de caixa. Em meio à euforia com os indicadores, as ações MOVI3 saltaram mais de 16% na B3 na sessão posterior ao balanço.

Por outro lado, a principal player do segmento, a Localiza (RENT3) foi penalizada na bolsa na mesma proporção no pregão que seguiu a divulgação do resultado, em meio a preocupações pelo impacto elevado da queda de preços de carros usados e por um impairment bilionário e inesperado entre as linhas do balanço.

A discrepância dual entre os resultados levantou um principal questionamento entre os investidores: a Movida conseguiu enfim virar o jogo contra a Localiza?

O que a Movida (MOVI3) fez que agradou tanto os investidores?

É quase consenso entre os gestores consultados pelo Seu Dinheiro que o principal “acerto” da Movida (RENT3) foi ter antecipado o impairment da frota para o quarto trimestre de 2023.

Em dezembro, a companhia anunciou uma provisão para depreciação adicional de R$ 391 milhões para a frota de carros.

Leia Também

Esse ajuste no valor residual da frota permitiu que a companhia antecipasse a queda de preços dos carros seminovos e entrasse em 2024 com “balanços limpos”, conseguindo focar na estratégia de “readequação da rentabilidade” por meio do aumento de tarifas no segmento de aluguel (RAC). 

Enquanto isso, a Localiza (RENT3) não só esperou até o segundo trimestre deste ano para anunciar as provisões, como também divulgou um impairment muito acima do que o mercado esperava, em meio à pressão da depreciação dos carros usados.

A empresa anunciou um total de provisão para ajuste a valor recuperável da frota, impairment e depreciação adicional de R$ 1,67 bilhão.

Acontece que, mesmo com a surpresa negativa com o impairment, a Localiza não vê uma melhora significativa nos preços dos carros — ao menos nos próximos trimestres —, de acordo com o guidance de depreciação da companhia.

Foto: Reprodução

“Mesmo com esse impairment mais alto, a Localiza deu um guidance de depreciação ainda muito alta. Isso mostra que a situação era bem mais complexa do que a apresentada”, afirmou um gestor.

‘Deseconomia de escala’

Para um gestor com posição comprada nas ações MOVI3, a Movida também pode estar se beneficiando de sua escala menor para recompor essa rentabilidade — já que, devido ao tamanho da frota atual, a Localiza teria maior dificuldade em alocar os veículos nos mercados que encontram-se “mais eficientes no momento”.

“Historicamente, a Localiza surfou muito das vantagens de escala da companhia, já que, por ser o maior player, tinha capacidade de comprar e vender carros com custo de dívida mais baixo, o que possibilitava ter uma rentabilidade superior à dos concorrentes. Só que ela chegou num tamanho que talvez agora comecem a surtir alguns efeitos de ‘deseconomia de escala’”, afirmou.

“O aumento do preço de tarifa maior na Movida, principalmente no RAC, se dá pelo fato de que a frota corresponde a cerca de um quarto da Localiza. Em um cenário de mercado mais apertado, ter uma frota menor possibilita alocar esses carros de forma mais eficiente nos segmentos que são mais rentáveis.”

Já na avaliação de outro gestor, a questão da “deseconomia de escala” da Localiza ainda afeta o desempenho da empresa no negócio de venda de carros usados.

“Uma companhia é o triplo da outra, então naturalmente a Localiza deveria ter mais dificuldade de vender carro com a depreciação em momento de mercado mais difícil.”

A depreciação e outros riscos no radar

Na avaliação de analistas e gestores, o principal risco para o desempenho das locadoras daqui para frente é justamente o futuro do mercado de seminovos.

Segundo os especialistas, hoje há baixa visibilidade de quando — ou até mesmo se — o mercado de carros usados vai melhorar.

Caso essa deterioração na dinâmica de preços continue, a abertura (gap) entre os carros zero quilômetro e os usados deve aumentar e seguir pressionando os balanços de empresas como a Movida e a Localiza.

“Tem uma grande incerteza sobre para onde vai caminhar a depreciação, e as locadoras estão sofrendo por conta disso. Mas se você olhar para o operacional, em termos de preços de diárias a situação ainda está bastante saudável”, afirmou Henrique Cavalcante, analista da Empiricus. 

Há alguns meses vista como um dos principais riscos para as locadoras, a “invasão chinesa” de montadoras e veículos elétricos já não gera tantas rugas de preocupação entre os analistas, mas é avaliada como “um ponto a monitorar daqui para frente”.

Segundo os economistas, o impacto da entrada das montadoras de veículos asiáticas ainda é incerto. No curto prazo, os preços promocionais dos veículos poderiam adicionar pressão ao mercado, mas eventualmente a situação deveria se ajustar — especialmente em um cenário de dólar mais alto.

Na avaliação de um gestor, o potencial aumento dos juros no Brasil adicionaria ainda mais incerteza ao negócio da Movida e da Localiza.

Isso porque o aperto monetário e as elevadas taxas de juros tendem a reduzir a disponibilidade de crédito — o que resultaria em cenário mais restritivo para compras de carros e maior pressão na depreciação dos automóveis.

E agora, o que fazer com as ações da Movida e da Localiza?

A melhora nas perspectivas para a Movida se traduziu no desempenho das ações na bolsa, que acumulam ganhos de 10% desde a publicação do balanço, diminuindo a distância em relação à principal rival. Já a Localiza viu as cotações caírem 12% na tela desde a divulgação dos números do segundo trimestre.

Foto: TradingView

As ações MOVI3 hoje contam com nove recomendações de “compra” e duas neutras, segundo o TradeMap.

Para um gestor, depois de uma queda de 41% na bolsa em 2024, a Movida hoje negocia a “valor de reposição” — ou seja, o valor atual dela seria o equivalente ao desembolso de adquirir o número de carros que ela possui e montar a empresa do zero. 

O valor de mercado da companhia hoje é estimado em pouco mais de R$ 2,5 bilhões.

“A margem de segurança é muito alta, porque se o valuation não cair mais, no limite a empresa pode simplesmente vender os carros e devolver o dinheiro para o acionista”, disse.

Na avaliação do economista, a Movida também foi a principal beneficiária da combinação de negócios entre a Unidas e a Localiza.

“Ela deixou de ser a terceira maior player do setor e assumiu medalha de prata. Abaixo dela não tem ninguém. Isso acabou por tirar a Movida de um cenário em que seria necessário lutar para entregar uma rentabilidade acima do custo de capital. A gente acha que a empresa tem capacidade de entregar um spread de rentabilidade abaixo de 13 pontos percentuais — e quando houver uma melhora do mercado, ela vai entregar a rentabilidade substancialmente maior que o custo capital.”

Já do lado da Localiza, mesmo com o balanço aquém das expectativas, há quem veja a queda das ações RENT3 como uma oportunidade de entrada. No ano, a desvalorização chega a 32%.

De acordo com a plataforma TradeMap, os papéis atualmente possuem 11 recomendações de “compra” e duas de “manutenção”. 

“Os papéis estão bem amassados, mas temos uma tese estrutural para as ações da Localiza. Na nossa avaliação, a empresa deve continuar tomando espaço de outros players por ter um balanço mais forte e mais escala. Existe um espaço relevante para recuperação, mas o cenário só deve ter uma cor melhor a partir do segundo trimestre de 2025”, disse o analista da Empiricus.

Nas contas da Empiricus, as ações da Localiza hoje negociam a um múltiplo de 13 vezes a relação entre preço e lucro de 2025, um desconto de cerca de 20% em relação à média dos últimos dois anos. A casa de análise tem recomendação de compra para os papéis RENT3.

Procuradas pelo Seu Dinheiro, ambas as empresas não se pronunciaram para esta reportagem.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
INSEGURANÇA CIBERNÉTICA

Dados de clientes da Centauro são expostos, em mais um caso de falha em sistemas de cibersegurança

4 de julho de 2025 - 11:57

Nos últimos 10 meses, foram reportados ao menos 5 grandes vazamentos de dados de clientes de empresas de varejo e de instituições financeiras

FALHA DE CIBERSEGURANÇA

Ataque hacker: Prisão de suspeito confirma o que se imaginava; entenda como foi orquestrado o maior roubo da história do Brasil

4 de julho de 2025 - 9:22

Apesar de em muito se assemelhar a uma história de filme, o ataque — potencialmente o maior roubo já visto no país — não teve nada de tão sofisticado ou excepcional

FÁCIL

CVM facilita registro e ofertas públicas para PMEs; conheça o novo regime para empresas de menor porte

3 de julho de 2025 - 20:05

A iniciativa reduz entraves regulatórios e cria regras proporcionais para registro e ofertas públicas, especialmente para companhias com receita bruta anual de até R$ 500 milhões

AÇÃO DO MÊS

Cinco ações empatam entre as mais recomendadas para o mês de julho; confira quais são

3 de julho de 2025 - 15:30

Os cinco papéis receberam duas recomendações cada entre as 12 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro

O DEBATE CONTINUA

Abrasca defende revisão das regras do Novo Mercado e rebate críticas sobre retrocesso na governança

3 de julho de 2025 - 14:54

Executivos da associação explicam rejeição às propostas da B3 e apontam custos, conjuntura econômica e modelo de decisão como fatores centrais

MERCADOS HOJE

Ação da Klabin (KLBN11) salta até 4% na bolsa; entenda o que está por trás dessa valorização e o que fazer com o papel

3 de julho de 2025 - 14:49

Pela manhã, a empresa chegou a liderar a ponta positiva do principal índice da bolsa brasileira

REDUC E BOAVENTURA

Megaprojeto da Petrobras (PETR4) prevê aporte de R$ 26 bilhões em refino com  participação da Braskem (BRKM5). Mas esse é um bom investimento para a estatal?

3 de julho de 2025 - 14:14

Considerando todos os recursos, o investimento no Rio de Janeiro ultrapassa os R$ 33 bilhões; à Braskem caberá R$ 4,3 bilhões para a ampliação da produção de polietileno

VAI OU NÃO VAI?

Câmara chama Gabriel Galípolo para explicar possível aval do Banco Central à compra do Master pelo BRB

3 de julho de 2025 - 12:45

Operação já foi aprovada pela Superintendência-Geral do Cade e agora aguarda autorização da autoridade monetária

ESTAMOS EM OBRAS

Oi (OIBR3) entra com pedido de recuperação judicial para duas subsidiárias

3 de julho de 2025 - 10:54

Segundo o fato relevante divulgado ao mercado, o movimento faz parte do processo de reestruturação global do grupo

ATAQUE HACKER

Roubo do século: Banco Central autoriza C&M a religar os serviços após ataque hacker; investigações continuam

3 de julho de 2025 - 10:05

De acordo com o BC, a suspensão cautelar da C&M foi substituída por uma suspensão parcial e as operações do Pix da fintech voltam ao ar nesta quinta-feira

O CÉU É O LIMITE

Embraer (EMBR3) ganha ritmo: entregas e ações da fabricante avançam no 2T25; Citi vê resultados promissores

2 de julho de 2025 - 19:29

A estimativa para 2025 é de que a fabricante brasileira de aeronaves entregue de 222 a 240 unidades, sem contar eventuais entregas dos modelos militares

COMPRA OU VENDA

Banco do Brasil (BBAS3) decepciona de novo: os bancos que devem se sair melhor no segundo trimestre, segundo o BofA

2 de julho de 2025 - 16:43

A análise foi feita com base em dados recentes do Banco Central, que revelam desafios para alguns gigantes financeiros, enquanto outros reforçam a posição de liderança

FIM DE UMA ERA?

WEG (WEGE3) deve enfrentar um segundo trimestre complicado? Descubra os sinais que preocupam o Itaú BBA

2 de julho de 2025 - 16:19

O banco alerta que não há gatilhos claros de curto prazo para retomada da queridinha dos investidores — com risco de revisões negativas nos lucros

GANHANDO TEMPO

Oi (OIBR3) propõe alteração de plano de recuperação judicial em busca de fôlego financeiro para evitar colapso; ação cai 10%

2 de julho de 2025 - 14:15

Impacto bilionário no caixa, passivo trabalhista explodindo e a ameaça de insolvência à espreita; entenda o que está em jogo

ATAQUE HACKER

Exclusivo: Fintech afetada pelo ‘roubo do século’ já recuperou R$ 150 milhões, mas a maior parte do dinheiro roubado ainda está no “limbo”

2 de julho de 2025 - 13:36

Fontes que acompanham de perto o caso informaram ao Seu Dinheiro que a BMP perdeu em torno de R$ 400 milhões com o ataque cibernético; dinheiro de clientes não foi afetado

SEM MÁSCARA, MAS COM CINTO

Gol (GOLL54) encerra capítulo da recuperação judicial, mas processo deixa marca — um prejuízo de R$ 1,42 bilhão em maio; confira os detalhes

2 de julho de 2025 - 13:10

Apesar do encerramento do Chapter 11, a companhia aérea segue obrigada a enviar atualizações mensais ao tribunal norte-americano até concluir todas as etapas legais previstas no plano de recuperação

REVIU E BAIXOU

Vale (VALE3) mais pressionada: mineradora reduz projeção de produção de pelotas em 2025, mas ações disparam 2%; o que o mercado está vendo?

2 de julho de 2025 - 11:51

A mineradora também anunciou que vai paralisar a operação da usina de pelotas de São Luís durante todo o terceiro trimestre

DE CARA NOVA

Natura começa a operar com novo ticker hoje; veja o que esperar da companhia após mudança no visual

2 de julho de 2025 - 11:25

O movimento faz parte de um plano estratégico da Natura, que envolve simplificação da estrutura societária e redução de custos

O QUE FAZER COM AS AÇÕES?

Casas Bahia (BHIA3): uma luz no fim do túnel. Conversão da dívida ajuda a empresa, mas e os acionistas?

2 de julho de 2025 - 10:41

A Casas Bahia provavelmente vai ter um novo controlador depois de a Mapa Capital aceitar comprar a totalidade das debêntures conversíveis em ações. O que isso significa para a empresa e para o acionista?

SINAL AMARELO

Empresas do Novo Mercado rejeitam atualização de regras propostas pela B3

2 de julho de 2025 - 10:09

Maioria expressiva das companhias listadas barra propostas de mudanças e reacende debate sobre compromisso com boas práticas corporativas no mercado de capitais; entenda o que você, investidor, tem a ver com isso.

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar