Copel (CPLE6) quer se tornar ‘benchmark’ do setor de energia nos próximo 5 anos — e ainda pode pagar dividendos extraordinários, diz CEO
A expectativa de Daniel Slaviero é que, com a privatização, a companhia paranaense elimine a maior parte das ineficiências de estatal dentro dos próximos anos
Já se passaram quase seis meses desde a privatização da Copel (CPLE6) — mas as promessas feitas na época da oferta de ações que retirou a companhia das mãos do governo do Paraná ainda dominam a pauta do CEO Daniel Slaviero.
Em entrevista ao Seu Dinheiro realizada durante o “Latin America Investment Conference” (LAIC), evento promovido pelo UBS, o CEO revelou que o principal objetivo da Copel é se tornar “o grande benchmark do setor de energia dentro dos próximos três a cinco anos”.
“Estamos muito confiantes de que a Copel seja um dos grandes benchmarks do setor por ser eficiente e contar com um grande foco em geração de valor”, afirma Slaviero. “Porque a empresa tem características muito únicas, é uma companhia madura e com uma base de ativos muito relevantes.”
Segundo o executivo, a aposta de que a paranaense se torne referência no mercado de energia é baseada ainda em três pilares: a base de ativos da empresa, a situação integrada e a evolução da cultura de pessoas com novas competências.
A expectativa do CEO é que, com a privatização, a Copel elimine a maior parte das ineficiências atribuídas aos tempos de estatal dentro dos próximos anos — e ainda seja impulsionada pela recuperação dos preços de energia.
A agenda da Copel (CPLE6) para 2024
De acordo com o executivo, o ano de 2024 servirá para “arrumar a casa” e direcionar os esforços de alocação de capital para o “coração do negócio”: o segmento de distribuição de energia.
Leia Também
Uma das maiores estratégias da empresa para este ano é o plano de desinvestimento em ativos considerados não estratégicos, como a Compagás, e a simplificação das participações da companhia em outros negócios.
“Você não vai ter um bom negócio todo ano. Mas quando surgir a oportunidade, você precisa estar preparado para ser competitivo”, me contou Slaviero, após o painel em evento do UBS.
Para o CEO, os maiores desafios da Copel após o follow-on de privatização são justamente as transições de procedimentos internos de estatal para uma empresa privada.
“Agora, você não precisa mais de licitação para comprar novos ativos e pode atrair novos talentos, então existe toda uma preparação para performar um ambiente totalmente privado.”
Slaviero ressaltou a complexidade da melhoria de eficiência na operação da Copel, especialmente após a fusão de áreas devido ao programa de demissão voluntária (PDV).
PODCAST TOUROS E URSOS - O ano das guerras, Trump rumo à Casa Branca e China mais fraca: o impacto nos mercados
A Copel vai para o Novo Mercado da B3?
Ainda está na agenda da Copel a migração para o Novo Mercado, o nível mais alto de governança corporativa da B3, e na bolsa de valores de Nova York (NYSE) para ampliar a quantidade de investidores estrangeiros na base de acionistas da empresa.
“Nossa intenção é fazer essa migração tanto na B3 quanto na Nyse. Apesar de dividir a liquidez, a listagem lá fora sinaliza mais transparência para o investidor internacional, e isso é uma grande agenda da empresa para o longo prazo.”
Afinal, o objetivo do Novo Mercado é aumentar o padrão de governança corporativa das companhias com ações listadas na B3 e reduzir as diferenças entre controladores e acionistas minoritários das empresas.
Entretanto, o executivo não deu previsões de quando as listagens deverão acontecer — porém, a migração na B3 está condicionada aos próximos capítulos do caso da Eletrobras em relação ao direito de voto da União, segundo Slaviero.
Vale lembrar que o governo questiona no Supremo Tribunal Federal (STF) a decisão da ex-estatal federal de limitar o poder de voto dos acionistas a 10% do capital.
“Isso é uma das nossas agendas estratégicas, e o divisor de águas será o desfecho da Eletrobras. Se o resultado for positivo, isso destrava as nossas discussões com os acionistas, em especial com o BNDES.”
Relembrando, nos “finalmentes” da privatização, o BNDES gerou ruídos no processo de venda da elétrica. Acionista minoritário da Copel, o banco público fez com que a migração da companhia para o Novo Mercado fosse retirada da pauta da privatização.
Vem dividendos pela frente?
Quando questionado sobre as expectativas para dividendos, Daniel Slaviero destacou o objetivo de manter a política de retorno a acionistas em 50% do lucro líquido de 2024 e um nível de alavancagem em torno do múltiplo de 2,5 vezes.
“Ao longo do tempo, com a política de venda de ativos e maior geração de caixa, se não tiver nenhuma oportunidade de novas aquisições no mercado, existirá a possibilidade de pagamento de dividendos extraordinários.”
O CEO ainda afirmou que a Copel (CPLE6) não possui novas grandes aquisições ou fusões em vista — e nem mesmo a participação em potenciais leilões de transmissão em 2024.
“Crescer por crescer não é a estratégia da empresa. Esse ano será usado para organizar a casa e ficar atento a eventuais oportunidades que apareçam.”
Orizon (ORVR3) compra Vital e cria negócio de R$ 3 bilhões em receita: o que está por trás da operação e como fica o acionista
Negócio amplia a escala da companhia, muda a composição acionária e não garante direito de recesso a acionistas dissidentes
Maior rede de hospitais privados pagará R$ 8,12 bilhões em proventos; hora de investir na Rede D’Or (RDOR3)?
Para analista, a Rede D’Or é um dos grandes destaques da “mini temporada de dividendos extraordinários”
Fim da especulação: Brava Energia (BRAV3) e Eneva (ENEV3) negam rumores sobre negociação de ativos
Após rumores de venda de ativos de E&P avaliados em US$ 450 milhões, companhias desmentem qualquer transação em curso
Virada à vista na Oncoclínicas (ONCO3): acionistas querem mudanças no conselho em meio à crise
Após pedido da Latache, Oncoclínicas convoca assembleia que pode destituir todo o conselho. Veja a proposta dos acionistas
Bancos pagam 45% de imposto no Brasil? Não exatamente. Por que os gigantes do setor gastam menos com tributos na prática
Apesar da carga nominal elevada, as instituições financeiras conseguem reduzir o imposto pago; conheça os mecanismos por trás da alíquota efetiva menor
Mais de R$ 4 bilhões em dividendos e JCP: Tim (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Allos (ALOS3) anunciam proventos; veja quem mais paga
Desse total, a Tim é a que fica com a maior parte da distribuição aos acionistas: R$ 2,2 bilhões; confira cronogramas e datas de corte
Vale (VALE3) mais: Morgan Stanley melhora recomendação das ações de olho nos dividendos
O banco norte-americano elevou a recomendação da mineradora para compra, fixou preço-alvo em US$ 15 para os ADRs e aposta em expansão do cobre e fluxo de caixa robusto
Não é por falta de vontade: por que os gringos não colocam a mão no fogo pelo varejo brasileiro — e por quais ações isso vale a pena?
Segundo um relatório do BTG Pactual, os investidores europeus estão de olho nas ações do varejo brasileiro, mas ainda não estão confiantes. Meli, Lojas Renner e outras se destacam positivamente
Pequenos negócios têm acesso a crédito verde com juros reduzidos; entenda como funciona
A plataforma Empreender Clima, lançada pelo Governo Federal durante a COP30, oferece acesso a financiamentos com juros que variam de 4,4% a 10,4% ao ano
Antes ‘dadas como mortas’, lojas físicas voltam a ser trunfo valioso no varejo — e não é só o Magazine Luiza (MGLU3) que aposta nisso
Com foco em experiência, integração com o digital e retorno sobre capital, o Magalu e outras varejistas vêm evoluindo o conceito e papel das lojas físicas para aumentar produtividade, fidelização e eficiência
Petrobras (PETR4): com novo ciclo de investimentos, dividendos devem viver montanha-russa, segundo Itaú BBA e XP
O novo ciclo de investimentos da Petrobras (PETR4) tende a reduzir a distribuição de proventos no curto prazo, mas cria as bases para dividendos mais robustos no médio prazo, disseram analistas. A principal variável de risco segue sendo o preço do petróleo, além de eventuais pressões de custos e riscos operacionais. Na visão do Itaú […]
Depois de despencarem quase 12% nesta terça, ações da Azul (AZUL4) buscam recuperação com otimismo do CEO
John Rodgerson garante fluxo de caixa positivo em 2026 e 2027, enquanto reestruturação reduz dívidas em US$ 2,6 bilhões
Ozempic genérico vem aí? STJ veta prorrogação de patente e caneta emagrecedora mais em conta deve chegar às farmácias em 2026
Decisão do STJ mantém vencimento da patente da semaglutida em março de 2026 e abre espaço para a chegada de versões genéricas mais baratas do Ozempic no Brasil
Por que tantas empresas estão pagando dividendos agora — e por que isso pode gerar uma conta alta para o investidor no futuro
A antecipação de dividendos tomou a B3 após o avanço da tributação a partir de 2026, mas essa festa de proventos pode esconder riscos para o investidor
Cosan (CSAN3) vende fatia da Rumo (RAIL3) e reforça caixa após prejuízo bilionário; ações caem forte na B3
A holding reduziu participação na Rumo para reforçar liquidez, mas segue acompanhando desempenho da companhia via derivativos
Raízen (RAIZ4) recebe mais uma baixa: S&P reduz nota de crédito para ‘BBB-‘, de olho na alavancagem
Os analistas da agência avaliam que a companhia enfrenta dificuldades para reduzir a alavancagem, em um cenário de dívida nominal considerável e queima de caixa
Fim da era Novonor na Braskem (BRKM5) abre oportunidade estratégica que a Petrobras (PETR4) tanto esperava
A saída da Novonor da Braskem abre espaço para a Petrobras ampliar poder na petroquímica. Confira o que diz a estatal e como ficam os acionistas minoritários no meio disso tudo
Fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi finalmente vai sair do papel: veja cronograma da operação e o que muda para acionistas
As ações da Petz (PETZ3) deixarão de ser negociadas na B3 ao final do pregão de 2 de janeiro de 2026, e novas ações ordinárias da Cobasi serão creditadas aos investidores
Fim da concessão de telefonia fixa da Vivo; relembre os tempos do “alô” no fio
Ao encerrar o regime de concessão, a operadora Vivo deixará de ser concessionária pública de telefonia fixa
Vamos (VAMO3), LOG CP (LOGG3), Blau Farmacêutica (BLAU3) anunciam mais de R$ 500 milhões em dividendos; Rede D´Or (RDOR3) aprova recompra de ações
A LOG fica com a maior parte da distribuição aos acionistas, ou R$ 278,5 milhões; Rede D´Or já havia anunciado pagamento de proventos e agora renova a recompra de ações
