A Natura (NTCO3) pode valer mais para o acionista? A separação amigável que deve render bons dividendos e faz as ações dispararem
A gigante da beleza anunciou na noite de segunda-feira (5) que estuda a cisão das operações da América Latina e da Avon em negócios independentes; entenda como essa mudança pode ser vantajosa para quem tem os papéis da empresa — quem não tem, deve comprar?

Ninguém casa pensando em separar e, quando se trata das empresas, pode-se dizer o mesmo. Quando a Natura comprou a The Body Shop (TBS), a Aesop e uniu as operações da América Latina e da Avon sob um mesmo guarda-chuva, a ideia era criar uma gigante da beleza com um pé em vários mercados e segmentos.
Só que o tempo passou e a relação da Natura com todas as marcas ficou complicada. Por isso, desde o ano passado, a companhia vem desfazendo os matrimônios.
Os papéis de venda da Aesop e da TBS já foram assinados e, nesta terça-feira (6), a Natura deu mais um passo na direção da separação.
Dessa vez, a empresa iniciou estudos para tornar a Natura&Co América Latina (Latam) e a Avon negócios independentes — tudo de forma amigável.
Prova disso é que o mercado recebeu bem a notícia e as ações NTOC3 lideram os ganhos do Ibovespa hoje. Por volta de 11h40, os papéis subiam 6,29%, cotados a R$ 17,07. Acompanhe nossa cobertura ao vivo dos mercados.
A separação de bens da Natura
A Natura informou na noite de segunda-feira (5) que recebeu autorização do conselho de administração para avaliar uma possível separação da operação da Natura na América Latina da Avon. A ideia é criar duas companhias independentes e de capital aberto.
Leia Também
Segundo a própria Natura, a potencial separação dos dois ativos está em linha com a estratégia de simplificar sua estrutura corporativa e proporcionar mais autonomia para as unidades.
O possível spin-off ainda está sendo avaliado, mas a Natura diz que a ideia é que as duas companhias tenham planos de negócio próprios, governança independente e equipes de gestão específicas.
Atualmente, as duas empresas têm abrangências geográficas diferentes e, de acordo com a Natura, essa diferença se estende aos perfis dos consumidores e também às consultoras.
- Os balanços do 4T23 já estão sendo publicados: receba em primeira mão a análise dos profissionais da Empiricus Research e saiba quais ações comprar neste momento. É totalmente gratuito – basta clicar aqui.
Natura: uma separação sem traumas
Não é raro que a separação deixe traumas no casal e nos filhos. No caso da Natura, no entanto, essa cisão não só foi bem recebida pelo mercado como também é vista com bons olhos pelos analistas.
O Citi, por exemplo, diz que a separação é consistente com a estratégia da diretoria executiva de simplificar a Natura — que originalmente consistia em quatro negócios diferentes.
De acordo com o banco, a Latam autônoma deve comandar múltiplos mais altos, dada a margem elevada — 12% a 13% de margem Ebitda esperada para 2023 contra 7% para a Avon —, maior potencial de crescimento (via marca Natura) e negócios simplificados e de menor risco em geral.
Nos cálculos do Citi, supondo que a Avon seja negociada a 5-6 vezes, a Latam chegaria a 7-8 vezes o múltiplo valor da firma sobre o ebitda (EV/Ebitda) esperado para 2024 — o que ainda é um grande desconto para os players globais de beleza como Coty, L'Oreal, Shiseido.
“Em nosso preço-alvo, a Latam estaria próxima de 10 vezes o EV/Ebitda", dizem os analistas do Citi.
ONDE INVESTIR EM FEVEREIRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIS, BDRS E CRIPTOMOEDAS - MELHORES INVESTIMENTOS
A XP avalia que a potencial separação dos negócios da América Latina e da Avon reforça a estratégia da companhia de simplificar a estrutura corporativa e destravar valor, com expectativa de que o preço sobre o lucro (P/L) diminua ante os múltiplos atuais de 20 vezes o esperado para 2024, excluindo alocação de preço de compra (PPA).
"Apesar de vermos potenciais custos relacionados ao legado da Natura, provavelmente relacionados a royalties/taxas sobre a Avon, acreditamos que esse impacto deve ser mais que compensado pela remoção da estrutura pesada da Avon Internacional", afirmam os analistas.
A corretora acredita ainda que a separação, se levada adiante, deve ser materializada em uma janela de tempo relativamente curta, uma vez que a Natura levou entre três e seis meses para anunciar as vendas da Aesop e The Body Shop, respectivamente, do dia em que os estudos foram anunciados.
Já o Bradesco BBI estima que a potencial cisão deve gerar um impulso positivo para as ações da Natura, à medida que a gestão continua avançando na agenda de simplificação do grupo.
Para o BBI, as complexidades da Avon International, como a ampla dispersão geográfica, a exposição aos mercados desenvolvidos e a lucratividade limitada, têm prejudicado os números consolidados da Natura e impulsionaram a decisão de a companhia iniciar estudos para a cisão.
"Em nossa opinião, as operações da Natura&Co na América Latina poderiam guiar múltiplos mais elevados como uma entidade separada", afirmam os analistas.
Eles estimam que se a nova empresa latino-americana for negociada a um múltiplo superior a 6 vezes o EV/Ebitda da Natura — em linha com a média histórica da empresa entre 2016 e 2017 — pode haver um aumento no valor para os acionistas.
Vale a pena comprar as ações da Natura agora?
A resposta para essa pergunta é sim. O Citi tem recomendação de compra para as ações da Natura, com preço-alvo de R$ 21 — o que representa um potencial de valorização de 30,8% em relação ao fechamento de segunda-feira (5).
A XP reiterou hoje a recomendação de compra para Natura, considerando valuation atrativo e potenciais valores a serem destravados, por exemplo com a separação da Avon Internacional e com o pagamento de um dividendo extraordinário para ajustar a estrutura de capital.
O BBI também reiterou a recomendação de compra para a ação da Natura, com preço-alvo de R$ 23 — o que representa um potencial de valorização de 43,2% sobre o último fechamento.
Santander inicia cobertura da Aura Minerals (AURA33) e vê quatro motivos para investir nas ações agora
Segundo os analistas do banco, a companhia reúne uma combinação rara de crescimento, e ganhou um gatilho recente nos últimos meses em meio ao cenário geopolítico incerto
Anvisa fecha o cerco a versões manipuladas do Ozempic e acelera aprovação de ‘caneta emagrecedora’ genérica
A Agência veta manipulação de semaglutida e prioriza análise de registros que devem ganhar espaço após o fim da patente em 2026
Família Diniz avança no comando do Pão de Açúcar — mas não é aquela que você conhece; saiba quem são os Coelho Diniz
Os novos maiores acionistas do GPA são os Coelho Diniz, que pouco têm a ver com a família do antigo dono, Abilio Diniz, falecido no ano passado
Por que o BTG Pactual está cauteloso com as ações de varejo — e quais os nomes favoritos do banco
A primeira metade de 2025 apresentou resultados sólidos em diversos segmentos de consumo, mas a atenção agora se volta para os ventos desfavoráveis que podem afetar o setor
Petrobras (PETR4) e Ibama testam capacidade de resposta a incidentes na Margem Equatorial; entenda por que isso importa
Apesar de ser vista como a nova fronteira de exploração de petróleo, a proximidade de ecossistemas sensíveis na Margem Equatorial gera preocupações
JBS (JBSS3) aprova distribuição de R$ 820 milhões em dividendos intercalares para a JBS NV
Os recursos serão direcionados para a holding que abriu capital nos Estados Unidos recentemente, segundo informa a própria companhia
Fundo imobiliário que integra o TRX Real Estate (TRXF11) vende mais um imóvel alugado pelo Assaí; entenda os impactos para os cotistas
No fim de maio, o fundo já havia anunciado a alienação de um outro ativo, que estava sendo alugado pela varejista, por R$ 69 milhões
BB Seguridade (BBSE3), Itaúsa (ITSA4) e mais: 8 empresas pagam dividendos e JCP nesta semana; confira
Oito companhias listadas no Ibovespa (IBOV) entregam dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas nesta última semana de agosto
Mudanças à vista no alto escalão do GPA (PCAR3): família Coelho Diniz eleva participação e pede eleição de novo conselho
O objetivo da família é tornar a representatividade no conselho proporcional à atual participação societária, segundo comunicado ao mercado
Com nova fábrica, marca de chocolates Dengo escala apoio a produtores de cacau da BA e caminha para o lucro
A empresa está investindo R$ 100 milhões na segunda unidade de produção em Itapecerica da Serra (SP) e vai quintuplicar a capacidade de abrir lojas a partir de 2026
BB denuncia vídeo de Eduardo Bolsonaro por fake news e pede ação da AGU contra corrida bancária
Segundo ofício encaminhado pelo banco, os ataques nas redes sociais começaram na última terça-feira (19)
Petrobras e Ibama testam capacidade de resposta a incidentes na Foz do Amazonas
Atividade é a última antes de concessão de licença ambiental para exploração de petróleo
Que fim levou o Kichute, a mistura de tênis e chuteira que marcou época nos pés dos brasileiros?
Símbolo da infância de gerações, o tênis da Alpargatas chegou a vender milhões de pares nos anos 1970, mas acabou perdendo espaço com a chegada das marcas internacionais
Banco do Brasil (BBAS3) quer ser o maior player no mercado de carbono no país, do projeto à certificação
Para o VP de Sustentabilidade do BB, José Ricardo Sasseron, a forte relação com o agronegócio, a capilaridade do banco e seus mais de 200 anos de história podem ajudar nessa empreitada
Intel tem semana para ninguém botar defeito: depois do Softbank, governo dos EUA confirma participação na companhia
O cenário de mercado, no entanto, tem sido desafiador para a gigante dos microprocessadores. Em 2024, as ações da Intel desabaram 60%
Na guerra com Mercado Livre, Shopee anuncia redução no prazo de entrega para BH, Rio e mais de 75 cidades
Na Grande São Paulo, uma em cada quatro encomendas foi entregue até o dia seguinte, enquanto 40% chegaram em até dois dias
Chegou chegando: H&M abre primeira loja no Brasil neste sábado (23); saiba mais sobre a marca e qual a média dos preços
Varejista de moda sueca deve trazer mais concorrência para nomes como C&A, Renner e Riachuelo
Mais uma notícia negativa no front da Braskem (BRKM5), e desta vez veio da agência de rating S&P
Em comunicado divulgado ao mercado, a empresa reforçou “o seu compromisso com a sua higidez financeira”
iPhone 16 é o celular mais vendido no Brasil em 2025 — e talvez fique para trás em breve
O celular mais vendido do país combina desempenho e durabilidade, mas custa caro
Banco do Brasil (BBAS3) critica campanha de difamação nas redes sociais e diz que tomará providências legais
Banco citou “publicações inverídicas e maliciosas” para gerar pânico e prejudicar o banco