Selic de dois dígitos será mais norma que exceção, diz economista do Citi; como os bancões gringos veem juros e inflação no Brasil?
Cautela do Banco Central em relação à pressão inflacionária é bem vista por economistas do Citi, do JP Morgan e do BofA, que deram suas projeções para juros em 2024 e 2025

O ciclo de cortes na taxa básica de juros entre agosto de 2023 e maio deste ano levou os brasileiros a sonharem novamente com uma Selic de um dígito quando os Estados Unidos finalmente começassem o seu próprio ciclo de afrouxamento monetário.
O atraso no início desse processo e o retorno das pressões inflacionárias no Brasil, no entanto, abriram espaço para o início de um novo ciclo de alta dos juros por aqui, jogando um balde de água fria nessa esperança.
E, no atual cenário macroeconômico local e global, Selic abaixo de 10% ao ano deve permanecer um sonho distante. “Selic de dois dígitos vai ser muito mais a norma que a exceção”, disse Leonardo Porto, economista-chefe para o Brasil do Citi, em evento da Bloomberg Línea, em São Paulo, nesta segunda-feira (07).
Porto sustenta que o Brasil só conseguiu ter juros de um dígito de forma sustentável após a crise de 2008, quando os juros globais estavam baixos e a dívida local era menor e estava em queda. Hoje, porém, a taxa de juros global está mais elevada, em 4%, e nossa dívida pública é crescente e já se aproxima de 80% do Produto Interno Bruto (PIB).
Para este ciclo de alta de juros, o Citi espera mais quatro aumentos de 0,25 ponto percentual na taxa básica (1,00 ponto ou 100bps no total), para 11,75% ao ano, com um retorno para 10,50% ao ano ao longo do último trimestre de 2025.
“Se o BC só puder contar com o desaquecimento da economia para trazer a inflação para a meta não vão ser apenas 100bps, vai ser muito mais. A projeção do BC hoje é de 300bps [ou 3,00 pontos percentuais]. Mas achamos que o alívio nos juros no exterior vai ajudar”, disse Porto.
Leia Também
Banco Central deve sim manter cautela em relação à inflação
Já o JP Morgan tem uma visão mais dura, de duas altas de 0,50 ponto percentual neste ano (levando a Selic para 11,75% até o fim de 2024), mais uma alta de 0,25 no ano que vem, o que levaria os juros a 12% no fim do ciclo. Já para o fim de 2025, a expectativa é de queda na Selic para 10% ao ano.
Mas, para a head de pesquisa econômica para a América Latina do banco, Cassiana Fernandez, a postura mais cautelosa e dura contra a inflação por parte do Banco Central se justifica.
“Numa economia tão indexada como a brasileira, o BC precisa se preocupar com os efeitos de segunda ordem de um choque inflacionário. Se a inflação permanece elevada por muito tempo, esse efeito tende a se tornar permanente”, disse Fernandez, que dividiu o painel com o economista do Citi no evento.
Ela lembra que vivemos um momento em que o câmbio preocupa, bem como os possíveis efeitos da seca prolongada sobre os preços dos alimentos, mercado de trabalho apertado e desancoragem das expectativas de inflação.

Há ainda um crescimento econômico acima do esperado, muito puxado pelo aumento nos gastos públicos, sobretudo das transferências diretas de recursos para a população, que têm efeito rápido.
“Há um descompasso entre a força da demanda e a capacidade de crescimento pelo lado da oferta”, disse Fernandez.
Nesse sentido, diz a economista, o BC tem mesmo que ficar mais cauteloso. Porém, a partir de meados do ano que vem, a política fiscal deve começar a ajudar a política monetária, acredita ela, uma vez que, para cumprir o arcabouço fiscal deverá haver uma desaceleração nos gastos, possibilitando também uma retomada nos cortes de juros.
No mesmo painel do evento da Bloomberg Línea, David Beker, head de economia para o Brasil do Bank of America (BofA), disse que é preciso imaginar que haverá alguma redução do “imposto” fiscal, “porque se isso não ocorrer, o juro vai ter que rodar mais alto.”
Para ele, o Banco Central tem se mostrado mais atento aos preços que consegue influenciar, como a inflação de serviços. Mas há aqueles sobre os quais a autoridade monetária não tem influência, como os preços do petróleo, pressionados pela escalada dos conflitos no Oriente Médio.
Segundo Beker, o BofA tem projeção para a Selic semelhante à do JP Morgan.
VEJA TAMBÉM: Como ganhar DINHEIRO em OUTUBRO: ONDE INVESTIR em cripto, dividendos, FIIs, ações e BDRs
Você deveria estar se preparando para o pior no conflito entre Israel e Irã. Como proteger seu patrimônio desde já?
O Seu Dinheiro conversou com especialistas para entender por que você não deve esperar a situação se agravar para começar a pensar no melhor para os seus investimentos
“Israel só vai parar quando destruir toda a capacidade nuclear do Irã”: quais os impactos do ataque para a economia global?
O Seu Dinheiro ouviu especialistas, que contam os riscos de o conflito escalar para uma guerra entre israelenses e iranianos e como isso mexe com o bolso de quem investe
‘Declaração de guerra de Israel’: Petróleo dispara 8% com ataque histórico ao Irã; bolsas caem no mundo todo e dólar ganha força
A ofensiva de Israel matou líderes militares do Irã e cientistas nucleares de alto escalão. À ONU, Teerã classificou os ataques como “declaração de guerra”
Sorte no amor, azar no jogo? Não é o que aconteceu na Lotofácil: aposta solitária fatura prêmio. Mega-Sena promete R$ 100 milhões
Enquanto a Lotofácil fez um novo milionário, Mega-Sena e a Quina continuaram acumulando — e os prêmios ficaram ainda mais tentadores
R$ 90 milhões em jogo: Mega-Sena sorteia bolada nesta quinta-feira; Lotofácil premia 2 sortudos com R$ 800 mil
As engrenagens da Mega-Sena giram novamente na noite desta quinta-feira (12), às 20h. Em jogo, uma bolada de R$ 90 milhões no concurso 2.875. No concurso da última terça (10), ninguém levou o prêmio máximo. A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h.A Mega-Sena […]
Governo publica pacote com mudanças no IOF e novas regras para taxação de investimentos; confira os detalhes
Medida Provisória inclui taxação de 5% sobre títulos que eram isentos de IR, como LCA, LCI, CRI, CRA e debêntures incentivadas
“Não é aumento de imposto, é correção”: Haddad defende fim da isenção a títulos privados e avalia os impactos no agro e no setor imobiliário
O ministro também voltou a falar que as novas medidas ligadas à alta do IOF vão atingir apenas os mais ricos
Motta diz ter comunicado ao governo reação negativa do Congresso a mudanças tributárias e defende isenção para financiar agro e imóveis
No Brasília Summit, presidente da Câmara defendeu a revisão das isenções fiscais e de benefícios tributários
Sortudo embolsa quase R$ 15 milhões com a Quina, e Mega-Sena acumula em R$ 90 milhões; veja os resultados dos sorteios de terça (10)
Não é só a Mega-Sena que pode fazer um novo milionário em breve: outras cinco loterias estão acumuladas — e com prêmios de mais de R$ 1 milhão
Adeus, poupança: Banco Central corre atrás de alternativas para o financiamento imobiliário diante do desinteresse pela caderneta
Com saques em massa e a poupança em declínio, o presidente do BC afirmou que se prepara para criar soluções que garantam o financiamento da casa própria
O Brasil vai ser cortado? Moody’s diz o que pode levar ao rebaixamento do rating do país
Em evento nesta terça-feira, a analista responsável pela nota de crédito brasileira listou os pontos fortes e fracos do país
Haddad confirma IR de 17,5% para investimentos e 20% para JCP, e diz que medidas só atingem “os moradores da cobertura”
Ministro da Fazenda se reuniu hoje com o presidente Lula para apresentar pacote discutido no domingo com líderes do Congresso
O caminho do bem: IPCA de maio desacelera, fica abaixo das estimativas e abre espaço para fim do ciclo de alta da Selic
Inflação oficial caiu de 0,43% para 0,26%, abaixo do 0,33% esperado; composição também se mostrou mais saudável, embora ainda haja pontos de atenção
Haddad quer reduzir incentivos fiscais, mas ainda não teve apoio de parlamentares; entenda os planos do ministro, que incluem BPC e Fundeb
A equipe econômica também apresentou um quadro das despesas para uma maior compreensão do atual quadro fiscal do país
É recorde de Pix: brasileiros fazem quase 280 milhões de transações em um dia e valor passa de R$ 135 bilhões
O recorde diário anterior tinha sido registrado em 20 de dezembro de 2024, dia do pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário, com 252,1 milhões de movimentações
IOF em debate: Congresso não tem compromisso de aprovar as medidas propostas pelo governo, diz presidente da Câmara
Declaração de Hugo Motta aconteceu após reunião de quase seis horas entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e lideranças do Congresso no domingo (8)
Alternativa ao IOF: investimento em ações também pode estar na mira do governo; veja o que se sabe até agora
Por ora, todas as medidas aventadas vão na direção de aumentar as receitas do governo – nada de cortar gastos foi adiante nas negociações entre a equipe econômica e os líderes do Congresso, que se reuniram durante horas na noite neste domingo (08)
Quina e outras loterias sorteiam mais de R$ 21 milhões hoje — mas os prêmios de encher os olhos vêm depois
Tem Quina com R$ 13,5 milhões em jogo nesta segunda (10), mas loterias como Mega-Sena e Quina de São João roubam a cena
Pacote com alternativas ao IOF deve incluir taxação sobre bets, mas também imposto sobre LCI e LCA
A expectativa é que o pacote seja apresentado novamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira (10) pela manhã
Agenda econômica: PIB no Reino Unido e inflação no Brasil e nos EUA; veja o que movimenta os mercados nesta semana
A agenda dos próximos dias é enxuta, mas os números esperados devem impactar as projeções futuras do mercado