Por que as novas regras para investimentos de quem não mora no Brasil devem ajudar o mercado brasileiro?
Após a consulta da CVM e do BC realizada no início de setembro, a expectativa é que as novas normas saiam até o final do ano e entrem em vigor em 2025

O mercado está em conversas para ajustar as regras para o investimento de não residentes nos mercados financeiro e de capitais do Brasil. E por que isso poderia interessar aos brasileiros? Porque a perspectiva é que facilitar a entrada de recursos externos deve desenvolver a indústria local, segundo especialistas ouvidos pelo Broadcast Investimentos.
- Clube de Investidores Sd Select: cadastre-se aqui para receber no seu email a curadoria das notícias mais importantes do dia, todos os dias
"O câmbio no Brasil sempre foi algo complicado, mas a lei do novo marco cambial, que entrou em vigor no final de 2022, traz um princípio importante: 'ao capital estrangeiro deve ser dado o mesmo tratamento do capital nacional'. Já vieram regras novas desde então, mas ficou para o final essa consulta pública sobre os investimentos que os estrangeiros fazem no Brasil. E o objetivo é simplificar isso", afirmou José Luiz Homem de Mello, sócio do Pinheiro Neto Advogados especializado em corporate finance.
Segundo Mello, trata-se de um passo importante, uma vez que representa a entrada de dinheiro em títulos, ações e demais valores mobiliários.
Uma mudança “muito positiva” para o mercado no Brasil
Atualmente, há cerca de R$ 1,8 trilhão de ativos de estrangeiros investidos no Brasil através da regulamentação 4373, de acordo com Roberto Paolino, diretor da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais).
O maior valor é de grandes fundos que utilizam a estrutura da 4373 e vão se beneficiar da desburocratização de processos operacionais. Porém, as mudanças também olham para investidores pessoa física, brasileiros com residência fiscal fora do Brasil ou estrangeiros.
"Atualmente, há uma falta de clareza sobre o que o investidor não residente pode ter no Brasil. Um brasileiro que faz sua saída definitiva, para efeitos tributários, a princípio só poderia ter CDBs (Certificados de Recebíveis Bancários) ou poupança", disse Paolino.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Então, em teoria, se o brasileiro tivesse posição em ações ou cotas de fundos, ele deveria vendê-las ao mudar de país.
Os ajustes propostos vão limitar em R$ 1 milhão por mês as transações do investidor pessoa física aqui, com requisitos mais simples para abrir a conta através de corretoras ou bancos, que terão flexibilidade para definir seus próprios critérios de risco.
Desse modo, segundo o diretor da Anbima, trata-se de uma mudança "muito positiva" para o longo prazo.
"Não é porque a regulamentação vai ser alterada que haverá um fluxo enorme de pessoas físicas, sejam brasileiras no exterior ou estrangeiros, para investir no Brasil. É um processo lento e que se educa", afirmou Paolino.
Porém, de acordo com o diretor da Anbima, a estimativa é que os estrangeiros respondem por cerca de um terço dos ativos negociados e depositados na Bolsa brasileira hoje.
"Difícil dizer se esse número vai aumentar, mas nos últimos dez anos é notável como a pessoa física aumentou seus investimentos em Bolsa. Seria razoável olhar para isso."
Obstáculos para investidores estrangeiros atrapalham o Brasil
Para o sócio do Pinheiro Neto Advogados, há uma competição no mundo globalizado — e, se o estrangeiro tiver dificuldades para investir em um país, ele vai procurar outra jurisdição.
"[As mudanças] vão trazer investimentos para o Brasil em um momento em que tanto precisamos atraí-los", afirmou.
Na mesma linha, Leonardo Camozzato, sócio e presidente executivo (CEO) da HMC Capital no Brasil, destaca que se o Brasil quer se integrar à economia global, esse é um passo importante.
O trabalho da HMC Capital é mostrar para gestores globais que faz sentido oferecer produtos no Brasil, ou seja, na outra ponta do negócio. Mas Camozzato observa que, em negócios cross border (ou seja, para além das fronteiras), "o ideal é que a via de mão dupla esteja aberta".
"O gestor estrangeiro às vezes quer colocar um seed money [capital semente, em português, modelo de financiamento focado em projetos empresariais em estágios iniciais] no próprio fundo para mostrar o comprometimento com o País, mas quando olha a quantidade de etapas para fazer um simples investimento, questiona o preparo brasileiro."
"Se facilitarmos o acesso, o fluxo vai aumentar e a indústria local de investimentos vai ter mais contato com os investidores globais. Será preciso falar a língua deles, buscando os retornos e as garantias com as quais estão acostumados. Isso deve desenvolver o arcabouço regulatório por trás. É uma nova abertura e vai 'subir a barra'", avaliou Camozzato.
Para o responsável por Sales and Services da área de Securities Services do Citi, Frederico Leonel, a expectativa é que o mercado brasileiro se aproxime mais de padrões internacionais o que, como resultado, deixará "toda a dinâmica mais eficiente".
"Estamos num caminho positivo e esperamos ver resultados ao longo do tempo", disse Leonel. De acordo com dados da Anbima, o Citi possui a maior custódia do volume de não residentes, com 64% do total.
A consulta da CVM e do BC foi realizada no início de setembro. A expectativa é que as novas normas saiam até o final do ano e entrem em vigor em 2025.
Como fica a rotina no Dia do Trabalhador? Veja o que abre e fecha nos dias 1º e 2 de maio
Bancos, bolsa, Correios, INSS e transporte público terão funcionamento alterado no feriado, mas muitos não devem emendar; veja o que muda
Quase metade dos apostadores de bets também são investidores — eles querem fazer dinheiro rápido ou levar uma bolada de uma vez
8ª edição do Raio-X do Investidor, da Anbima, mostra que investidores que diversificam suas aplicações também gostam de apostar em bets
14% de juros é pouco: brasileiro considera retorno com investimentos baixo; a ironia é que a poupança segue como preferência
8ª edição do Raio-X do Investidor da Anbima mostra que brasileiros investem por segurança financeira, mas mesmo aqueles que diversificam suas aplicações veem o retorno como insatisfatório
Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis
Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1
Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira
Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano
Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea
No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira
Caso Tupy (TUPY3): CVM frustra gestora Charles River e mantém assembleia para troca de conselho fiscal
O pedido de adiamento da assembleia foi realizado sob a alegação de falta de informações essenciais sobre os direitos dos acionistas a respeito da eleição dos membros do conselho
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
Lucro líquido da Usiminas (USIM5) sobe 9 vezes no 1T25; então por que as ações chegaram a cair 6% hoje?
Empresa entregou bons resultados, com receita maior, margens melhores e lucro alto, mas a dívida disparou 46% e não agradou investidores que veem juros altos como um detrator para os resultados futuros
CCR agora é Motiva (MOTV3): empresa troca de nome e de ticker na bolsa e anuncia pagamento de R$ 320 milhões em dividendos
Novo código e nome passam a valer na B3 a partir de 2 de maio
A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca
Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam